quinta-feira, 29 de março de 2012

Lady's Comics entrevista Neide Harue


comentei aqui sobre a HQ nacional - que eu sou tentada a chamar de mangá - Drácula.  Obra de Ataíde Braz (roteiro) e Neide Harue (arte), foi uma das melhores HQs que li na adolescência e um dos meus quadrinhos favoritos até hoje.  Pois bem, o site Lady's Comics entrevistou a Neide Harue (*link aqui*).  É uma pena que ela tenha abandonado a carreira por dificuldades em conciliar a maternidade (*a vontade de criar seu filho no interior*) e o trabalho.  Questões de gênero... Alguém imagina um homem fazendo isso?  Enfim, vale a leitura!  Detalhe importante, a meu ver, é que ela defenda que não sofreu preconceito por ser mulher, mas por sua influência do mangá... Mas vejam o que ela diz “muitos homens ainda acham que uma mulher jamais consiga fazer um desenho acadêmico.” Se isso não é preconceito contra as mulheres, não sei o que é.  E podem ter certeza que esse tipo de pensamento influenciaria em uma seleção, sim!  Mas não vou estragar a leitura de vocês. :D  Parabéns ao Lady's Comics pela entrevista.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Revista Elegance Eve sorteia aventais para as leitoras



A idéia de uma revista josei sortear aventais pode fazer com que muita gente torça o nariz... Eu fiquei com o pé atrás quando vi o avental rosinha de Hana no Zubora Meshi (花のズボラ飯)... Quer coisa que reforce mais os papéis de gênero? Só que precisamos lembrar que culinária não é coisa só de mulher no Japão, muito pelo contrário! Mangás de culinária estão bem distribuídos em revistas masculinas e femininas. Há também o avental de Yome Shuuto no Ken (嫁姑の拳) que é de cores bem vibrantes. Acho que Yome Shuuto no Ken é um mangá de sogra X nora... e parece ser um negócio bem agressivo e, provavelmente, cômico. Para concorrer ao avental você precisa comprar o volume 1 de Yome Shuuto no Ken ou o 2 de Hana no Zubora Meshi e a última edição da Elegance Eve, retirar os tickets e seguir as recomendações para participar do sorteio. As fotos das capas dos volumes e da revista estão no Comic Natalie, assim como a capa da última Elegance Eve. Serão 200 aventais ao todo.

Leonard Nimoy em The Big Bang Theory



Eu já sabia, mas queria mais informações, afinal, qual o fã de TBBT que não esperava por isso? Será que o Sheldon ainda tem o guardanapo usado por Nimoy que a Penny lhe deu na 1ª temporada? O nome do episódio é "The Transporter Malfunction" e será exibido na quinta-feira. Matéria completa no Hollywood Reporter.

terça-feira, 27 de março de 2012

Série sobre o Titanic estréia na TV Inglesa




Hoje descobri que Julian Fellowes, roteirista e criador de Downton Abbey, escreveu o roteiro para uma série em 4 capítulos sobre o Titanic. A série – que não será a única a falar do trágico navio – tem como objetivo recordar os 100 anos do naufrágio do Titanic. O primeiro episódio foi exibido na ITV no domingo, dia 25. Passei os olhos nele e é possível reconhecer a grife do roteirista. Serão ao todo 89 personagens da primeira, segunda e terceira classes, fora os funcionários do navio. Falando em naufrágio do Titanic, é ele que serve de ponto de partida para a trama de Downton Abbey. O the Guardian fez uma matéria duvidando da capacidade do canal ITV de conseguir impedir que a série seja uma decepção de audiência e que não conseguiria repetir o sucesso de Downton Abbey... Será?

Prazer em conhecê-la♥Elegance Eve!



A revista Elegance Eve que foi publicada ontem veio com um booklet intitulado Hajimemashite♥Elegance Eve(はじめまして♥エレガンスイブ). Trata-se de um apêndice com o primeiro capítulo de várias séries da revista e, segundo o Comic Natalie, o objetivo é atrair pessoas que nunca leram a revista. A capa é fofinha e com ilustração da desenhista do aclamado mangá Hana no Zubora Meshi (花のズボラ飯). Se fosse julgar um livro pela (bela) capa, compraria a revista sem pensar duas vezes. ^____^

Mangá-kas fazem leilão de caridade no Japão



Segundo o Comic Natalie, várias mangás-kas importantes como Chika Umino, Rinko Ueda, Miho Obana, Yuki Suetsugu, entre outras, participarão do 3º leilão de caridade promovido pelo Yahoo! Auctions. O objetivo, como de costume, é conseguir fundos para as vítimas do terremoto e tsunami que fez um ano este mês. São ilustrações originais, itens autografados, manuscritos de mangás das autoras, etc. Há uma lista enorme no CN, para quem quiser olhar e souber japonês.

Betsuhana traz brinde de Glass Mask



Segundo o Comic Natalie, a última edição da revista Betsuhana trouxe um brinde de Glass Mask (ガラスの仮面), um clearfile tamanho B5 com ilustração de ambos os lados. Se entendi direito, o negócio parece ser bem bonitinho. Na mesma nota, o CN avisa que estréia na próxima edição o novo mangá de Shigeru Takao chamado Madame Petit (マダム・プティ). Trata-se de uma história passada na década de 1920 e a protagonista é uma moça casada de 16 anos. Um... De repente, é uma obra interessante. Outra coisinha a destacar é a capa da edição, que ficou muito bonita.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Para baixar TODOS os Shoujocast



Pessoal, ainda não estamos com o site no ar, mas o Shoujocast já tem domínio próprio e terá uma casinha somente dele. Por conta disso, já subimos (*a Lina e a Tanko subiram... eu não fiz nada*) todos os programas (*menos o nº1*) para o nosso provedor. Acabou essa história de hospedagem gratuita vagabunda. Assim, se você perdeu algum dos Shoujocast e quiser baixar, eles estão todos aqui. Em breve teremos novas notícias a dar. Aguardem!

Comentando (outra vez) Rei Davi (Minissérie, Record, 2012)



Como alguns devem saber, continuo acompanhando a minissérie Rei Davi na Record. Já previa a necessidade de fazer um segundo post para comentar algumas questões. A série, no geral, continua interessante, mas a morte de Saul serviu quase como um final de temporada e, bem, a segunda fase da série está bem inferior à primeira. E, claro, a produção optou pela construção do herói (quase) imaculado, tentando livrar Davi de qualquer culpa em relação aos muitos atos questionáveis que cometeu. O mais grave de tudo isso é que para criar um romance entre o Rei e Bate-Seba, decidiram transformar a vítima, Urias, em culpado de sua própria desgraça. Poucas coisas me irritam tanto na ficção histórica (*ou na realidade*) do que a difamação de uma personagem, especialmente para livrar a cara de outra ou impor uma determinada linha de argumento. Mas, enfim, vamos continuar.

Uma das melhores coisas de Rei Davi foi a construção da personagem Saul. Gracindo Jr. Começou com um tom um pouco exagerado, mas com o passar dos capítulos imprimiu um tom trágico e grandioso ao primeiro rei de Israel. Normalmente, ao ler a Bíblia, eu encarava Saul como um erro, uma personagem menor que retarda o governo de Davi. A minissérie me ajudou a repensar a personagem. Saul foi uma escolha equivocada de Samuel, que preferiu a aparência – alto, forte, bonito – e não conseguiu perceber as falhas de caráter de Saul – arrogante, insubmisso à vontade de Deus, e, posteriormente, depressivo, paranóico. A angústia da personagem, depois que Samuel comunica que Deus não mais falará com ele, potencializou o drama, assim como os surtos do rei. No entanto, ao contrário do que vem sendo feito com a personagem Davi, Saul era bem humano e tinha momentos ternos, demonstrando genuíno afeto por seu filho Jônatas e seu neto.

Outro que desenvolveu bem o papel, depois de um início vacilante, foi Claudio Fontana. Não o acho bom ator, talvez renda bem no teatro, mas em seus papéis na Globo tendem a ser sucessões de playboys paulistanos. A exceção foi Ciranda de Pedra, onde eu até elogiei o desempenho dele... Mas tive que me esforçar para lembrar. Agora, em Rei Davi, ele conseguiu de novo mostrar que quando exigido, pode render e sair da mediocridade. Aliás, a perda da esposa (*e toda a cena do parto foi bem emocionante mesmo*), a reconciliação com o pai, tudo ficou muito bom. Jônatas e Saul mereciam uma cena de morte mais longa, só que a produção prefere repetir ad eternum a mesma cena ao invés de compor uma trama mais sólida. E um detalhe de perfumaria, tanto Cláudio Fontana, quanto Leonardo Brício são cinqüentões. Nenhum dos dois parece, especialmente, Leonardo Brício.

Agora o problemão. O romance entre Davi e Bate-Seba já se desenha lá do início da minissérie. O caso entre os dois não foi bonito ou cor de rosa, mas começou com rasgo de luxúria por parte de um rei, conforme o texto de II Samuel 11:2 “E aconteceu que numa tarde Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista.”. O texto continua, Davi desejou a mulher e mandou perguntar quem ela era, logo, não a conhecia. Depois, abusou de seu poder e mandou chamar a esposa de outro homem, pior ainda, um de seus mais leais soldados, um homem justo e estrangeiro. Mais adiante, não conseguindo fazer com que Urias durma com a mulher para lhe imputar o filho fruto de seu adultério, planeja mata-lo. O texto inteiro pode ser achado em II Samuel 11. A história, claro, não termina ali, pois Davi será castigado pelo pecado e, segundo o profeta Natã, “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher.” (II Samuel 12:10)

A minissérie da Record, ao invés de tentar se manter próxima deste texto – que eu vejo como literatura, não estou tratando aqui de questões de fé – como tem feito em outras passagens, decidiu transformar a vítima em culpado. Urias desde o início é grosseiro e insensível com a esposa. Já Davi, sempre que encontra com Bate-Seba é gentil com ela. A moça diz em determinado momento que casou forçada. Para piorar, Urias parece insensível à beleza da esposa e a rejeita. Ou seja, é mau e não dá no coro. Não sei de quem foi a idéia de usar de um recurso tão pérfido para justificar vários crimes. Urias não vai para a cama com Bate-Seba quando Davi manda chama-lo, em solidariedade aos camaradas que estão no campo de batalha, dormindo ao relento. Na leitura da Record, é porque, no mínimo, Urias não tem libido... E Bate-Seba não tem filhos por causa do marido, pois bastará uma vez para que Davi a engravide. Enfim, assim como reclamei em Ágora do que fizeram com o Bispo Sinésio, reclamo aqui. Não é correto difamar uma personagem para exaltar outra. Davi não era um super-humano, era um sujeito que acertava e errava, mas se arrependia, se humilhava e levantava de novo. É isso que o torna tão importante, uma personagem tão amada.

Enfim, essa segunda fase da minissérie tem ainda outros problemas, como o uso da narração em off para correr a história. Nada mais pobre do que abusar desse recurso pare não ter que mostrar os acontecimentos. Eu aproveitaria a audiência e esticaria um pouco mais para evitar essa queda de qualidade. Querem um exemplo? Vem a voz (*que é do ator que fazia Samuel*) e diz “E Davi se casou com mais mulheres”. OK? Como as conheceu? Especialmente Abigail, que tem uma historinha bem legal (I Samuel 25), aliás, muito mais passível de ser romanceada do que o encontro sexual de Bate-Seba e Davi. Só que inventar do nada um romance entre Davi e a esposa de Urias é mais elevante do que contar passagens importantes da vida de Davi. Também decidiram diminuir o número de filhos do rei... Como somente Tamar, Absalão, Amnon e Salomão tem história de verdade, os outros poderiam ser figurantes. Do jeito que está, não é somente Mical a esposa estéril. Aliás, Maria Ribeiro é outra que está atuando muito bem e tendo sua personagem espezinhada. Decidiram que Mical é a vilã e tem que ser capaz de qualquer torpeza. Já estou imaginando as intrigas de harém quando Bate-Seba for morar lá... Chato, muito chato!

Rei Davi é uma produção de qualidade, não pensem que não, mas está seguindo um caminho muito estranho. Curioso, e isso merece uma análise, é como o povo religioso está comprando a briga da série. Os comentários que vejo por aí parecem mais aqueles de depois de pregação “Foi uma bênção!”, “O Senhor está falando conosco através da minissérie!”, e por aí vai. Muitos dos comentaristas religiosos também parecem desconhecer minimamente os acontecimentos narrados na Bíblia – ainda que falem da fidelidade da série – e parecem achar lindo o romance adultero de Davi... Vai entender? Agora, se tiver quer comentar Rei Davi será somente quando a série terminar.

Primeiro Capítulo de Helter Skelter republicado no Japão



O Comic Natalie trouxe uma nota avisando que a revista de moda Zipper trouxe a republicação do primeiro capítulo de Helter Skelter (ヘルタースケルター), além de uma matéria sobre o filme que estréia em 14 de julho. A página oficial do filme é esta aqui. A matéria não deixava claro se outros capítulos serão publicados.

Novo Mangá de Masami Tsuda estréia na revista LaLa



Masami Tsuda é mais conhecida no Brasil pelo mangá Kareshi Kanojo no Jijou (彼氏彼女の事情) ou Karekano. O Comic Natalie noticiou que o novo mangá da autora, Hinoko (ヒノコ), estreou na última edição da LaLa. É a capa da revista, aliás. Não tenho como entender detalhes da trama, mas o recorte da série é de fantasia. Além disso, a edição traz (*acredito*) mais um capítulo do one-shot de Bisco Hatori chamado Detarame Mousouryoku Opera (でたらめ妄想力オペラ).

Novidades da Revista Dessert



Segundo o Comic Natalie, a edição da Dessert lançada ontem trouxe um booklet com228 páginas intitulado Hando Demo Hakeru Love Story (何度でも泣けるラブストーリー). Trata-se de uma coletânea de one-shots de várias autoras. Além disso, há a estréia do novo mangá de Watari Sakou, chamado Megami no Libra (女神のリーブラ).

domingo, 25 de março de 2012

Booklet de ZONE-00 com a última edição da Asuka



Segundo o Comic Natalie, a última edição da revista Asuka trouxe um booklet de ZONE-00. A série é publicada aqui no Brasil pela Panini e é um daqueles shoujo que, à primeira vista, parece não ser. Mas estou postando mais pela capa mesmo, muito bonita e com Saiunkoku Monogatari (彩雲国物語) em destaque. Sevo terminar de ler dois volumes da série em breve e fazer outras resenhas.

Mangá da autora de Nodame Cantabile tem lançamento simultâneo em Quatro Países



87CLOCKERS (エイティセブン・クロックース) é o primeiro mangá seinen de Tomoko Ninomiya e (nossa!) o volume 1 será lançado simultaneamente no Japão, Coréia do Sul, Hong Kong, Taiwan no dia 10 de abril. E ainda será lançado na Tailândia no dia 24 de abril. Alguém pensou em anime? Eu pensei! Além do lançamento do volume 1, um booklet da série virá de brinde na revista feminina More, com direito a uma entrevista da autora. Nada mal, ein? Eu preciso dar uma olhada nessa série. 87CLOCKERS tem uma página especial no site da revista JUMP X. As capas dos vários volumes 1 do mangá, estão aqui, no Comic Natalie.

Comentando Downton Abbey – A Primeira Temporada



Nas duas últimas semanas me concentrei em assistir Downton Abbey. A série do canal britânico ITV já vai na terceira temporada e tinha sido muito recomendada pela minha amiga Natania. De novo, assim como no caso de Aya de Yopougon, fiz meio que pouco caso (*Desculpe, Natania, geralmente você acerta nas suas sugestões!*). Não gosto muito da época, essas duas primeiras décadas do século XX (1901-1920), prefiro séries inglesas de época baseadas em livros, e, apesar de ter baixado, fui empurrando com a barriga. O que me chamou a atenção e me obrigou a assistir foi uma matéria da Folha de São Paulo que dizia que o “The Economist comparou 'Downton Abbey' à crise de domésticas no Brasil”. Bem, se me obriguei a assistir Eduardo VII, poderia tentar assistir a primeira temporada de Downton Abbey, que nem era tão longa assim. O problema é que não consegui parar e assisti direto a 1ª e a 2ª temporadas, mais o especial de Natal. Em uma resenha, eu não conseguirei escrever tudo o que preciso, então, serão, pelo menos, dois posts comentando o seriado.

Downton Abbey é uma série criada por Julian Fellowes e é focada na fictícia propriedade no distrito de Yorkshire, seus donos e empregados, suas relações e as transformações pelas quais o mundo e a Inglaterra estão passando durante o reinado de Jorge V (*o pai do rei gago de O Discurso do Rei e filho de Eduardo VII*). A primeira temporada começa em 1912, com o naufrágio do Titanic, e segue até 1914, início da I Grande Guerra. A segunda temporada se inicia em 1916 e mostra as mudanças que a guerra trouxe, encerrando em 1919. E temos o especial de Natal que segue até o Ano Novo de 1919-20. Como toda série inglesa que eu tenha assistido, há uma grande preocupação com minúcias e detalhes: figurinos, locações, automóveis, protocolo, etc. Só nesse aspecto Downton Abbey já é bem interessante. Mas quem são as personagens? Do que se trata a história em si?

O protagonista da série é o Conde de Grantham (Hugh Bonneville) e dono de Downton Abbey. Ele é casado com Cora (Elizabeth McGovern), uma americana que trouxe dinheiro suficiente para salvar a propriedade. O casamento não foi por amor, já que a personagem de Bonneville precisava de uma esposa rica, mas os dois terminaram se apaixonando. Em uma sensação de “deja vu”, eis que o casamento só produziu três filhas – Mary, Edith e Sybil – e a propriedade e o título só poderiam ser herdadas por um herdeiro do sexo masculino. Lembram de Orgulho & Preconceito? Pois é, as leis inglesas realmente eram uma maldição como é dito no caso de Sherlock Holmes chamado O Pé do Diabo. Para piorar, o pai do Conde tinha conseguido incorporar legalmente o dinheiro de Cora aos bens da propriedade (*mulheres casadas não tinham direito à propriedade*). Assim, quando Lorde Grantham morrer, suas filhas e viúva teriam uma queda considerável em seu nível de vida. Imagine a situação! Depois alguém ainda tem a capacidade de escrever que os feminismos nada fizeram para melhorar a condição das mulheres...

Tudo arrumado para que Mary se casasse com um primo e tudo continuaria em família. Só que o tal parente, Patrick, morre no naufrágio do Titanic. Depois de tentar em vão uma saída legal, o Conde é obrigado a mandar buscar um primo em terceiro grau, o advogado Matthew Crawley, de Manchester. Quase um desconhecido e vivendo em um mundo de classe média, a mudança é um choque para ele e sua mãe. Cora e a sogra, a espetacular Dame Maggie Smith, se unem para tentar obter uma saída jurídica, ao mesmo tempo em que tentam empurrar a teimosa Mary para um conveniente casamento com Matthew. Só que os dois se estranham. A segunda filha, a desengonçada Edith, tenta se aproximar em vão do rapaz. Já a caçula, Sybil, está mais preocupada com política, igualdade social e os direitos das mulheres.

A primeira temporada acompanha a adaptação de Matthew, a relação dele com Mary, o amor que cresce entre os dois apesar de tudo. Por exemplo, a moça tem ciúmes do respeito e afeto que o pai começa a nutrir pelo rapaz, “o filho que nunca teve”. Há, também, o embate entre duas mulheres geniosas e dominadoras, Violet, a mãe do Conde, apegada às tradições, avessa à tecnologia (*luz elétrica, telefone, ...*), e Isobel (Penelope Wilton), que é enfermeira treinada e militante de várias causas sociais, como a reforma do hospital local. Só que Lady Violet a vê como uma rival, alguém que quer mudar as coisas que deveriam continuar no mesmo lugar. No capítulo final da série surge a possibilidade do nascimento de um herdeiro para Downton, um filho temporão do Conde e sua esposa. Tal acontecimento acaba fazendo com que a relação de Mary e Matthew volte quase que à estaca zero.

Já na ala dos empregados, o lugar mais atraente da casa, habita uma miríade de criaturas interessantes. Temos Gwen, a housemaid que sonha em se tornar algo mais, como secretária. Mr. Carson, o mordomo, que vive para a família do Conde e é mais cioso da velha ordem do que Lady Violet. Mrs. Hughes, a governanta, que se pergunta se fez a escolha certa em abrir mão do casamento para viver em função de uma família que não é sua. Mrs Patmore, a competente e mal humorada cozinheira, com o andar da temporada descobrimos que ela está ficando cega. William, o tímido footman (*serviçal... eu não consigo achar um correspondente adequado em português. Lacaio não serve.*), que sente saudade dos pais amorosos e preferia ser cavalariço, já que gosta de animais, mas sua mãe imagina que ele poderá se tornar mordomo um dia. Branson, o motorista irlandês e socialista, que acaba conquistando o coração de Lady Sybil e causando um grande escândalo na segunda temporada.

Temos ainda Daisy, criada que ocupa a mais baixa hierarquia dentre os serviçais domésticos, mas tem talento para a cozinha. William a ama, mas ela prefere Thomas. Sim, se alguém pode ser chamado de vilão em Downton Abbey é Thomas. Orgulhoso, mesquinho, invejoso, sempre cobiçando a posição de valete (*criado pessoal de um homem nobre ou muito rico*) ou algo mais, ele espezinha William, faz intriga e tenta sabotar os sonhos alheios. Sua parceira nessas ações é Miss O’Brien, a criada particular da Condessa. Juntos eles são capazes de uma série de pequenas e grandes maldades que vão atingir a vida de várias pessoas, desde a família do Conde até os outros serviçais. Falando nisso, chegamos à Mr. Bates e Anna.

Bates (Brendan Coyle) serviu com o Conde e salvou-lhe a vida na II Guerra Guerra com os Boers. Bates foi ferido na guerra e manca de uma perna, chega à Downton no primeiro episódio para ser valete do conde atraindo a desconfiança de Mr. Carson, que acredita que ele está abaixo das exigências do cargo, e a inveja de Thomas que desejava a posição. Ele e O’Brien conspiram para desgraçar Bates, mas os próprios segredos da personagem já são problema suficiente. Anna, a primeira housemaid, se apaixona por ele, que tenta afastá-la em vão. Não vou entregar mais spoilers, até porque provavelmente vou ter que falar bastante de Bates em uma resenha da segunda temporada, mas eu gosto muito dos dois. Brendan Coyle, na verdade, passa aquela imagem de homem do povo honrado e trabalhador. É assim em Norte & Sul e em Downton Abbey ele faz papel semelhante, mas com menos ódio, por assim dizer.

Enfim, Dowton Abbey é muito interessante como retrato das mudanças sociais aceleradas por um período conturbado. Já se bastaria como tal. As duas temporadas são muito precisas nesse aspecto retratando bem a luta de classes, o desprezo que muitos da nobreza sentia por qualquer um que precisasse trabalhar (*inclusive Matthew*), a inabilidade de pobres e ricos em lidar com as mudanças. O que o the Economist apontou de semelhanças com o Brasil está corretíssimo. Apesar de não termos nobreza de berço, tivemos escravidão, e uma aristocracia (*e mesmo classe média*) que se achava no direito de explorar os menos favorecidos. Agora, exatamente por conta da escravidão, existe a questão da cor. Isso não está em Downton e imagino que muita gente alienada assista a série, simpatize com os empregados, mas não consiga ver que aqui no Brasil o mesmo acontece, só que a doméstica não ruiva ou loira, mas nordestina (*com todas as marcas do “antes de tudo um forte”*), negra ou mulata. Aí, claro, a exploração é legítima. O pensamento de muitos é semelhante ao de Lady Violet que acusa sua criada pessoal de “egoísmo”, porque ela decide largar o emprego para casar e “ter sua própria vida”. Como pode uma coisa dessas? Mas a faxineira que trabalha aqui em casa contou algo semelhante, quando avisou a outra patroa que iria abandonar o emprego, porque, bem, arrumou quem lhe pagasse melhor e mais perto de casa. Foi chamada de “egoísta”, afinal, como a patroa viveria sem ela? Tsc... Tsc... Tsc...

Se o painel social não for suficiente, assista Downton Abbey por Maggie Smith. Toda a minha frustração de vê-la subaproveitada em Harry Potter desapareceu. Em Downton Abbey, ela está soberba com sua língua que corta e afaga. É, de longe, a melhor personagem. Merece todos os prêmios. Outro que está muito bem é Hugh Bonneville. Prefiro o ator como vilão, vide Daniel Deronda, mas ele está perfeito como o Conde. O que me espantou muito é perceber o quanto ele e o Colin Firth estão parecidos nessa fase da vida. Até a voz! Bonneville nunca foi galã, mas aos cinqüenta anos ele passa uma dignidade e elegância muito grande. Ele e o Colin Firth poderiam ser intercambiáveis em uma série como Downton Abbey. E ambos são muito competentes.

Mas tenho algumas coisas a criticar. As três personagens menos simpáticas da primeira temporada são criaturas estigmatizadas. Os dois maiores vilões são pobres e mesquinhos. Para piorar, Thomas é homossexual. Aliás, a cena mais caliente da primeira temporada é dele com um duque. E aqui, no Brasil, ainda discutimos beijo gay... Só que sua perfídia vem muito do problema com sua orientação sexual. Sem querer ser militante, mas se você só tem uma personagem gay, qual a necessidade de coloca-la como vilã? Já O’Brien é a típica mulher feia e mal amada. Poderiam ter pego uma bela atriz para o papel, mas a escolha foi proposital, ela é feia por dentro e por fora. Como Downton Abbey não é uma série maniqueísta, ela tem seus momentos humanos, mas, de novo, foi uma escolha infeliz.

Já Edith – que depois se recupera na segunda temporada – é desengonçada, mesquinha e invejosa, ela olha para Mary e procura formas de prejudicar a irmã. Só que Mary, que é extremamente cruel com a irmã e outras pessoas, é colocada sob uma luz favorável, é bonita, e somos levados a gostar dela. Edith parece escolhida a dedo para ser odiada. E, mais uma vez, é deliberadamente feia se comparada com as irmãs. Os pais são abertamente parciais, olham para ela com pena, Mary roubou-lhe o rapaz que amava (Patrick), mas é Edith que se ferra. Para tornar a coisa mais caricata, ela é filha do meio! E quando termina a primeira temporada, estamos todos sendo pressionados a odiá-la, afinal, ela revelou a indiscrição seríssima da irmã (*sem spoiler... "Poor Mr. Pamuk!"*), tornando meio que inviável seu romance com Matthew, além de criar um escândalo capaz de arrastar o nome da família para a sarjeta...

Outra coisa curiosa, é que o Conde é o bom patrão. Assim, bem ao molde dos fazendeiros de novela da Globo. Ele é cioso de sua posição, de seu nome, mas é aquele homem com bom coração, sempre disposto a ajudar e perdoar. Claro, e isso é mérito de Downton Abbey, temos a crítica imediata, ainda que de forma tímida através de Branson, o chofer. Ele aponta que mesmo sendo um bom patrão, o Conde é representante das classes superiores, do grande capital, e, claro, para ele é muito fácil ser bom quando se tem as rédeas do sistema em suas mãos. Mas talvez não por tanto tempo... Aliás, pensava que Sybil seria somente uma feminista de salão, bancada pelo dinheiro do pai, mas as coisas não são bem assim... Outra pequena falha da série é que não se fala de quem recebe a I Guerra com festa. Fala-se de patriotismo, de jovens que querem lutar sem ter muita noção do inferno que é a Guerra, mas, não, da recepção festiva que a I Guerra teve, especialmente, em círculos aristocráticos como os da família do Conde.

Acredito que já escrevi demais. Recomendo a série. A primeira temporada tem sete episódios com média de 50 e poucos minutos. Até fiquei feliz por não ter assistido em 2010, porque, afinal, é quase uma no de espera por uma nova temporada... Acredite, a gente assiste sem perceber e fica querendo mais. Quem gosta do mangá Emma, de Kaoru Mori, vai perceber a proximidade e o afastamento em relação à Downton Abbey. Afinal, são dez anos depois e os ingleses conseguem falar com mais propriedade dos seus assuntos do que Mori, que parece muito deslumbrada em alguns momentos e é bem pouco crítica se comparada ao Julian FellowesFora isso, a humanidade das personagens – mesmo os vilões – é um trunfo da série. Ninguém, ou quase ninguém, é perfeito e sem mácula. Mesmo os malvados são capazes de rasgos de humanidade e, claro, temos a redenção de alguns, como Mary. Só que isso fica para a resenha da segunda temporada.

sábado, 24 de março de 2012

Passando alguns informes!



Pessoal não sei quem já notou, mas o Shoujo Café agora tem domínio próprio. Tentei no ano passado usar um domínio ".com.br", mas não houve jeito de configurar no Blogger. Este ano, decidi optar pelo Ponto.Com mesmo. Então, por favor, todos os que estão linkando o Shoujo Café, parceiro ou não, atualizarem o endereço para http://www.shoujo-cafe.com Outra coisa importante é que, além do grupo de discussão do Shoujo Café no Facebook, agora temos uma Fan Page: http://www.facebook.com/ShoujoCafe Não sei bem o que vou fazer com ela, mas nesses tempos de mídias sociais, era necessário abrir.

Ranking da Taiyosha



Antes que a semana termine, eis o ranking da Taiyosha que não poderia deixar, apesar de sempre ser desfavorável para os shoujo e josei, de registrar, temos três mangás femininos no top 10 geral: Chihayafuru #16 (1º), Tonari no Kaibutsu-kun (7º) e Kuragehime (8º). Bate com o ranking da Oricon, ainda que a colocação seja diferente. De resto, temos os mesmos mangás do ranking da Oricon e a bagunça normal da Taiyosha. 60% do ranking de josei é mangá BL. Por que não voltar com o ranking para essa categoria? Há dois josei no ranking de shoujo: Hana no Zubora Meshi e Yume no Shizuku, Ougon no Torikago. Estranho é que Hana no Zubora Meshi, melhor mangá feminino de 2011, não tenha aparecido no top 30 da Oricon, já que ficou tão bem colocado no ranking de shoujo da Taiyosha... Estranho, enfim... Mas é isso. Gostei muito da capa de CRASH!, o azul combinou muito.

SHOUJO
1. Tonari no Kaibutsu-kun #9
2. Hiyokoi #7
3. Hana no Zubora Meshi #2
4. Yume no Shizuku, Ougon no Torikago #2
5. Stardust★Wink #8
6. Good Morning Kiss #9
7. Glass Mask #48
8. Hyakushou Kizoku #2
9. Kyou, Koi wo Hajimemasu #14
10. CRASH! #12

JOSEI
1. Chihayafuru #16
2. Kuragehime #9
3. Usagi Drop #10 Bangaihen
4. Kotsuban Sensei no Hokenshitsu
5. Yongou x Keibi―Sixth Sigma―
6. Shihaisha to Emono
7. Retsujou no Toge
8. Never Complex
9. Radical Blood Monster
10. Kasa no Shita, Futari

sexta-feira, 23 de março de 2012

Hiromu Arakawa vence o 5º Taishô Award



Saiu o vencedor do 5º Taishô Award e o vencedor foi Silver Spoon de Hiromu Arakawa, a autora de Full Metal Alchemist (鋼の錬金術師). Só lembrando, podem concorrer ao prêmio mangás lançados em 2011 ou que tenham oito volumes ou menos. Este ano só havia um mangá feminino competindo (shoujo, josei, BL), Shôwa Genroku, que terminou em 4º lugar. No Comic Natalie já há fotos da autora recebendo seu prêmio. Coloquei uma delas no post. Ano passado o vencedor foi Sangatsu no Lion (3月のライオン) de Chika Umino. Segue a lista dos concorrentes com seus respectivos pontos:

• 76pt – Gin no Saji – Silver Spoon (金の匙 Silver Spoon) de Hiromu Arakawa
• 61pt – Giga Tokyo Toy Box (大東京トイボックス) de Ume
• 57pt – Nobunaga Concerto (信長協奏曲) de Ayumi Ishi
• 49pt – Shôwa Genroku Rakugo Shinjû (昭和元禄落語心中) de Haruko Kumota
• 46pt – 25 Ji no Vacances (25時のバカンス ) de Haruko Ichikawa
• 43pt – Drifters (ドリフターズ) de Kôta Hirano
• 41pt – Gura Zeni (グラゼニ) de Keiji Adachi e Yuji Moritaka
• 40pt – I am a Hero (アイアムアヒーロー) de Kengo Hanazawa
• 37pt – Takasugisan Chi no Obentô (高杉さん家のおべんとう) de Nozomi Yonohara
• 37pt – Getenrô (外天楼) de Masakazu Ishiguro
• 32pt – Hibi Rock (日々ロック) de Katsumasa Enokiya
• 28pt – Aku no Hana (惡の華) de Shûzô Oshimi
• 27pt – Shigatsu wa Kimi no Uso (四月は君の嘘) de Naoshi Arakawa
• 24pt – Hoozuki no Reitetsu (鬼灯の冷徹) de Natsumi Eguchi
• 12pt – Tonari no Sekikun (となりの関くん) de Takuma Morishige

quinta-feira, 22 de março de 2012

Mais uma Temporada de Moyashimon no Noitanima!



Acabou de aparecer no Comic Natalie: teremos mais uma temporada de Moyashimon (もやしもん) no Noitanima. ^____^ Estréia em julho. Agora é esperar maiores detalhes. Moyashimon teve anime em 2007 e dorama - o primeiro do Noitanima - em 2010. Esse tipo de anúncio me faz ter mais esperanças em relação à Kuragehime (海月姫). :D

Polícia prende homens que planejavam massacre contra estudantes em Brasília



Eu nem estava sabendo que esses monstros estavam planejando atacar aqui em Brasília, na UnB. Espero realmente que os dois presos sejam os primeiros de muitos e que passem todos os seis anos (*pena máxima*) na cadeia. Infelizmente, os semeadores de ódio - que se escondem atrás do suposto direito de liberdade de expressão - são muitos, mas eu acredito que a mobilização é capaz de tirar vários deles de circulação. Racismo e pedofilia são crimes previstos em lei e homofobia e misoginia/sexismo deveriam ser, também. Se der cadeia, então, duvido que alguns desses bons moços (*homens, brancos, heterossexuais, supostamente cristãos, direitistas*) vão arriscar passar uma temporada no xilindró. Percebam que, apesar da reportagem dizer "gente", estava escrito "vagabundas e esquerdistas". Para esses sujeitos, não se enganem, qualquer mulher é vagabunda, não somente as que o senso comum aponta como tal. Enfim, precisava postar. Já desconfiava que o sujeito do Feminicídio em Realengo (*1 - 2 - 3*) tinha colegas e incentivadores. Foram meses de denúncias e investigações, pelo menos alguma coisa aconteceu com eles.

Comentando Hadashi de Bara wo Fume - Volume 4



Faz uma semana que terminei de ler o 4º volume de Hadashi de Bara wo Fume (裸足でバラを踏め), de Rinko Ueda. Só que mergulhei em Downton Abbey (*e só falta metade do especial de Natal*) e tive várias coisas para fazer, daí, a resenha foi protelada. Hadashi de Bara wo Fume é viciante. Eu li 4 volumes em dois dias. E não mudo uma palavra do que escrevi na semana passada, trata-se de uma série bem clichê, assumidamente um novelão melodramático. Mas é importante ver que a autora sabe disso, comenta sobre isso nos seus free-talks e parece se divertir. Isso pesa a favor dela, afinal, ninguém está pegando para ler uma obra que finge ser um material sério. Como escrevi antes, Hadashi de Bara wo Fume não é para qualquer um, é para quem não tem vergonha de dizer aquela frase mágica “é ruim, mas eu gosto”. Eu já passei da idade de tentar me enganar sobre essas coisas, então, mal posso esperar a chegada dos volumes 5 e 6 da série. ^____^

No meu primeiro texto, tentei comentar três volumes e isso nunca é bom. Dois é até razoável, mas quando se tenta resenhar três de uma vez, muita coisa pode se perder. Se você está lendo esta resenha não se importa com spoilers, então, vou poder comentar alguns detalhes a mais, coisas que eu pulei da outra vez. Enfim, Souchiro, o marido da protagonista, tem um passado sofrido, mas é preciso especificar algumas coisas. Ele é filho bastardo e foi adotado pelo pai quando este se casou. A madrasta o odeia, a família dela o despreza, e, quando criança, ele tinha que dormir na ala dos empregados. Deve ser por isso que ele é tão cioso de se comportar como alguém que tem pedigree, que fique indignado quando Sumi se comporte como a pobretona que é. O pai era conivente com os maus tratos e somente Komai se preocupava com ele. Seu avô também gostava dele e o elogiava, mas era sempre lembrado que o herdeiro deveria ser o garoto nascido do matrimônio legítimo. Sentiram o dramalhão?

Mas eis que a mansão dos Ashida pega fogo. Soichiro se salva graças à Komai e por estar na ala dos empregados, só que todos na família da madrasta e muitos na sua família, dizem que ele foi o incendiário. Por isso não havia ninguém da família no casamento com Sumi. Este também é o motivo do desprezo e da desconfiança que todos na empresa parecem ter em relação a ele. O drama de Souchiro, seu problema com o fogo, seus pesadelos, o desprezo do clã, fazem com que a protagonista fique cada vez mais próxima dele. Já vimos esse filme antes, certo? O moço raivoso está caidinho por ela, mas não consegue manter seus nervos no lugar e age de forma grosseira às vezes. E, claro, o casamento branco dos dois está por um fio.

Nesse volume 4, o primo do mal e altamente inteligente (*ele tem aqueles olhinhos apertados e usa óculos*), Natsuki, planta uma maid espiã-sedutora-bandida-lindíssima na casa de Soichiro. Apesar de saber que é um presente de grego, o rapaz fica com ela. Como Souchiro é altamente inteligente, ele pode estar tramando alguma coisa com Komai, só que, claro, nesse interim, nós, leitores, ficamos na expectativa. Komai quer manda-la embora. A maid conquista Sumi e, ao mesmo tempo, faz com que ela se sinta uma idiota, incompetente. A maid segue Sumi e Komai quando eles vão visitar as crianças e, por muito pouco, o segredo de Sumi não é descoberto por Natsuki. Komai e Soichiro são mais rápidos.

Nesse volume, também, a maid tenta seduzir Komai e, depois, incriminá-lo por tentar violenta-la. O rapaz declara em alto e bom som que o único amor de sua vida é o patrão (*será que há fanarts BL?*). A maid do mal tenta seduzir o patrão (*pula pelada na banheira com ele*), tenta envenená-lo (*e culpar Sumi pela comida ruim*), e, no final, consegue que Komai vá embora. Sinceramente? Acho que é um plano de Souchiro e Komai. Será que o volume 5 ainda chega esta semana?

Enquanto isso, Nozomu mostra cada vez mais os sinais de seu desequilíbrio mental. Não consuma o casamento com a esposa, Miu, que termina por descobrir que ele ama Sumi. Não queria que Miu também se tornasse uma criatura vingativa, mas seguindo o esquema clichê, acredito que ela vá ter sua parte nas maldades dos próximos capítulos. Natsuki logo percebe que as intenções de Nozomu não são as melhores, e que há algo de muito errado na relação entre ele e Souchiro e Sumi. Certamente, o volume 5 vai ferver.

Hadashi de Bara wo Fume é desavergonhadamente clichê, melodramático, cheio de tensão sexual, e situações bem rasteiras e não tem nada de feminista ou algo do gênero, que fique claro. É como um romance Harlequin (*ruim*) em formato mangá. Só que ele me fisgou. ^____^ A série é divertida e a gente fica querendo ver até aonde vai a cara de pau da autora. Estou curiosa, também, para saber como a Ueda se vira fazendo mangá para a YOU. Porque, bem, é a revista josei mais tradicional e não é o local para publicação de steamy shoujo, o público da revista é bem mais exigente. Aliás, uma das cosias divertidas dos volumes de Hadashi de Bara wo Fume é ler os free-talks. Não somente pelo que a autora diz do mangá, mas porque ela estava empolgadíssima com o mangá Super Express☆Hiyokko (超特急☆雏). Uma graça ler as reflexões da Rinko Ueda. :) Próxima resenha é de Downton Abbey, eu prometo.

90% dos leitores de One Piece são adultos



Passando pelo Sankaku (+18), vi que eles publicaram uma pesquisa da NHK que apontou algo muito curioso, apesar de ter como público alvo os adolescentes, One Piece (ワンピース) tem 90% de leitores adultos, metade deles entre os 30-49 anos. Vejam o gráfico:

1-12 – 3.0%
13-18 – 10.5%
19-29 – 37.4%
30-49 – 36.9%
50+ – 12.2%

Eu acredito que o resultado pudesse ser o mesmo para um mangá como Glass Mask (ガラスの仮面), mas a diferença é que esse clássico do shoujo está em publicação desde 1975, enquanto One Piece tem 15 anos de estrada. Pergunto-me se esse amadurecimento do público leitor tem algum impacto sobre a história, ou se a atração da série é exatamente por ser um material adolescente que traz alívio e divertimento para esses adultos todos. E, bem, não vou ler One Piece para tentar descobrir. A série voltou a ser publicada no Brasil pela Panini.

Mais informações sobre o anime de Sakamichi no Apollon



Segundo o Comic Natalie, o tema de encerramento de Sakamichi no Apollon será uma colaboração entre Yoko Kanno e Motohiro Hata. O nome da música é Altair. O CD com a música está previsto para o dia 30 de maio. A abertura do anime também é uma colaboração, mas entre Yoko Kanno e YUKI. A estréia do anime é 12 de abril na TV Fuji, dentro do bloco Noitanima. Eu espero que seja um sucesso, as imagens do character design estão me agradando bastante mesmo. A página oficial do anime é esta aqui.

Será que Bonequinha de Luxo vai virar mangá?



Breakfast at Tiffany’s ou Bonequinha de Luxo é um dos filmes mais lembrados de Audrey Hepburn. Para os fashionistas o vestido preto da personagem, esse da imagem acima, é icônico. Eu só assisti uma única vez, não gostei muito e, talvez, seja hora de revisitá-lo. O fato é que Sabrina, Uma Cruz à Beira do Abismo e Infâmia são filmes que me fizeram adorar Audrey Hepburn, enquanto, na época, Bonequinha de Luxo me pareceu um filme complacente sobre a prostituição (de luxo), mostrando-a bem ao estilo Manoel Carlos, como algo normalzinho, sem qualquer conotação de crítica machismo ou degradação para as mulheres. Mas preciso rever o filme, afinal, já são mais de 15 anos... E Audrey canta Moon River!

O problema é que eu não entendi o Comic Natalie. Será que haverá um mangá de Bonequinha de Luxo na revista Comic@Bunch? E informações sobre o/a mangá-ka Maki Hiroshi, também não encontrei. O nome do mangá (*e deve ser do filme, também*) em japonês é Itsuka Tyffany De Choushoku (いつかティファニーで朝食を). E uma dúvida, pois não lembro mesmo direito do filme, será que essa cena da Audrey Hepburn com a torrada na boca inspirou os mangá-kas? Já perceberam a quantidade de primeiras aparições da menina protagonista correndo, atrasada, ou saindo para a escola com a torrada na boca? Sei lá...

Morre o diretor Noboru Ishiguro



O ANN noticiou ontem que Noboru Ishiguro faleceu ontem, no dia 20 de março. Veterano da indústria de animes, Ishiguro tinha 73 anos. O diretor foi responsável por vários animes, tais como, Yamato, Macross, Lenda dos Heróis Galácticos e o primeiro Astro Boy em cores. Mais recentemente ele dirigiu Mushi-Shi, Demon King Daimao, and Katekyo Hitman Reborn! O seu ultimo trabalho animado na area de ficção científica foi Tytania, que era baseado em um livro de Yoshiki Tanaka, autor da Lenda dos Haróis Galácticos. Acho que é a primeira grande perda do ano.

Exposição de Makoto Takahashi tem como foco Moda e Shoujo Mangá



Segundo o Comic Natalie, no dia 30 de março será aberta uma grande exposição da obra do veterano Makoto Takahashi (*e acredito que outros autores e autoras*) no Kyoto International Manga Museum . O nome da exposição será Kyoto Magic – Kyoto Manga Girl Collection e ficará aberta até 1 de julho. O foco da exposição é as transformações da moda dentro dos mangás para meninas. Se entendi bem, haverá um desfiles de moda e um dos destaques é o vestido de noiva que ilustra esse post. A página do evento e esta aqui.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Escrava Isaura em Pré-Venda



Eu não tinha visto a notícia, então, foi uma boa surpresa ver agora no Submarino que Escrava Isaura, a novela original de 1976, será lançada em DVD no mês que vem. Serão 5 DVDs, deve ter algum tipo de edição, pois apesar da novela ser curtinha - 100 capítulos - deve ter acontecido algum tipo de edição. Espero que a Globo tenha feito algum trabalho de remasterização, pois tudo o que eu comprei deles tem problemas nessa área, sendo o exemplo mais triste O Tempo e o Vento. De qualquer forma, como sempre desejei esse lançamento, irei comprar feliz. Apesar do Gilberto braga falar com muito desprezo dessa obra (*que é seu maior sucesso*), eu acho uma novela excelente. Leôncio de Rubens de Falco é o grande vilão das novelas brasileiras. E se Lucélia Santos é branca demais para ser Isaura, favor culpar o autor original, Bernardo de Guimarães, porque ele compara a pele da personagem ao marfim das teclas do piano (*Tá bom para vocês?*). E tem aquela cena - que hoje talvez não passasse nem em novela das nove - que é quando o Leôncio mata queimados o Tobias e a Malvina. Como fui procurar, vi que o R7 tinha anunciado que além de Escrava Isaura serão lançados até novembro Que Rei Sou Eu? e Dancin' Days. Há outras novelas previstas e eu quero muito que lancem O Direito de Amar. Quando meu cartão fechar, eu comprarei o box da Escrava Isaura. :D

Gen Pés Descalços vira material didático no Japão



Segundo o ANN, o mangá Gen Pés Descalços (はだしのゲン – Hadashi no Gen), de Keiji Nakazawa, será usado como material didático nas escolas de Hiroshima por crianças a partir da terceira série do ensino fundamental. A imagem do post original – e eu estou usando por base o do ANN – mostra um livro didático com partes do mangá. A notícia explica que o objetivo do conselho de educação local é utilizar o mangá em todos os níveis educacionais até o ano escolar de 2013 dentro do programa de Educação para a Paz (Peace Education Program). Achei a iniciativa excelente. Gen é um retrato muito vivo da tragédia nuclear no Japão, além de ser extremamente crítico ao militarismo do governo japonês na época da II Guerra. É importante que as crianças e adolescentes possam ter contato com obras que tenham uma abordagem responsável de questões tão terríveis em um momento em que muitos cultuam a violência sem se importar com seus desdobramentos. Gen Pés Descalços está saindo em uma novíssima edição no Brasil pela editora Conrad e merece muito ser lido. Se quiser comprar: Livraria Cultura - Submarino.

Ranking da Oricon



As últimas semanas no ranking da Oricon têm sido bem razoáveis para os mangás femininos. De novo, temos 10 títulos no top 30, 4 deles, no top 10. A parte mais interessante é que são dois josei – Chihayafuru e Kuragehime – e dois shoujo - Tonari no Kaibutsu-kun e Hiyokoi. Fora isso, alguns títulos que eu pensava que estariam fora esta semana, tiveram até melhora na colocação, como Yume no Shizuku, Ougon no Torikago, de Chie Shinohara. Por isso mesmo, não vou apostar que essa série, Glass Mask e Kyou, Koi wo Hajimemasu estão se despedindo. De repente, temos mais uma semana. Quem caiu muito rápido foi Usagi Drop... Mas, enfim, a série tem tudo para continuar fazendo sucesso e termos mais uma temporada animada... Aliás, estou eu ainda esperando Kuragehime... [SIGH] O ranking completo está aqui. Nas últimas semanas não vi o ANN publicando o top 30.

1. Chihayafuru #16
2. Tonari no Kaibutsu-kun #9
3. Kuragehime #9
10. Hiyokoi #7
15. Yume no Shizuku, Ougon no Torikago #2
16. Stardust★Wink #8
18. Good Morning Kiss #9
21. Usagi Drop #10 Bangaihen
24. Kyou, Koi wo Hajimemasu #14
25. Glass Mask #48

terça-feira, 20 de março de 2012

Hadashi de Bara wo Fume chega ao final na revista Margaret



Saiu ontem a nova edição da revista Margaret com o ultimo capítulo de Hadashi de Bara wo Fume (裸足でバラを踏め) de Rinko Ueda. Ao que parece, a série fechará com os 9 ou 10 volumes que eu imaginei, já que o Comic Natalie avisa que o volume 9 será publicado no dia 25 de abril. Imagino que seja o penúltimo volume, não, o último. Enfim, Rinko Ueda estreou na revista YOU, não sei se é temporário e, depois, ela volta para a Margaret, ou se ela está migrando para o josei mesmo. Além disso, neste volume estreiam duas séries, a 4koma Piyocolate (ぴよこれいと), de Miwa Hinaki, e a série Tenshi no Namida。(天使のなみだ。), de Mika Ogita. E uma coisa a ressaltar: esta capa da Margaret ficou muito, muito bonita.

Anunciada a animação de Uta Koi



Já comentei várias vezes aqui no blog sobre Uta Koi。ou Chouyaku Hyakunin Isshu: Uta Koi (うた恋い。 超訳百人一), de Kei Sugita. Sempre escrevo que é o tipo de material que me sugere ser interessante só pelas capas. Pois bem, segundo o Comic Natalie, foi anunciado que a série terá animação estreando no verão japonês. Já que o povo não faz scanlaions (*é josei*), pelo menos teremos anime. O CN já traz as informações de direção e character design, mas não consegui traduzir. Segundo a nota, o terceiro volume da série sai no diz 20 de abril e os dois primeiros volumes venderam até o momento 400 mil cópias. O vídeo teaser ficou lindinho, espero que não tirem do ar.

Quais os melhores banhos do Japão? Mari Yamazaki responde!



O Comic Natalie trouxe informações sobre o guia contendo informações sobre os 100 melhores locais de banho do Japão. A autoria é de Mari Yamazaki e, claro, está tudo ligado ao seu mangá Themae Romae (テルマエ・ロマエ). O nome do livro é Rurubu Thermae Romae (るるぶテルマエ・ロマエ).

Obra de Moyoco Anno ganha exposição em Tokyo



Eu reconheci o mascote da autora, o tal Ochibi-san, mas não entendi direito que tipo de exposição é essa... Sei que ela abre no dia 20 de março, mas pelas (muitas) fotos do Comic Natalie, parece ser uma exposição de trabalhos manuais, não de mangá... Enfim, tirem suas conclusões por vocês. ^____^ O nome da exposição é Ochibisan (オチビサン).

Skip Beat faz 10 anos com brinde especial na revista Hana to Yume



Para comemorar os 10 anos de Skip Beat! (スキップ・ビート!) e os 10 milhões de exemplares vendidos a revista a última edição da revista Hana to Yume veio com um brinde especial, um pôster da personagem Ren chamado Ren-sama to issho♥motto! Dokidoki ofuro poster (蓮様といっしょ♥もっと!ドキドキポスター). A ilustração foi feita pela autora, Yoshiki Nakamura. Eu particularmente não gosto do traço da autora, ou dos homens da autora, sei lá... Esse Ren não me enche os olhos mesmo. Não entendi bem o Comic Natalie, mas parece que este não é o único brinde com a edição. Além disso, o CN confirma a edição on line da HanaYume para 1 de abril. Não há ainda a informação sobre quais séries estarão disponíveis, mas está escrito que é gratuito. Já na próxima edição o brinde é um mouse pad de Gakuen Alice (学園アリス). Os fãs dessas séries podem encomendar a revista em lojas como a Fonomag. Eles trazem a edição junto com o furoku. Se alguém conhecer outras lojas, por favor, deixe a referência nos comentários.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Evento da revista Ribon promove suas séries dos anos 1980 e 1990



Segundo o Comic Natalie, quem comprar algum dos clássicos da revista Ribon dos anos 1980 e 1990, ganha um clear file da Ureshi Natsukashi Tokimeki Fair (うれしなつかしときめきフェア). No CN há várias fotos. Nas livrarias também haverá um apêndice (*acho que gratuito*) falando das séries que estão participando do evento e outros detalhes. A página do evento é esta aqui. Os volumes relançados são os seguintes:

1980
Volume 1 e 2 de Tokimeki Tonight (ときめきトゥナイト)de Koi Ikeno
Volume 1 de Otousan wa Shinpaishou (お父さんは心配症) de Aamin Okada
Volume 1 de Yukan Kurabu (有閑倶楽部) de Yukari Ichijo
Volume 1 de Chibi Maruko-chan (ちびまる子ちゃん) de Momoko Sakura

1990
Mimi wo Sumaseba (耳をすませば) ou Whisper of the Heart de Aoi Hiiragi
Volume 1 de Hime-chan no Ribon (姫ちゃんのリボン) de Megumi Mizusawa
Volume 1 de Kodomo no Omocha (こどものおもちゃ) de Miho Obana
Volume 1 de Tenshi Nanka ja Nai (天使なんかじゃない) de Ai Yazawa
Volume 1 de Akazukin Chacha (赤ずきんチャチャ) de Min Ayahana

Festival de Primavera da Nakayoshi dá prêmios para as leitoras



O Comic Natalie trouxe matéria sobre o Nakayoshi KC Haru no Jumbo Matsuri (なかよしKC 春のジャンボまつり), um festival promovido pela revista da Kodansha. Se entendi bem, quem comprar um dos mangás lançados durante o evento poderá concorrer a brindes – há imagens no CN – de várias séries e autores. Os prêmios do sorteio foram produzidos pelas autoras PEACH-PIT, Ema Tooyama, Daisy Yamada, Pedoro Toriumi e Haruka Fukushima.

Revista Hana to Yume estréia edição on line



Segundo o Hakkeyoi, a revista Hana to Yume irá estrear no dia 1º de abril (*se não for trote*) uma edição on line. De acordo com a notinha, o site será atualizado toda sexta-feira e não se sabe quais séries estarão disponíveis. Se clássicos da revista, se séries novas... Enfim, vamos esperar. O site da edição on line é este aqui.

Anunciado Gaiden de Boku to Kanojo XXX



Boku to Kanojo no XXX (僕と彼女の×××) é um mangá de Ai Morinaga que demorou quase dez anos para ser concluído (2002-2011) e teve 8 volumes. A série acompanha as desventuras e aventuras de dois adolescentes, um menino e uma menina, que trocam de corpo. Como eles já tem personalidades que não acompanham muito os comportamentos de gênero tradicionais a mudança, que começa como incomodo, acaba tendo lá as suas vantagens... Agora, segundo o Comic Natalie (*via ANN*), a série terá um gaiden começando em julho da revista Web Comic Beat.