quinta-feira, 31 de maio de 2012

Card Captor Sakura - Edição Especial: Agora sai!



Em junho de 2011, a JBC anunciou que relançaria Card Captor Sakura (カードキャプターさくら) – um dos grandes sucessos da CLAMP – em formato de luxo no Brasil. Um ano depois chega a notícia de que o lançamento está próximo. A capa está disponível no site da editora, assim como as informações referentes ao lançamento: formato tankohon, páginas coloridas, espero que nova tradução. O preço? R$14,90. Se tudo for feito direitinho, acredito que não é uma facada, não. Multiplique por 12, claro. Por enquanto, meu único comentário é a capa da número 1 antiga era bem mais bonita.


Agora, o que me preocupa é o “com o capricho e a qualidade característicos da Editora JBC”. Imagino que não seja ironia ou piada, mas o povo do marketing realmente acredite nisso. De qualquer forma, quando for lançado comprarei o volume 1 e prometo fazer um post sobre ele. É o mínimo que posso fazer, já que gosto de Sakura, acho um dos melhores mangás da CLAMP, do tipo que eu daria para uma criança ler (*mesmo com TeradaXRika*) e que um adulto também pode se divertir lendo. Sakura, aliás, é uma das personagens mais amadas do grupo. De resto, volto a lamentar que a JBC não tenha lançado nada no aniversário de 20 anos de carreira do grupo. De qualquer forma, antes tarde do que nunca. Falta Rurouni Kenshin (るろうに剣心), mas é bom que eles tenham começado com um shoujo mangá.

Café de Hetalia deve ser uma gostosura



O Comic Natalie trouxe uma notinha sobre o café temático de Hetalia (ヘタリア) que ficará funcionando temporariamente no Animate Ikebukuro-café. Entre 1 e 30 de junho, os clientes poderão escolher entre um farto menu de comidas e bebidas temáticas. As fotos podem ser vistas em tamanho ampliado no site do Animate Ikebukuro-café. As fotos são de encher os olhos. Além disso, no dia 31 de julho será lançado o volume 5 da série com a possibilidade de encomendar um drama CD. Aqui, no Brasil, os volumes 1 e 2 foram lançados pela NewPop. O volume 3 nunca apareceu aqui em Brasília... Alguém viu por aí ou está parado mesmo?

Maratona de Sakamichi no Apollon na TV Fuji



Desde que eu tenho o blog é a primeira vez que vejo algo assim, como só posto material sobre shoujo e josei, posso ter perdido alguma coisa. De qualquer forma, no dia 16 de junho, segundo o Comic Natalie, será exibido o episódio 10 do anime. Antes de entrar no ar à meia noite, teremos todos os 9 episódios exibidos a partir das 20h. Quem não assistiu a série por lá, poderá tentar se colocar a par. O CN também informa que serão 12 episódios ao todo. Algumas pessoas tinham me perguntado e eu não sabia informar.


Outra notícia relativa à Sakamichi no Apollon (坂道のアポロン) é o lançamento do single da música de encerramento, Altair de Motohiro Ata. O Comic Natalie colocou amostras da capa do CD, que tem edição limitada e comum. O lançamento é dia 30 de maio e as ilustrações foram feitas pela autora, Yuki Kodama.

Comentando Hadashi de Bara wo Fume - Volume 7



O correio anda atrasando minhas encomendas, mas, na semana passada, finalmente chegou o meu volume #7 de Hadashi de Bara wo Fume (裸足でバラを踏め). Como das outras vezes, a leitura foi rápida e bem prazerosa. Só que dessa vez o gancho final não me deixou angustiada. Como o mangá é bem óbvio em vários aspectos – e a autora não finge que está fazendo uma obra profunda em nenhum momento – eu meio que já sabia o que iria acontecer... O problema é que o volume #8 da VIZ vai demorar meses para sair... Acho que agora só em outubro. E, bem, o mangá já está na reta final...

No volume #6, Natsuki e Nozomu conseguiram fazer com que todos descobrissem que Sumi era uma moça pobre e que o casamento entre ela e Soichiro tinha sido uma armação para que ele herdasse a fortuna do avô e a presidência da Companhia Ashida. A pior parte, claro, é que o inútil do Eisuke, irmão de Sumi, tinha caído em uma armação de Natsuki e perdido dinheiro da empresa no jogo. Eisuke não titubeia em enganar Sumi e usar o nome da irmã para tentar se livrar da culpa. O resultado é que Natsuki exige a renúncia de Soichiro.

O volume todo foi bem novelão, Soichiro se recusa a renunciar, Sumi se sente culpada e sai de casa e voltar para o cortiço onde morava com as crianças e Eisuke, Nozomu então propõe para Soichiro que ele lhe dê Sumi – assim, como se ele fosse uma mercadoria – e em troca ele o apoiaria para que o rapaz continuasse na presidência. Soichiro recusa, claro! Ele tem consciência de que ama Sumi e quer que seu casamento seja verdadeiro em todos os sentidos. Depois de visitar o avô, que está muito doente, ele decide lutar por Sumi e abandona tudo para morar com ela no cortiço. Obviamente, a vida de miséria é cheia de privações e humilhações, algo muito distante da experiência de Soichiro.

Já Nozomu se deixa invadir pela raiva e se apossa da companhia, arruinando todas as ambições de Natsuki impiedosamente. Fora isso, ele começa a cercar Sumi, até que ela chegue à conclusão que somente ela pode salvar Soichiro da desgraça. Embora a esposa de Nozomu não apareça, ela, ao que parece, continua “internada” e o rapaz tem um diálogo sinistro com seu pai que é questão de tempo e dinheiro a moça ceda o divórcio. Será que Mil volta? Além disso, os dois falam da mãe e da irmã desaparecida de Nozomu...

Enfim, este volume é o mais desprovido de humor da série até agora. Tudo é muito denso, dramático. Talvez seja a fase em que a autora produziu o volume, assoberbada pelos cuidados com sua filha pequena (*há muitos freetalks*). De qualquer forma, Hadashi de Bara wo Fume é melhor quando o dramalhão é tão exagerado que é cômico e, claro, as piadas são boas, também. Este volume foi bom, percebe-se que a história caminha para o fim, mas eu queria mais humor. A série pede isso. ^____^

Hadashi de Bara wo Fume trata-se do único mangá com o esquema “eu compro essa mulher”, que consegue me conquistar. Rinko Ueda construiu muito bem o drama de Soichiro, a questão da chantagem de Nozomu, que compra as terras de toda uma região de Tokyo para poder fazer com que Sumi venha suplicar pela senhoria e pelos seus. Ele é cruel, um psicopata mesmo. Só que aí entra um detalhe que nós sacamos pela leitura desse volume (*SPOILERS*) Sumi e Nozomu devem ser irmãos. Alguém já tinha comentado isso em um post sobre um volume anterior... Não lembro qual.


Soichiro descobre que Sumi era um bebê abandonado, como a maioria das crianças que Eisuke recolhe. As rosas, que ela tanta odeia, tem a ver com o que ocorreu... Só que Sumi não se lembra. Como a história se resolverá? Mesmo que Sumi aceite ser esposa de Nozomu, qualquer coisa que ocorresse entre os dois seria incesto. Pelo perfil da série, não vai rolar mesmo. Eu que acho Nozomu um vilão exageradíssimo, espero que ele morra no final. Só me pergunto se Komai – que está armando para que Sumi e Soichiro fiquem juntos – não sabe qual o segredo? E, claro, ainda há o mistério do incêndio que deixou Soichiro órfão. Enfim, não há nada de excepcional em nisso, a pobreza repentina do herói, a mocinha ter nascido em uma família rica, a identidade secreta. O que faz a diferença é como a autora mistura essa massa de clichês e, bem, Rinko Ueda sabe misturar tudo isso e oferecer um material de qualidade.

Além da história original e um pequeno gaiden sobre Sumi e Eisuke crianças, há uma historinha curta sobre maternidade pulicadas na revista YOU. Foi a primeira que a autora publicou nessa revista adulta e, agora, eu sei bem o que são esses quadrinhos curtos que volta e meia uma ou outra publica na YOU ou outra revista josei. Confesso que gostei muito, pois a autora descontrói aquela visão cor de rosa da maternidade. Há humor (*marca de Rinko Ueda*); ela mostra como as mães sofrem, especialmente quando o marido não ajuda a cuidar do bebê e ainda recrimina a esposa quando ela reclama; há a preocupação com a opinião dos outros (*“Imagina uma mãe dizendo que não está feliz em cuidar de seu bebê? Vai se tornar uma abusadora?”*). Cuidar de um bebê é difícil, e Rinko Ueda mostra várias situações limite, nas quais uma mãe perguntaria se valeu a pena. Bem, "tudo vale a pena se alma não é pequena". Muito bom! Queria ler mais desses quadrinhos sobre maternidade...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Primeira imagem do novo Romeu & Julieta



Não sou muito fã de Romeu & Julieta, nunca fui. Sempre preferi Tristão & Isolda. Li a peça lá com meus 13 anos e desde então acho que a morte dos dois foi uma tragédia forçada. Afinal, se Romeu entrou no quarto de Julieta, ela poderia ter fugido com ele. Ambos eram jovens e solteiros, poderiam fugir. Já para Tristão e Isolda, não havia fuga... Mas, enfim, eu gosto da versão para o cinema de 1968 dirigida por Franco Zeffirelli e com Leonard Whiting e Olivia Hussey. Eles eram tão lindinhos e a música de Nino Rota marcou época. Já a nova versão será dirigida por Carlo Carlie e terá Hailee Steinfeld, protagonista de Bravura Indômita, e Douglas Booth vivendo o jovem casal. Gostei da foto, vamos ver no que vai dar isso...

Primeiro Trailer dos Miseráveis



Saiu hoje o primeiro trailer do filme Os Miseráveis (Les Misérables). A estréia, infelizmente, é só em 2013, mas eles acertaram em cheio ao colocarem Anne Hathaway cantando I Dreamed A Dream. Ela é Fantine, a mãe da menina Cosette, que é resgatada por Jean Valjean (Hugh Jackman). Não sabia que o Eddie Redmayne, que fez o Jack em Os Pilares da Terra e estava em My Week with Marilyn, estava no filme. Não acho esse menino espetacular, mas parece que estão apostando pesado nele. Enfim, o trailer é curto, mas convence. Não que eu precisasse de algum incentivo para querer assistir este musical, claro...

Ranking da Oricon



Saiu o ranking da Oricon e esta semana temos uma situação bem melhor. Temos seis shoujo no top 20, dois deles entre os cinco mais vendidos. Kimi ni Todoke entre na sua terceira semana no top 10 e deve ficar ainda por mais umas duas ou três. Esta é minha aposta. Kyou, Koi wo Hajimemasu não conseguiu emplacar o primeiro lugar, mas os dois mangás no topo, o shounen Kuroshitsuji e o seinen Kinou Nani Tabeta? (*Fumi Yoshinaga*), certamente tem um grande apelo junto ao público feminino. Depois temos mangás que sempre conseguem boas colocações, como Mei-chan e Switch Girl!! (*será que ainda tem história?*), além de Namida Usagi (*que eu preciso olhar... adoro as capas*) e Bokutachi wa Shitte Shimatta (*que normalmente estréia em melhores colocações*).

3. Kyou, Koi wo Hajimemasu #15
4. Kimi ni Todoke #16
13. Mei-chan no Shitsuji #18
14. Switch Girl!! #19
16. Namida Usagi~Seifuku no Kataomoi ~ #10
17. Bokutachi wa Shitte Shimatta #14

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Site de Helena do Studio Seasons no Ar



Hoje (domingo), finalmente gravamos o Shoujocast com o Studio Seasons. Sim, estamos voltando! A Simone Beatriz avisou que o site de Helena estava com uma amostra do quadrinho para degustação. Parece que Helena ainda demora muito para sair, mas as malvadas (*especialmente e Montserrat e a Simone Beatriz*) decidiram nos torturar. Está tudo lindo, claro, e como a história é boa (*eu gosto de Helena*), esperar é uma tortura. Quem quiser conferir o site, clique aqui.

Para quem não sabe, o Programa Nacional Biblioteca na Escola vem incluindo quadrinhos em suas listas. Um dos filões mais valorizados é o das adaptações de clássicos da literatura nacional. Os livros que entram na lista garantem uma tiragem de pelo menos 15 mil exemplares. Minha teoria é que o objetivo da NewPop é ter material que possa se candidatar a esta seleta lista. Eu tenho confiança na qualidade do trabalho do Studio Seasons e realmente espero que Helena tenha potencial para fazer parte da lista do PNBE. Com o atraso da publicação, talvez só na listagem de 2013. Mas é minha esperança.


Fora isso, eu gosto muito do romance Helena. Ao contrário de muita gente que leu forçado, eu li por escolha. Aliás, o que eu li de Machado por força de escola foi Iá Iá Garcia e Esaú e Jacó. Apesar de achar o final da personagem Helena bem ‘nhé’, igualzinho o da mocinha de Esaú e Jacó (*“Oh, não sei de qual dos gêmeos gosto mais! Oh, não consigo escolher! Adoecerei e morrerei por causa disso.”*) e o Estácio bem burrinho, tenho muito carinho pelo livro. As imagens de bônus que a Simone Beatriz está liberando à conta gotas só estão me deixando mais animada.

Comentando Mockingjay – Último Livro da série The Hunger Games – Parte 1



Na quarta-feira passada terminei a leitura de Mockingjay e por falta de tempo e por não saber bem como encaminhar o texto, acabei esperando um pouco antes de escrever. Assim como no caso do segundo livro, serão dois textos. Comecei a escrever, mas foi ficando longo demais e vou continuar em outra oportunidade. Enfim, gostei muito de Mockingjay durante boa parte do tempo, gostei mais deste último livro do que do segundo, mas, com certeza, este livro está muito longe da perfeição. Mas não me propus a ler a série The Hunger games em busca disso e o livro fechou de forma satisfatória a saga de Katniss. Pois bem, não pouparei ninguém de spoliers, então, continue por sua conta e risco.

Quando terminamos o livro 2 – Catching Fire – Katniss tinha sido resgatada da arena depois de ter desvendado a lógica do jogo (*o relógio e seus horrores orquestrados*) e destruído o campo de força. Junto com ela, estão Finnick Odair e Betee. Só que Peeta, assim como Johanna, ficam para trás. Katniss acreditava que tinha sido retirada da arena para enfrentar sua morte ou algo pior nas mãos do presidente Snow. Não tinha idéia de que havia sido resgatada pelos rebeldes – mais especificamente Plutarco, o Mestre do Jogo – e estava sendo levada para o (supostamente destruído) Distrito 13.

Katniss passa muito tempo dopada e se recuperando dos ferimentos que sofreu. Ela não tinha idéia de que todos, ou quase todos, menos ela e Peeta, sabiam da conspiração. O próprio Plutarco havia mostrado para a moça um relógio com o mockingjay em uma festa do tour dos vencedores. Mas a moça, claro, não entendera. Katniss não perdoa Haymitch pelo que ele fez, por tê-la enganado. Só que novamente os adultos sonegam informações e mentem, porque acreditam que sabem o que é melhor. Katniss é estourada demais para fazer “a coisa certa”, é o que pensam, sendo mantida nas sombras. Só que, para a moça, essa ignorância, além de traição, pode ter custado a vida de Peeta.

Para piorar as coisas, a menina descobre que todo o Distrito 12 foi destruído e que somente cerca de 10% da população escapou. Fortuitamente, sua mãe e irmã, Gale e sua família, estão entre os sobreviventes. Aliás, Gale teve papel fundamental no resgate e se adequou quase que perfeitamente no militarizado e perpetuamente em racionamento Distrito 13. Vejam bem, é muita sorte as pessoas que Katniss mais ama terem escapado, mas Suzanne Collins já tinha sido cruel demais com sua protagonista e, claro, ainda temos mais um livro para sofrer...

E nesse terceiro livro que Gale tem mais chance de aparecer, não que em qualquer momento eu acreditasse que poderia se desenvolver alguma coisa entre ele e a protagonista. O rapaz a ama, isso já sabemos, mas Katniss nunca havia pensado seriamente em nada a não ser a sobrevivência. Daí, é muito inusitada a conversa que lá na frente Peeta e Gale tem “Katniss vai escolher, ou não, mas se tiver que escolher, irá ficar com aquele que ela tenha certeza que não poderá viver sem”. De novo, a sobrevivência.

Depois de ter lido os três livros, eu discordo veementemente da moça do Feminist Frequency (*vide resenha do livro 1*) que reduziu o livro 2 e 3 da série a uma discussão sobre com quem Katniss vai ficar. A série continua sendo uma discussão sobre o amadurecimento em uma sociedade distópica, sobre a violência da guerra, sobre como a mídia manipula. A pobre Katniss passa por um longo período de depressão marcado primeiro pela versão futurística da morfina para acalmar seus pesadelos e terrores, depois, pela recusa de se enquadrar na controlada rotina do Distrito 13 (*é aí que ela se esconde dentro de um armário, o único lugar onde encontra privacidade e se sente segura*), até ser apropriada definitivamente como o rosto da revolta, o Mockingjay. Ela descobre que seu amigo Cinna havia planejado tudo, até seu traje...


Peeta, no entanto, está nas mãos da Capital, ele também é usado como rosto e voz para tentar pôr fim á rebelião. Seu fracasso, afinal, os rebeldes sabiam que seriam massacrados se aceitassem o cessar fogo, faz com que ele seja torturado cada vez mais. Katniss percebe que as coisas estão cada vez piores e se culpa pelas várias mortes, pela rebelião, pelo destino de Peeta, pela destruição do Distrito 12... Como já escrevi antes, ninguém sai imune da arena. E Katniss enfrentou a arena duas vezes. No livro três, quando ela participa da invasão da Capital, é como se ela o fizesse uma terceira vez ainda...

Neste livro, é apresentado um modelo de sociedade muito diferente daquela vista na Capital. O Distrito 13 é o perfeito inverso. Tudo é controlado, medido, cinza, triste. As pessoas são saudáveis, mas privadas de lazer e ao que aprece de escolhas. Trata-se, também, de um mundo militarizado, com adolescentes a partir dos 14 anos fazendo treinamento militar. Mas eles recebem bem os refugiados do Distrito 12 e a mãe de Katniss, Prim e Gale conseguem se encaixar bem. Katniss e Haymitch sofrem, claro, eles são sobreviventes dos Hunger Games, mas acabam se submetendo.

Acho que uma das melhores coisas dessa primeira parte do livro foi ver a reconciliação entre Katniss e Haymitch. Ele, apesar dos pesares, ocupou o lugar de pai para a menina. Ainda que ele erre – e os adultos erram muito em The Hunger Games – ele desenvolveu real apreço por Katniss e Peeta. E, claro, apesar de Katniss achar o contrário, era dela que ele gostava mais, já que os dois eram muito mais parecidos. Assim, terminamos descobrindo que não foi somente Katniss que Snow ameaçou e puniu. Haymitch também pagou seu preço por desafiar a capital e a bebida foi o que lhe sobrou, ainda que mesmo como bêbado ele saiba fazer as escolhas e os acordos certos. Obviamente, aqui caberia falar de Finnick Odair, mas vou deixar par ao segundo texto.

É nessa primeira parte do livro que conhecemos, também, a presidente Coin. Mulher competente, mas dura e manipuladora. Ela quer que Katniss cumpra ordens, mas nem se quisesse – e ela não quer – a protagonista seria capaz de obedecê-la. Coin quer o melhor para seu povo, mas é quase inflexível com as regras e as aparições de Katniss, ainda que necessárias, deveriam ser todas planejadas. Katniss aceita ser o rosto da rebelião com algumas condições, a mais importante delas, que os vencedores capturados pela Capital – Peeta, Johanna, Anne Cresta (a amada de Finnick) e mesmo Enobaria – sejam poupados. Coin naõ quer cooperar, mas Katniss é inflexível e a presidente não vai perdoá-la por isso.

Vou parar por aqui. Mas antes de ir, é preciso reforçar que apesar dos problemas – e vou focar em alguns deles na parte dois do texto – o livro três reforça ainda mais a vontade da autora de criar um futuro no qual os papéis de gênero sejam neutralizados. Sem contar com Katniss, temos mais três mulheres exercendo liderança: Coin e as líderes da revolta nos distritos 8 e 2, Comandantes Paylor e Lyme. Collins também coloca uma mulher como instrutora militar de Katniss e metade do destacamento de elite no qual a moça é encaixada são mulheres. Isso não é pouca coisa, levando-se em conta o que é oferecido na ficção.


Collins merece todos os elogios por mostrar que mulheres podem ser e são fortes de várias maneiras. Prim, por exemplo, é uma das personagens mais fortes da trama sem pegar em uma arma. Que mulheres podem igualmente ser perversas e traiçoeiras, mas não por serem mulheres, mas por se deixarem levar por idéias e sentimentos pouco evoluídos, por assim dizer. Ela também cria uma protagonista que em nenhum momento é valorizada por seu corpo ou beleza. Katniss é amada por dois sujeitos de grande valor, mas em nenhum momento ela é reduzida a objeto do desejo, ou usa seu corpo como arma de sedução, ou se entrega às lágrimas como forma de chantagem ou de ilustrar que ela é uma menina. Por isso, e muito mais, eu considero The Hunger Games uma trilogia feminista. E acredito que a autora tinha realmente a intenção de que fosse assim, não foi por acaso.

Temo que os filmes, assim como o primeiro tirou as mulheres das minas, mexam em muita coisa para tornar a série mais palatável aos machistas de plantão, aqueles que acham que mulheres são enfeites em filmes e que personagens de ação precisam ser homens ou seres masculinizados, isto é, carregados de estereótipos de gênero. Nossa Katniss é forte, mas não é esse tipo de personagem e eu fiquei muito feliz de vê-la sofrer, chorar, lutar, fugir, errar, amar, e, mesmo, se esconder dentro de um armário. Até o próximo texto.

Mais detalhes sobre a edição azul da LaLa



Ano passado, a revista LaLa teve duas edições especiais, a Kuro (Negra) e a Shiro (Branca). Este ano, foram anunciadas mais três edições temáticas centradas em cores. A primeira, a Ao (azul), já tem página na internet. O lançamento está previsto para o dia 10 de julho, segundo o Comic Natalie. Há até uma história usando Black Jack, personagem de Osamu Tezuka, mas não sei em que contexto... Acredito que as duas próximas edições tricolores serão a vermelha e outra branca, mas é preciso aguardar detalhes, já que não entendi direito o que o CN estava dizendo. Enfim, as autoras que participam desta edição especial são: Akizuki Sorata, Fujiwara Hiro, Tokeino Hari, Matsumoto Tomo, Nakano Emiko, Saitou Ken, Kure Yuki, Fujitsuka Yuki, Hayashi Mikase, Ishihara Keiko e Ike Junko.

Flores é o tema do Suplemento temático da revista Cocohana



Se entendi bem o Comic Natalie, a edição da revista Cocohana lançada hoje veio com um apêndice com histórias curtas, todas girando em torno do tema “flores”. Autoras que publicaram nesse apêndice são Fumiko Tanikawa, Akemi Matsunae, Mariko Iwadate, Fusako Kuramochi e Kita Konno. Não sei se outras também estão participando. Na próxima edição haverá one-shots de várias autoras, dentre elas, Tomoko Yamashita e Toriko Chiya.

Jogo de Cartas de Glass Mask



Não entendi bem a matéria do Comic Natalie, mas, de qualquer forma, preciso comentar. Ao que parece, a Hakusensha vai lançar um set de cartas de Glass Mask (ガラスの仮面). Se entendi bem, ela não será vendido, os interessados precisaram mandar o cupom – que deve estar na última edição de Betsuhana – até o dia 26 de junho. Agora, imagens das cartas devem ter sido selecionadas pelos fãs, porque lá em janeiro havia uma votação dos melhores momentos da série e algumas delas ou todas viraram cartas. Enfim, o que eu queria é que essa série chegasse ao fim. Agora, o brinde que vem com essa edição parece ser aquelas plaquinhas de "Não perturbe" e outras mensagens que podem ser colocadas em portas. Uma delas tem a imagem de Maya, outra do Masumi e outra da Tsukikage sensei.

Ranking da Taiyosha



Este é o ranking da Taiyosha da semana passada. Ele já estava pronto desde cedo, mas eu parei para gravar o Shoujocast e fazer outras coisas, daí, não postei. Enfim, no top 10 geral só temos Kimi ni Todoke, em segundo lugar. No ranking da Oricon, ele continuava em primeiro. O que dá para perceber é que não houve uma renovação significativa nem no ranking de josei, nem no de shoujo. O material novo que estreou, como
Seiyuu Ka-!, não tinha força para romper a barreira do top 10. Há claro, a permanência de vários josei em shoujo, a presença estranha de Utsubora. Esta série é da revista Manga Erotics F que, à princípio, não é shoujo, nem josei... talvez, mista, mas acredito que o material de lá se enquadraria em seinen ou josei e, não, shoujo ou shounen. De qualquer forma, o ranking da Taiyosha não é muito coerente. E temos Patarillo com seu volume #88. É o shoujo mais longevo da história. Em josei, temos Junjou Romantica, que até a primeira semana do volume #15 era shoujo... tsc... tsc... o relançamento de Helter Skelter se justifica pro causa do filme. De qualquer forma, metade do ranking é BL, como já se tornou regra.

SHOUJO
1. Kimi ni Todoke #16
2. Ane no Kekkon #3
3. Shitsuren Chocolatier #5
4. Seiyuu Ka-! #9
5. Utsubora #2
6. Barairo Guardian #3
7. Patalliro! #88
8. Sansukumi #4
9. Riru Shisu
10. Vampire Knight #16

JOSEI
1. Seito Shokun! Saishuushou Tabidachi #4
2. Sora to Hara
3. Kohitsuji Project #1
4. Kohitsuji Project #2
5. Ishutaru no Musume~Ono Otsuuden~ #5
6. Junjou Romantica #15
7. Honya no Mori no Akari #11
8. Shizuku Hanabira Ringo no Kaori #3
9. Helter Skelter
10. Kiss Ariki。#2

domingo, 27 de maio de 2012

Quais animes que te fizeram chorar? - Parte II



Como acabei ficando curiosa, decidi traduzir a segunda parte da lista do post que eu publiquei ontem. Continuo achando que há muita coisa estranha, mas a lista como um todo é curiosa. Acho que quase todos os Nanoha entraram, não é? Nesta segunda parte, temos o único título da CLAMP, Kobato, e alguns shoujo, todos eles de recorte infantil, Aka-chan to Boku, Mama wa Shougaku 4-nensei, Aishiteruze Baby, Jewelpet Tinkle e Suite PreCure.

21. Toaru Kagaku no Railgun
22. Higurashi no Naku Koroni Kai
23. Papa no Iu Koto wo Kikinasai!
24. Magical Girl Lyrical Nanoha StrikerS
25. Zatch Bell
26. Magical Girl Lyrical Nanoha The MOVIE 1st
27. Kobato
28. Kanon
28. Senki Zesshō Symphogear
30. The IDOLM@STER
31. Tegami Bachi: Letter Bee
32. Horizon in the Middle of Nowhere
33. Detective Conan: Quarter of Silence (movie 15)
34. K-ON! (movie)
35. Akachan to Boku
36. Kami Nomi zo Shiru Sekai
36. ef - a tale of melodies.
38. Kaminomizo Shiru Sekai II
39. D.C.II S.S. ~Da Capo II Second Season~
40. sola
41. ARIA The ORIGINATION
42. Hanada Shonen-shi
42. Nadia ~The Secret of Blue Water~
44. Fullmetal Alchemist: The Sacred Star of Milos (movie)
45. Basilisk
46. Mama wa Shougaku Yonensei
47. Aishiteruze Baby★★
48. Jewelpet Twinkle
49. Suite PreCure: Take it back! The Miraculous Melody that Connects Hearts!
50. Cooking Papa

Ah, sim! Assisti o primeio capítulo de Ano Hana e, bem, se eu continuar até o fim eu sei que vou chorar DE NOVO! ^____^

Sucesso de 'Carrossel' revela carência de opções para crianças na TV aberta



Eu tinha escrito a mesma coisa na minha resenha do primeiro capítulo e eis que a Laura Mattos da Folha de São Paulo bate na mesma tecla. Há quem acredite que todo mundo nesse país tem internet, tem TV por assinatura e, bem, não precisa da TV aberta. O público infantil é o mais negligenciado nesse momento. Há canais que acham que enfiando núcleo infantil em novela ou, pior, infantilizando (*eu diria idiotizando*) s tramas, você atende os pequenos. Aí vem um Florisbela (*como a BAND é burra!*) e, agora, um Carrossel e começa o desespero. E não são bons materiais, simplesmente é o que se tem... Enfim, segue o texto da Folha.

Sucesso de 'Carrossel' revela carência de opções para crianças na TV aberta

LAURA MATTOS
EDITORA DA “FOLHINHA”

Tudo bem, aqui podemos falar se "Carrossel" é uma novela bem feitinha ou mais um produto trash do SBT. Mas, antes, é preciso entender por que se tornou vedete do ibope – nos primeiros capítulos, triplicou a audiência da emissora, chegando a 15 pontos. As crianças simplesmente não têm mais ao que assistir na TV aberta. Se é boa ou não, por ora, não importa ao público: é a opção que faltava.

É um fenômeno a ser acompanhado. Remake de original mexicano, traz uma escola que nada tem a ver com a brasileira. Lá estudam pobres e ricos, e o uniforme é bermuda, camisa e gravata (menino) e saia de pregas e meia três-quartos (menina). Poderia parecer estranho para nosso espectador mirim. Mas, para boa parte, não é o caso: são novelinhas enlatadas assim que fazem a festa dos canais infantis pagos.

"Carrossel" tem o potencial de roubar ibope da TV fechada e de atrair crianças fora da TV no horário (ou que estão usando o televisor para videogame ou DVD) – o que seria lindo para quebrar a tese da Globo de que infantis não são mais economicamente viáveis na TV aberta. A novela está longe de ser um primor em produção: os cenários, excessivamente coloridos, aparentam ser falsos.

Sem querer, a professora Helena definiu, na estreia, a atuação de sua intérprete, Rosanne Mulholland, que ainda não achou o tom: "Temos um longo caminho a percorrer". O elenco infantil é irregular: a "vilã" (Larissa Manoela) está bem, e o mocinho (Jean Paulo Campos), muito inseguro. Mas é o que temos, ou melhor, o que as crianças (sem TV paga) têm.

sábado, 26 de maio de 2012

Comentando Flores do Oriente (The Flowers of War, 2011)



Hoje à tarde assisti Flores do Oriente (金陵十三钗), em inglês The Flowers of War. O que me atraiu para o cinema foi saber que o filme fala do Estupro de Nanking, a maioria das personagens serem mulheres, e a direção de Zhang Yimou. Fora isso, ainda teve o bônus de poder conhecer o Cine Cultura, o cinema reformado do Liberty Mall. O que posso dizer é que apesar de derrapar no dramalhão em alguns momentos, o filme é bem satisfatório. Flores do Oriente concorreu no último Globo de Ouro e foi a indicação da China para o Oscar, mas não conseguiu chegar até a final.

Vou começar comentando o tal Estupro de Nanking, algo mais importante que a sinopse do filme e seu pano de fundo. Os japoneses invadiram a China, assim como vários outros países da Ásia. Um dos episódios mais terríveis foi a invasão e ocupação de Nanking. Como a cidade resistiu muito ao assédio dos japoneses, quando as tropas invadiram, os soldados receberam permissão para agirem como bem desejassem. O que tivemos fomos estupros em massa, civis capturados para que servissem de alvo para as armas de fogo e espadas japonesas, gente queimada ou enterrada viva, bebês empalados, etc. A selvageria durou semanas. Até hoje os chineses exigem que os japoneses peçam desculpas e reconheçam os abusos e que a ONU confira ao incidente o rótulo de “holocausto”. Tudo em vão.

Nosso filme é narrado por uma menina de 13 anos, Shu, que não conseguiu fugir da cidade com suas colegas de escola. A saída das meninas, e de George, o garoto que foi adotado por um padre, é voltar para a escola-convento-catedral, um lugar neutro e protegido. As meninas cruzam a cidade em estado de anomia, assistem toda sorte de atrocidades, encontram o que sobrou do exército chinês, algumas são mortas e duas delas se perdem. As meninas que se perdem encontram com John Miller (Christian Bale) um agente funerário que tinha sido chamado para cuidar do corpo do padre Ingelman. Os dois grupos conseguem chegar até o convento, assim como um grupo de prostitutas que também pedem asilo no lugar.

Miller, um bêbado aparentemente mau caráter, acaba descobrindo que o padre Ingelman foi explodido por uma bomba japonesa e não há corpo para enterrar... Ele quer receber seu pagamento e sumir, mas acaba ficando fascinado pela cortesã Yu Mo (Ni Ni), uma mulher bonita, inteligente e educada. Sem ter muita saída, John Miller acaba assumindo a identidade do padre para tentar evitar que soldados japoneses violentem as meninas, enquanto as prostitutas se escondem no porão. Um heróico soldado chinês, o Major Li (Tong Dawei). Logo em seguida, um alto oficial japonês oferece proteção às estudantes e ao padre, desde que as meninas cantem para ele. A partir daí, John Miller é obrigado a assumir o papel de padre e passa a cuidar das estudantes até que descobre que a intenção dos oficiais japoneses é a pior possível... É aí que as prostitutas mostram que não são somente belos objetos de prazer, mas flores de guerra.


Flores do Oriente tem três pontos altos para mim, a fotografia, detalhe sempre muito bem cuidado nos filmes de Zhang Yimou, mostrar ao mundo o Estupro de Nanking (*ter Christian Bale no elenco garante a visibilidade*) e o elenco que apesar de extremamente jovem funcionou muito bem. As cenas são feitas de detalhes, vidros que se fragmentam, as pessoas observadas da mira do soldado solitário, dedos no instrumento musical, o gato protegido nas mãos da prostituta, as granadas aparentemente largadas sem muito cuidado, o sangue que escorre... Se você observa os pequenos detalhes, vai gostar do filme. Ainda que eu não consiga achar que a fotografia é melhor que a de Lanternas Vermelhas e Ju Dou – filmes de Zhang Yimou que eu lembro de ter assistido – Flores do Oriente se sai muito bem.

Quando passamos para a história, as relações entre as personagens, a coisa já complica um pouco. É meio difícil acreditar na determinação em cumprir o contrato de John Miller. Eu acredito que ele não tem saída e está à caminho da igreja menos para enterrar o padre e muito mais para conseguir tentar escapar. De qualquer forma, por que chamaram o sujeito se nem havia corpo para enterrar? E a loucura das duas prostitutas de voltarem ao bordel para pegarem cordas de um instrumento musical e um par de brincos? Como elas saíram se os soldados japoneses estavam guardando o lugar? Sei que o filme queria mostrar a bondade da prostituta que se sacrificou para conseguir as cordas para consertar o instrumento e tocar para o soldado moribundo, mas será que não havia recurso menos exagerado? Isso sem falar na outra que vai atrás do gato. Um bichinho não atrairia a atenção dos japoneses, mas se a prostituta fosse vista, poderia causar a morte de todos no convento... Enfim, há muitos lances super dramáticos para mostrar a crueldade dos japoneses e marcar o caráter das personagens. Em alguns momentos, funcionou, em outros, ficou meio além da conta.

Mas é uma história de redenção, de honra, de cura. John Miller, Ni Ni, a menina Shu, todos sentem culpa por alguma coisa, tem feridas abertas, precisam se humanizar, aprender a compreender os erros alheios e os seus. O filme pontua muito alto no quesito solidariedade entre as mulheres. As meninas do convento desprezam as prostitutas, dividem o mundo de acordo com o olhar masculino, elas valem muito, são boas meninas, virgens, serão boas mulheres. As prostitutas, essas não merecem usar nem o banheiro. As prostitutas vêem as meninas como tolas... Com o passar do tempo, todas percebem que estão no mesmo barco, se capturadas seu destino seria o mesmo: estupro, humilhação e, talvez, a morte. Daí, elas começam a ver umas às outras de outra forma, de uma maneira mais fraterna, nasce uma espécie de sororidade entre elas.


A cena em que os soldados japoneses invadem o convento e se lançam sobre as meninas é muito violenta, e quando o Padre John percebe que as meninas foram protegidas para terem um destino muito pior é igualmente violenta, sem que se derrame sangue. Elas deveriam “se apresentar” em uma festa para oficiais... Já falei aqui no blog das mulheres do conforto (*1-2*), termo eufemístico que os japoneses usavam para as meninas e mulheres obrigadas a se prostituírem para os soldados e oficiais japoneses. É aí que as prostitutas se sacrificam... Nem preciso dizer que o filme cumpre sem problema a Bechdel Rule.

Não se trata de um filme feminista, mas é, com certeza, uma película que retrata as mulheres como seres humanos completos. Outra coisa fundamental, a meu ver, é que apesar de serem lindas as prostitutas, a prostituição não é pintada como algo glamuroso. As mulheres, as flores da guerra, não escolheram esse caminho. Foram violentadas, iludidas, vendidas. Tiveram seus corpos roubados. Seu sacrifício pelas estudantes, Meninas que tem a mesma idade que elas tinahm quando foram prostituídas, é uma forma de mostrar que elas não são lixo, que tem honra, coragem e coração. E medo, também, mas elas vencem o medo, ou assim o filme deseja que pensemos...

E há um toque de romance, também, bem leve, mas apresentado de forma madura e poética entre a o Padre John e Yu Mo. A construção da relação dos dois foi construída de forma realista e segura ao longo do filme, cada cena, cada olhar é precioso. Assim como o amadurecimento de Shu, da rejeição à admiração em relação ao padre John e Yu Mo, do perdão que concede ao pai que não conseguiu tirar a ela e suas amigas de Nanking e colabora com os japoneses. Também merece destaque o menino George Chen (Tianyuan Huang), que se apega à promessa feita ao padre Ingleman de proteger as alunas. E há o Major Li... Com meia dúzia deles, os japoneses não teriam conquistado Nanking! ^____^

Recomendo Flores do Oriente, preferia que o nome fosse Flores da Guerra, mesmo, mas queriam um título clichê. Trata-se de um filme melodramático, mas que tem seu papel na divulgação de uma tragédia pouco conhecida no Ocidente, assim como é o Holocausto dos Armênios e outros grandes crimes. Se os japoneses foram vítimas da bomba atômica, eles também foram agentes de grandes atrocidades. Um crime de guerra não anula outros e é preciso compensação por cada um deles. De qualquer forma, embora o filme chame para si o “baseado em fatos reais”, acredito que somente o pano de fundo, as atrocidades de Nanking, são os tais “fatos”, a história das personagens fica por conta da romancista Geling Yan. Fiquei com vontade de ler o livro, quem sabe eu acabe comprando?

Autora de D.N. Angel estréia novo mangá na revista Asuka



Segundo o Comic Natalie, a autora de D.N. Angel, Yukiru Sugisaki, vai estrear um novo mangá, chamado 1001, na próxima edição da revista Asuka. Ela terminou D.N. Angel? enfim, pelo que entendi da matéria, trata-se de uma continuação de outra série ou one-shot da autora e a história começa em Dubai, com irmãos gêmeos procurando o pai desaparecido. Confuso, eu sei...


Outra notinha no CN, fala que Manabu Kaminaga estreou nova série na última edição da Asuka. O nome do mangá é Kakuritsu Sousakan Mikoshiba Gakuto (確率捜査官 御子柴岳人). Dessa vez, a parceria não é com a desenhista Suzuka Oda, como em Shinrei Tantei Yakumo (心霊探偵八雲), mas com a desenhista Majiko. Passando pelo Hakkeyoi, vi que havia um resumo da história do mangá: “Takehiko tem um coeficiente de inteligência acima da média e leciona matemática em uma universidade, fora isso, ele ajuda a polícia a resolver mistérios.”. Se não tiver dorama em breve, terá anime, ou os dois.


Quais animes te fizeram chorar? - Parte I



Passando pelo Sankaku (+18), ele publicou os 20 primeiros colocados em uma pesquisa feita por um site japonês com 7836. A pergunta é "Quais animes fizeram você chorar?". Como é de praxe, são 50 títulos, mas confesso que fiquei com preguiça de traduzir... Talvez tenha algum clássico ou outro shoujo, mas não fui ver, desculpem. No top 20 temos dois shoujo Natsume Yūjin-chō, anime muito recente, e Fruits Basket, uma boa surpresa. Os mais votados tem uma maioria de séries recentes, algumas até descartáveis... E fico, também, me perguntando como alguém chora com Pokemon ou mesmo K-ON!!, mas sei lá... e preciso ver esse Ano hana, claro. De qualquer forma, seguem os 20 títulos:

1. Ano Hana
2. Clannad After Story
3. Angel Beats!
4. K-ON!!
5. Toradora!
6. Puella Magi Madoka Magica
7. Clannad
8. Code Geass 2
9. One Piece
10. Crayon Shin-chan: The Storm Called: The Battle of the Warring States
11. Natsume Yūjin-chō
12. Air
13. Fullmetal Alchemist
14. Fruits Basket
15. Guilty Crown
16. Mahou Shoujo Lyrical Nanoha A’s
17. Gurren Lagann
18. Ano Natsu de Matteru
19. Mahou Shoujo Lyrical Nanoha
20. Pokémon



Daí, comecei a pensar "Quais animes me fizeram chorar?". Bem, O Túmulo dos Vaga-Lumes, quando assisti da primeira vez me fez chorar muito, muito, muito mesmo. Foram 15 minutos de lágrimas rolando, o que foi agravado por um telefonema recebido bem quando estava na reta final do filme, me dando uma notícia ruim... ^_____^ Outro anime que me fez chorar foi Azumanga Daioh. O episódio final, a cena da formatura, as meninas cantando uma música tradicional de formatura Aogeba Toutoshi (*obrigada por lembrar, Lina!*), Chiyo-chan chorando lá e eu chorando aqui. E, claro, Honey & Clover... Chorei no mangá, chorei no anime. Aliás, chorei mais com o mangá do que com anime... São os que eu me lembro de imediato. Se tivesse que listar mangá, teria outros a acrescentar.

Chika Umino e Akiko Higashimura na revista Cookie



Tempos atrás tinha feito um post comentando que Akiko Higashimura tinha feito uma participação na revista Cookie falando de sua carreira e de um mangá para a revista que a autora não tinha concluído. Pois bem, o tal mangá, Kisekae Yuka-chan (きせかえユカちゃん), tem um one-shot na edição atual da revista. São 60 páginas e o Comic Natalie diz que provavelmente é o final da série. A capa é desenhada por Higashimura, claro. Além disso, o CN fala que na seção Soul Comic!!! A entrevistada agora é Chika Umino. Se entendi bem, a autora de Honey & Clover (ハチミツとクローバー) diz na entrevista que começou desenhando um mangá curto sobre uma OL (office lady) para a Sanrio. :) Será que dá para encontrar isso em algum lugar?

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ranking da Oricon



O ranking da Oricon foi tão decepcionante que eu fiquei enrolando para postar. Vamos ver, Kimi ni Todoke continuou em primeiro. Esperado no top 10, manter o topo é um grande mérito, especialmente em confronto direto com o último volume (*acho*) de Negima. Bela demonstração de força. E, bem, só temos mais outro mangá feminino, o josei Ane no Kekkon que desceu de 8º para 18º. Manter-se no top 30 é um mérito, mas o chato é termos somente esses dois títulos.

1. Kimi ni Todoke #16
18. Ane no Kekkon #3

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Comentando The Ruby in the Smoke (BBC, 2006)



Anteontem terminei de assistir The Ruby in the Smoke, filme da BBC baseado em um romance de Philip Pullman. Olha, eu nem sabia que esse Philip Pullman era o mesmo do filme a Bússula de Ouro (*que eu não assisti*) e só fui procurar baixar este filme por conta de pedacinhos que vi em um ou outro fã vídeo do Youtube. Nessas poucas cenas aparecia o JJ Field, o Mr. Tilney da adaptação da ITV de Northanger Abbey (*que eu prometo comentar um dia*). Eu gosto muito desse ator e queria ver o filme, mas para isso teria que aturar a Billie Piper como protagonista.

Não sei bem o que me faz desgostar dela, se o cabelo mal pintado de loiro que se impõe em qualquer personagem sem nenhum esforço de caracterização, se o rosto dela com aquele misto de cara de nojo e vulgaridade... Sei lá, é difícil definir, o fato é que nunca consegui chegar ao fim da última adaptação de Mansfield Park porque é difícil olhar para ela sem achar que a escalação da Billie Piper para o papel foi um grande erro. Eu sei, não faz sentido nenhum isso, é preconceito puro. Por conta disso, e para ver o Mr. Tilney eu baixei The Ruby in the Smoke e o filme seguinte, The Shadow in the North. Mas vamos ao resumo da história...

O filme começa em 1874, Veronica Beatrice “Sally” Lockhart é órfã de pai e mãe e está morando com a tia, uma senhora que reprova a forma como a moça foi educada. Sally tem aproximadamente 18 anos e não tem as prendas que as moças de sua posição deveria ter, no entanto, tem talento para os números, fala hindustani e atira muito bem. Como diz a tia da moça – que deseja ser tratada de forma afetiva por Sally apesar de trata-la com desprezo – qualquer governantazinha tem uma educação melhor que a dela. Sally recebe uma mensagem truncada e vai até a antiga firma do pai – Lockhart & Selby – para se informar sobre a questão. Seu pai era capitão da escuna Lavinia e morreu em um naufrágio quando iria comerciar com um agente chamado Hendrik VanEeden. O sócio do pai de Sally enfarta ao ler o bilhete e a moça acaba envolvida em uma trama mortal que envolve a posse de um rubi que pertencera a um marajá indiano. Seu pai roubou o rubi? Qual a ligação entre o naufrágio e a pedra preciosa? Quem é Hendrik VanEeden? Por que uma mulher chamada Mrs. Holland deseja matá-la?


Como escrevi, não li o livro, mas ele saiu no Brasil, assim como os outros três livros com a personagem Sally Lockhart . No livro, Sally tem 16 anos e a história se passa em 1872. Mesmo com 18, Billie Piper não parece adolescente e não adianta ela ficar repetindo que tem menos de 20 anos. Mas se esquecemos disso, ela convence como a mocinha inteligente e corajosa que tem tudo para se tornar uma boa personagem de ação. Outra mudança é terem envelhecido a personagem Jim Taylor, o office-boy da companhia do pai de Sally. Ele deveria ter 13 anos, mas é interpretado por Matt Smith, que foi ou é o atual Dr. Who. Ele interpreta bem e é uma personagem divertida.

O interesse amoroso de Sally é Frederick Garland (JJ Feild), um fotógrafo que se diz artista. Gentil, simpático e sempre pronto a ajudar a mocinha (*sem castrá-la*), ele é uma fofura. Mas não tem cabeça para contabilidade e vive endividado. Quando Sally pede abrigo na casa dele e da irmã, a atriz Rosa, interpretada por Hayley Atwell (*namoradinha do Capitão América*), a moça pode ser útil e o romance entre os dois começa a se desenvolver timidamente. JJ Feild é um dos charmes do filme que é só mediano.

Outro destaque é a vilã, a terrível Mrs. Holland, interpretada por Julie Walters. Ela quer o rubi, acha que tem direito a ele, já que foi enganada pelo marajá. Não posso dar detalhes, porque pode estragar o confronto dela com Sally. Mas todo o ódio da vilã tem suas bases na destruição da sua reputação quando jovem e nos diversos conceitos distorcidos de honra e papéis de gênero. Isso não releva o fato dela ter optado pelo crime, claro. Ela é uma gângster, controlando uma rede de criminosos, e comete vários assassinatos a sangue frio. Uma de suas vítimas é a menina Adelaide (Chloe Walker), que é explorada e ameaçada por ela, que já matou outras meninas que escravizava em sua casa. Os irmãos Garland, Sally e Jim tentam ajudar a menina, mas ela desaparece. Nos livros, pelo que sondei, encontrar Adelaide passa a ser um dos objetivos de Sally.


Vi várias críticas aos dois filmes ressaltando as inconsistências, como o pastor negro (David Harewood), que passa a ser interesse romântico de Rosa. Destacam que casamentos inter-raciais eram impossíveis. Improváveis, especialmente entre um homem negro e uma mulher branca, mas impossíveis, não. Mesmo na ficção de época, temos um exemplo assim em um dos meus casos favoritos de Sherlock Holmes, A Face amarela. Tais ligações poderiam ser desaprovadas, ilegais em alguns lugares, mas impossíveis, não. Uma das coisas que eu gostei no filme foi mostrarem a presença dos negros, chineses e outros na Inglaterra Vitoriana, mesmo que entre os extratos mais pobres e marginalizados da população.

Engraçado, foi que não vi ninguém reclamando de colocarem o Elliot Cowan – Mr. Darcy de Lost in Austen – como um mestiço de holandês com chinesa. Que traços chineses tem o Elliot Cowan?! A cena em que ele confessa seus crimes e intenções malignas e depravadas para com a mocinha era para ser dramática, quase um clímax, mas eu não me segurei e ri. Aliás, a presença dele no filme é muito confusa. Outro absurdo – mas que já vimos em outros filmes – é que depois de apanhar muito, Fred e Jim ainda conseguiam andar, correr e até lutar. Franzinos que só, as pancadas que tomaram do capanga parrudão de Mrs. H. já seria suficiente para causar dano irreparável.

O filme, claro, cumpre a Bechdel Rule com tranquilidade. Tem heroína e vilã, e várias outras personagens femininas com nome e que conversam entre si. As mulheres no filme são personagens ativas e, não, peças decorativas. E, bem, é algo que engrandece o filme para mim. Além disso, ainda se propõe a ensinar um pouco de história falando da Guerra do Ópio e de como os ingleses fizeram guerra aos chineses para obriga-los a comprar a droga que cultivavam na Índia. Toda essa situação triste é explicada à Sally por Fred. A fumaça do título é a do cachimbo de ópio...

The Ruby in the Smoke não é um primor de filme. Tem um roteiro que escorrega aqui e ali, uma protagonista que não parece ser adolescente (*Será que não poderiam ter escalado uma Felicity Jones ou uma Carey Mulligan, por exemplo?*) e muito provavelmente é uma adaptação com infidelidades demais. Mas me prendeu por mais de uma hora e meia e me fez ter vontade de ver o segundo filme. Não sei se eu irei ler os livros, mas é uma possibilidade pegar o livro 1, sim. Estou neste momento tentando baixar o segundo filme – the Shadow in the North – de novo. As cópias que circulam por aí (*os filmes, pelo que sei, não foram lançados no Brasil*), parecem ter 10 minutos amenos do que o original e uma das cenas que aprece ter sido cortada é exatamente uma muito bonita entre Fred e Sally. De qualquer forma, ambos os filmes têm legenda em português. Se você é fã de materiais tipo O Enigma da Pirâmide, não pode deixar de olhar The Ruby in the Smoke.