segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tokyopop confirma que perdeu as licenças da Kodansha nos EUA



Todo mundo já tinha a informação, ainda que não fosse oficial. A culpa também não é da Tokyopop, mas decisão da Kodansha que não vai renovar suas licenças. O resultado disso é péssimo, pois as séries que estão em andamento serão canceladas nos EUA e as já concluídas não poderão ser reeditadas. Isso já tinha ocorrido com a Tokyopop na Alemanha e agora é oficial para os EUA, também. O que ninguém sabe é como, quando e se a Kodansha fará uma investida nos mercados europeus e americano em breve. A partir de agora a Tokyopop perdeu Chobits, Love Hina, Samurai Deeper Kyo, Rave Master, Initial D, Kindaichi Case Files, Life, GetBackers, Confidential Confessions e Love Attack. A Del Rey afirma que os seus contraltos com a Kodansha serão mantidos, mas se der zebra é adeus Nodame Cantabile. A notícia está no ANN.

Ilustrações de Moyoco Anno ganham exibição no Japão



Já falei que ela está comemorando 20 anos de carreira várias vezes, então, essa notinha do Comic Natalie (*que eu quase deixei passar*), não é grande surpresa. O nome da exibição é algo como O Mundo Retrô-Moderno de Moyoco Anno. Ela acontecerá no Museu Nezu, em Tokyo, do dia 1 de outubro até o dia 23 de dezembro. Não se trata, no entanto, de uma exibição dos mangás da autora, suas obras e personagens, mas de ilustrações exclusivas que girem em torno dessa idéia do título. Enfim, deve ser muito interessante de se ver. E só para fechar, seria muito bom ver alguma editora brasileira lançando Moyoco Anno, seja um josei, um seinen, ou mesmo um de seus shoujo mangá.

Promo de Speed Racer



Pode nem me interessar tanto, mas a propaganda ficou estilosa. Desejo sorte para a Newpop, pois eles estão apostando alto nesse lançamento.

The Wolfman: pode ser interessante



Passando pelo site Light, Camera... History! vi uma matéria sobre The Wolfman. Eu não sou muito fã de lobisomens, nenhuma atração por eles, não tem nem 10% do potencial que os vampiros possuem, em minha opinião, mas não deixa de ser interessante que seja um filme histórico, com ambientação vitoriana, e um elenco de primeira (Sir Anthony Hopkins, Benicio del Toro, Emily Hunt). Quem sabe até é legal? E, claro, se é para escolher entre zumbis e lobisomens, pelo menos estes últimos estão vivos e não soltam pedaços. Se tudo correr bem, esse eu devo assistir no cinema.

Matéria sobre Avalon High na Folha de São Paulo



Abro dizendo que não estou postando, porque vejo esse Avalon High como mangá, estou postando, pois sei que é do interesse de muita gente que freqüenta o Shoujo Café. Meg Cabot vem ao Brasil e vai autografar suas obras, então, isso é importante. Dito isso, segue a resenha que o Diogo Bercito fez para a Folha Teen, caderno adolescente da Folha de São Paulo. Aliás, ele aponta algo que eu já disse: o traço é ruim e é comics, não qualquer coisa que lembre mangá. E isso, claro, levendo em conta o potencial de qualquer coisa que Mag Cabot escreva, é uma pena.

Falando em Rei Arthur, finalmente vou me dignar a ler O Rei do Inverno. Por enquanto está naquele papo muito semelhante às Brumas de Avalon e que superestima o poder da Igreja Católica no início da Idade Média. Vamos ver se o autor vence a Zimmer Bradley em delírio sobre este momento tão peculiar da História da Igreja. Mas não vou falar disso aqui, não. O assunto é Avalon High.

QUADRINHOS - Namorado real

Mangá baseado em obra de Meg Cabot une lendas da Idade Média e "high school" americana

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL


Seu namorado é um vampiro, tipo o Edward, de "Crepúsculo"? Grande coisa. E o da Elle, que é a reencarnação do Rei Arthur? Isso sim é glamour. Melhor do que isso, só se ela fosse, além de tudo, a garota mais popular do colégio. O que, aliás, também é o caso dela.

Com tudo isso acontecendo na vida da protagonista do mangá "Avalon High", baseado na obra de Meg Cabot (autora de "Diário da Princesa"), ela deve ser a garota mais feliz do mundo. Ou não?

Pois é. Toda essa história de o Will (o namorado) ser a reencarnação de um rei da Idade Média tem lá os seus problemas. Significa, por exemplo, que a Morgan, que estuda com eles, é a bruxa Morgana do século 21. E o Marco, meio-irmão do Will, é o maligno Mordred. Ah, a própria Elle não fica de fora. É a Senhora do Lago.

Coloque esses personagens juntos, somando também o Lance (Lancelote) e a Jennifer (Guinevere), e pronto: você tem os principais personagens das lendas do rei Arthur. E os problemas que isso traz, é claro. Para quem nunca ouviu falar nessa história medieval, basta saber que ela termina em briga por todos os lados.

Receita infalível

O mangá "Avalon High" consegue fundir duas coisas populares em uma só. O mundinho das "high school" americanas e o reino fantástico de Camelot se encontram, no gibi. Sabe aquela história de a vida dos personagens girar em torno da noite do baile? É assim, em "Avalon High", mas com a diferença de que, além de se preocupar com seu vestido, Elle tem que temer a profecia que se cumprirá justo durante a tão esperada festa -alguma coisa a ver com o fim do mundo.

Por mais incrível que possa parecer, não falta liga à história, mesmo com tanta coisa diferente junta. O roteiro é o ponto alto do trabalho. É uma pena, porém, que o traço deixe a desejar. Tem linhas de movimento e texturas em abundância, características marcantes do estilo japonês. Mas há um quê de HQs norte-americanas -incluindo a leitura da esquerda para a direita- que deixa o resultado final, em preto e branco, híbrido.

"Avalon High" (R$ 9,90, 112 págs.) chega às lojas no dia 11 de setembro pela ed. Record. No dia 17, a autora Meg Cabot autografa suas obras na Livraria da Vila (av. Magalhães de Castro, 12.000, São Paulo, tel. 0/xx/11/3755-5811).

Os personagens de mangá que fizeram você se apaixonar



Tempos atrás, tinha falado do especial shoujo mangá da revista feminina japonesa CREA, hoje, passado pelo site JShoujo, a webmistress tinha colocado a tradução do top 10 dos personagens de pelos quais as japonesas se apaixonaram. A pesquisa só entrevistou 300 pessoas. É muito pouco, claro, mas eu gosto dessas amostragens e os resultados podem ser muito curiosos. Aliás, quem quiser colocar seus favoritos nos comentários, eu agradeço! Mas vamos comentar!

O primeiro lugar, por exemplo, parece interessante. Eu não li Banana Fish, embora saiba do sucesso da série e tenha o volume #1 por aqui em algum lugar. Mas sempre acreditei que as personagens não eram bem, “apaixonáveis”, por assim dizer. Não se a gente encontra gente como o Chiaki e o André bem pertinho. A menina do JShoujo não conseguiu traduzir os 2º, 7º e 8º lugar, apesar de identificar a série deste último, Candy Candy. Pela lógica de leitora de shoujo mangá, em Candy Candy só há a possibilidade de votação expressiva para dois sujeitos, ou seria o Anthony, ou seria o Terry. A capinha do mangá, já dizia tudo. O Shinobu de Haikara-san soi fácil e ele é uma graça mesmo. Tokimeki Tonight conheço pouco, daí deu um pequeno trabalho.

As fotos nem sempre eram boas, especialmente nas imagens a partir do 31º lugar, então, nem me esforcei ali. Mas dei uma olhada no 11º ao 30º e peguei aqueles que acho mais interessantes. Aliás, Masumi e Jin Munakata muito bem votados. Havia gente de Ouke no Monshou, mas eu sou fraca nesses mangás, então não consegui saber quem estava mais bem colocado, se o faraó ou o príncipe hitita. (*Conheço certa pessoa que se passar por aqui me diz!*) Legal foi ver tantos personagens de clássicos na lista, e muito bem votados. Há muitas personagens shounen, mas estas eu não me esforcei em identificar, algumas são muito fáceis, como o cara de City Hunter e o gêmeo sobrevivente de Touch. Ah, sim, entre 11º-30º tem uma personagem de Nana, mas esse eu não sei o nome, também. O site japonês com as imagens escaneadas é este aqui. No JShoujo elas foram reduzidas.

TOP 10
1º lugar: Ash Links de Banana Fish
2º lugar: Shun Makabe de Tokimeki Tonight
3º lugar: Shinichi Chiaki de Nodame Cantabile
4º lugar: Hanazawa Rui de Hana yori Dango
5º lugar: Rukawa Kaede de Slum Dunk
6º lugar: André Grandier de Rose of Versailles
7º lugar: Shinobu Ijuin de Haikara-san ga Tooru
8º lugar: Anthony de Candy Candy
9º lugar: Naoki Irie de Itazura na Kiss
10º lugar: Akira Sudo de Tenshi Nanka Janai

ENTRE 11º-30º - AMOSTRAGEM
13º lugar: Doumyouji de Hana Yori Dango
18º lugar: Terry de Candy Candy
19º lugar: Masumi de Glass Mask
21º lugar: Jin Munakata de Ace Wo Nerae
23º lugar: Morita de Honey & Clover
26º lugar: Momo de Kimi wa Pet
29º lugar: Tousei de Haikara-san ga Tooru

Ranking da Taiyosha



Saiu o ranking da Taiyosha, com uma pontualidade raríssima. O top 10 geral é liderado por um shoujo, o clássico Glass Mask começando com o pé direito. Mei-chan no Shitsuji aparece em quarto lugar e Nodame Cantabile sumiu. Ainda espero ver a série no top 10 da Tohan na quarta-feira. Vamos ver.

Em shoujo mudou quase tudo. Tatakau! Sebastian é um mangá que nunca vi no top 10 e no Manga Updates não há praticamente nada sobre ele. Temos dois Shounen-ai aparecendo entre os dez, Uragiri wa Boku no Namae wo Shitteiru, que terá anime em breve, e Junjou Romantica, que estranhei não estar entre os cinco mais. O ranking foi todo renovado, mas as outras séries sempre freqüentam o top 10. Se em shoujo mudou tudo, em josei só há duas novidades, Tsuredu Renaru Mama Hon e Dark Angel III - The Legend of M #1. Tudo o resto permanece no mesmo lugar e os quatro primeiros da lista não fizeram nem a dança das cadeiras.

SHOUJO
1. Glass Mask #44
2. Mei-chan no Shitsuji #10
3. Clover #22
4. Suki desu Suzuki-kun!! #4
5. Bokutachi ha Shitte Simatta #7
6. Junjou Romantica #12
7. Crimson Hero #16
8. Uragiri wa Boku no Namae wo Shitteiru #6
9. Tatakau! Sebastian #8
10. Trinity Blood #12

JOSEI
1. Nodame Cantabile #22
2. Do Da Dancin’! – Venice Kokusaihen #6
3. Career Kogitsune Kinnomachi #2
4. Synchro Onchi! #5
5. Tsuredu Renaru Mama Hon
6. Tsuki no Yoru Hoshi no Asa 35 Ans #1
7. Usagi Drop #6
8. Dark Angel III - The Legend of M #1
9. Pride #11
10. Mama Wa Tenparist #1

domingo, 30 de agosto de 2009

Anatolia Story #26: até Nakia e Urhi têm coração



Não me lembro bem quando comecei a ler Anatolia Story (天は赤い河のほとり), mas sei que já faz uns cinco anos. Anatolia Story é o mangá mais longo que acompanho, e torna-se ainda mais demorado porque as edições americanas saem de quatro em quatro meses mais ou menos. Só que agora, chegamos ao volume #26, na verdade, o penúltimo de fato da série. Digo isto, pois o volume #28 é uma coletânea de gaidens com somente um pedacinho da história original, mas tudo já se passa depois dos grandes desenlaces. E a maior das side stories – Orontes no Renka – pode ser entrada em inglês desde antes do licenciamento ela VIZ. Aliás, a qualidade de tradução e adaptação da VIZ deixa muito a desejar. Continuo lendo, mas sei que estou com um mangá censurado, ou seja, os textos nem sempre dizem tudo o que as personagens falaram, o que é uma pena. Quem manda não ler japonês?

Apesar do volume #26 ter sido traduzido por um grupo de scanlators, no melhor estilo enfia a mão no saco e tira um, eu não peguei para ler, mesmo tendo baixado. Tenho os scans coreanos de toda a série, então já tinha olhado as imagens. Mas foi só isso, esperei pelo volume da VIZ. E foi certamente um dos melhores volumes de toda a série. Se o #25 ficou morno até a metade, este mantém um ritmo frenético e fecha em um gancho desesperador... Agora, só em outubro.

Neste volume, o passado de Urhi e Nakia é revelado e acredito que a maioria dos leitores se sinta tocada por ele. Eles são terríveis, cruéis, implacáveis, mas tiveram uma adolescência tão sofrida que odiar o mundo não era o bastante. Eu não poderia compreender pelas imagens o grau de fidelidade de Urhi à rainha, tampouco o amor que Nakia dedicava ao sacerdote. O passado de Urhi lembra um pouco o de Nakago de Fushigi Yuugi (ふしぎ遊戯), mas o sacerdote foi castrado e isso faz toda diferença dentro do curso dos acontecimentos. E é neste volume que vemos Ilbani errar pela primeira vez. E estou falando isso, porque não levo em conta a avaliação errônea que ele fez de Yuuri lá no início. Simplesmente ele subestima Urhi e, por conta disso, Nakia escapa e Yuuri corre perigo, um grande perigo.

Apesar de toda tensão, algum humor temperou a história, mas só um sorrisinho aqui e ali, nada que pudesse quebrar a gravidade do encadeamento da trama principal. Alexandra, que no início eu considerava muito chatinha, deu novas tintas ao drama do Príncipe Juda, chamando-o às suas responsabilidades. Com isso, fica claro para Kail, Yuuri e Ilbani que é necessário casar os dois. Nefert, a irmã escandalosa de Ramssés, também aparece em Hatusas, já que Kail e Yuuri estão com seu casamento marcado.

Há também as cenas de amor, poucas, em virtude da linha dos acontecimentos, mas são muito ternas, já que Yuuri e Kail correm o risco de serem separados para sempre. E é isso. Queria poder ler de enfiada o volume #27. Quando terminar tudo em janeiro de 2010, faço uma grande análise da série e seus melhores e piores momentos, grandes idéias e furos de roteiro. Com certeza, Anatolia merecia um anime e poderia ser uma série realmente excelente, desde que tivéssemos uma quantidade decente de episódios. Por agora é só isso. :)

Algumas palavras sobre a entrada da Shogakukan-Shueisha na França



Um dos assuntos da semana é a entrada da Shogakukan-Shueisha Productions Co., Ltd no mercado francês, usando a Viz Media Europa e comprando a francesa Kaze que reúne a editora Asuka e a rede de distribuição de animes, e a alemã Anime Virtual. Quando traduzi parte da entrevista com um diretor da Kurokawa, ele estava teorizando sobre como os japoneses entrariam no mercado francês e acreditava que eles iriam investir na distribuição virtual de mangás, nicho pouco explorado até então no mercado francês. Pelo jeito, o ataque será pelas vias tradicionais mesmo. Segundo o Manga News, o objetivo do grupo (Shogakukan-Shueisha-VIZ) é de:
• Editar e distribuir diretamente DVDs na Europa;
• Divulgar os programas de animação na televisão graças a novas plataformas e tecnologias.
• Desenvolver merchandising.
• Publicar e distribuir manga nos países francófonos europeus.
• Apoiar as muitas actividades relacionadas com VME empresas e Kaze Anime Virtual incluindo a publicação do manga, gerenciamento de direitos, transmissão de animes, direitos de distribuição, e seus derivados, e conteúdo de novas mídias.
Como um colega que mora na Europa disse em uma lista de discussão, apesar do ataque ao mercado francês por parte dessas empresas, as licenças mais lucrativas já tem dono na França, como Naruto, por exemplo, e romper contratos custa muito, muito caro. Vamos ver como a coisa vai se desenvolver, eu não vou apostar na vitória dos japoneses sobre as editoras francesas logo de cara. De qualquer forma, apesar da Kodansha ter recuado, parece que outras editoras japonesas estarem dispostas a entrar diretamente nos mercados ocidentais mais lucrativos.

Programa de rádio celebra o sucesso de Patalliro!



Patalliro! (パタリロ!) é a série de shoujo mangá com o maior número de volumes encadernados, estamos indo para o #83, outro fato notável é que Mineo Maya é um dos poucos homens que produz shoujo e é reconhecido como um dos grandes nomes do gênero. Se isso não bastasse, Mineo Maya é um dos pioneiros do shounen-ai, mas trazendo o humor para as tramas em um momento em que as histórias eram densas, trágicas, carregadas de angústia. Vide os trabalhos de Hagio Moto e Tekemiya Keiko. De resto, eu não consigo achar graça em Patalliro!, que tem como fonte de inspiração o mesmo conjunto de mitos que serviu de ponto de partida para Dragon Ball. Só que Patalliro! começou em 1979.

Segundo o Comic Natalie, haverá um talk show comemorativo em 29 de novembro. Acredito – e realmente foi difícil de entender – que será um programa de rádio com comediantes e com o mangá-ka. A venda/distribuição dos ingressos será agora em setembro. Ainda tateando em busca de sentido, serão distribuídos/sorteados, 100 volumes de Patalliro!, divididos aí entre o volume #1 e o #83. Não sei se o volume #1 será uma reedição, mas parece que, sim, e que ela chegará às livrarias em 5 de novembro.

The Lovers selection: romance para adultos



Talvez, como parte das comemorações de 18 anos da revista Feel Young da editora Shodensha, será lançada em 8 de setembro no Japão a coletânea Lovers selection, com uma série de autoras contando suas histórias de amor. Ao todo são cinco mangá-kas: Erica Sakurazawa, Yuuko Umino, Q-ta Minami, Yumi Unita e Kanae Ono. O Comic Natalie diz que é um volume obrigatório para adultos, e que não é porque é romance que teremos final feliz. Aliás, Erica Sakurazawa – uma das minhas autoras josei favoritas – não é bem adepta dos romances felizes ou convencionais, e sua produção visa o público adulto feminino, sem concessões. Vamos ver se alguém faz scanlations.

Vou assistir A Bela e a Fera



Sei que é meio besta postar essas coisas, mas estou muito feliz porque vou assistir A Bela e a Fera aqui em Brasília! Queria muito ir e nunca assisti nenhum musical. Espero que seja uma boa experiência. Mas eu queria mesmo era assistir o Takarazuka.

Mais figures de K-ON!



Pedi para o Kamugin fazer o post, porque ele saberia explicar direitinho que tipo de figure é essa e tudo mais, só que ele sinalizou que não estava muito a fim, então, tive que trazer para cá. Eu conhecia estas figures articuladas como figmas, só que ao que parece cada fabricante dá o nome que quiser. Daí, revoltechs também são figmas, mas não se chamam figmas... Essas da empresa Aoshima são chamadas de mobips, se bem entendi. Um... bobagem isso, o importante é que mais figures de K-ON! estão saindo no Japão. O curioso desta vez, é que escolheram a Mugi e não a Mio para lançar primeiro. Na página do Akibanana há várias imagens detalhadas. As figures trocam rostos e mãos, por exemplo.

sábado, 29 de agosto de 2009

Revista Chorus dá destaque ao dorama de Shoujo Manga



Shoujo Manga (少女漫画), de Matsuda Naoko, foi publicado na revista Chorus e seu dorama estreou ontem, no dia 28 (*Preciso ir atrás do primeiro capítulo*). Como já tinha dito antes, o mangá é volume único e cada capítulo se centra em um clássico. A abertura, claro, é com A Rosa de Versalhes. Daí, quando decidiram fazer o dorama, escolheram exatamente o primeiro capítulo. Haken no Oscar (派遣のオスカル) é o nome da série que terá 6 episódios ao todo. Mas voltando à edição da Chorus, segundo o Comic Natalie, ela também saiu ontem e faz uma cobertura do dorama e fala, claro, do mangá. Como um capítulo é coisa bem pequena, estou curiosa para ver como ficou o resultado. A página oficial do dorama é esta aqui.


Pergunto-me quem foi o gênio que encodou o primeiro capítulo de Haken no Oscar. 2.60 gigas?! Que maluquice é essa? Não vou baixar, vou esperar para ver se aparece um torrent menor. Para quem quiser baixar, é só clicar aqui.

Correio Japonês lança coleção de selos de Naruto



Segundo o Akibanana, o correio japonês vai lançar uma coleção de selos especiais de Naruto Shipuuden, são 10 diferentes selos custando 80 ienes cada. a coleção completa poderá ser comprada por 800 ienes. Trata-se da 11ª edição da coleção de selos Heróis e Heroínas dos animes. As outras coleções pdoem ser vistas aqui. Os selos de Naruto serão lançados em 23 de outubro.

A Revista Wings agora é bimestral



Quando fiz a notinha sobre a revista Kaguya, falei que a revista Wings estava passando por mudanças. Pois bem, uma delas, e talvez a mais importante, é a sua periodicidade. Eu não sei se a mudança de mensal para bimestral é bom sinal, mas torço pela boa saúde da publicação. Além disso, a página da revista foi renovada com a inclusão de webcomics. A Wings é uma revista que tem como pontos fortes a ficção científica e a fantasia, com toques BL. As informações veio do Comic Natalie.

40 Anos de Carreira de Hagio Moto na Flowers



Já tinha falado das comemorações dos 40 anos de carreira de Hagio Moto na revista Flowers, mas, segundo o Comic Natalie, elas continuam. A edição que saiu no dia 28 traz uma entrevista com a escritora com a escritora Banana Yoshimoto, a cronologia dos trabalhos de Hagio Moto, um quis sobre a autora e suas obras, além de matéria sobre suas atividades no momento. Vários mangá-kas, como Mishiyo Akaishi e Naoki Urasawa também têm suas mensagens de parabéns publicadas nesta edição. E isso é só parte da edição, que traz outros presentes para as leitoras.

A revista Melody comemora 12 anos



A Melody é uma revista josei e está comemorando o seu 12º aniversário. Se entendi bem a matéria do Comic Natalie, serão dadas 12 ilustrações especiais, Primography (プリマグラフィー), nas próximas edições da revista, sendo que a primeira saiu ontem, dia 28 de agosto. É o tipo de material que logo estará sendo leiloado na internet por preços absurdos. Vem um cupom na revista com instruções de como concorrer ao prêmio. Acredito – e aqui ficou difícil de entender – que as imagens serão autografadas.

Algumas das séries que aparecerão nas ilustrações são Ooku (大奥 ) de Fumi Yoshinaga; Patalliro! (パタリロ!) de Mineo Maya; Himitsu - The Top Secret! (秘密) de Reiko Shimizu e que teve anime recente; Ppoi! (っポイ!) de Yamazaki Takako, que começou na Lala, portanto shoujo, e migrou depois para a Melody. Na edição #10 há também um brinde do mangá Otogimoyou Ayanishiki Futatabi (お伽もよう綾にしき ふたたび) de Hikawa Kyouko, continuação de Otogimoyou Ayanishiki (お伽もよう綾にしき), que sempre aparecia nos rankings de mais vendidos da Taiyosha na categoria shoujo, pois era publicado na Lala.

Revista Pafu traz especial sobre Sayuki Reload



A edição atual da revista Pafu, especializada no universo otome/fujoshi. Foi nela que surgiu pela primeira vez o termo "otome" que funciona como feminino de “otaku” na gíria dos fãs, saiu com uma série de matérias especiais sobre a série Sayuki (最遊記), especialmente a sua última encarnação, Sayuki Reload (最遊記RELOAD). Há entrevista com a autora, Minekura Kazuya, e tudo mais. A edição também traz uma matéria sobre técnicas de colorização de imagens para quadrinistas. E, se entendi bem a matéria do Comic Natalie, a próxima edição da Pafu trará um especial sobre Nodame Cantabile (のだめカンタービレ) e sua autora Tomoko Ninomiya.

Mangá Shoujo de Evangelion termina no Japão



Aqui no Brasil, foi publicado um dos mangá sshoujo de Evangelion, o Shinseiki Evangelion: Koutetsu no Girlfriend 2nd (新世紀エヴァンゲリオン鋼鉄のガールフレンド2nd) ou Shinseiki Evangelion: Iron Maiden. Não seis e saiu integralmente, porque mal conseguia olhar para aquilo: traço ruim, história idem. Mas Iron Maiden não foi a única série shoujo derivada de Evangelion, temos pelo menos mais uma, Shinseiki Evangelion: Gakuen Datenroku (新世紀エヴァンゲリオン 学園堕天録), algo como Shinseiki Evangelion: Academia Alocalipse. Ambos são da revista Asuka, mas este, pelo menos, aparenta ter um traço bonito.

Pois bem, segundo o Missión Tokyo, a série foi encerrada na edição #10 da revista Asuka e terá quatro volumes ao todo. Pode até ser uma boa opção de lançamento aqui no Brasil, já que Evangelion continua sendo uma série de muito sucesso. Nesta série gaiden de Evangelion, shinji Ikari é um estudante normal da Academia Fundação Nerv. Numa noite, vê seus colegas de classe Rei Ayanami e Kaworu Nagisa envoltos em uma estranha explosão que mudará sua vida para sempre. Shinji será então recurtado para lutar contra os anjos junto com Kaworu, Rei e Asuka. Estes monstros buscam corações para alimentar a árvore da vida Yggdrasil. Para quem se interessou, há scanlations dessa série em inglês.

Non-chan Noriben ganha reedição



Ainda não descobri se o mangá é josei ou seinen (*não descobri a revista, mas é da editora Kodansha*), mas, com certeza, Non-chan Noriben (のんちゃんのり弁), de Irie Kiwa, foi escrito para o público feminino na segunda metade dos anos 90. Como desconhecia a série, deixei a passar a notícia no Tokyograph, no ano passado, mas hoje, o Comic Natalie fala da reedição do mangá em dois volumes; o original tinha quatro. Mas vamos falar da história!

A protagonista da série é Komaki Nagai, uma mulher de 31 anos, cujo marido está sempre desempregado, porque persegue o sonho de ser escritor. Cansada das privações, ela perde a paciência com o marido, pega sua filha, Non-chan, e volta para a casa dos pais no interior. Só que ela não quer ser um peso e sai em busca de emprego. Mas quem (*no Japão*) dará emprego para uma mulher divorciada com uma filha pequena e que só terminou o ginasial? Assim, Komaki decide abrir seu próprio negócio, uma loja de bentô, aquelas marmitinhas super decoradas japonesas. Pelas capas, eu suponho que o marido não se conforme com a separação e vá atrás das duas, mas deve ser tudo em um tom de comédia, suponho.


O mangá voltou a ganhar atenção, porque um filme baseado na série estréia agora em setembro. Non-chan Noriben já teve um dorama com duas temporadas no canal TBS no horário da tarde. Acredito que seja bem mais fácil encontrar o filme - logo que ele caia na rede - do que ter acesso ao mangá.

Kirsten Dunst "Sailor Moon"?



Já tinha lido essa história de que Kirsten Dunst fez cosplay de Sailor Moon em uma das ruas de akihabara como parte d eum vídeo promocional (*de quê eu não sei*), feito pelo diretor do último filme do último Exterminador do Futuro. Pois bem, fiquei curiosa para ver, mas não tinha achado foto. Hoje, ao abrir o Comic Blog, lá estava ela. Mas vamos ao ponto: Que Sailor Moon é essa? Quem disse que essa arrumação toda tem algo a ver com a personagem original Sailor Moon? Fiquei muito decepcionada, no entanto, talvez no vídeo ela apareça realmente de Sailor Moon ou mais ao estilo das personagens. De qualquer forma, quero ter acesso ao vídeo. Se alguém já achou, por favor, me passe o link.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ranking do New York Times



Eu estou surpresa, mas o ranking do New York Times continua com metade do top 10 e Vampire Knight em primeiro lugar pela segunda semana seguida. Para melhorar, Fruits Basket subiu de colocação e Black Bird, também. Em contrapartida, 80% do ranking é da VIZ. Aliás, uma das notícias do ANN hoje é que Shogakukan e a Shueisha compraram duas distribuidoras de animes a Kaze francesa e a Anime-Virtual, da Alemanha, que passam a integrar VIZ Media Europa. Um... Vamos ver se isso tem algum impacto sobre o mercado francês.

1. Vampire Knight #7
2. Naruto #45
3. Fruits Basket #23
4. Rosario + Vampire #8
5. Black Bird #1
6. D.N.Angel #12
7. D.Gray-man #14
8. Dogs: Bullets and Carnage #1
9. Fullmetal Alchemist #19
10. Otomen #3

Monacast fala de Hayao Miyazaki



Não ouvi ainda, aliás, acabei de chegar em casa. Só que conhecendo a Mafalda e a Euba, imagino que o podcast não será menos que bom e muito provavelmente excelente. Então, se estiver interessad@, dê uma passada no Monalisa de Pijamas e ouça o programa Monacast 74 - Hayao Miyazaki, o Maior Diretor vivo de Animação.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Orgulho & Preconceito, o Mangá



Tempos atrás, tinha falado do lançamento do mangá de Orgulho& Preconceito (Pride & Prejudice) que em japonês se chama Kouman to Henken (高慢と偏見). encomendei na Fonomag, torcendo para que fosse bem legal. É muito bonito, sim. Claro, que Reiko Mochizuki parece um pouco desleixada em alguns quadros, coisa comum em mangá josei, mas, no geral, o saldo é positivo. A editora é a Ohzora, a mesma que publica os mangás Harlequin. Na capa, vem aquela tirinha (*tem um nome, mas eu sempre esqueço*) com propaganda de mangás Harlequin, mangás josei da Ohzora e o filme Becoming Jane.

Pois bem, embora o Darcy do mangá não seja inspirado no Colin Firth, o que é uma pena, o visual do mangá é inspirado na série da BBC, com Lizzie vestindo inclusive alguns dos figurinos daquela versão. Há a famosa cena da camisa molhada e outras que apareceram na série da BBC. Estou mais que satisfeita. Como queria fazer o post agora mesmo, enquanto os mangás estão quentinhos na minha mão, bati fotos. Não ficaram boas, eu sei, mas dá para ter uma idéia. Se tiver coragem, já que pode danificar meus mangás, eu faço alguns scans. Estou realmente bem contente, mas ficaria mais se estas quadrinizações pudessem sair aqui. A de E o Vento Levou... é a coisa mais linda do mundo. Mas, se bobear, a lixenta da Marvel é que aparece.

Ranking da Oricon


Saiu o ranking da Oricon e Nodame Cantabile está na mesma posição do ranking da Tohan. O volume #22 já vendeu quase 1 milhão de cópias até agora. Além de Nodame, temos alguns shoujo e o destaque, para mim, é o josei Do Da Dancin’! que é sobre balé. Poderia, claro, ser uma semana melhor, são poucos representantes entre os 30. Há duas séries seinen que certamente merecem ser citadas, Sangatsu no Lion de Chica Umino, que está em sexto lugar, e Cesare de Fuyumi Souryou, estreando em trigésimo. A lista completa está no ANN.

3. Nodame Cantabile #22
14. Shiawase Kissa 3-chōme #14
16. Berry Berry #1
20. Do Da Dancin'! Venetia Kokusai-Hen #6
25. Monokuro Shōnen Shōjo #1
27. Suki-tte Ii na yo. #3
28. Hanō no Tsuki #6

Nova Revista Shoujo no Japão



A editora Shinshokan decidiu reformular a sua linha de revistas shoujo, segundo o Mission Tokyo. O primeiro passo foi reformular a revista Wings que é especializada em ficção científica e fantasia com pitadas de BL. Agora, ela estará lançando no dia 18 de setembro uma nova revista, a Kaguya. Não se sabe ainda qual será a periodicidade da revista, se quinzenal ou bimestral. Eu apostaria na segunda opção, aliás, é o que já está na Comipedia. E de cara anuncia que 15 autoras estarão associadas à revista.

Acho que é gente demais e que nem todo mundo vai produzir regularmente, mas vamos comentar. A lista é bem eclética e tem desde autoras especializadas em BL, em yuri, autoras josei, algumas autoras de shoujo com muito conteúdo sexual e gente que veio do hentai. Estão arroladas como mangá-kas da revista Kaguya: Ayane Ukyô, Akira Goto (*ela tem um mangá hentai com o nome de Kodomo no Jikan, que não é o mesmo que faz um terrível sucesso com sua menina de oito anos tentando seduzir o professor. Este Kodomo no Jikan é de Kaworu Watashiya*), Eri Sakondo, Makoto Tateno, Akiko Morishima, e Chihiro Tamaki. Esta última é a autora de Walkin’ Butterfly e tem experiência produzindo josei e seinen.

Não se pode dizer que não seja uma aposta interessante, mas os resultados são imprevisíveis. Agora, pelo perfil das autoras acho que vamos ter histórias apimentadas, séries BL e Yuri, e, talvez, algumas tramas mais maduras. Se você ficar observando a página da revista verá que ela muda e fica exibindo as séries que serão publicadas. Vamos esperar.

Capítulo 5: Ventos de Mudança (Parte 1)


Depois de um bom tempo, retomei a história que eu estava escrevendo. Só para lembrar, já publiquei quatro capítulos, tenho outros tantos escritos, mas o capítulo cinco não estava pronto. E, na verdade, não está ainda. Comecei a escrever e estou publicando aqui o que seria uma primeira versão. Para quem não leu os demais e quiser dar uma olhada – o que me deixaria muito grata, aliás – é só clicar aqui. O arquivo “Ventos de Mudança” reúne os três primeiros capítulos que correspondem aos arquivos com o nome de “Wind”.

A história, que tem como título provisório “Ventos de Mudança”, se passa em um mundo pseudo-medieval, e tem como personagens principais um grupo de jovens convocados para uma missão, que é resgatar um príncipe que está aprisionado ou bem guardado, vamos ver, e colocá-lo no trono, destronando a Rainha que usurpou o trono, praticando uma série de violências. Para isso, precisam obter armas mágicas que estão no castelo da Rainha das Fadas. Parte do grupo já está lá, mas outros ainda precisam vencer os últimos obstáculos. No entanto, a espada mais poderosa não pode ser dada, ela precisa ser conquistada e só pode ser usada pela princesa Marina, que não sabe porque ela, que não tem talento algum, precisa se meter nesta confusão. Resumo bem bobo e rasinho. Mas é o que eu posso produzir no momento.

Agradeço a quem está lendo a história, quem ainda está disposto/a a continuar. Agradeço pelas críticas e sugestões, especialmente em uma primeira versão. Segue a primeira parte, a segunda deve vir na semana que vem. :)

5º Capítulo: Dúvidas, Angústias e Alguma Teimosia - Parte 1


— É lindo! — Marina estava fascinada pelo palácio que se projetava rumo aos céus. Suas torres feitas de cristal tinham formato de agulhas e os arcos davam a impressão de leveza que ela jamais vira em lugar algum.

A mulher que alta que estava nos portões do palácio olhava de forma curiosa para o grupo. Ela trajava um vestido esvoaçante cor salmão, da mesma cor do véu que estava preso ao seu penteado. Ela não era particularmente bonita, mas tinha um olhar penetrante e um ar superior.

— Sejam bem-vindos! — Ela disse se aproximando e olhando somente para Marina. — Fez um bom trabalho, Palma. — A outra se curvou.

— A senhora é a Fada Ádina, certo? — Eu queria saber...

— Sim, sim... Há muito que você precisa saber. — Ela olhou para Alan que estava ferido. — Mas teremos tempo mais tarde. Eu sabia que iriam conseguir chegar até aqui. Mas isso é só o começo. — Ela olhou para o rosto de Elaine. — Você... — A menina fez uma mesura. — Vi o que você fez. Foi uma falha... Deveríamos ter percebido antes e trazido você para cá.

— Senhora, eles precisam descansar. — Palma interveio. — O jovem Alan se feriu, a princesa e os demais precisam de cuidado, também.

— Verdade. E o grupo não está completo... Eu preciso de todos aqui para que recebam as armas mágicas. — Ela tocou no rosto de Marina. — Você parece com sua mãe. Ela era assim como você quando a vi pela primeira vez. — “Não sei no que parecer com minha mãe poderá nos ajudar a vencer esta missão.”, Marina pensou.

XXX
Marina ficou feliz em poder tomar um banho. Os aposentos que lhe deram eram amplos e confortáveis. A banheira estava cheia, a água era quente e os sais relaxantes. Tudo estava acontecendo tão rápido e, ao mesmo tempo, a tal missão parecia um completo mistério. “Como eu, entre todas as pessoas, fui escolhida para liderar uma missão que parece tão importante? E este irmão que nunca vi? Será tudo isso real? Será uma armadilha?” Ela tocou o pescoço e percebeu que estava machucado onde Richard tinha apertado. Certamente, o ferimento e a dor eram reais. “E ele poderia ter partido meu pescoço com facilidade...”

— Preciso de um espelho... — Ela falou alto para si mesmo.

E não precisou levantar, pois um espelho materializou-se no ar na sua frente. Ela perdeu o fôlego. “Será que tudo o que eu imaginar irá aparecer? Não creio...” Na verdade, ela queria dormir, mas estava tão ansiosa que sabia que isso não seria possível. “Preciso relaxar... Preciso relaxar...”

Ela examinou o pescoço. Estava bem roxo realmente, mas era só isso. Iria passar e sua pele voltaria a ser tão branca quanto antes. Mas estava assustada com o que vira. Sir Richard não era humano! Como poderia ser aquilo? Mas se mágica existia, talvez todo um mundo de coisas estranhas estivesse escondido. E, claro, havia coisas que ela não gostaria de encontrar. “E ele odeia Alan...” E ela sentiu o rosto corar. Porque estava começando a gostar de seu primo, sabia disso, que o achava atraente, apesar de saber o quanto ele era grosseiro... Respirou fundo... Não era apropriado ficar delirando nua dentro de uma banheira. Bateram na porta. Marina levantou e foi envolvida por uma toalha macia... A mais macia que já tocara sua pele.

— Quem é?

— Sou eu, Elaine.

— Pode entrar. — Marina saiu da banheira e sentou-se em uma cadeira que estava próxima.

Elaine entrou. Havia tomado banho também e estava com roupas limpas. Um vestido simples cor de açafrão que caia abaixo dos joelhos e tinha um aspecto confortável.

— Você está bem? Seu pescoço está muito machucado.

— Ah... Não muito. — Fez pausa. — Ele poderia ter quebrado o meu pescoço se quisesse. Seu vestido é bonito. Gire para que eu veja. — A outra obedeceu. Marina retomou seu ar original e observou. — Fica bem em você. Combina com o tom da sua pele e com seus olhos. Mas tente andar com a coluna mais ereta e... Ah! — Elaine olhava para a prima que levantou correndo. — Quero ver que roupa me deram!

Elaine apontou para um conjunto sobre a cama. Marina correu e pegou a roupa só para exclamar desolada.

— Eu não vou vestir isso! Jamais!

XXX
— Onde estamos? — Perguntou Guilherme mais para si do que para os outros. Eles tinham aberto uma porta de um lado e saído no meio de uma floresta. E, um instante depois, a porta desaparecera como se nunca ali estivesse. A floresta era escura e parecia pouco acolhedora.

— Floresta do Amanhecer, é onde estamos. — Falou Alda olhando em volta. Ele não respondeu e Alda ficou imaginando por quanto tempo aquele cretino manteria a sua birra. Ela decidiu que iria ignorá-lo, também. O que incomodava Alda era não ter certeza de quanto tempo tinha se passado. Pareciam poucos minutos, no entanto... Erik olhava em volta apreensivo e Alda perguntou:

— O que foi? Há alguém nos observando? Eu sinto como se...

— Acho que existe muita gente nos observando, Milady. — Ele respirou. — Olhe como Flecha está indócil. — A águia realmente parecia ansiosa. — Só espero que sejam amigos... Ou pelo menos alguém que não nos dê atenção.

XXX
Elaine levou Marina até a enfermaria, ou algo que parecia com uma. Lá encontraram Haroldo e Alan que parecia estar bem.

— Essas fadas têm remédios muito bons. — Haroldo observou enquanto admirava uma fileira de potinhos feitos de cristal colorido sobre uma prateleira.

— Todos os meus ferimentos cicatrizaram muito rápido... — Alan sentia-se humilhado. Richard fizera dele o que quisera e poderia tê-lo matado num instante, como ele bem sabia. Quando entrara na enfermaria tinha tantos cortes e espetadas, tantos ferimentos ridículos e ao mesmo tempo dolorosos, que sabia que qualquer um deles, se Sir Richard tivesse desejado, poderia ser fatal. “Mas ele não queria acabar comigo de uma vez... Ele não me julga um oponente a sua altura.” E algo dentro dele dizia que não era mesmo...

— Você está muito bonita com seu vestido novo, Elaine. — Haroldo comentou percebendo o rosto sombrio de Alan. Foi uma forma de trazê-lo de volta à realidade. Alan se recompôs e concordou com ele:

— Sim, as roupas que nos deram são muito confortáveis. E você está realmente muito bonita, Elaine. Melhor assim do que com roupas de criada. — Ele levantou. — Não deram roupas novas para você, Alt... Marina.

— Deram, mas não gostei delas. — Ela ergueu o rosto. — E nada vai me fazer usá-las.

— Por que? — Haroldo perguntou curioso.

— Ora... — Ela fechou a cara.

— Ela achou que não eram roupas para uma dama... — Elaine comentou sem entrar em detalhes e os dois rapazes ficaram olhando com um ar entre curioso e divertido, pois Marina parecia realmente decepcionada e ofendida.

— Me deram roupas de homem. Eu não irei andar por aí vestida como um homem.

— Não eram roupas de homem, Marina. — Elaine interveio. — era uma túnica muito bonita...

— E curta e minhas pernas ficariam à mostra...

— Mas havia os culotes, e as botas... — Marina virou a cara.

— E você vai precisar montar. — Alan falou. — E provavelmente teremos que procurar seu irmão pelo reino. E você não poderá montar como uma dama, atravessada na sela se precisarmos correr... — Ele fez pausa. — E lutar.

— Eu não sei lutar. E também não monto bem, nem como uma dama, e muito menos à cavaleiro. — Ela falou com voz trêmula. — E não vou andar por aí mostrando minhas pernas como se fosse...

— Qual o problema afinal? — Haroldo provocou. — Suas pernas são tão feias que você não quer que os outros vejam?

— Ora... Minhas pernas são muito bonitas se é que isso é de sua conta... — E ficou vermelha, porque Alan soltou uma gargalhada e percebeu que Haroldo estava debochando dela. Somente Elaine estava tentando se manter séria.

— Vocês... Eu não vejo muito futuro nessa tal missão. — Ela falou com sua dignidade ferida e medo, muito medo. Alan tentou ser firme, porém gentil:

— Mas agora não há como voltar atrás. E quer você queira, quer não, parece que nosso sucesso depende de você. — Ela ficou pálida. — E terá que fazer um esforço para montar e lutar. E, talvez, as roupas que lhe deram ajudem. Alda não teria problemas...

— Eu não sou Alda!

— Ah, sim. Certamente não é. — Completou Haroldo, pouco antes de uma das fadas, aquela que tinha salvo a vida deles aparecer na porta do aposento com seu ar solene.

— A Fada Ádina deseja vê-los. — Ela olhou para o rosto de cada um deles e mediu Marina com severidade. — Não há tempo a perder.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Entrevista com o Studio Seasons - Parte 2



Segue a última parte da entrevista com as artistas do Studio Seasons. A primeira parte está aqui. Lembro para vocês que elas concordaram em responder outras perguntas que os leitores e leitoras queiram fazer. Alguém pediu o deviantart, o da Simone Beatriz é este aqui. De novo, deixo aqui o meu agradecimento à Montserrat, Simone Beatriz e Syvia pela gentileza.

SC: Zucker é a nova série de vocês. Eu percebo uma clara influência do shoujo mais clássico, dos anos 70, na arte e na estrutura. Inclusive, até cheguei a pensar que a história se passava nos anos 30 ou 40 do século XX (* a mala da protagonista, me fez suspeitar que eu estivesse errada*) Estou certa? Se, sim, quais séries/autoras inspiraram vocês?
STUDIO SEASONS: Pôxa... ainda bem que você olhou a mala! (risos)
De verdade, não. Esse é o traço shoujo da Simone mesmo! Ela costuma observar o trabalho de uma mangaká ou outra, mas é mais para ver a técnica aplicada. Simone não costuma usar as mangakás dos anos 70 como referência. Achamos que parte dessa impressão se deve ao fato de todo mundo se vestir de um modo muito clássico, mas a roupa do Edgar, por exemplo, é a roupa que muitos gerentes de loja usam, ainda mais numa cidade do interior no Sul. Já a Dora, por incrível que pareça, está super moderna! Essa roupa que ela está usando é a última moda nas vitrines de São Paulo para o inverno. Acreditamos que as pessoas não precisam usar roupas mirabolantes para serem especiais. Zucker é uma história de pessoas comuns em uma situação incomum que faz com que tenham de mostrar outro aspecto delas. À medida que a história correr isso ficará mais claro e o visual clássico foi escolhido justamente pelo conteúdo final da história.

SC: Zucker se passa no Brasil. Alguns acreditam que os consumidores de mangá não gostam de ler material brasileiro, especialmente quando ele se passa em seu próprio país. Isso procede?Vocês receberam críticas?
STUDIO SEASONS: Na verdade não procede. O que ocorre é que temos um mercado muito mal estruturado no quesito produção. Todo mundo compra pronto, mas não sabe coordenar na hora de produzir aqui. Foi publicado muito material cru e isso prejudicou muito a imagem de gente séria. Os jovens que se propõem a escrever e desenhar hoje estão muito mal preparados e acabam virando “saco de pancadas” do público quando se arriscam a estrear no mercado antes da hora. Eles têm de estar cientes de que estão concorrendo com pessoal gabaritado de fora e, quer queiram, quer não, serão sempre comparados. Felizmente, o pessoal que lê o nosso material e acompanha o nosso trabalho sabe que não viemos para brincar ou seguir modas. Zucker só recebeu elogios e apoio, e isso foi muito bom.

SC: Vocês têm algum trabalho favorito?Algo que tenham feito e que ocupe um lugar especial no coração?
MONTSERRAT: Sou suspeita! Escrevi todos os roteiros! Gosto de todos... mas confesso que tenho um carinho especial pela minha série Dragons, por Voguel, que ainda estou escrevendo e gosto muito de Kimura Fushigi, o personagem principal da série Oiran.
SYLVIA: Nossa! Gosto de tudo que a Montserrat escreveu para mim. Gosto de Lótus e o Olho do Tigre porque foi o primeiro roteiro que ela fez e tenho um carinho especial com Alesh porque foi um presente de aniversário (já viu alguém ganhar trabalho de presente?).
SIMONE: Gosto muito de Contos de Amor e de Honra que estou desenhando e gosto de Oiran, mas confesso que este é cansativo de fazer por causa das retículas!

SC: O mercado brasileiro de quadrinhos hoje está mais receptivo ao produto nacional? Ser em estilo mangá faz diferença?
STUDIO SEASONS: Está mais receptivo mesmo. Tivemos um momento assim em 2001, mas a onda de mangás que entraram no mercado, fez frear esse movimento. Todo mundo achava que poderia trazer mangá do Japão e ficar rico. Obviamente, levou um tempo para cair a ficha que a coisa não era tão simples assim e licenciar títulos é um processo complexo e fora de questão para salvar editoras a beira da falência, como algumas tentaram fazer. Hoje estamos tendo uma retomada e o mercado está novamente mais receptivo. Sobre o estilo mangá houve um tempo bem ruim para os quadrinhos nacionais dentro deste estilo adotado. Foi uma febre de publicar coisas como se fosse mangá e não tinha nem um traço de técnica. Isso prejudicou muito a imagem de quem queria fazer um trabalho sério. Até hoje lemos pessoas falando num geral que os desenhistas usam os recursos de produção de mangá porque é moda. Em parte isso é verdade, no tocante a algumas editoras que lançaram muita coisa sem nem saber o que era mangá, mas em parte isso é errado, pois muita gente começou a desenhar muito antes de mangá virar febre por aqui. Acho que a técnica só é válida se você consegue desenvolver um traço e um processo de diagramação com os mesmos recursos de linguagem que os japoneses usam e incrementá-lo com recursos de linguagem do ocidente, caso contrário, a pessoa só vai desenhar gente com olho grande em quadros tortos, mas sem ter a mínima idéia do porquê esta fazendo isso. E importante: você tem de ter uma história para contar.

SC: Agora, quero saber um pouquinho das influências de vocês, os autores e autoras que admiram. Vocês poderiam falas dos/as escritores/as, mangakás, quadrinistas, cineastas que mais apreciam? Tiveram alguma influência na carreira de vocês e como trabalham?
MONTSERRAT: Puxa... tanta coisa. Li e vi muitas obras. Não daria para fazer uma lista completa e acho que tudo que vi me influenciou para produzir as histórias que faço. Gosto de Clamp, Kei Nakamura, Naomi Yamauchi, Chiho Saito, Takuhito Kusanagi, Suezen, Jet, Travis Charest, Bill Watterson, Will Eisner e um monte de gente que não lembro o nome. De autores gosto de Bram Stoker, Machado de Assis, Jane Austen, Georgette Heyer, JJ. Benitez, Alan Dean Foster, etc. Adoro cinema, mas nunca me ligo nos cineastas, me fixo mais nas histórias.
SYLVIA: Bom, entre os que eu gosto tem Bill Watterson, Will Eisner, Guido Guidi, Jim Lee, Chiho Saito, Rumiko Takahashi, Yoshida Sunao, Clamp, etc. De escritores eu gosto do Luís Fernando Veríssimo e Tolkien.
SIMONE: Eu gosto do trabalho de Fuyumi Soryo, Motoka Murakami, Keith Giffen, Travis Charest e Guido Guidi. São eles que me chamaram atenção e me influenciaram algumas vezes.

SC: Hora de aconselhar: o que vocês recomendam para aqueles que desejam seguir carreira como quadrinista (roteirista, desenhista, ou mesmo fazendo todo o trabalho) aqui no Brasil?
STUDIO SEASONS: Bom, todas nós costumamos dar os mesmos conselhos: estudar, pesquisar, ter bom português, não ter preguiça, ser disciplinado, estar sempre lendo e se informando. Se quiser fazer uma história busque as fontes originais, nada de jogos ou revistas. No caso do estilo mangá, não se faz quadrinhos, lendo mangá, mas lendo livros e revistas especializadas, material de qualidade. O mangá em si só serve como exemplo de técnica aplicada, não como base para nenhuma outra história original. Ter idéias originais é a base para se contar e se fazer boas histórias.

Betsuhana homenageia Glass Mask



Vamos lá, acho que posso ter pedido algum pedaço de informação do post lá do Comic Natalie, mas vou me esforçar para dar sentido à notícia (*veja o nível de criatividade que isso envolve*). Ao que parece, Suzue Miuchi está retomando Glass Mask (ガラスの仮面) depois de algum hiato, isso é tão comum na história deste mangá de três décadas, que nem espanta ninguém. Este mês, além do lançamento do volume #44 da série, seu mangá Amaterasu também vai ser lançado em dois volumes encadernados pela Kadokawa, originalmente eram quatro. Para fechar, isso sem flar de novo no talk show que está em evidência no site da revista, a edição #10 da Betsuhana vem com um conjunto de cartões postais ilustrados de Glass Mask.

Este brinde me fez pensar em encomendar o volume na Fonomag... Mas, se bobear, eu tenho quase todas as imagens. A da capa, eu tenho. Mas queria muito que a autora terminasse Glass Mask. É uma tortura sem fim saber o que nãos e sabe, isto é, se Masumi e Maya ficarão juntos. Porque quem vai ser a deusa escarlate no teatro, para mim é mais que óbvio, tanto Maya quanto Ayumi vão ganhar o papel. Aposto e sei que não perco. Falando em Masumi, acho que nunca comentei, mas na França o nome da personagem ficou Maxime Darcy, lá na primeira versão. E, claro, duvido que o Darcy não tenha sido inspirado na personagem de Orgulho & Preconceito. Aliás, adoraria saber se alguém já fez esta pergunta para a mangá-ka, só para ver ela confirmando.

Evento reúne mangá e balé no Japão



Falar que balé tem tudo a ver com shoujo ou josei mangá, não é exagero e poderia elencar vários títulos nos quais a dança clássica ou moderna está presente. Daí, um evento como o anunciado no Comic Natalie, não é surpresa. Segundo o site, como desdobramento das apresentações do New York City Ballet no Japão, se realizará uma mesa redonda no dia 11 de setembro contando com a presença de Satoru Makimura, autora do mangá Do Da Dancin’! (Do Da Dancin’!) e de Yukari Fujimoto, professora da Meiji University, pesquisadora de mangás que tem como tema o balé ou dele falam. Queria muito assistir esse negócio. Para quem estiver no Japão e se interessar, o Asahi Culture Center in Shinjuku está responsável pela venda dos ingressos, ao preço de 1500 ienes. A lotação no Bunkamura Orchard Hall é de 180 pessoas.

Hetalia para beber e colecionar



Passando pelo blog Akibanana hoje, vi essa notinha e achei que deveria trazer para cá. Segundo o site, Akihabara, que é um bairro dominado pela presença masculina otaku está se tornando mais flexível, e, neste caso, buscando o público feminino, o que significa, claro, mais lucro. Sintomático disso é que as máquinas que vendem bebidas enlatadas com imagens de personagens de anime, mangá e games acabaram de incluir Hetalia. Para quem não lembra, Hetalia Axis Powers (ヘタリア Axis Powers) começou como tirinha que antromorfizava países e acabou se tornando anime. Por pressão coreana, que não gostou de como seu país era representado, a série deixou de ser exibida na TV e passou a ser distribuída pela net.


As Heta-can, como estão sendo chamadas, vêm nas seguintes versões (país/sabor): Itália (uva), Alemanha (café), Japão (chá verde), EUA (laranja), França (uva francesa), Inglaterra (chá vermelho). Eu realmente não faço questão do conteúdo, mas adoraria colecionar as latinhas. ^_^

Erica Awano na Folha de São Paulo



Como já comentamos aqui, Erica Awano está iniciando uma carreira internacional. Hoje a Folha de São Paulo publicou uma matéria entrevista com a artista e, como não sei se á somente para assinantes, posto aqui na íntegra. Agradeço ao Diogo por ter avisado da entrevista. Não poderia deixar passar mesmo. Aliás, uma das coisas que eu aprecio na Erica Awano, em todas as falas que li ou ouvi dela, é seu bom senso. E ele está mais que transparente no texto. Ser quadrinista no Brasil não é fácil e é preciso, a não ser que você seja nascido/a em berço de ouro - ter os pés no chão e espírito guerreiro, além, claro de talento moldado com muito treino e capacidade de cumprir prazos. Segue o texto.

Desenhista brasileira de mangás exporta seu traço para os EUA
Erica Awano foi responsável pelo clássico nacional "Holy Avenger", em 1999

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL


A notícia divulgada na semana passada de que a brasileira Erica Awano será a ilustradora de uma adaptação norte-americana de "Alice no País das Maravilhas" para os gibis causou agitação entre os fãs de mangá. Por mais que o nome da artista possa não soar familiar a quem está por fora do mercado de HQs desse estilo no Brasil, a animação do público diante do nome dela não é desmedida.

Não se sabe muito a respeito de Awano. Arisca, a quadrinista revela pouco de si. A idade, por exemplo, prefere deixar no ar. "Perto de 37", dá a dica, em entrevista à Folha, por telefone. Mas, entre as coisas que não precisam ser adivinhadas, há o fato de que Awano foi a responsável pelo traço de "Holy Avenger", mangá brasileiro lançado em 1999 e até hoje referência nacional do estilo japonês.

"Holy Avenger" circulou em 42 volumes, durante três anos, e recebeu por duas vezes consecutivas o Troféu HQ Mix, que premia os melhores do ano. "Na época, eu ia a eventos de cultura japonesa e as pessoas vinham falar comigo", conta. De lá para cá, passou alguns anos fora dos holofotes.

Se Awano influenciou o nicho de mangás no país? "A bem da verdade, não existe uma produção nacional para ser influenciada", rebate. O filão por aqui é tão restrito que a veterana teve de projetar sua carreira para os EUA. Fez ilustrações avulsas, desenhou o gibi de "World of Warcraft" e, agora, está no projeto de "Alice...", da editora Dynamite Entertainment. Não há previsão de que chegue ao Brasil.

Quem é o culpado

Entre os supostos motivos para o diminuto mercado local estão a baixa demanda do público e a falta de aptidão dos artistas. A enxurrada de títulos japoneses nas bancas desmente a primeira alternativa. E Awano refuta a segunda.

"Não é uma questão de pegar o jeito, talento temos de monte, basta ver nos portfólios on- line", afirma. "Mas transformar uma coisa de que você gosta em trabalho requer preparação, saber cumprir prazos."

Iniciativas isoladas como "Turma da Mônica Jovem" e "Luluzinha Teen" não fazem, sozinhas, um mercado, afirma. Mesmo hoje em dia, quando investir no estilo mangá virou estratégia de marketing. "É uma possibilidade de enriquecimento do vocabulário da narrativa", diz Awano, que não torce o nariz para a iniciativa.

Mas fazer parte desse projeto nacional não está nos planos da "mangaká". "Não sou versátil a ponto de fazer quadrinhos do Corinthians, nem se me pagassem rios de dinheiro!", brinca.

Cookie comemora 30 anos de Ikeno Koi



Ikeno Koi é uma das veteranas de maior sucesso no shoujo mangá. A mangá-ka debutou em 1979 e seu sucesso veio em 1982 com Tokimeki Tonight (ときめきトゥナイト). Assim, segundo o Comic Natalie, a edição #10 da Cookie virá com uma série de matérias sobre a carreira de Ikeno Koi e homenagens feitas por outras mangá-kas. Edição de colecionador, por assim dizer.

Ranking da Tohan



Saiu o ranking da Tohan e somente Nodame Cantabile representa os mangás especificamente para mulheres no top 10. Falo isso, porque todo mundo está careca de saber que boa parte da renda dos shounen vem do público feminino e é exatamente por isso que Full Metal Alchemist está onde está e Sangatsu no Lion, também. Destaque para o terceiro encadernado de Azumanga Daioh e para o mangá de futebol Area no Kishi. Lembrando que “kishi” (騎士) é cavaleiro. :)

1. Detetive Conan #65
2. Full Metal Alchemist #23
3. Nodame Cantabile #22
4. Diamond no Ace #17
5. Sangatsu no Lion #3
6. Azumanga Daioh #3
7. Sayonara Zetsubou-sensei #18
8. Capeta #20
9. Area no Kishi #17
10. Liar Game #9

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Entrevista com o Studio Seasons - Parte 1



Pessoal, fazia tempo que eu queria entrevistar as artistas do Studio Seasons. Lembro de ter enviado, muitos meses atrás, um pedido para a Simone Beatriz via Deviantart. Mas eu mesma não mandei as perguntas e ficou por isso mesmo. Agora, contatei a Montserrat e ela foi mais que gentil ao aceitar responder a entrevista e enviar rapidamente as respostas. Acredito que não demorou nem três dias. Como a entrevista é grande, ela será partida em duas partes. Publicarei a segunda parte amanhã, na quarta-feira.

Então, vamos lá. Toda vez que não houver identificação de quem está respondendo – talvez Simone, Montserrat e Sylvia tenham respondido em conjunto, expressando uma opinião de grupo – colocarei Studio Seasons. Eu sou muito grata por esta oportunidade de publicar a entrevista aqui e pela prontidão e gentileza das artistas. Como a Montserrat disse que eu poderia enviar outras perguntas, vou ser um pouco abusada e repassarei perguntas pertinentes que algum leitor ou leitora queira fazer (*deixe nos comentários*). Se você quiser conversar diretamente com elas, algo bem mais aconselhável, basta entrar na comunidade do Studio Seasons no Orkut. :) É isso! Boa leitura.

SHOUJO CAFÉ: Como vocês se conheceram? Como começaram a trabalhar juntas?
MONTSERRAT: Bom, foi em 1995. Primeiro eu conheci Sylvia Feer num curso de mangá da Abrademi, começamos a nos corresponder e tivemos a idéia de fazer histórias juntas. Já sabíamos que trabalhar com o estilo mangá seria algo muito interessante, mas como eu escrevia vários roteiros, precisávamos de mais uma desenhista, pelo menos. Um tempo depois conhecemos a Simone Beatriz que tinha ganhado um concurso de mangá e a convidamos a participar do projeto. De lá para cá desenvolvemos muitas histórias as quais os roteiros estão prontos e temos de fazer aos poucos esse material. Trabalhamos muitos anos à distância, nos reunindo de tempos em tempos, pois morávamos em estados diferentes. Hoje Simone mora na mesma cidade que eu e só a Sylvia ainda mora em Niterói.

SC: Como foi a escolha de carreira de vocês? Vocês contaram com o apoio das famílias? Qual a formação (acadêmica) de vocês?
MONTSERRAT: Foi algo natural. Eu sempre trabalhei com textos e ilustrações desde jovem e usar o estilo mangá como uma forma de contar histórias foi só mais uma opção. Eu já era adulta e independente para fazer minhas escolhas e minha família sempre gostou de literatura e arte, então não houve atrito. Não tenho formação superior, mas fiz técnico de design gráfico, hardware e falo espanhol fluente por ser filha de espanhóis.
SYLVIA: Eu sempre gostei de desenho, então optei por essa carreira na hora de fazer uma faculdade e, bem, estou aqui trabalhando com elas. Minha família também me apoiou e ajudou no meu tempo de estudante. Sou formada em design e comunicação visual pela PUC/RIO.
SIMONE: Sempre tive muito contato com a cultura japonesa e essa escolha foi algo que surgiu em meu caminho, naturalmente. Gostava muito de pintura, mas não pude fazer a faculdade na época. Tenho curso técnico de desenho de moda pelo SENAC e curso de Fechamento de arquivos pelo SENAI.

SC: É possível viver de quadrinhos no Brasil ou vocês mantém outras atividades profissionais?
MONTSERRAT: É difícil! (risos). Você até pode optar por trabalhar com desenho no Brasil, mas tem de ter apoio financeiro da família para o caso do trabalho “sumir” e tem de se submeter a muita coisa! Esse não é o nosso caso, saímos de casa há um bom tempo e temos nossas contas para pagar como qualquer adulto. Não podemos nos dar ao luxo de viver dessa maneira, além do mais, fazemos trabalhos autorais e não pegamos todo tipo de proposta que nos ofertam por questões de tempo e qualidade, principalmente. Eu sou funcionária da rede de Bibliotecas do Município de Guarulhos (minha outra paixão são os livros). Sylvia é professora de desenho e Simone é designer de estampas, numa empresa que trabalha com moda e decoração.

SC: Vocês são todas mulheres e no ocidente ainda é meio tabu ver mulheres como quadrinistas ou mesmo consumidoras de quadrinhos. Vocês já foram discriminadas por causa disso?
STUDIO SEASONS: Sem dúvida. Muitas vezes e de diversas maneiras, algumas de forma mais velada outras de forma direta, mas esse tipo de discriminação não nos enfraquece, ao contrário, nos dá mais força para seguirmos em frente. Toda vez que alguém tenta nos diminuir de alguma forma, aí é que insistimos mais em fazer. Acho que o mais vergonhoso é ver homens e profissionais da área nos discriminar: soa como um medo infantil de competição, vergonha de perder terreno para uma mulher. É realmente lamentável ver homens, que deveriam ser adultos, agirem de modo tão tolo.

SC: Alguma de vocês somente desenha ou escreve ou todas se alternam nessas duas posições?
MONTSERRAT: Eu faço todos os roteiros e textos que se relacionam ao Studio Seasons, além de desenhar também.
SYLVIA
: Eu desenho.
SIMONE
: Eu desenho e sou responsável pelo site do estúdio.

SC: Eu conheci o trabalho de vocês na revista Mangá Booken e desde lá, especialmente depois da internet, venho acompanhando a carreira de vocês. Vocês gostariam de falar alguma coisa sobre este momento da carreira?
STUDIO SEASONS: Bem... falta tempo! (risos) Gostaríamos, antes de tudo, agradecer a todas as pessoas que tem acompanhado o nosso trabalho por todos estes anos. Quero dizer que temos dedicado todo o tempo que podemos ao nosso trabalho e que, muitas vezes, passamos por situações muito difíceis para concilia-lo com a nossa vida. O que estamos fazendo hoje é uma verdadeira jornada dupla... tripla se formos considerar que temos nossas casas para cuidar. Mas sabemos que esse esforço é pago com o respeito e a admiração que as pessoas têm pelo nosso trabalho. Obrigada de verdade. Sobre esse momento. Temos muita coisa para fazer. Temos séries para desenhar como Alesh, Baloon, Oiran e outras, que intercalamos com projetos menores como Zucker e mais coisas que vem por aí. É uma rotina cansativa e, mesmo quando as pessoas não entendem o quando isso é complicado, somos gratas pelo fato de podermos estar contando histórias para as pessoas e fazendo-as acreditar que também podem fazer isso.

SC: Muita gente teve contato com o trabalho de vocês através de Sete Dias em Alesh e Oiran. Como foi a recepção desses trabalhos? Vocês recebiam cartas e e-mails dos leitores e leitoras? Há possibilidade de continuarem essas séries?
STUDIO SEASONS: A recepção foi ótima. As pessoas gostaram muito e nos mandaram muitos e-mails. Até hoje fazem isso! Sabemos a força que essas séries têm e elas estão sendo feitas. Tivemos de fazer uma revisão nas histórias desde aquela época, mas hoje o trabalho está melhor e mais completo. Silvia está desenhando Alesh e Simone recomeçou Oiran, mas como está fazendo Zucker, teve de parar um pouco. Queremos sim e pretendemos relançar estar séries.

SC: A internet é importante para a divulgação do trabalho de vocês?
STUDIO SEASONS: Muito importante. Foi a primeira coisa que colocamos na cabeça ao fundar o estúdio: fazer um site. Graças a isso, temos uma grande visitação e sabemos o que as pessoas estão procurando. É uma vitrine, um portfólio para o nosso trabalho, além de um excelente meio de pesquisa e comunicação, quando bem utilizado.

SC: Vocês têm publicado na revista Neo Tokyo. Como tem sido essa experiência? Há boa receptividade dos leitores?
STUDIO SEASONS: Está sendo uma experiência muito boa, pois estamos tendo um espaço muito interessante para trabalhar. O público tem sido gentil e quem lê o material gosta do trabalho. O mais importante para nós é a oportunidade de fazer algo nos moldes da Newtype, mostrar que isso também pode ser feito aqui. A idéia é publicar primeiro na revista para depois relançar num volume fechado, ou seja iniciar esse mesmo mecanismo de publicação no Brasil.

Continua...