sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sobre Casamento Gay nos Quadrinhos Americanos e o Backlash na TV Brasileira



Semana passada aconteceu o (espetacular) San Diego Comicon e muita coisa boa aconteceu no evento, além das notícias interessantes que foram dadas lá. Segundo li no site ICV, a personagem Kevin Keller, que faz parte do universo da Archie Comics, vai casar. O detalhe é que a personagem é homossexual e talvez a história tenha sido pensada aproveitando o embalo da aprovação do casamento gay em Nova York. A notícia circulou no “Gays in Comics Panel”, ou seja, uma mesa de discussão sobre os homossexuais nos quadrinhos, que rolou na San Diego Comicon na semana passada. Entre tantas outras extremamente interessantes que aconteceram no SDC. (*Um dos meus sonhos é poder ir ao San Diego Comicon... Quem sabe um dia?*)

Enfim, eu não me interesso pelo mundo de Archie e suas personagens, nunca li nenhuma das revistas (*embora adorasse o desenho de Josie e as Gatinhas*), mas a questão da inclusão é algo que me toca, isto é, a forma como as ditas minorias são trabalhadas e apresentadas, foa isso, sei que o público alvo desses quadrinhos, desde a sua criação no início da década de 1940, são as meninas. Pois bem, a personagem Kevin Keller é um sucesso, participa das histórias de forma recorrente e já teve sua própria minissérie. Muito diferente do que parece ter ocorrido com a personagem Caio, de Maurício de Sousa, uma personagem que aparece muito esporadicamente e que despertou as críticas daqueles que acreditam que o material é infantil (*apesar da Turma da Tina ser voltada para o que nos EUA chamaríamos de "jovens adultos"*) e que um homossexual não deveria ser inserido em um gibi ligadoao mundo da Turma da Mônica. Vocês sabem como é, trata-se de um mal exemplo...

Segundo o ICV, apesar da polêmica em relação ao casamento gay nos EUA, os editores parecem não temer que a situação seja mal recebida pelas leitoras e leitores. Muito pelo contrário! O texto diz que boa parte dos jovens entrevistados sobre a questão são favoráveis à extensão dos mesmos direitos dos casais hetero aos gays, além disso, o público feminino, em particular, é muito receptivo às relações homoafetivas na ficção. E a matéria cita o sucesso dos mangás yaoi, que mostram relacionamentos entre personagens gays, muito populares no Japão e nos Estados Unidos. Bingo! Pelo menos alguém descobriu e pretende investir (*se com qualidade, ou se com sucesso, não sabemos ainda*), naquilo que as meninas e mulheres querem ler. Muito, muito relevante isso, já que há editoras que fecham seus olhos ou torcem (*veladamente*) para que as leitoras parem de comprar quadrinhos...

Agora, outro motivo para ter postado essa notinha, é a minha raiva com o backlash (*retrocesso*) que vem se instalando na TV aberta brasileira. Bem, quando o Supremo decidiu que os homossexuais têm direito a legalizar as suas uniões estáveis, tanto o SBT, quanto a Globo, decidiram censurar suas tramas e personagens gays nas novelas Insensato Coração (*da qual eu nunca assisti mais que míseras cenas*) e Amor & Revolução (1-2). No caso do SBT, a desculpa para podar o beijo gay masculino, porque, afinal, dois homens se beijando não parece ser fetiche (masculino) “nacional”, é a rejeição do público e a baixa audiência. Afinal, novela – e nisso eu concordo – é produto e precisa se vender. Agora, é produto para quem? Curiosamente, a única novela que meus pais, ambos religiosos e com mais de 60 anos assistem, é Amor & Revolução, e eles nunca reclamaram desse aspecto, mesmo bombardeados intensamente pela propaganda homofóbica evangélica. Já meu irmão mais jovem é quem mais aversão mostra por qualquer trama que envolva homossexuais. Para ele, a simples presença do homossexual é uma agressão aos seus "valores morais". Tristemente, aqui em nosso país pelo menos, são os mais jovens os que parecem abraçar as ideologias retrógradas e que buscam cercear os direitos de expressão e cidadania das minorias.

Voltando ao SBT, asseguro que a mim, claro, ninguém perguntou nada e se perguntassem eu diria que os problemas da trama são outros, que eu apontei lá na minha análise do primeiro capítulo... Pois bem, para piorar ainda cortaram – assim, sem explicação alguma – os depoimentos do final de Amor & Revolução. Ou seja, tiraram da trama aquilo que era mais relevante. Segundo uma das roteiristas, que deu entrevista para a Revista Fórum, o SBT não queria que a novela ficasse “parcial”, já que gente de direita, gente que apoiou o golpe (*e a tortura*), raramente quer mostrar a cara. Será que devo aplaudir o Bolsonaro e o Jarbas Passarinho pela sinceridade? Enfim, não acho que o corte no beijo gay masculino (*enquanto isso as lésbicas da novela são absurdamente agressivas e chatas em relação aos seus interesses amorosos*) vá salvar a baixa audiência da novela. E é estranho desejarem que uma novela das dez, que não tem horário para ir ao ar, e está em uma TV que é a terceira na audiência fosse bombar no IBOPE, que, para piorar, é controlado pela Globo...

Já na novela da Globo, parece que a censura às discussões sobre a homofobia estão sendo feitas de forma mais agressiva e gratuita. Beijo gay – e parece que o elenco gay da novela é todo masculino, já que a personagem da Juma Marruá morreu – sabíamos que não iria rolar, mas mesmo os diálogos estão incomodando, vem sendo sistematicamente cortadas, e regravadas. Quem comenta em detalhes é a Folha de São Paulo. E essa censura acontece exatamente quando a novela subiu na audiência... Ou seja, qual é a desculpa? A Globo quer atrair, nessa altura do campeonato, o apoio de lideranças homofóbicas? Quer que pastores recomendem sua novela do púlpito? Não dá para engolir... Dito isso, acredito que a situação no Brasil vai de mal a pior e a TV é complacente e conivente com a onda homofóbica. Nada da coragem, ainda que economicamente direcionada, da Archie Comics, só para lembrar do primeiro exemplo.

E eu termino comentando dois casos. O primeiro, vocês devem conhecer, que á o do pai que no interior de São Paulo foi abordado por um grupo de pitboys e agredido por estar abraçando o próprio filho adolescente. Sabe, dois homens que se abraçam são gays e isso dá direito a que qualquer um – homens geralmente – te aborde e agrida. Meu pai e alguns de meus tios sempre foram carinhosos em público com filhos e sobrinhos, beijando e abraçando. É assim até hoje. Será que meu pai e meu irmão correm risco nas ruas desse Brasil? Em São Paulo, o homem terminou sem parte da sua orelha. Na mesma semana, para fechar a fatura, meu marido foi alvo de homofobia. E o caso também foi no Estado de São Paulo – mas, talvez, pudesse acontecer em qualquer lugar. Meu marido comprou uma bolsa, dessas coisas chinesas, com desenhos de meninas esguias. Uma bolsa bonita, ele gosta de coisas bonitas, de desenhos bonitos. Na Rodoviária do Tietê o sujeito da empresa de ônibus responsável por acomodar a bagagem, o abordou com uma piada, assim, gratuitamente, porque ele – um homem adulto – estava com uma bolsa bonita e colorida. Meu marido não se aborreceu por ser indiretamente percebido como um homossexual, mas pelo abuso, gratuidade do ato e a violência. Mas suponhamos se ele fosse estourado? Poderíamos terminar com uma tragédia...

Eu precisava escrever esse post. Não sabia por onde começar, mas o caso do Archie Comics me deu um espaço. Eu estou indignada com a homofobia crescente em nosso país, que aponta para uma corrosão do nosso (frágil) Estado Laico e o potencial de violência. Queria muito não precisar escrever uma linha sobre o assunto, mas estava entalada. Infelizmente, infelizmente mesmo, parece que homofobia vai continuar não sendo crime neste país. E, pior, o Governo recua cada vez mais. Viram o caso da Noruega? Dar espaço aos extremistas dá nisso. E o que eu percebo são discursos extremistas religiosos ganhando cada vez mais espaço e os setores que deveriam ser de vanguarda se acovardando ou fechando os olhos para isso. Triste, triste situação a nossa...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aprenda inglês com Hetalia



Segundo o ANN, via site do próprio autor, a editora Gentosha vai lanças um guia de conversação em língua inglesa de Hetalia (*Oh, difícil imaginar sem rir...*)O nome do livro é Hetalia Axis Powers: Tabi no Kaiwa Book America Hen Koko ga Sekai no Chushin da! Hetalia Axis Powers: Livro de Conversação de Viagem Edição America Este é o Centro do Mundo!).O livro irá custar 1050 ienes e o lançamento é em 29 de julho.Segundo o ANN, em setembro de 2010 foi lançado um guia semelhante de italiano.Eu não falei dele aqui, se bem me lembro. O mangá de Hetalia sai aqui no Brasil pela Newpop.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Filme de Rurouni Kenshin já tem sua Kaoru



Segundo o Tokyograph, a jovem Takei Emi, que tem somente 17 anos, foi a escolhida para viver a personagem Kamiya Kaoru no filme de Rurouni Kenshin (るろうに剣心). O papel do protagonista, como já comentei aqui, ficou com Takeru Satoh. A estréia do filme é no verão japonês de 2012. Eu realmente quero dar uma olhada nesse filme (*e haverá outro anime*) e torço por um relançamento do mangá. Falando em Kenshin, quando chegar em Brasília, acredito que minha figure da persoangem já esteja no correio. :)

Ranking da Taiyosha



Antes que a semana avance e eu fique sem tempo, eis o ranking da Taiyosha. O destaque da semana é Chika Umino, autora de Honey & Clover, que emplacou dois títulos no top 10, o primeiro lugar, Sangatsu no Lion, e o terceiro lugar, o que parece ser uma coletânea de seus primeiros trabalhos. O nome do volume é Spica. Em sétimo lugar no top 10 geral também temos Boku wo Tsutsumu Tsuki no Hikari , a continuação de Boku no Chikyuu wo Mamotte ou Please Save My Earth, em inglês. São os dois primeiros colocados no ranking de shoujo mangá. 40% do ranking da semana passada permanece intacto, afinal, havia títulos muito fortes como Suki-tte Ii na yo。e Natsume Yuujinchou. Agora, achei a capa mais fofa do mundo a de Hajimari no Niina. Pelo resumo do Mangaupdates, trata-se de um mangá sobre uma menina de 11 anos que tem um “dom especial”, ela se lembra integralmente de suas memórias em uma vida passada. Já em josei, Deka Wanko desloca Usagi Drop. Trata-se de um título forte e que ficou ainda mais em evidência depois do dorama. O outro título que quebra a seqüênncia de Usagi Drop é Happy Trouble Wedding. Semana que vem, nunca se sabe, mas acho que Deka Wanko fica, assim como a maioria dos volumes de Usagi Drop.

SHOUJO
1. Spica ~Umino Chika Shoki Tanpen-Shū~
2. Boku wo Tsutsumu Tsuki no Hikari #10
3. Suki-tte Ii na yo。#7
4. Oresama Teacher #11
5. Ouji to Majou to Himegimi to #4
6. Natsume Yuujinchou #12
7. Hiyokoi #5
8. High Score #10
9. Kyou mo Ashita mo 。#9
10. Hajimari no Niina

JOSEI
1. Deka Wanko #9
2. Usagi Drop #9
3. Happy Trouble Wedding #8
4. Usagi Drop #1
5. Usagi Drop #2
6. Usagi Drop #3
7. Usagi Drop #4
8. Usagi Drop #5
9. Usagi Drop #7
10. Usagi Drop #6

terça-feira, 26 de julho de 2011

Dona de Casa Detetive estrela dorama baseado em mangá josei



Segundo o Comic Natalie, o mangá Watashi wa Shadow (私はシャドウ), de Noriko Kasuya, será transformado em dorama e estréia no canal TBS no dia 22 de outubro. A série da revista You, será estrelada pela atriz Kyoko Fukada. Se entendi bem, e não há resumo ou scanlations do mangá para ajudar neste post (*só para variar*), a protagonista é casada com um detetive e o ajuda sem que ele saiba. Daí, o título “Eu sou uma sombra” ou “Eu sou a sombra”, não sei realmente qual seria o melhor título. No Mangaupdates contam dois volumes e em andamento, mas o terceiro volume já saiu. O mangá nunca apareceu no top 10 de josei e, segundo o ANN, terminou em 2010 (*ATUALIZAÇÃO*). Há uma amostra do mangá aqui.

Lady Murasaki Detetive?



Novo mangá de Ikeno Koi para a revista Cookie terá como protagonista a famosa Shikibu Murasaki, a dama da corte Heian que escreveu o que é considerado por muitos autores como o primeiro romance, Genji Monogatari. Segundo o Comic Natalie, trata-se de um one-shot de 100 páginas e eu espero que alguém faça as scanlations. Como a personagem é muito querida, não me surpreenderia se tivéssemos uma série de histórias nas quais a famosa dama da corte resolve crimes. O nome do mangá é Waka Murasaki―Murasaki Shikibu no Jiken Jikenbo― (わかむらさき―紫式部の事件簿―). Já na próxima edição da Cookie, que sai no dia 26 de agosto, teremos um suplemento chamado Nouriou Horror Gekijou (納涼ホラー劇場) com participação de mangá-kas como Rin Saitou, Machiko Kyou e Megumi Mizusawa. Pelo nome, suponho que seja um booklet com mangás de terror.

VIZ anuncia Akuma to Love Song nos Estados Unidos



Já falei aqui no blog algumas vezes sobre este mangá. Gosto da série de Toumori Miyoshi e, agora que Akuma to Love Song (悪魔とラブソング) acabou, o mangá começa a ser licenciado no exterior. Até acho que demorou muito, mas antes um pouco tarde do que nunca! Primeiro, foi o anúncio do licenciamento na França. Já na semana passada, dentro do pacote do San Diego Comicon, a VIZ marcou fevereiro de 2012 para o primeiro volume de Akuma to Love Song. Outro anúncio shoujo da editora foi Hakushaku to Yōsei (伯爵と妖精) ou Earl and Fairy, seu título em língua inglesa. Hakushaku to Yōsei veio das light novels, teve série animada e o mangá está no volume 4. Lançamento previsto para março. Já Akuma fechou este ano com 13 volumes. Acredito que este título seja anunciado no Brasil em breve. Além das séries novas, o ANN publicou que Hanakimi (花ざかりの君たちへ) e Skip Beat! (スキップ・ビート!) no seu formato omnibus, isto é, 3 volumes em 1. Acredito que esta será a minha chance de colecionar Hanakimi, porque não tive muita paciência para colecionar volume por volumes. Se relançarem Hana Yori Dango (花より男子) neste formato, acho que vou à falência...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ranking do New York Times



Fiquei duas semanas sem postar o ranking americano, mas não faz sentido postar duas vezes “ranking do New York Times”, então, vamos fazer tudo de uma vez. Na semana de 03-09/07, temos Black Bird liderando em sua estréia no ranking (*quando voltar para casa, encontrarei a minha edição na caixa do correio*) e mais dois shoujo entre os dez mais vendidos, Skip Beat! e Dengeki Daisy. Ambos sempre entram nos dez mais vendidos, ainda que não permaneçam por muito tempo. Dengeki Daisy é um mangá que eu preciso olhar, nunca li nada da série. Já na semana de 10-16/07, Black Bird continua liderando e, apesar da mudança nas colocações, os mesmos shoujo permanecem. A novidade é a entrada de Shugo Chara! #11 e o retorno de Vampire Knight #12, que aparece em quinto lugar. Nada mal...

SEMANA03-09/07
1. Black Bird #9
2. The Warriors: Skyclan and the Stranger #1
3. Dance in the Vampire Bund #10
4. Rosario + Vampire season II #5
5. Yu-Gi-Oh! 5D's #1
6. Naruto #51
7. Skip Beat! #24
8. Dengeki Daisy #5
9. Toradora! #2

SEMANA10-16/07
1. Black Bird #9
2. Rosario + Vampire season II #5
3. Naruto #51
4. Yu-Gi-Oh! 5D's #1
5. Vampire Knight #12
6. Skip Beat! #24
7. Soul Eater #6
8. Dengeki Daisy #5
9. Shugo Chara! #11
10. Dance in the Vampire Bund #10

Comentando Dead Reckoning – Parte 1



Como muita gente está chegando ao Shoujo Café por causa de um post antigo sobre a estréia de uma das temporadas de True Blood, decidi fazer um post comentando o que já li do último livro da série de Charlaine Harris, o décimo-primeiro. Pela velocidade com que estou lendo, vocês devem imaginar que o livro não emplacou ainda, ou que estou jogando Angry Birds demais. As duas coisas, acho. O décimo livro (1-2) não foi lá dos melhores e o atual, apesar de começar em ritmo acelerado, não manteve o ar frenético. Temo que vire mais uma colcha de retalhos de eventos diversos. Mas vamos situar os leitores: quando terminamos o último livro, o malíssima sem alça do maker do Eric, que não é o Godric (eis algo que na série de TV ficou muito, muito melhor*), mas o romano pedófilo e estuprador que demorou quase mil anos para fazer um vampiro que desse certo, foi destruído e o tio-fada da Sookie foi morar com ela e com o Claude, que já estava abrigado na casa da protagonista. Aliás, nada foi explicado ainda sobre Dermot, e isso já está me dando nos nervos. E, claro, o possível grande vilão da trama, Victor Madden, continua atormentando o Eric e, por tabela, a Sookie. Pelo menos neste livro, ele já apareceu.

O livro 11 começa com um incidente violento, que é o ataque ao Merlote. Alguém – que Sookie desconfia ser um super – atira uma bomba incendiária dentro do bar. Sam tem grandes prejuízos, o que agrava a situação dos seus negócios que vem minguando desde que ele se revelou um shapeshifter no último livro e que Victor Madden (*só descobrimos isso depois*) abriu um bar para competir com o dele. Madden criou um estabelecimento onde as garçonetes atendem com pouca roupa e há concursos de camisa molhada e coisas do gênero. Para completar, ele também abriu uma boate vampira ao estilo do Fangtasia que vem tornando a “vida” de Eric ainda mais miserável. No incidente, Sookie acaba tendo parte do seu belo cabelo queimado e Eric – por conta do laço de sangue e seus problemas – acaba chegando rapidinho e muito alterado.

Eu comentei isso no livro passado e volto a repetir: detesto ver o Eric acuado. Primeiro, porque isso neutraliza suas boas qualidades, seu humor ácido, sua inteligência, sseu sexy appeal; segundo, porque eu fico com pena mesmo... Raios! Nesse livro 11, Eric ainda tem problemas com Pam. A vampira – que é uma das minhas personagens favoritas absolutas tanto no livro, quanto na série de TV – está apaixonada por uma moça, Miriam, que está morrendo de leucemia. Só que Victor Madden, como lugar tenente do Rei de Nevada (*o vampiro Victor Valentim*), se recusa a dar permissão para que Pam transforme a moça. Por conta disso, o relacionamento de Eric e Pam está abalado, já que a vampira está no limite... Chato é ver Sookie tão pouco compreensiva em relação aos problemas dos dois, ainda mais, sendo um deles seu namorado e a outra a sua melhor amiga. Até porque, se o Eric rodar, ela roda, também. Eu realmente esperava mais dela, e estou falando da autora, da Charlaine Harris, pois ela é a criadora das personagens. Já Victor Madden precisa morrer. Ô, vampiro do cão! Como Eric não pode fazer nada sem se comprometer, que outra pessoa ou criatura faça...

Enquanto isso, Sookie descobre que há muito mais sobre a sua família fada que ela não tem conhecimento ainda, e que Claude e Dermot escondem vários segredos, que nós não sabemos ainda quais são. Um deles é que os strippers que trabalham para Claude são todos supers: fadas, meio-fadas ou outras coisas. Até o momento, fica parecendo que Claude os contrata em parte por interesse, em parte por gentileza mesmo, já que eles são proscritos ou marginais como ele próprio, que está impedido de voltar para o reino das fadas. Uma das coisas que a autora explica é que fadas gostam e precisam estar próximas de outras fadas. Isso lhes faz bem, fortalece. No caso de Sookie, ela envelhece mais devagar perto de seus parentes. Aliás, uma das fadas foi seqüestrada por Victor Madden e seu sangue iria ser usado para enlouquecer o Eric e a Pam... Mas quando vocês lerem o livro saberão detalhes e, bem, o caso ainda não ficou explicado mesmo, tenho que continuar a leitura.

Outra questão que está em evidência no livro é a explicação sobre o romance entre a avó de Sookie e o meio-fada que é o verdadeiro pai de seus filhos. Sookie cisma de arrumar o sótão e vender parte das relíquias de família para um antiquário conhecido de Sam. Por conta disso, descobre em um compartimento secreto em um velho móvel uma carta da avó contando sobre como conheceu o pai de seus filhos. Achei a carta forçada, ou um pouco forçada, mas, enfim, li até este capítulo e parei. A coisa obviamente vai render. E teremos outras “revelações do passado”. Acho que o Sam terá um espaço interessante neste livro e eu estou gostando da atuação dele até agora, ocupando efetivamente o lugar de melhor amigo da Sookie. Enfim, estou lá pela página 110, ou seja, caminhando ainda lentamente para a metade do livro.

Agora, a parte realmente detestei: o caso Pelt retorna. Eu não sei que fixação maldita a Charlaine Harris tem pela ex-noiva do Alcide, mas o fato é que a irmã de Debbie Pelt, Sandra, está solta e disposta a matar Sookie. Por conta disso, o único bônus talvez seja ter o Cataliades de volta a trama, o advogado meio-demônio da antiga rainha da Lousiania. Só que ele voltaria de qualquer forma, já que ele é o “padrinho” de Sookie, conforme a carta que ela lê da avó. Enfim, o caso Pelt já deveria estar morto e enterrado e eu duvido que na série de TV alguém fique esticando essa história...

Falando em série de TV, olhei as cenas do Eric que pude. O livro quatro é um dos meus favoritos e, bem, eu acho que vou acabar assistindo de forma seletiva essa temporada. Eric em cena? Eu vejo. Ele não aparece? Eu pulo. Aliás, Eric matou Claudine... Como pode, caramba??? É tanto absurdo em relação ao original, como o Bill, um vampiro pé de chinelo, virando “rei” da Louisiania que eu não suporto mais... Fora que parece que estragaram até o que haviam criado de bom, como a vampira adolescente Jessica. Mas eu só vi três episódios da terceira temporada e deixei o resto no HD para depois ou nunca mais. É tanta coisa para fazer e tanta coisa melhor para assistir que só mesmo o lindinho do Alexander Skarsgård para ainda me fazer perder algum tempo com True Blood TV.

Ah, sim! Se você quiser comprar o livro, ou os livros, em inglês e sem frete, pode usar o Book Depository. É seguro e mais barato que comprar aqui no Brasil. Tem um link na página. Assim, você ajudará a Valéria a fazer algum dinheiro e poder cultivar os seus vícios e manter o Shoujo Café. Pode ser na Livraria Cultura ou o Submarino, também, mas aí é um pouco mais caro e tem frete. Mas para comprar a edição nacional é uma saída interessante. Também estamos filiados. ^__^

Para quem quiser assistir o dorama de Ouran Host Club



Já falei várias vezes sobre o dorama de Ouran Host Club (桜蘭高校ホスト部) (1-2-3), já reclamei horrores do moleque que escolheram para fazer o Tamaki (*eu não consigo olhar para a boca de botox desse menino sem lamentar...*). Agora, é o momento de ver como ficou o resultado. O primeiro episódio já está legendado em inglês (*Outro site é este aqui*) e é possível assistir raw no Youtube. Muito provavelmente, mais rápido do que possamos imaginar, o dorama vai aparecer em outras línguas. Se eu conseguir achar, posto os links aqui, mas é melhor ficar de olho no site da Lina Inverse. Eu agradeço ao Manoel Victor, por ter me passado os links para o Youtube e o download. E, aqui, uma ótima página sobre o dorama. Vale a visita. Como estou no Rio, mais especificamente, São João de Meriti, agora, e a conexão aqui é péssima... Vocês vão assistir Ouran antes de mim... :(

domingo, 24 de julho de 2011

Chotto Edo Made chega ao seu final no Japão



Segundo o site Manga News, Chotto Edo Made (ちょっと江戸まで), de Masami Tsuda, irá chegar ao seu final na edição #10 da revista LaLa que será publicada no Japão no dia 24 de agosto. A série terá seis volumes ao todo e o último deles será publicado em setembro. Chotto Edo Made é um mangá de ficção histórica que parte da seguinte premissa: “E se o shogunato nunca tivesse terminado? E se não tivesse acontecido a Revolução Meiji?". Eu não li nada da série, mas, agora, com o encerramento, devo ir atrás para dar uma olhada. É uma grande lacuna, já que esses mangás shoujo de história alternativa – ou qualquer mangá de história alternativa – são do meu interesse. Masami Tsuda é a autora do prestigiado Karekano (彼氏彼女の事情 – Karashi Kanojo no Jijou) e esta série e Eensy-Weensy Monster (eensy-weensy モンスター) foram publicados pela Panini no Brasil. Quem sabe Chotto Edo Made sai, também?

Akane SAL: Meninas também jogam futebol!



Semana passada, antes de sair de férias, fiz um post chamado Hoje meu Coração é Japonês. Estava comentando a final da copa de futebol feminino entre Japão e Estados Unidos. Como assisti ao primeiro tempo antes de sair para o aeroporto, eu realmente não esperava que as japonesas ganhassem. Afinal, as americanas eram melhores em termos técnicos, mas eis que as japonesas foram mais tenazes, aplicadas e, sim, quando chutaram ao gol, converteram. Eu fiquei feliz e comentei no Twitter que iriam aparecer finalmente os shoujo mangá de futebol. Fiquei até de procurar, mas, quando passei pela Casa Onno, o mangá feminino de futebol me encontrou. Akane SAL☆ (あかねSAL☆) é seu nome. Quando olhei o traço imaginei que fosse um shoujo mangá, pensei até que fosse material da Ribon, talvez, Betsuma, pelo traço bem atraente, mas, na verdade, Akane SAL☆ é um josei e foi publicado na revista Kiss. Escrevo “foi”, porque a autora, Momota Nakahara, não publica nada desde 2008, ou, pelo menos, não temos registro de mangá seu desde este ano no Mangaupdates, que nem tem o volume 4 por lá... Vou atualizar. Acho até que deve ser o último mesmo.

Dos quatro volumes que Akane SAL☆ teve, consegui três deles na Casa Onno. O traço é bem fluído, bonito mesmo, e dinâmico. Não é um time de futebol de campo, aparentemente, é futebol de salão. E o que me deixou bem impressionada foi o slogan em inglês na capa “We found something that we can put all of our hearts and souls into, and friends to do with!” (Nós encontramos alguma coisa na qual podemos empenhar todos os nossos corações e almas, e amigas para fazer isso junto!). Achei um negócio muito legal mesmo. Queria muito que alguém traduzisse. De repente, se é que o mangá está parado, a autora retoma a obra... Acho que outros mangás de futebol shoujo e josei vão aparecer nesses próximos anos, afinal, foi assim com o voleibol, também, mas achei Akane SAL☆ um material pronto inclusive para virar anime. Parece muito bom mesmo. Um achado e cada volume me custou somente 1 real.

Ranking da Oricon



Como não vi o ANN publicar o ranking da Oricon, já que o foco da semana é o San Diego Comicon, então tudo fica em segundo plano, eu acho, fui direto à fonte. Nesse caso, só traduzi os mangás shoujo e josei que aparecem entre os trinta mais vendidos. E foi uma boa semana com 11 títulos no total. No caso dos shoujo são basicamente os mesmos que aparecem no ranking da Taiyosha, com alteração nas posições. Por exemplo, Limit, de Suenobu Keiko, não está tão bem colocado, High Score, talvez por conta do anúncio do anime, está em uma posição muito melhor, e assim sucessivamente. Só lembrando, Usagi Drop #9 e Gakuen Ouji #12 são os últimos volumes. 7 SEEDS consegue aparecer no top 10, e eu tenho que tomar vergonha e ler algo dessa série da autora de Basara. E o gaiden de Honmani Kanjani ∞!! (*só pode ser...*) , Ooki ni Kanjani ∞ !! , aparece na trigésima posição. É a única novidade em relação à Taiyosha.

1. Suki-tte Ii na yo。#7
6. Natsume Yuujinchou #12
10. 7 SEEDS #20
14. High Score #10
17. Bokura ga Ita #15
21. Hiyokoi #5
23. Gakuen Ouji #12
25. Limit #5
27. Usagi Drop #9
29. Kisu yori mo Hayaku #9
30. Ooki ni Kanjani ∞ !! #1

sábado, 23 de julho de 2011

Ranking da Taiyosha



Antes que a semana termine, eis o ranking da Taiyosha desta semana. No top 10 geral temos Suki-tte Ii na yo。, que aparece em segundo lugar. O mangá está em evidência no Japão e não me surpreenderia se a série pudesse virar anime ou dorama. O segundo lugar entre os shoujo continua com Natsume Yuujinchou. De resto, temos Limit, que foi lançado com exposição da autora, aparece bem colocado, o último volume de Gakuen Ouji, com uma capa muito bonita, e o simpático Hiyokoi. Os outros mangás da lista são títulos fortes que resistem no ranking e High Score, que teve anime anunciado . Em josei, um Harlequin e todos os nove volumes de Usagi Drop, que tem anime na TV japonesa. Essa invasão é fenômeno recorrente nos mangás josei. O diferencial é saber quanto tempo esses títulos resistirão. Não é todo dia que temos, por exemplo, um Nodame Cantabile.

SHOUJO
1. Suki-tte Ii na yo。#7
2. Natsume Yuujinchou #12
3. Limit #5
4. 7 SEEDS #20
5. High Score #10
6. Bokura ga Ita #15
7. Gakuen Ouji #12
8. Hiyokoi #5
9. Kisu yori mo Hayaku #9
10. Kyou, Koi wo Hajimemasu #12

JOSEI
1. Usagi Drop #9 
2. Usagi Drop #1 
3. Usagi Drop #2 
4. Usagi Drop #3 
5. Usagi Drop #4 
6. Usagi Drop #5 
7. Usagi Drop #8 
8. Usagi Drop #7 
9. Usagi Drop #6 
10. Playboy no Amai Wana

Aozora Yell: mangá com trilha sonora!



Segundo o Comic Natalie, sera lançado no dia 27 de julho um CD com as músicas que são tocadas no mangá Aozora Yell (青空エール), de Kazune Kawahara. Como o volume 7 da série sairá no dia 25, a idéia é que o CD sirva de trilha Sonora para a leitura do mangá. O Comic Natalie colocou a lista das músicas, mas eu não tenho condição de traduzir... Só sei que a banda do mangá tocou o tema de Piratas do Caribe. ^__^ A Betsuma #8 trouxe um booklet da série com comentários sobre cada uma das músicas do CD, imagino que situando-as em relação ao momento que elas apareceram no mangá. Aozora Yell é um dos mangás que preciso ler, já que Koukou Debut (高校デビュー), o mangá anterior da autora é tão bom. Veja que á a segund amatéria sobre um mangá musical hoje...

Mangá de Shinju Mayu vira live action



Segundo o Comic Natalie (*via ANN*), o mangá Ai Ore! de Shinju Mayu, vai virar filme live action. O mangá teve uma primeira parte publicada na revista Asuka com o nome de Ai o Utau yori Ore ni Oborero! (愛を歌うより俺に溺れろ!) e uma seqüência na revista Sho-Comi – que se encontra em hiato – chamada Ai-Ore! Danshikō no Hime to Joshikō no Ōji (愛俺! ~男子校の姫と女子校の王子~). Embora eu não seja fã de Shinju Mayu, a premissa da história é interessante: Mizuki é a garota-príncipe de sua escola feminina e é a guitarrista da banda Blaue Rosen. Quando a banda é desfalcada, Akira se candidata à vocalista do grupo. Pelo que entendi, o rapaz – que é o garoto-princesa de sua escola masculina – se finge esconde seu verdadeiro sexo. Quando o mistério é revelado, Mizuki e Akira se tornam namorados. Eu tenho curiosidade em relação a esta série, mas, sendo Shinju Mayu, fico com meus dois pés atrás. A notícia foi dada no site da autora, ainda não há data prevista para a estréia.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Estamos fora do ar...



Na verdade, não estou fora do ar, mas esses dias de correria aqui na ANPUH, em SP, tem sido bem pesados. Ontem, saí do hotel antes das sete da manhã e só voltei depois das oito da noite... Enfim, não tinha ânimo. Mas preciso avisar que o Sebo do Messias, que fica bem perto da Praça da Sé está com vários mangás shoujo em promoção por cinco reais. Todos são clássicos dos anos 1970; Machiko Satonaka, Waki Yamato, Takemiya Keiko. E, infelizmente, a Casa Onno está fechando no Bairro da Liberdade. Até o fim de julho todo o acervo será liquidado. Agora, há mangás por 1, 2, 3 e 5 reais. Coisa nem recente e outras nem tanto. Para quem não sabe, a Casa Onno é uma livraria, sebo e, também, locadora de mangás. Segundo a funcionária, eles vão deixar de trabalhar com quadrinhos e manter a loja matriz, que não é na Liberdade. O que eu percebo a cada visita à Liberdade é que o bairo é cada vez menos japonês e mais chinês. E a Casa Onno era muito para a comunidade japonesa e pouco receptiva com outros públicos. De qualquer forma, é uma grande perda...

Ah, hoje é meu aniversário de 10 anos de casamento! E eu estou muito feliz com minhas "Bodas de Zinco ou Estanho"!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mais um Shoujo Anime a Caminho



High Score, mangá 4-koma (*tirinha*) de Chinami Tsuyama vai virar anime, segundo o ANN. O anúncio foi feito na quarta-feira passada no Twitter da Shueisha. Maiores informações na edição da Ribon que sai em 3 de agosto e na página da revista. High Score estreou em 1995 e tem 10 volumes até o momento. O foco é nas aventuras e desventuras de um grupo de alunas do colegial.

Onze Homens e um Segredo vira espetáculo do Teatro Takarazuka



Tinha visto alguém comentando no Twitter sobre a adaptação de Ocean’s Eleven para espetáculo do Takarazuka. Mas estava correndo e nem sabia o que era Ocean’s Eleven... Pensei que fosse game... Indo olhar, vi que era o filme Onze Homens e um Segredo, que teve filmagem original em 1960 com Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr, etc. e, depois, uma refilmagem em 2001 com George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon. As duas versões foram sucesso, e o remake teve duas continuações. Confesso que não vi nenhum dos filmes, nem estão em minha lista.


Enfim, um filme com um elenco masculino extenso é uma boa chance para colocar um monte de otokoyaku atuando e encher o teatro, daí, não me surpreende a escolha desse filme para a adaptação. O modelo será a versão de 2001. Segundo o Tokyograph, o espetáculo será dirigido por Koike Shuichiro. Já no elenco teremos: Yuzuki Reon como Danny Ocean (George Clooney), Kurenai Yuzuru como Terry Benedict (Andy Garcia), Suzumi Shio como Rusty Ryan (Brad Pitt), Yumeno Seika como Frank Catton (Bernie Mac), Makaze Suzuho como Linus Caldwell (Matt Damon), e Yumesaki Nene como Tess (Julia Roberts). Acredito que será um sucesso. Apresentações previstas para 11 de novembro à 13 de dezembro no Takarazuka Grand Theater em Hyogo, e 2 de janeiro à 5 de fevereiro de 2012 no Tokyo Takarazuka Theater.

O Capital mangá chega ao Brasil



Lá em 2008, quando fiz um pequeno post sobre o mangá de O Capital de Karl Marx, não poderia esperar nunca que este material saísse aqui no Brasil. Pois bem, semana passada a JBC anunciou que lançará dois volumes desta coleção de mangá que adapta clássicos da literatura mundial. Eu realmente não sei qual a qualidade da obra, mas acredito que seja obrigatório. Eu comprarei com certeza. Para a nossa sorte, certos grupos reacionários não prestam atenção nessas coisas, ou a editora (*ou os japoneses, ou os mangás*) estariam sendo acusados de corromper a juventude com idéias esquerdistas. ^__^ Enfim, o outro volume que será lançado é Rei Lear, de William Shakespeare. São volumes únicos e o preço é R$19,90. Vamos esperar. A notícia estava no Anime-Pró.

domingo, 17 de julho de 2011

Hoje meu coração é japonês!



Daqui a pouco, mais precisamente 15h45, Japão e Estados Unidos vão decidir a Copa de Futebol Feminino. Confesso que não assisti nenhum jogo, fiquei muito furiosa com a cachorrada que os homens da FIFA (*sim, homens, são eles que mandam*) fez com a seleção iraniana, que só podia jogar com roupas específicas por exigência do governo, não por opção das jogadoras. O Irã tinha participado de quase todos os torneios internacionais e é, dos países fundamentalistas, o único que tem seleção de futebol. Agora, pelas novas regras (*não existiam ano passado quando o Irã jogou as Olimpíadas juvenis, por exemplo*), elas estão fora. Mas a Lola comentou sobre isso, então, leiam o excelente post dela. Me deu gastura e eu nem dei bola para o evento, ainda que torcesse pelo Brasil e acompanhasse as notícias.

Sei que nossa seleção jogou bem, o Boechat, da Bandeirantes, comentou com propriedade “Time bom também perde”, quando da derrota para os EUA. Coisa rara em uma imprensa que alimenta a idéia de que um atleta só vale se trouxer a medalha de ouro, se tirar o primeiro lugar. Desprezando todo o esforço, ainda mais quando se recebe tão pouco estímulo... Enfim, fazer o quê? Acontece e mesmo que o Brasil fosse campeão, não acredito que a política, ou falta de política, em relação ao futebol feminino mudasse neste país. Hoje torço pelas japonesas. Não porque as americanas tiraram o Brasil, mas pela coragem, competência e merecimento nipônico. Afinal, as meninas do Japão tiraram as donas da casa – Alemanha – e a Suécia... Merecem a taça. Força, Japão! Ganbare, Nippon! (がんばれ日本!)

P.S.: A seleção masculina de futebol joga hoje, também. Torço por eles, mas, até agora, não me, convenceram. Talvez quando o futebol passar a interessar mais do que o novo penteado do Neymar...

Ranking da Taiyosha



Antes que saia o próximo ranking, é melhor postar os top 10 de shoujo e josei da Taiyosha. Mais uma vez, Ōoku – que ficou entre os 30 títulos mais vendidos da semana – está como seinen. A Taiyosha não se emenda. É uma semana com destaque para material que teve, tem ou terá anime: Natsume Yūjin-Chō, La Corda D’Oro, Bokura ga Ita, Usagi Drop, Chihayafuru. Usagi Drop já começou a aparecer de forma muito forte no ranking de josei, mas somente o volume 9, último da série, apareceu entre os 30 mais vendidos. O volume 9.5 é um fanbook. Hyakki Yakou Shou é um anime de horror, se não me engano. Já Kimi no Tame ni Hiku Chopin tem uma capa tão “shoujo” e tão feliz que eu nunca apostaria que é josei, chutaria até que é mangá da Hana to Yume ou da LaLa. Enfim, é isso. Como viajo hoje, o ritmo de posts (*alguns estão agendados*) pode e deve diminuir. Continuarei postando os rankings, mas pode ser que não consiga colocar as capinhas.

SHOUJO
1. Natsume Yūjin-Chō #12
2. Kiss Yori mo Hayaku #9
3. Hana Yorimo Hana no Gotoku #9
4. Otogimoyou Ayanishiki Futatabi #2
5. La Corda D'Oro #17
6. Bokura ga Ita #15
7. Hyakki Yakou Shou #20
8. 7SEEDS #20
9. Yashio to Mikumo #3
10. Kyō, Koi wo Hajimemasu #12

JOSEI
1. Usagi Drop #9
2. Chihayafuru #13
3. Koko ga Ai no Mannaka #1
4. Tokyo Alice #7
5. Kimi no Tame ni Hiku Chopin #1
6. Ippitsu Nyuukon! #1
7. Usagi Drop #1
8. Gokudou Manager
9. Usagi Drop #9.5 
10. Usagi Drop #2

Obra de Suenobu Keiko ganha exposição no Japão



Para comemorar o lançamento do volume 5 de Limit (リミット), de Suenobu Keiko, haverá uma exposição de ilustrações da autora, serão várias imagens coloridas e P&B. Segundo o Comic Natalie, a exposição abriu no dia 14 de julho e durará um mês em uma livraria de Kawasaki. Conhecida por seus mangás sobre bullying, Suenobu Keiko agora criou um mangá de sobreviência – já que há um acidente com o ônibus escolar que detona a ação – com forte tensão psicológica. A série é muito bem avaliada. Queria muito que Life (ライフ), mangá mais importante da autora, ou Vitamin (ビタミン), one-shot sobre bullying saíssem aqui no Brasil.

Guest Post - Literatura X Histórias em Quadrinhos: um combate desnecessário.


Quando coloquei no ar o post sobre o texto Os quadrinhos podem destruir a literatura, a Renata Vecina entrou em contato pelo Twitter e teceu alguns comentários. Ela é professora de língua portuguesa e mestra em Psicologia e Educação pela USP, atuando na Rede Estadual de Ensino e na Universidade Paulista (Unip). Pois bem, perguntei se ela gostaria de escrever sobre a questão para o Shoujo Café e, bem, para a minha alegria, ela aceitou. Então, eis a experiência de uma professora que trabalha com HQs em sala de aula e que, bem, não está deixando de oferecer a literatura padrão para os seus alunos e alunas. As imagens são escolha da Renata e é uma honra poder publicar o texto dela.

Literatura X Histórias em Quadrinhos: um combate desnecessário.

Não são poucas as pessoas que acreditam que as Histórias em Quadrinhos (HQ) são uma manifestação artística “menor”, responsável por afastar os jovens da literatura canônica. Não concordo com essas opiniões. Sei que raramente se inicia a incursão pelo mundo das letras com os chamados “livros literários”.

Pretendo descrever uma sequência didática que desenvolvi com alunos do 2º ano do Ensino Médio nas aulas de Literatura. Esse trabalho é capaz de ilustrar meu pensamento. Estudávamos o romantismo brasileiro, ou seja, textos literários numa linguagem que os alunos quase não compreendiam e, por isso, acabavam odiando.

Eu estava insatisfeita com minha maneira de abordar os textos literários e, quando li a tese de doutorado de William Cereja sobre literatura, percebi que estava, na verdade, dando aulas de História da Literatura e não de Literatura. Qual a diferença? Retratar as escolas literárias, suas principais características, seus autores, principais obras, numa linha histórica – o que eu acabava fazendo em minhas aulas - era trabalhar a História de Literatura e desconsiderar o mais importante: o texto literário em si. Era isso o que eu deveria fazer: trabalhar o texto literário, as relações de intertextualidade que ele suscitava em diferentes tempos históricos, sua importância no contexto histórico da época e no atual. Eu não precisava trabalhar com o tempo linear, poderia fazer ganchos entre diversos momentos, diversas manifestações literárias e artísticas.

Passei a me empenhar nessa tarefa e busquei maneiras de atrair a atenção dos alunos para a temática. Encontrei uma adaptação do livro “O Guarani” para HQ. É uma publicação da editora Ática, com desenhos muito bonitos feitos pelo ilustrador Luiz Gê. Não resisti e comprei a obra, claro. Fiquei super ansiosa para apresentar aos alunos os fragmentos do livro que eles tinham na apostila em conjunto com a obra em HQ.

No livro didático, estava reproduzida uma passagem emblemática na qual o índio Peri vai caçar uma onça para mostrá-la a Ceci. Antes de partirmos para a leitura do texto, apresentei a eles a página da HQ em que essa cena fora adaptada.


Não é preciso dizer que a leitura foi muito mais proveitosa do que na outra sala, em que eu testei o movimento contrário - apresentar primeiramente a obra literária para, depois, apresentar a HQ. A turma que leu primeiramente a obra literária, não conseguiu inferir o significado de palavras como “forquilha” e outras. Muitos alunos sequer entenderam o sentido geral do fragmento lido. Já a classe que antes havia visto a HQ, compreendeu muito melhor o texto e vários alunos disseram ter apreciado a obra literária.

Depois disso, resolvi em todas levar para eles outras formas de manifestações artísticas: obras de arte, grafites, HQs e outras que fizessem intertextualidade com os textos trabalhados. Também escolhi apresentá-las sempre antes de lermos a obra literária, pois vi que eles se envolviam mais com a leitura quando já haviam sido sensibilizados para a temática que iríamos abordar.

Uma característica muito importante do Romantismo é a descrição das personagens, marcada principalmente pela idealização dos heróis: personagens belos, corajosos e de moral inigualável. A apresentação da temática para a classe foi feita com base em textos não verbais, ou seja, imagens. Antes de lermos a descrição do personagem Peri e da personagem Iracema, mostrei aos alunos representações desses dois personagens em diferentes momentos da história brasileira.


Todos os alunos da classe acharam a representação do Peri na HQ muito mais bonita e interessante. Conversamos, então, sobre as cores utilizadas em cada uma das capas e também sobre os traços típicos de cada uma das representações. O Peri antigo obedecia aos ideais românticos, com traços suaves e cores em tons pastéis. Já a capa da HQ apresenta cores quentes e um Peri com traços físicos considerados atraentes no nosso momento histórico: ele é alto, forte, musculoso. Enfim, é o Peri “saradão”, com o corpo considerado perfeito para os padrões de beleza de nosso tempo.

Fizemos a mesma análise das imagens de Iracema, personagem símbolo do Romantismo brasileiro. Levei para a classe um retrato de Iracema pintado a óleo em 1881 por J. M. Medeiros e uma imagem contemporânea da “virgem dos lábios de mel”. As imagens da índia promoveram um debate instigante sobre os padrões de beleza de cada um dos momentos históricos. Antes, o corpo mais rechonchudo, agora, o corpo trabalhado pela musculação, como podemos ver nas revistas de beleza e nos programas televisivos.


Conversamos bastante sobre a “ditadura” da beleza imposta a homens e mulheres atualmente e como os ideais de beleza vão se alterando ao longo dos tempos. Muitos alunos comentaram que perceberam essas mudanças, pois antes eram consideradas bonitas as mulheres esqueléticas, que agora estão sendo substituídas por mulheres mais fortes e musculosas. As meninas continuam preferindo o visual “Gisele Bunchen” e muitas delas até comentaram que o cabelo do retrato contemporâneo de Iracema se assemelha ao da top, principalmente no volume e nas ondulações. Já os meninos relataram preferir os corpos malhados das Panicats e das moças do BBB.

Depois de todas essas reflexões, partimos para a leitura dos fragmentos das obras literárias em que eram descritos Peri e Iracema. Foi demais ver os alunos empenhados em desvendar os sentidos dessa linguagem literária que até então era considerada enfadonha e inacessível por toda a classe.

Continuamos o nosso trabalho com outras descrições de personagens, para fazer uma contraposição entre os personagens idealizados e outros que não obedeciam esse padrão: como Leonardo e Luisinha de Memórias de um Sargento de Milícias - obra que também possui adaptação para HQ - e Macunaíma - personagem emblemático do Modernismo brasileiro, cuja descrição é uma paródia da descrição de Iracema. Deixarei para falar desse trabalho numa outra oportunidade.

Para terminar esse relato de experiência, devo retormar a questão que suscitou minhas reflexões. As HQs e outras formas de expressão artísticas não podem ser consideradas como as vilãs que afastam o jovem da literatura canônica. O ideal é que os professores as utilizem como aliadas para a construção de novos conhecimentos. Isso é trabalhar com o conhecimento prévio dos alunos e, a partir daí, contribuir para a formação de novos saberes. Aliás, esse tipo de trabalho está em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais, que consideram as aulas de Língua Portuguesa um dos pilares da área de Linguagens e Códigos. Reparem que Linguagens aparece no plural, justamente porque não podemos privilegiar apenas uma linguagem, mas sim as diversas linguagem que fazem parte do nosso universo cultural e de nossos educandos.

Renata do Monte Vecina, professora de Língua Portuguesa da Rede Estadual de Ensino.

sábado, 16 de julho de 2011

Precure ganha loja oficial no Japão



Futari Wa Precure (ふたりはプリキュア) ou simplesmente Precure deve ser a série mahou shoujo mais bem sucedida desde Sailor Moon (美少女戦士セーラームーン). São oito temporadas, fora os movies, sendo exibidas todos os anos desde2004, e muitos produtos e brinquedos. Segundo o ANN, no último dia 15 de julho a Toei Animation abriu a primeira loja oficial permanente da franquia na Tokyo Character Street. Serão mais de 400 produtos oficiais e a Toei anunciou que “Se você for sortuda, deve mesmo ter a oportunidade de encontrar uma das meninas de Precure!?”. Esse tipo de loja é muito comum no Japão, embora a gente geralmente só ouça falar de Hello Kitty. é uma pena que nenhuma das séries de Precure tenha chegado ao Brasil.

Você conhece aquela moça ali?



Hoje de madrugada passou uma matéria sobre o Gibicon, evento que acontece em Curitiba neste fim de semana, na Globo. Não se por qual motivo decidi gravar. E bem no meio da matéria passa a Erica Awano. e, claro, a Globo nem disse o nome dela. Olhando com cuidado ela é a única mulher que a Globo enquadrou e eu duvido que hoje tenhamos qualquer evento de quadrinhos nesse país em que a proporção nao seja quase meio a meio de homens e mulheres. Só que, por matérias como essas, fica parecendo que são somente os homens os produtores e consumidores de quadrinhos. Ao invés de entrevistarem o garoto que disse querer ir para o Japão, por que, não, uma menina? Duvido que não havia nenhuma na oficina ou pelo evento. Só entrevistaram os sujeitos... A gente vê que as coisas estão avançando, mas a maior TV do Brasil parece não enxergar isso.

Comentando Harry Potter e As Reliquías da Morte – Parte 2



Ontem vi o último filme da saga de Harry Potter. Não cresci com a série, mas entendo a emoção daqueles que cresceram com as persoangens. Eu conheci a série adulta, e mostrei grande desprezo pelo fenômeno, até que o terceiro filme me obrigou a ir atrás dos livros. A partir daí, o carinho se tornou muito grande. Considero J.K. Rowling – Que teve que mascarar que era mulher para lançar o primeiro livro, vejam só! – brilhante. Mesmo que considere os filmes, na média, regulares, eles me levaram aos livros e, por isso, sou grata a eles. Também é interessante ver a maturação dos jovens atores, que começaram crianças com uma responsabilidade enorme, em atores e atrizes de qualidade, uns mais, outros menos, é claro. E o grande desafio para todos, mas especialmente os três protagonistas, é conseguirem exorcizar suas personagens e seguirem adiante. Dito isso, preciso dizer que não achei este último filme melhor que o anterior, seria somente o terceiro melhor, depois do Prisioneiro de Azkabhan e do primeiro Relíquias da Morte.

O filme começa retomando a história de onde paramos e foi um anticlímax, para mim. Sem flashbacks, sem maiores explicações. Voldermort profana o túmulo de Dumbledore e rouba a Elder Wand, aqui, Varinha das Varinhas, Harry faz sua primeira aparição diante do túmulo de Dobby. Cabe a Harry, Hermione e Ron encontrarem os demais horcruxes. E começamos o nosso filme sabendo que ele irá culminar com o confronto final entre nosso herói e o grande vilão, um confronto no qual os dois precisam morrer... Bem, no livro isso gerou uma ansiedade muito grande, no filme, pelo menos para quem leu ou acompanha as fofocas da série, a surpresa foi bem menor. A questão básica era como roteiristas e diretor , de novo David Yates, nos apresentariam a ação. Vou comentar algumas coisas, mas não esperem um texto muito ordenado.

Visualmente, acredito que foi o filme mais elaborado da série. Efeitos visuais muito convincentes ou, pelo menos, convincentes para uma leiga como eu. As cenas de ação foram muito bem executadas e, em uma sala de cinema lotada (a minha estava vazia), devem ter produzido catarse entre os espectadores. O dragão ficou excelente e eu senti pena do bicho – que sabia não ser de verdade – torturado e acorrentado nas profundezas de Gringotts, o banco dos duendes. Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson atuaram muito bem, assim como Matthew Lewis, o Neville Longbottom. Uma das coisas que mais gostei foi quando Hermione se transforma em Bellatrix. A interpretação de Helena Bonham Carter, atriz de quem eu gosto muito, mas que recentemente quase que se especializou em interpretações exageradas, foi excelente e, por alguns momentos, eu vi nela a adolescente de Lady Jane. Parecia que ela estava interpretando de novo a tímida e inteligente rainha da Inglaterra. Mostrou de novo – já que ela foi bem correta em O Discurso do Rei – que não precisa ser espalhafatosa para convencer.

Neville é uma das minhas personagens favoritas e, assim como tantas outras, foi subaproveitada no cinema. Acho até que exageraram um pouco o seu papel neste último filme, mas, queria aproveitar o menino e tudo se encaixou muito bem. Seria melhor se este crescimento fosse mostrado ao longo dos filmes e, não, de repente. Já Luna – que é excelente desde a sua aparição – atuou pouco... e foi surpreendente ver, depois de tudo, Harry fazendo pouco caso da sabedoria “alternativa” da menina. E Neville se mostra apaixonado por ela... Isso era o que muitos fãs queriam que rolasse nos livros, mas do jeito como foi jogado no filme, ficou forçado, afinal, o mundo estava acabando e acredito que a última coisa na qual o responsável Neville pensaria naquele momento era em se declarar para a loirinha.

Como não poderia deixar de ser, muita coisa ficou de fora, como a relação “yaoi” de Dumbledore com Grindelwald, assim como a tragédia envolvendo sua irmã, Ariana. Eu realmente queria esta parte no filme e, por essas e outras coisas, considero a primeira parte muito superior. Foi surpresa ver que o irmão de Dumbledore, Aberforth, era o Ciarán Hinds. O que reforça aquilo que já escrevi, fica parecendo que o Colin Firth foi o único que não deu as caras na série... Vai entender? Aliás, este filme 7.2 foi um momento em que praticamente todo mundo apareceu. A Emma Thompson, por exemplo, (acho que só) tem uma cena tão rápida que poderiam nem tê-la chamado só para isso... Queria mais, só que como mutilaram as memórias do Snape, ela não apareceu nelas. A única ausência que eu notei foi a do Kenneth Branagh, mas enfiá-lo no filme seria muito difícil mesmo, além de desnecessário.

Embora a batalha em Hogwarts tenha sido excelente – e eu lamento de novo não termos algo assim no filme 6 – algumas coisas poderiam ter sido melhor trabalhadas. Se bem me lembro dos livros, os alunos de Slytherin foram tirados do castelo e, não, aprisionados na masmorra. Estou me lembrando direito? Não fui confirmar. Queria mais participação da Gina, ela foi subaproveitada, também, talvez para dar maior destaque para o Neville. O que é ruim, já que as personagens masculinas são maioria. A cena em que a Molly enfrenta Bellatrix também ficou um pouco aquém daquilo que eu esperava, mas foi OK. Decepcionante mesmo foi o beijo entre Hermione e Ron. Que beijo mais xoxo, sem graça, e a cena no livro era tão emocionante. A química entre Hermione e Harry no delírio do Ron no filme passado foi muito superior. Eu não gosto do Ron, mas esperava mais, acho que foi falha da direção. Se no quesito romance o filme ficou aquém, em violência foi o que mais se destacou. A cena em Gringotts com todos massacrados, ou a batalha no castelo, foram surpreendentes neste aspecto. E não é reclamação, é elogio.

Gostei muito de ver finalmente a Maggie Smith trabalhando de novo, como nos primeiros filmes. Adoro a atriz e era realmente decepcionante, além de desrespeitoso, vê-la como figurante de luxo, assim como o Alan Rickman. Os dois se destacaram muito em Relíquias da Morte 7.2. O diálogo da McGonagall com a Molly Weasley, “Ah, eu sempre quis fazer este feitiço!”, e os cavaleiros de pedra ganhando vida, foi sublime. E o Snape! Mutilaram as suas memórias, no entanto, ainda assim, as cenas dele, a interpretação do Alan Rickman... Não sei se vocês concordam, mas a morte do Snape foi melhor no filme do que no livro. Foi uma das partes mais emocionantes, mais violentas e sem a impressão de “É só isso?” que tive ao ler a passagem no livro. Queria o Snape adolescente interagindo com a Lilly, mais uns quinze minutos de filme, não pesariam. De repente, há alguma coisa nos extras. Quem sabe?

E o confronto entre Harry e Voldermort foi além do que eu esperava. A começar pela cena da floresta, ainda que eu ache a Lilly e o James muito velhos, pois eles morreram jovens. São os mesmos atores do primeiro filme? Eu não fui checar. De qualquer forma o desempenho de Daniel Radcliffe foi mutio convincente, especialmente em suas cenas mais difíceis. E foi bom ver a redenção dos Malfoy... Quer dizer, uma redenção limitada, mas, ainda assim, bem articulada no roteiro. E como o pai do Draco estava acabado por conta do sofrimento e ele era um dos caras mais charmosos nos primeiros filmes da série. E foi bom ver o Tom Felton fazendo alguma coisa, pois assim como a Maggie Smith e o Alan Rickman, ele foi subaproveitado nos filmes 4 e 5.

E o final foi a celebração da esperança. Houve quem nos livros lamentasse que a Rowling não desse um final trágico ao Harry, mas acho que é necessário compreender que trata-se de um produto infanto-juvenil e que a autora não queria vender desesperança, mas mostrar fé no futuro. E este futuro são os filhos das protagonistas. A maquiagem do Daniel Radcliffe estava péssima no final, não sei quem concorda comigo, mas ele não parecia estar maduro, mas ter pele ruim... ^__^ Agora, as criancinhas era muito bonitas, especialmente a Lilly e o Albus Severus...

Valeu assistir Harry Potter. Não dou dez para nenhum filme, mas eles têm sua função e não é somente divertir. Se levaram alguém como eu aos livros, imagino que tenham levado muitos meninos e meninas a eles. Todos os alunos e alunas que eu tive que eram leitores de Harry Potter eram inteligentes, críticos e, muitas vezes, se matavam para ler aqueles tijolaços em inglês. Obviamente, as qualidades não eram fruto de Harry Potter, talvez essas características os tenham levado aos livros. De qualquer forma, a série não teria vingado de Rowling não fosse uma excepcional contadora de histórias. E, agora, eu não ficaria triste se ela contasse as histórias da nova geração de Hogwarts. É isso que os fãs querem ver, eu pelo menos adoraria poder ler esses novos livros. Obrigada pela série, Rowling e por suas personagens maravilhosas, especialmente pelo Snape que é a síntese de todas as casas de Hogwarts: “tão astuto quando um Slytherin, tão inteligente quanto um Ravenclaw, tão leal quanto um Hufflepuff & tão bravo quanto um Gryffindor”.

Chihayafuru já tem data de estréia



Segundo o Comic Natalie (*via ANN*), o anime de Chihayafuru (ちはやふる), baseado no mangá de Yuki Suetsugu já tem data de estréia, é 4 de outubro, às 24:59. Apesar do horário, acho que não é no Noitanima. Na página do CN há imagens do character design do anime e também já está aberta a página oficial. Chihayafuru, que é um mangá sobre uma moça que deseja ser a melhor jogadora do mundo de karuta, é publicado na revista Be Love.

Mangá de Tsunami Umino ganha reedição no Japão



Segundo o Comic Natalie, o mangá Kiss no Jijou (Kissの事情), de Tsunami Umino, s-erá republicado no Japão. Se eu entendi bem, trata-se de uma coletânea de one-shots que foram publicados na extinta revista Amie. No momento, Tsunami Umino está publicando o mangá Shoukoujo (小煌女) na revista Kiss. O volume 4 da nova série será lançado junto com a nova edição de Kiss no Jijou.

Black Bird comemora cinco anos de publicação no Japão



Quando vi essa capa fofa no Comic Natalie, sabia que teria que postar de alguma forma... Pois bem, a notícia é a seguinte, trata-se da edição comemorativa dos cinco anos de publicação de Black Bird (ブラックバード). Há uma promoção, claro, e trinta pessoas vão concorrer a ilustrações autografadas pela autora. Black Bird, que sai aqui no Brasil pela Panini, caminha para o seu encerramento no Japão. Na mesma edição, chega ao seu final o mangá Kimi no Tonari de Seishunchuu。(キミのとなりで青春中。), de Shizuki Fujisawa . O oitavo volume vai sair em setembro.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Shoujocast #41 no Ar: Vilões que Amamos Odiar!



Férias, Frio, Inverno e mais um Shoujocast para aquecer vocês. Neste novo episódio, a Lina e Eu (Valéria), mais nossos dois convidados, a Camila Miguel e o Pedro Monção, conversamos sobre os nossos vilões favoritos da ficção, aqueles que amamos odiar. Esses vilões capazes de tudo... Alguns sem o mínimo amor no coração! (*E só depois lembrei que esqueci da Odete Roitman...) ^__^ Infelizmente, a Tanko não pode participar conosco, mas mês que vem, quando retornarmos, ela estará de volta. Se você quiser comentar, use o espaço do post, ou mande um e-mail para shoujocast@yahoo.com.br (*Por favor, coloque nome ou nick, idade e profissão*). Para assinar o nosso feed, clique aqui. E agora o Shoujocast está no Twitter, então, se quiser, pode nos seguir. Se quiser baixar o programa, é só clicar neste link. É possível ouvir o Shoujocast no player abaixo, também:


LINKS IMPORTANTES PARA O EPISÓDIO

Cena de Futurama – Paródia de Orgulho & Preconceito - AQUI
Leôncio mata a esposa e Tobias Queimados em “A Escrava Isaura” (1976) - AQUI
Encerramento de Bucky - Hell na Cama de Rosas - AQUI
Flora humilha Dona Irene - AQUI
Flora chama D. Irene de velha safada - em espanhol - AQUI
Flora chama D. Irene de velha safada - em português - AQUI
Cena de Louca Obsessão onde Annie Wilkes quebra a perna do escritor - AQUI
Charge de Louca Obsessão - AQUI
Serial Mom – TRAILER
Cena da mulher do sapato branco em “Mamãe é de Morte” (Serial Mom) - AQUI
Nazaré melhores momentos - AQUI
Espelho de Nazaré Tedesco - AQUI
Laura vira o jogo com Renato - AQUI
O cara derrubando o helicóptero com um revolver em “A Morte Pede Carona - AQUI
Explosão de Zoolander - AQUI
Lavagem Cerebral do Mugatu - Zoolander - AQUI
Paola Bracho diva da maldade - AQUI
Paola Bracho - Quero dinheiro pra me divertir - AQUI
Soraya Montenegro em alta voltagem - AQUI
Soraya Montenegro em alta voltagem (dublado) - AQUI
Soraya briga com Gonçalo - AQUI
Tarântulas de Soraya Montenegro - AQUI
Shishio planejando dominar o inferno (dublado) - AQUI

A Camilinha tem um site, que é o Yakisoku, para quem qusier visitar. Já o Pedro participou do último Piratacast sobre Homossexualidade, recomendadíssimo. E visitem o site da Lina e o Blyme Yaoi, o site da Tanko. Eles valem a pena. Quem quiser adquirir um dos artesanatos que a Lina faz, é só visitar o Inverse Craft. Ela faz coisas muito fofas, como esses chaveiros de Moyashimon que ela me deu de presente ou o quadro de gatinho que ela me enviou no meu aniversário. ^_^

Ação Magazine será lançada hoje



Hoje começa o Festival do Japão, em São Paulo (*site oficial, aqui*). O tradicional evento se estende por todo o final de semana e nele será lançada a Ação Magazine (*página oficial e Twitter*), revista coletânea de quadrinhos idealizada pelo Alexandre Lancaster, do site Maximum Cosmo. Trata-se de um projeto ousado e novo, uma tentativa de explorar um modelo que é muito bem sucedido no Japão, mas que não tem muitos correspondentes no Ocidente. Como eu sei que é um projeto antigo dele, e torço pelo sucesso do projeto, decidi pedir uma entrevista. Não comentei nada sobre a Ação Magazine antes por dois motivos, o primeiro, é que queria esperar o lançamento, apesar da edição teste ter criado uma grande expectativa em muita gente, o segundo, é que o foco da revista não é o público feminino, como o Lancaster bem explica. Segue a rápida entrevista e quem quiser, pode também ouvir o Shoujocast que fizemos com ele.

SHOUJO CAFÉ: Como surgiu a idéia de produzir uma revista como a Ação Magazine?
ALEXANDRE LANCASTER: Sinceramente, em retrospectiva eu entendo que a Ação surgiu de uma necessidade prática. E não vou negar que partiu dos problemas que eu antevia para minha própria série, Expresso! – eu percebia que muita gente brigava para ser publicado, bate à porta das editoras, é dispensado – e provavelmente seria dispensado mesmo que fosse um gênio dos quadrinhos, porque nosso mercado não foi pensado pra se auto-sustentar. E nesse contexto eu me dei conta que o formato de almanaque é o ideal para nosso país. Apesar de se falar do universo dos quadrinhos de livaria – e mal ou bem ele é parte do nosso projeto já que envolve os futuros encadernados das séries – o grande público ainda está nas bancas. E mal ou bem os grandes almanaques japoneses não são um formato que caminha para a obsolescência, por mais que os profetas do apocalipse digam o contrário; eles tem essa natureza de se manter sempre perenes, transformando-se com seu tempo porque os seus autores sempre se renovam e refletem o que se faz em sua época – a Jump de 1972 não é a Jump de 1982 que não é a Jump de 1992. parece algo meio óbvio, mas mostra como por mais que os sucessos de momento passem, um almanaque bem conduzido tem poder de marca. A água de um rio nunca corre duas vezes em sua extensão – mas o rio sempre fica. O mais importante é sempre representar o novo, e por isso mesmo o nosso slogan não poderia ser outro: "Junte-se ao novo, seja o novo!" – e é essa disputa interna pelo novo que ajuda a manter o público sempre presente.

SC: Você acredita que o “mangá nacional” conseguirá competir com o material estrangeiro? Qual seria o seu diferencial?
AL: Nossa principal arma é justamente o que temos em casa. Muitos garotos surgem com propostas do tipo "mangá de shinigami" e similares, mas eu digo e repito: precisamos contar histórias que os japoneses não tenham como contar. Precisamos oferecer o que eles não oferecem. E o que eles não oferecem está em casa. É importante reparar que não estamos sozinhos nisso. Um livro como A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr, conseguiu se tornar um best-seller com direito a anjos abertamente inspirados em Cavaleiros do Zodíaco lutando na Ponte Rio-Niterói, e o André Vianco se estabeleceu falando de vampiros lusitanos no Brasil. E mais importante, eles tem sua identidade. Não adianta simplesmente fazer o mesmo e chamar o ryu de joão ou a kyoko de maria. O importante é procurar histórias, encontrar o que temos a oferecer, e partir disso – simplesmente porque assim você irá contar algo que você não vai encontrar na Shonen Jump, ou aonde for. Mas isso também nos dá uma responsabilidade muito grande: temos que ser bons. Temos que mostrar ao que viemos. Se não soubermos tratar essa matéria prima com todo o potencial que ela oferece, compremeteremos justamente esses temas e daremos munição à turma que os desvaloriza. Não estamos fazendo discurso ufanista nenhum; queremos produzir quadrinho de entretenimento falando a língua que conhecemos e fazer algo inusitado – até porque ao se estabelecer de verdade um tipo de história em outro cenário, ele estará sujeito a circunstâncias e regras diferentes que o tornarão, efetivamente, outra história.

SC: A Ação Magazine chegará a todos os estados do Brasil ou será uma publicação regional?
AL: Nossa intenção é chegar a todo o país. Estamos começando, claro, e o começo é sempre o mais difícil. Mas queremos chegar a todos que quiserem ter uma Ação Magazine em mãos. E estamos trabalhando nisso.

SC: Como se deu a seleção do material que compõe a revista?
AL: Sendo direto: por capacidade e qualidade. Se não formos bons, não conseguiremos competir com o material japonês em bancas. Mas tão importante quanto foi um espírito de vestir a camisa e encampar o conceito editorial da publicação – o espírito de "somos parte da Ação". Na verdade eu esperava que rolasse aquela competição típica, mas o tom da equipe tem sido de esforço e união. Todos queremos ver essa revista acontecer. E isso tem sido sensacional. Eu lamento que todos nós não estejamos juntos de cara no primeiro dia do evento – eu queria muito que esse momento acontecesse. E isso tem sido maravilhoso. Recebo propostas de gente que quer trabalhar na revista em diferentes cargos de apoio. Estou de olho, mas isso fica muito para o futuro – porque são pessoas que mesmo não fazendo parte do grupo artístico, sentem que algo está acontecendo e querem ver isso acontecer, querem ser parte dessa Ação também. Ainda somos pequenos, mas isso não será esquecido. Mas estou desviando do assunto. O que importa é que os títulos tinham que de forma geral contribuir para a grade – e não queremos títulos de nicho, queremos material de massa. Pode reparar que esses materiais não competem uns com os outros – cada um atinge um possível segmento dentro do público que queremos atingir. O público de Madenka não é o mesmo público de Rapsódia, pode ter certeza.

SC: Qual o público alvo da Ação Magazine? Vocês pensam em atingir o público feminino?
AL: Nosso público básico é essencialmente masculino e adolescente – e não é a toa que temas como carros e esportes de luta estão lá. Acreditamos nessa segmentação, mas não acreditamos que ela vá necessariamente espantar as mulheres – boa parte delas lêem títulos publicados na Shonen Jump, materiais como Naruto tem um grande contingente feminino de fãs. Não pensamos em fazer uma revista mista, até porque uma de nossas intenções é fazer, sim, uma revista de quadrinhos femininos – sempre construídos sob essa orientação editorial de buscar aquilo que o equivalente japonês não oferece, sempre tentando criar nossas próprias histórias. E elas estão em todos os cantos, acredite. Como eu disse, a trajetória de uma menina goiana de quinze anos que queira ser uma cantora sertaneja vai ser fatalmente diferente da trajetória de uma menina japonesa que queira ser uma idoru. E é essa a diferença que queremos: aquela que força a criação de histórias que não foram contadas, que não tem como ser iguais às que os japoneses produzem.