terça-feira, 29 de setembro de 2015

Festival do Rio terá retrospectiva do Studio Ghibli


Para os felizardos que estão no Rio e poderão ir ao Festival, que ocorrerá entre o dia 1 e 14 de outubro, haverá uma mostra especial do Estúdio Ghibli na programação.  Estão previstos:

  • O castelo de cagliostro
  • Contos de terramar
  • As memórias de Marnie
  • Meu amigo Totoro
  • Meus vizinhos, os Yamadas
  • Os pequeninos
  • Porco Rosso: O último herói romântico
  • O reino dos gatos
  • Túmulo dos vagalumes
Visite a página da mostra (*aqui*) e, ao clicar em cada filme, você saberá horários e locais de exibição. Vai ser muito legal mesmo.

Confirmada a Terceira Temporada de Sailor Moon Crystal


Todo mundo já sabia que haveria uma continuação, mas a confirmação oficial só veio esta semana, dia 28, através do site oficial.  A estréia da terceira temporada de Sailor Moon Crystal (美少女戦士セーラームーン Crystal) será em 5 de outubro.  Agora, é esperar por esta nova fase que, finalmente, trará todas as sailors juntas. ^_^  A notícia estava no Comic Natalie e no ANN, e em tantos outros sites por aí.

Ranking do Comic List


Mais um ranking do Comic List atrasado... Ainda bem que eu tinha salvado, mas, de qualquer forma, preciso colocar o atual o mais rápido possível.  Enfim, este é o ranking da semana de 13-19 de setembro.  Skip Beat! foi o único shoujo no top 30, esta semana, ele subiu lá para o top 10.

24. Skip Beat! #37

Em shoujo, foi uma semana de retornos, a única estréia realmente forte foi Skip Beat, os outros mangás, como o último volume de Love so Life, não conseguiu deslocar séries que já estavam nos primeiros lugares.  O ranking também traz os josei da revista Flowers, AWAY de Hagio Moto e Otou-san, Chibi ga Inakunarimashita, aliás, tudo que é dessa revista o Comic List coloca em shoujo.  De resto, não sabia que Samurai Sensei, que acho que terá dorama ou filme, era shoujo.  Sai na revista Kurofune ZERO.

SHOUJO
1. Skip Beat! #37
2. Akatsuki no Yona #19
3. Ookami Heika no Hanayome  #13
4. Sensei Kunshu  #7
5. Love so Life #17 (encerramento)
6. Ookami Shoujo to Kuroouji #13
7. Hirunaka no Ryuusei   Bangai Hen
8. AWAY #2 (encerramento)
9.Tsubaki-chou Lonely Planet  #1
10. Shitsuji-sama no Okiniiri  #21 (encerramento)
11.Otou-san, Chibi ga Inakunarimashita
12. Samurai Sensei  #2 
13. Namaikizakari。 #5
14. Koukyuu Days 〜Shichi Kuni Monogatari 〜 #10 (encerramento)
15. Ichi no Shokutaku  #2

Em josei, também, foi uma semana de manutenção.  A maioria dos títulos permaneceram, alguns títulos mudaram de colocação.  A novidade é um BL, Henkutsu na Yankee-kun Wo Hottokenai.  Estréias no top 10 acredito que não houve nenhuma.  Muitos títulos do top 10 são da Petit Comics, tecnicamente, shoujo.  

JOSEI
1. Tokyo Alice #15 (encerramento)
2. Seito Shokun! ~Saishuushou Tabidachi~ #17
3. Henkutsu na Yankee-kun Wo Hottokenai
4. Douse Mou Nigerarenai  #10(encerramento)
5. Himitsu Season 02 
6. Himitsu Season 03 
7. Midara na Nettaigyo  #5
8. Nanji, Ore ni Ai wo Chikae
9. Ou-sama ni Sasagu Kusuriyubi  #3
10. Chihayafuru #28
11. Toukyou Tarareba Musume  #3
12. Wotaku ni Koi wa Muzukashii  #1
13. Shachou to An An ~7 Iro no Sokubaku~
14. Yume no Shizuku, Ougon no Torikago  #7
15. Gouman Shachou to Ai no Keiyaku/ Reitetsu Shachou to Koi Senryaku

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

28 de setembro: Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na America Latina


Sem delongas, afinal, já escrevi sobre isso outras vezes, o direito de aborto não deveria ser regido pela religião,  deveria ser regulado pela lei amaparada em evidências científicas.  De resto, estão querendo confiscar das mulheres brasileiras os poucos casos em que a interrupção de gravidez é possível,  além de dificultarem o atendimento de mulheres estupradas no SUS, e a difusão de informações sobre métodos anticoncepcionais.  Informar é necessário para que o aborto seja reduzido ao mínimo de casos. 

Ao invés de julgar, especialmente, se você for um homem e sem a capacidade de gerar vida, respeite os direitos das mulheres. Enquanto o aborto no Brasil não for tratado como questão de saúde pública,  o que nos colocaria entre os países do primeiro mundo, mulheres irão morrer, principalmente, mulheres pobres.  Aliás,  no que depender de alguns, as mulheres serão investigadas até por abortamentos espontâneos,  como  acontece em alguns países dos mais atrasados do nosso continente.

Os que são contra o aborto, não raro são contra a educação sexual, a distribuição de métodos contraceptivos e, sim, ainda vêem com maus olhos a adoção, vide o modelo restritivo de família que nossos deputados evangélicos e católicos estão tentando impor através de um estatuto.  Defendem o crescei e multiplicai, mas raramente têm maisde dois filhos. Pararam de fazer sexo? Os contraceptivos naturais, como a tabelinha, são tão certeiros a despeito do que diz a ciência, ou o que vale para os outros não vale para eles? 

Terminando, a maioria das pessoas é contra o aborto, mas a descriminalização é uma necessidade. Descriminalizar não obriga ninguém a abortar, descriminalizar significa dar segurança para as mulheres que desejam e/ou precisam interromper uma gravidez estabelecendo prazos. A não descriminalização só beneficia as clínicas clandestinas e gera terror em muitas mulheres, enquanto outras, as que podem pagar, continuarão abortando com segurança, às vezes, com o apoio de homens que publicamente condenam a prática eperseguem mulheres. No mais, recomendo um filme já antigo, Vera Drake, não concordo com todo ele, mas mostra bem o desespero, o abandono e a hipocrisia que circundam o debate sobre o aborto.

Lindos broches de Utena lançados no Japão


De Sailor Moon (セーラームーン) sai praticamente uma nova leva de produtos a cada dois dias, mas de Shoujo Kakumei Utena (少女革命ウテナ)... Bem, o Comic Natalie trouxe a informação de que serão lançados dois broches lindíssimos inspirados na série.  Se entendi o CN, o design é da própria Chiho Saito, e são prêmios de máquinas de Arcade.  Eu não tinha entendido o site oficial, mas o ANN me ajudou a entender essa parte.  O produto se chama Shoujo Kakumei Utena Diecast Broche (少女革命ウテナ ダイキャストブローチ).


O mangá de Utena - o original e o do movie - foi lançado no Brasil pela JBC.  O movie da série também saiu no Brasil, mas sem som original legendado e com uma dublagem ruim.

Arina Tanemura vai publicar na revista Comic Zero-Sum


Arina Tanemura vai publicar um mangá junto com Yui Kikuta na revista Comic Zero-Sum.  Kikuta foi assistente de Tanemura antes de se tornar profissional.  Segundo o Comic Natalie, o nome do mangá será Shunkan Ryle ou Lyle ou Lisle (瞬間ライル).  A  estréia será em 28 de outubro e o anúncio, que veio na edição deste mês, pegou muita gente de surpresa.

domingo, 27 de setembro de 2015

Japão deseja exportar seu modelo de educação para países em desenvolvimento e o que eu acho disso


Quase um mês atrás, o IPC digital publicou uma matéria em português baseada em outra do Jornal Asahi sobre um projeto do governo japonês de, através do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, vender o seu modelo educacional para países em desenvolvimento da África, Ásia, Oriente Médio e, também, América, imagino.  Três dos países interessados citados são Mianmar, Índia, Egito.  Parece que há um subsídio para o projeto, ou seja, o próprio governo japonês bancaria parte da empreitada.  Como não é um projeto humanitário, imagino que exista lucro no horizonte.  Enfim, estava com um texto encaminhado sobre essa questão fazia tempo e, bem, acho que agora ele sai.

Um ex-aluno me perguntou se seria interessante importar o modelo japonês.  Respondi que algumas características poderiam, sim, ser interessantes, mas todo o modelo não seria uma boa idéia.  Percebi, e isso ficou evidente até na briga na caixa de comentários da notícia, que para os que o utilizaram o sistema japonês, brasileiros e brasileiras que matricularam suas crianças, tudo era perfeito ou suportável em vista dos resultados.  Até onde fui, houve até o cretino que apareceu falando mal de Paulo Freire, ou quem veio para ressaltar os problemas do nosso próprio sistema.  Olha, não se trata de competição, o sistema educacional brasileiro funciona precariamente, com exceções, e o Japão tem um sistema muito mais homogêneo e é um país do primeiro mundo, com ótimos índices em testes internacionais.  Não há como comparar os dois modelos.  Ainda assim, já que o assunto é exportar modelos, sabia que o lugar onde trabalho, o Colégio Militar de Brasília, recebeu visitantes africanos dispostos a imitar o que é feito aqui?  Pois é... 


O que eu acho engraçado nessas discussões é que raramente – para não dizer nunca – vemos os ex-alunos/as ou mesmo as crianças e adolescentes que estão na escola neste momento aparecerem para defender o sistema.  Eu estudei em um colégio extremamente tradicional no meu 2º ano do ensino médio.  Cheio de regras, uma preocupação absurda com o nome da instituição, repressor ao extremo, com tratamento desigual dos alunos e alunas.  A maioria dos colegas odiava a instituição, muitos, hoje, louvam “a disciplina”.  Percebo a mesma coisa com certos ex-alunos e alunas do CMB.  Detestavam o colégio, burlavam as regras, às vezes, escaparam por pouco de uma carta de exclusão, mas, ao saírem passam a vender uma imagem de perfeição porque sabem que quem está fora do colégio militar idealiza o que acontece lá dentro.  Fica parecendo que criticar o sistema é desvalorizar-se a si mesmo, quando é, simplesmente, analisar um modelo com seus prós e contras.

Aí, na primeira semana de setembro, apareceu uma matéria na BBC Brasil apontando que o suicídio é a maior causa de morte entre os japoneses de 10 a 19 anos e que os dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro são o ponto ápice dos incidentes.  As aulas voltam no dia primeiro.  Para pais e mães é fácil elogiar de fora, será que um sistema que produz isso é saudável?  Mais ainda, vendável?  Eu poderia citar, também, a questão de gênero, o Japão é um dos países do primeiro mundo com maior desigualdade entre homens e mulheres, será que a escola não tem a ver com a manutenção dessa situação?


Não se trata de desqualificar o sistema como um todo.  Eu gostaria que certas características do sistema japonês, que são mais da cultura japonesa em si do que da cultura escolar, pudessem vir para cá.  Por exemplo, eu acredito que os estudantes deveriam ser responsáveis pela limpeza de salas e instalações da escola.  As crianças precisam aprender a valorizar os espaços que utilizam, o que é público.  Isso, aliás, é a prática nipônica no dia a dia.  Agora, uma proposta assim esbarra na nossa tradição escravista que nos ensina que trabalho manual é para os inferiores.  Já tive embates com turmas nas escolas em que lecionei por causa disso.  Os meninos e meninas de classe média e além acreditam que é seu direito sujar, porque alguém limpará por eles, os pobres sujam da mesma forma, mas se chamados a limpar, se ofendem, sentem-se humilhados, afinal, há professores que humilham crianças dizendo que seu destino é se tornaram lixeiros.  Repito, trabalho braçal, ainda mais com lixo, é algo que degrada e remete à escravidão.  Procurem saber quem eram os “tigres” no Brasil escravista.  

Trabalho em grupo e autonomia são outras características interessantes e, claro, seria importante que alunos e alunas tivessem mais respeito pelos professores.  Sim, mas isso se assenta na idéia de respeito aos mais velhos e às autoridades que está presente em toda a sociedade japonesa.  Agora, eu não gostaria que esse respeito se travestisse em subordinação e silêncio, ou possibilitasse abusos por parte dos professores.  Algumas práticas do sistema japonês seriam bem-vindas, mas um modelo fechado, repito, jamais seria saudável.


Os dois sintomas doentios mais evidentes do sistema japonês, e que qualquer consumidor de mangás, doramas e animes conhece, são o bullying (ijime) e as altíssimas taxas de suicídio.  Fora isso, eu já havia lido várias coisas, como a insatisfação dos universitários com o sistema educacional, especialmente com o que é ensinado ou deixa de ser ensinado durante o colegial; e da queda dos índices de rendimento nos exames internacionais, ficando atrás de outros países asiáticos como a Coréia do Sul.  Esse último ponto, o desempenho em testes internacionais, é uma das razões de orgulho do próprio sistema e ajudou a criar fascinação no resto do mundo. 

Fui em busca de outras críticas e encontrei vários sites japoneses apontando para problemas que se refletem na sociedade de lá (Ex.:*1-2-3*).  Um deles, a falta de criatividade.  Os alunos são empurrados para a conformidade, agir como grupo, se destacar é perigoso e a falha pode envergonhar a família inteira.  Foi apontado mesmo que a maioria dos estudantes japoneses chega à faculdade sem prática de laboratório ou mesmo saber fazer uma apresentação de power point.  Sim, aqui no Brasil seria pior, mas estamos falando de um sistema educacional de primeiro mundo não de um que é desigual e precário.


Os próprios jovens japoneses reclamam que o sistema parece viver em função dele mesmo, há até uma seqüência do anime clássico de Sailor Moon que brinca com isso, uma conversa entre Jedite e a Rainha Beryl, acho que no episódio em que Amy aparece.  A competição é atroz desde muito cedo, com as crianças disputando as melhores escolas e os uniformes mostrando quem é bom e quem não é, mães sendo culpadas por seus filhos e filhas não conseguirem ingresso em escolas de elite e alguns meninos e meninas se matando por causa disso.

Enfim, os alunos do último ano do colegial têm exames quase toda a semana, com ênfase na decoreba (*algo que eu já tinha notado em animes e mangás*) e não tem tempo para mais nada.  A competição pelas melhores escolas e universidades se reverte em uma exibição que não tem como fim a vida prática, mas mobiliza pais, professores e alunos.  As turmas são lotadas e os professores não tem tempo para um atendimento individual.  Daí, além da longa jornada escolar, muitos alunos precisam ir para os cursinhos (juku). 


Isso tudo é sintomático de um sistema que não vai bem e os japoneses estão perdendo posições para rivais coreanos e chineses no seu campo de excelência. Encontrei até um site em inglês, feito por um aluno estrangeiro em universidade japonesa, que apontava que os japoneses têm aulas de inglês desde muito cedo e são cobrados ao extremo na escola, mas poucos conseguem se comunicar minimamente no idioma.

 Enfim, eu não gostaria de ver minha filha em um sistema como esse.  Aliás, na minha disciplina, História, parece que a bolha é ainda pior, porque, bem, os livros omitem muitas informações, especialmente sobre o expansionismo japonês e a 2ª Grande Guerra, e mesmo material como Gen, Pés Descalços anda sendo retirado de algumas bibliotecas escolares.  Isso tudo que escrevi não significa que estou dizendo que o sistema japonês é um fiasco, mas que seus resultados e a imagem idealizada acabam mascarando problemas que somente os usuários, os alunos e alunas, podem perceber e o normal é que os adolescentes e crianças não sejam ouvidos, alguns acabam se convencendo que está tudo bem e repetindo o ciclo, outros poucos conseguem quebrá-lo, como o bibliotecário da matéria da BBC.  A maioria, no entanto, acredita que as coisas são assim e pronto.  Na verdade, as coisas sempre podem ser diferentes, mas mudar é difícil, porque implica, muitas vezes, em jogar por terra as certezas que temos.

sábado, 26 de setembro de 2015

Sobre Estatuto da Família ou deixem a Idade Média fora disso!


Que o tal Estatuto da Família é uma atrocidade, todo mundo já gritou.  Ainda que para que ele se efetive, tenha que passar talvez pelo plenário da Câmara e do Senado, terminará em um possível veto da presidenta (*ou quem estiver lá na cadeira*).  Se houver insistência, deve cair por inconstitucionalidade lá no STF.  Obviamente, é absurdo que deputados - e poucas deputadas - católicos (*sim, o relator é católico*) e evangélicos tenham se dedicado a produzir um texto tão discriminatório, cruel e burro, discuti-lo em comissão especial do Congresso e posar para foto no final.  17 à 5 foi o placar, e minha deputada, Erika Kokay, é uma das cinco que votou contra e vai lutar para derrubá-lo ainda na Câmara.

Idade Média, este período que parece chamar para si as ofensas.
Enfim, esse Congresso que temos é caso perdido, mas sabe uma coisa que me aborrece nessa discussão toda do famigerado Estatuto da Família? A mania de atrelar essa afronta à Idade Média. Povo não lê uma linha sobre um período riquíssimo de 1000 anos (*cronologia tradicional*) e tudo que há de ruim, de podre, de atrasado, é "medieval". Ficam repetindo as bobagens que ouviram em alguma aula de Iluminismo, ou leram em alguma matéria rasinha de revista ou site por aí.  

Uma olhadinha rápida no que era família - termo que só foi usado como usamos hoje no século XVII - neste período em suas múltiplas encarnações para jogar por terra essas afirmativas bobas.  Havia famílias de todos os jeitos e isso independia da aprovação da Igreja Católica, que, aliás, era bem mais flexível do que a proposta desse Estatuto que aprovaram na sexta-feira.

Recomendação para quem quiser ler sobre família na Idade Média.
Aliás, o que esses sujeitos - e poucas sujeitas - estão tentando inventar nada tem de medieval, muito menos de bíblico. É fantasia, re-imaginação do passado, coisa fruto de mentes perturbadas mesmo.

Querem um exemplo bonito de não-família segundo o estatuto e tirado direto da Bíblia? Não, não vou pegar nenhuma família polígama, incestuosa ou trágica, vou pegar um exemplo bonito que poderia, sim, ocorrer nos dias de hoje.  Noemi e Rute, sogra e nora, a mais jovem se recusando a abandonar a idosa que perdera marido e filhos, saindo da sua terra (Moabe) e seguindo com ela de volta para Israel sem saber o que encontraria.  "Para onde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que tu fica­res, ficarei eu também. O teu povo será o meu povo e o teu Deus o meu Deus." (Rute 1:16)  E esse texto lindo que fala de família e de amizade é usado por muita gente para legitimar a ordem patriarcal nos casamentos.  A esposa segue o marido, não é mesmo?

A minha família está coberta pelo Estatuto, mas ela não é o modelo para todas.
Família tem a ver com amor, cuidado, entrega, em formar uma comunidade que independe de laços de sangue, que não se fia em orientação sexual ou papel para dar-lhe legitimidade. Rute e Noemi não é invenção moderna, é Bíblia, família por eleição, por afeição, duas mulheres que decidiram caminhar juntas por toda a vida.

E, por favor, quando tiver o ímpeto de dizer que alguma coisa é MEDIEVAL, dê uma pesquisadinha.  Ajuda, não dói e evita certos vexames. A medievalista aqui agradece.  E não diga que é bíblico, também, sem pesquisar, porque esse povo que se diz baseado na Bíblia tende a fantasiar em cima dos textos.  E, normalmente, a fantasia é uma daquelas viagens que nem LSD explica.

Ranking da Oricon


O ranking da Oricon desta semana (14-20/09) trouxe cinco shoujo entre os 30 mais vendidos.  A melhor colocação é de Skip Beat.  Aliás, é uma série longa, mas continua vendendo bem, todo volume novo sempre aparece no top 10 por uma ou duas semanas.  De resto, todo mundo está na primeira semana, daí, só um número nas vendagens.  Foi surpresa, mas não restou ninguém da semana anterior.

5. Skip Beat! #37 – 114,450
12. Akatsuki no Yona #19 – 74,029
15. Love So Life #17 – 56,025
23. Shitsuji-sama no Okiniiri #21 – 32,279
26. Namaiki Zakari。#5 – 30,424

Revista Cookie traz brinde de NaNa


Eu não sei qual o problema de Ai Yazawa, nem acredito nessa história de que ela não vai terminar NaNa, mas o fato é que dá nos nervos - e eu nem sou leitora dessa série  - volta e meia ver ela produzindo ilustrações para a revista Cookie.  Enfim, dessa vez é um clearfile.  Lindinho, como vocês podem ver... A notinha estava no Comic Natalie e a capa da Cokie atual é esta.  Bem bonita, aliás.


Grupo de defesa dos quadrinhos lança um manual explicativo dos mangás nos EUA


Eu não conhecia o Comic Book Legal Defense Fund (CBLDF), mas trata-se de uma organização norte americana com o intuito de informar sobre os quadrinhos e defender que essa mídia seja respeitada segundo o que está escrito na 1ª emenda da Constituição Americana, que é a que trata da liberdade de expressão.  Nesse sentido, eles lançaram um livrinho chamado CBLDF Presents Manga: Introduction, Challenges, and Best Practices.

O intuito do material é principalmente informar os pais sobre o que é mangá e que os quadrinhos japoneses têm características próprias.  Em um artigo apresentando o material, três casos de problemas envolvendo mangás são citados, a graça é que dois deles envolveram shoujo mangá.  Em um deles, de 2005, uma mãe registrou queixa junto à biblioteca, porque sua filha de 11 anos tinha levado para casa um volume de Peach Girl (ピーチガール).  O que a responsável não levou em consideração é que estava na capa escrito que era material +13, que o volume estava na prateleira de Young Adults (Jovens Adultos) e que o/a funcionário/a orientou a menina, mas a responsabilidade é dos pais.  Em outro incidente, um responsável reclamou que sua filha estava lendo um mangá sobre troca de casais.... Sabem qual é? Marmalade Boy  (ママレード・ボーイ ).


Enfim, o que o artigo alerta é que ao invés de repensarem suas práticas e atitudes como educadores, muitos pais criminalizam os mangás.  Já a mídia termina por embarcar nessa onde demonizando o material.  Para os pais é mais fácil culpar alguém, pedir por censura do que, bem, educar.  E educar, não se enganem é uma forma sancionada de violência, porque, bem, você pega um pequeno selvagem, não lhe pergunta nada, já que você sabe o que é o melhor para ele ou ela, e o coloca no molde da cultura, não somente em um sentido amplo, mas os dos valores de um grupo, ou família.

Estou lendo um livro no momento que traça um paralelo entre a demonização dos quadrinhos nos anos 1950 (principalmente) e a demonização de literatura popular juvenil da virada do século XIX para o XX.  A tese da autora é que os adultos temem os jovens - se são pobres então, mais ainda - e projetam seus medos na literatura consumida por eles.  A palavra "popular" é chave para compreender a estigmatização de formas de arte, literatura e música.  Além disso, se elas permitem que os jovens formem uma cultura própria, identidade autônoma dos adultos, é algo muito perigoso... De qualquer forma, comento mais quando terminar a leitura.  (*Agradeço à Patrícia por ter passado  notícia no grupo do Shoujo Café do Facebook.*)

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A Minissérie de Orgulho & Preconceito da BBC faz 20 Anos e continua a melhor adaptação já feita


A melhor adaptação de Orgulho & Preconceito, livro de Jane Austen publicado em 1813, está fazendo 20 anos.  Sim, falo da minissérie da BBC em seis partes com Jennifer Ehle e Colin Firth, escrita por Andrew Davies.  Marcante, inesquecível, ela influencia a forma como muitas pessoas lêem o original até hoje.  Enfim, encontrei um texto em inglês listando os 5 motivos pelos quais esta adaptação é a melhor de todos os tempos (5 Reasons the BBC ‘Pride and Prejudice’ Adaptation Is the Very Best), como concordei, decidi traduzir.  A partir daqui, a tradução:

5. É fiel ao livro.


Entendemos que é difícil comprimir centenas de páginas de um livro em um filme de duas horas, e nós não nos importamos que outras adaptações cubram a história em um período curto de tempo.  Afinal, ela é muito mais fácil desfrutar rapidamente do que uma minissérie de seis horas.  Mas a fidelidade de Orgulho E Preconceito de 1995 aquece nossos corações. Porque sim, nós queremos ver cada segundo do livro, e ouvir todos os diálogos espirituosos e concisos pelos quais nos apaixonamos.  Nós também amamos as cenas adicionais da história.  Nós pudemos ver as mulheres se vestindo para o baile, e os homens se dedicando aos seus hobbies.  Nada se desvia ou muda o enredo do livro, e as cenas extras enriquecem as personagens e dão a elas mais profundidade.

4. As locações são perfeitas.



Filmada em 24 locações diferentes e oito conjuntos de estúdios, a minissérie, a minissérie forneceu uma riqueza de belos cenários. A aldeia de Meryton foi representada por Lacock em Wiltshire, e, claro, nenhum de nós poderia esquecer bela Lyme Park como Pemberley, a propriedade da família de Darcy.

3. Lizzie é cheia de audácia.


Jennifer Ehle colocou atrevimento e coragem na sua interpretação de Elizabeth Bennet. Com uma sobrancelha levantada e sorrisos atrevidos, Ehle enche o papel com energia ilimitada e alegria, fazendo Lizzie ganhar vida exatamente como o espectador esperava.  Por exemplo, após a famosa observação de Mr. Darcy, "Ela é tolerável, mas não bonita o bastante para me tentar," 


Austen nos dá uma descrição de Lizzie que Ehle interpretou perfeitamente: “Ela contou a história, no entanto, com grande bom humor aos seus amigos; pois tinha uma natureza animada, brincalhona, que se diverte com qualquer coisa ridícula”.

2. Mr. Darcy tem verdadeira presença.


O espectador vê mais de Mr. Darcy nesta adaptação do que o leitor vê no livro. Na verdade, o primeiro episódio, na verdade, abre com Darcy e Bingley galopando pelos campos em seu caminho para Netherfield. A produtora Sue Birtwistle e o escritor Davies jogam com o romance e mudam o foco de Elizabeth somente para Elizabeth e Darcy. Deram-lhe mais tempo do que seu personagem tem no livro – uma escolha maravilhosa que traz a história de amor para o foco da história de Austen. 


Além disso, não há como deixar de fora o desempenho de Colin Firth como Fitzwilliam Darcy. Ele trouxe a combinação perfeita de confiança, paixão, determinação, e – é claro – orgulho. A química entre Firth e Ehle é incrível, e sua declaração de amor nos faz suspirar de felicidade a cada vez que assistimos.

1. Aquela cena do lago.

Sejamos honestas — a cena é um fenômeno.


Há um grande número de homenagens a esta cena – homens em dramas de época estão sempre se encontrando em grandes massas de água nos dias de hoje; Benedict Cumberbatch recentemente recriou a cena para a caridade; e uma grande estátua representando a cena foi mesmo erigida em Hyde Park. E é tudo graças a Mr. Darcy. Davies, escritor da minissérie, não esperava que os espectadores amassem a cena do lago tanto quanto eles fizeram. Em entrevista à BBC, ele disse:
“Eu apenas pensei que era uma cena engraçada. Era sobre Darcy sendo um cara comum, mergulhando em seu lago em um dia quente, não tendo que ser educado – e, de repente, ele se encontra em uma situação onde ele tem que ser educado. Então você tem duas pessoas tendo uma conversa empolado e, educadamente, ignorando o fato de que uma delas está encharcada. Eu nunca pensei que ela deveria ser uma cena sexy de qualquer forma.”
Bem, Sr. Davies, o resto de nós agradecemos do fundo de nossos corações. [Fim da tradução.]


Está certo que ele não esperava que a cena fosse sexy… Culpem o Colin Firth então… :)  Aliás, no capítulo de ontem da novela das seis da Globo, Além do Horizonte, nada me tira da cabeça que a cena do lago com o Conde Felipe não foi outra das homenagens a esta cena.  Ah, sim, há uma página que pergunta quem vestiu melhor a camisa molhada.  


Adoro o Benedict Cumberbatch, mas, definitivamente, ele não é Darcy para mim, a personagem precisa ser morena de verdade.  Meu sonho para o Benny é ele como Scarlet Pimpernel... Enfim, fora isso, ele não é o Colin Firth.  E, bem, já está na hora de eu rever a série pela sei lá quantagésima vez.  E para quem não viu, aí em cima a horrorosa estátua homenagem ao Colin Firth... 

Kuragehime caminha para o seu final


Segundo o ANN, foi anunciado na última edição da revista Kiss que Kuragehime (海月姫), série de Akiko Higashimura, está em seus últimos capítulos.  Higashimura tinha interrompido a série em outubro de 2014 e a retomou em julho.  Durante o hiato, e concomitante ao lançamento do filme live action, foi publicada uma prequel da série. Dois capítulos na revista Kiss e um na Weekly Shounen Magazine.  O volume #15 do mangá foi lançado em 2015.  

Com o mangá chegando ao final, minhas esperanças de uma segunda temporada animada são renovadas.  A série de anime, lançada em 2010, foi uma das melhores coisas que eu assisti nos últimos tempos e, não raro, vi alguns capítulos várias vezes. 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Pin to Kona chega ao final da revista Cheese


Pin to Kona (ぴんとこな), mangá de Ako Shimaki que se passa no universo do tradicional Teatro Kabuki, chegou ao final na última edição da revista Cheese.  Iniciada em 2009, a série é muito elogiada e recebeu o 57o Shogakukan Manga Award na categoria shoujo em 2013.  Pin to Kona também teve um dorama no mesmo ano.  O último volume, o #16, será lançado no Japao m 26 de novembro.  


Na mesma edição, segundo o Comic Natalie, uma entrevista com Satomi Ishihara, atriz escolhida para ser a protagonista do seriado live action de 5-ji kara 9-ji made (5時から9時まで) de Miki Aihara que se chamará 5→9: Watashi ni Koi Shita Ikemen Sugiru Obousan (5→9~私に恋したイケメンすぎるお坊さん~).  O seriado estreará em outubro na Fuji TV, o site oficial é este aqui.  O outro nome da série é From 9 to 5.  Ele aparece inclusive na capa dos volumes encadernados.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mangá sobre Curso Noturno estréia na revista Sylph


No Brasil, a escola noturna se chama EJA (Escola de Jovens e adultos), ela serve para acelerar os estudos de quem está atrasado e para quem parou de estudar ou não pode estudar, poder completar seu curso básico.  E no Japão, como funciona?  Estreou na revista Sylph uma série chamada Hoshikuzu Gakuen C Course  (星くず学園Cコース) que tem como protagonista uma jovem de 21 anos que não pode terminar o colegial, porque precisou trabalhar para ajudar a família.  Agora, já adulta e em melhores condições, ela precisa de um diploma para conseguir progredir no mercado de trabalho.  Já o rapaz, que será o par romântico da moça, se entendi bem o Comic Natalie, largou a escola por causa de algum trauma ou conflito... Enfim, fiquei curiosa, nunca vi mangá com colégio para quem está atrasado, ou adultos.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Viola Davis: Um Discurso que Precisa ser Lembrado


Não assisto "How to Get Away with Murder", na verdade, atualmente, não assisto seriado nenhum, mas já li sobre o programa e o desempenho soberbo de Viola Davis.  Quem já a viu trabalhando, e eu só a vi no cinema, sabe do que ela é capaz.  Ela foi a primeira negra a vencer o Emmy de melhor atriz dramática.  A primeira em 67 anos.  O adepto da meritocracia - não raro homem, muito provavelmente branco, bem nascido, ou não, isso acaba sendo detalhe - deve repetir que foi a primeira que mereceu, alguém mais ressentido ainda irá falar "Ah, as malditas cotas! Era a fulana (*atriz igualmente competente, mas branca*) que deveria vencer!".  Aliás, foi uma reação semelhante à indicação ao Oscar do primeiro filme de uma diretora pelo Brasil em 30 anos com "Que horas ela volta?".  Mas não percamos tempo com eles.


Viola Davis fez um grande discurso, o vídeo está aí em cima.  A frase chave foi "A única coisa que separa mulheres de cor de qualquer outra pessoa é oportunidade. Não se ganha esse prêmio sem um papel".  Isso serve para lembrar aos adeptos da meritocracia que sem papéis mulheres de todas as cores, negras neste caso, e homens fora do padrão, apontaram a sub-representarão dos latinos nos Emmy este ano, você não será indicado, nem receberá prêmios.  Os papéis precisam existir, papéis importantes e com falas, ou grandes atrizes e, também atores fora dos padrões, não conseguirão mostrar o seu talento.

Pior ainda, às vezes os papéis existem, vide Katniss, se não entendeu, o livro é ótimo e vale a leitura, mas sofrem branqueamento.  Hoje, pintam o cabelo louro de escuro, colocam lentes de contato para tornar negros os olhos verdes ou azuis, décadas atrás, pintavam de negro.  O blackface hoje está abolido nos EUA, no Brasil, persiste prisioneiro dos péssimos programas de humor, mas já se optou por pintar de negro um ator ou atriz para que um negro ou negra não pudesse ter um papel de destaque, às vezes, nem de figuração.


Voltando ao ponto, Viola disse tudo em uma frase.  Aliás, a lógica poderia ser estendida a outras áreas como quadrinhos, por exemplo.  Só existem tantas mulheres mangá-kas no Japão, porque alguém decidiu que, sim, elas poderiam fazer o trabalho e que (*surpresa!*), apesar dos editores não perceberem a diferença, as leituras de shoujo pareciam preferir as mulheres mangá-kas.  Representação é importante, poder sonhar em ocupar um papel, se ver nele.  Pode parecer bobagem para quem sempre é representado, mas para muitos dos sub-representados é um grande estímulo, mesmo quando o material - filme, seriado, quadrinhos, novela - nem é tão bom assim.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Ranking do Comic List


Este é o ranking do ComicList da semana de 07-13 de setembro.  Eu atrasei, deveria ter postado na sexta, ou sábado, só que acabei traduzindo o ranking anterior (*ele estava salvo aqui no PC*) e fiquei olhando com cara de tacho "Uai, é a primeira vez que vejo dois rankings absolutamente iguais...".  Até as capas eu peguei... Resultado, tive que refazer e aproveitei para deletar o arquivo antigo.  Vamos lá!

No top 30, somente quatro mangás femininos.  Dois shoujo,  Douse Mou Nigerarenai é da Petit comic e, ainda que eu ache que é uma revista josei, ela não se assume como tal... mas vamos guardar isso na mente.  Dois BL,  Ano Hi, Seifuku de é da badaladíssima Asumiko Nakamura, que tem um traço estranho e, ao mesmo tempo, sedutor.  De resto, esses BL aparecem no top 30 geral e em nenhum outro ranking específico, é como se fossem para o limbo.

17. Ookami Heika no Hanayome #13
23. Ano Hi, Seifuku de  
27. Owaranai Fukou ni Tsuite no Hanashi
30. Douse Mou Nigerarenai  #10

Aqui, em shoujo, não tem discussão, Away, Otou-san, Chibi ga Inakunarimashita,  Juunengo, Machino Tokoka de Guuzen ni, Otou-san, Chibi ga Inakunarimashita e Tsukikage Baby  são josei, da revista Flowers e da Ane LaLa. 1/3 do top 15 está no lugar errado.  De resto, Kimi ni Todoke voltou a aparecer ali no finalzinho, não saiu do top 30 dos shoujo e não deve sair tão cedo, daí, poder aparecer em 14º, 15º, em algum momento.

SHOUJO
1. Ookami Heika no Hanayome #13
2. Ichi no Shokutaku  #2
3. Hinoko #5
4. Ookami Shoujo to Kuro Ouji #13
5. Juunengo, Machi no Tokoka de Guuzen ni
6. Urakata!!  #2
7. Sensei Kunshu #7
8. 4 Jigen #4
 9. Tsukikage Baby  #6 (kodama yuki)
10. AWAY #2 (final) 
11. Otou-san, Chibi ga Inakunarimashita (josei)
12. K – Countdown – #1
13. Asami-sensei no Himitsu #2
14. Tonari wa Nani o Kuu Hito zo  #1
15. Kimi ni Todoke #24

Em josei, 40% do top 10 é da Petit Comic, ou seja, poderiam estar em shoujo... Vou deixar marcado até.  Douse Mou Nigerarenai e Tokyo Alice chegaram ao seu final.  Himitsu continua forte e não deve sumir do top 15 ainda.  Já Yume no Shizuku, Ougon no Torikago, está se despedindo, mas pode reaparecer no final do top 15, afinal, está indo bem nas vendas.

JOSEI
1. Douse Mou Nigerarenai  #10 (Petit Comics)
2. Himitsu Season 02 
3. Himitsu Season 03
4. Ou-sama ni Sasagu Kusuriyubi #3 (Petit Comics)
5. Nanji, Ore ni Ai wo Chikae (petit comic)
6. Tokyo Alice #15 
7. Midara na Nettaigyo  #5 (petit comic)
8. Seito Shokun! ~Saishuushou Tabidachi~  #17
9. Sandaime Kusuriya-Bee #2
10. Shachou to An An #7 ~Iro no Sokubaku~
11. Chihayafuru #28
12. Shachiyou to Himegoto
13. Wotaku ni Koi wa Muzukashii  #1
14. Omoi ga Kenai I Hakushiyaku no Hanayome
15. Yume no Shizuku, Ougon no Torikago  #7

Sangatusu no Lion em dose dupla: Anime e Live Action para o cinema


Demorou, mas, finalmente, a série Sangatsu no Lion (3月のライオン), ou March comes in like a lion,  de Chika Umino, autora de Honey & Clover (ハチミツとクローバー), vai para a TV e ainda terá filme com atores de verdade de brinde.  O anuncio foi feito na última edição, a #19, lançada em 25 de setembro, da revista Young Animal.  O mangá segue a história de Rei, um jogador solitário de shōgi, e sua relação com suas vizinhas, uma moça chamada Akari e duas meninas, Hinata e Momo, que tem muitos gatos de estimação.

A série foi iniciada em 2007, quando Umino ainda colhia os louros de Honey & Clover, venceu o Manga Taisho Award de 2011 e a categoria mais importante do 18º Tezuka Osamu Award em 2014.  No momento, a série tem 11 volumes lançados e eu ainda acredito que um dorama para a TV será anunciado em alguns meses.  Talvez, para 2017.  A notícia estava no ANN.

domingo, 20 de setembro de 2015

Evitando o Mansplaining em alguns passos


Mansplaining é uma palavra em inglês que tem como objetivo sintetizar uma atitude que é tipicamente masculina, tentar impôr a sua opinião usurpando o lugar de fala de uma mulher.  Quando escrevo tipicamente masculina não estou dizendo que é natural, mas que em uma sociedade patriarcal as palavras dos homens têm mais valor que a das mulheres, assim, muitos homens não suportam ver uma mulher recebendo atenção por seu conhecimento ou trabalho de pesquisa e se dão ao direito de interromper e tentar mesmo demonstrar que sabem mais ou que o que ela está dizendo é absolutamente errado.  

A imagem do Gaston no post não é sem motivo.  Uma das cenas chave da Bela e a Fera da Disney é quando Gaston propõe casamento para a protagonista e se põe a descrever como ela se sente, o que ela deseja na vida, e como seu futuro será feliz ao lado dele.  Os homens são autoridades, mesmo quando o assunto são os sonhos e desejos de uma mulher.  Lembro que minha primeira orientadora sempre dizia que ninguém é mais especialista em seu objeto de estudo/pesquisa do que você, daí devemos retirar confiança e capacidade argumentativa.  Isso vale para quadrinhos, animes, games, qualquer coisa.  Agora, em uma mulher esse tipo de comportamento não raro parece agressivo e exibicionista, especialmente, quando ela efetivamente sabe mais que os homens ao redor, ou é capaz de argumentar com mais clareza que eles.   

Sabe aquela coisa do "Quem ela pensa que é para achar que sabe mais de mangá/anime/comics/games que eu?".  Normalmente, não é uma mulher que pensa isso, mas um homem.  Os meios nerds são espaços privilegiados do Mansplainning.  Antigos clubes do bolina, muitos só aceitam mulheres quando elas reforçam o que os homens dizem, estão com namorados ao lado, ou, às vezes, nem assim.  Daí, é sempre bom recomendar esse quadrinho da personagem Fairy Gamer Momma.  Todo mundo precisa de uma dessas.



Aconteceu mansplainning até no evento da USP, as 3ªs Jornadas em Histórias em Quadrinhos.   Eu do lado da Trina Robbins, explicando porque aquele monte de homem estava falando sem dar espaço para as moças responderem, afinal, elas estavam apresentando seus trabalhos, e a Trina repetindo "mansplainning, isso é mansplainning!.  E era mesmo.  Para muitos homens é tão natural fazer isso, que eles nem percebem, não é algo consciente, é um direito assentado.  As feministas brasileiras chamam este comportamento de "Homexplicanismo".  Aprendi isso no blog da Lola.  

Enfim, nos meios feministas, esse comportamento se manifesta na linha "eu sei melhor o que as mulheres querem ou do que precisam do que elas mesmas".  Sem cair no radicalismo de alguns segmentos quando o assunto é protagonismo, a ponto de atacar até os aliados sem sequer tentar dialogar com eles, pergunte antes, é isso que o gráfico sugere.



É isso.  Foi a primeira vez que brinquei de montar um gráfico desses no Word.  Poderia e deveria ter ficado melhor.  Se quiserem o original em inglês, ele está aqui.


sábado, 19 de setembro de 2015

Quais comportamentos de suas filhas adultas mais irritam os pais japoneses


O site Rocket News 24 publicou os resultados de uma pesquisa feita pela revista R25 que é, no mínimo, curiosa, quais comportamentos de suas filhas adultas mais irritam os pais (*homens*) japoneses.  Duzentos homens com filhas maiores de 20 anos receberam um formulário com quinze opções, eles poderiam escolher três, o  resultado foi o que segue: 

10. Quando eu a vejo usando roupas realmente curtas (35 pontos)
9. Quando descubro que ela fuma (36 pontos)
8. Quando eu tenho que admitir que ela realmente não foi abençoada com a beleza (63 pontos)
7. Quando ela me diz que eu sou sujo ou que cheiro mal (74 pontos)
6. Quando ela não faz nada para comemorar meu aniversário (75 pontos)
5. Quando eu descubro que ela nunca será capaz de conseguir um namorado (86 pontos)
3 (empate). Quando eu descubro que ela tem um namorado (87 pontos)
3 (empate). Quando ela não faz nada para  comemorar o “Dia dos Pais” (87 pontos)
2. Quando ela começa a apresentar os mesmos traços (*de caráter?*) que me incomodam na sua mãe (92 pontos)
1. Quando ela anuncia “Eu não tenho intenção de me casar!” (102 pontos)

Nessa lista, que lembro, foi feita por alguém e oferecida aos pesquisados, a gente percebe duas preocupações recorrentes: ser lembrado pela filha e que ela seja atraente para outros homens.  E não estou falando da preocupação machista com a roupa, acho que ela apareceria aqui no Brasil, também, e que diz mais sobre o sujeito do que sobre a mulher.  Afinal, os homens são doutrinados a verem mulheres como objetos a se admirar e possuir, dividem-nos em “para casar” e as que não são.  Mulheres que usam roupas curtas, via de regra, não são para casar.  Uma das coisas que atravessam as culturas patriarcais é este julgar as mulheres pela aparência, enfim, não é natural, é traço de uma estrutura que perpetua opressões e desigualdades.


A primeira preocupação a comentar é em ser lembrado, amado.  Acredito que seja uma angustia da maioria dos idosos (*e idosas*), ser esquecido, porque não ser lembrado é não ser amado.  Veja que aparece duas vezes, o aniversário e o Dia dos Pais (21 de junho), mas o segundo é mais importante.  Minha teoria é a seguinte, o aniversário é algo pessoal, se o esquecem, fica em casa, em família.  Agora, em uma sociedade que preza pelo coletivo, esquecer o Dia dos Pais é algo que sai da esfera privada e vai para o público.  Todos os pais estão sendo lembrados, menos eu.  Honra e vergonha envolvidos aí, ainda que se trate de uma data comercial.  Os colegas de trabalho podem perguntar, vão exibir seus presentes e você?  Chamar o pai de sujo tem a ver com esse do ser lembrado e amado, eu creio, mas pode ser uma forma comum de ofender no Japão, não ser.  Afinal, trata-se de uma sociedade muito preocupada com a limpeza e a higiene, então... 


Por fim, a questão do atraente para outros homens.  Uma filha precisa ser bonita, agradável, e, claro, ainda que um namorado (*sem permissão, talvez*) incomode, é muito mais preocupante que ela não consiga um, mais preocupante ainda que ela não queira se casar.  Heteronormatividade, porque ninguém imagine que uma namorada esteja no horizonte dessa pesquisa, e casamento, que significa segurança e procriação.  Em um país com demografia em queda e com um número cada vez maior de mulheres que não querem se casar, ter uma filha que não interessa aos homens, nem se interessa por eles, é uma demonstração de que ela tem problemas e, de novo, que você falhou como pai.  

Agora, imaginem que a pressão para que uma menina seja bonita deve começar cedo e não somente isso, mas que se enquadre, talvez, naquele modelo de kawai que vemos em animes e mangás.  Daí, quando isso se desdobra em consumismo, futilidade, excesso de vaidade, é culpa da mulher, ou de sua "natureza" feminina.  Percebam o quanto a pesquisa aponta que a coisa não é bem assim... Já em relação ao trabalho, aos estudos e, mesmo, ao caráter, nada.  Quem sugeriu os temas é responsável em parte, mas as respostas dizem muito, também, do que deve ser a preocupação de um pai japonês médio.

É isso.  Achei que valia a pena dividir.  A presença dos pais é rara nos shoujo mangá.  Nos josei, talvez apareçam mais, só que eu não tenho tanta leitura para afirmar que sim.  Os mangás que li tinham muito mais a presença da mãe e, às vezes, de um pai muito desencanado.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ranking da Oricon - Semana 7-13 de Setembro


Este é o ranking da Oricon desta semana.  Ninguém no top 10, mas muitos mangás entre os 30 mais vendidos ainda assim.  São cinco shoujo, três josei e um BL.  Diversidade garantida. Ookami Heika no Hanayome estreou bem, mas não é título com força para aguentar duas semanas entre os mais vendidos.  De resto, Himitsu resiste bem com seus dois volumes.  Acredito que não deve sobrar ninguém dessa lista na próxima semana, salvo se Tokyo Alice, que está no seu último volume, conseguir ganhar alguma posição.  Enfim, segue a lista:

11. Ookami Heika no Hanayome #13 – 51,441/128,081 – 2 semanas no ranking.
16. Douse Mou Nigerarenai #10 – 30,066/30,066 – 2 semanas no ranking.
22. Ookami Shoujo to Kuro Ouji #13  – 25,659/220,807 – 3 semanas no ranking.
25. Sekaiichi Hatsukoi Onodera Ritsu no Baai #10 – 24,337/152,072 – 3 semanas no ranking.
26. Sensei Kunshu #7 – 24,256/24,256 – 1 semana no ranking.
27. Himitsu - Season 02 – 24,128/51,680 – 2 semanas no ranking.
28. Ano Hi, Seifuku de – 23,978/23,978 – 1 semana no ranking.
29. Himitsu - Season 03 – 23,700/50,222 – 2 semanas no ranking.
30. Tokyo Alice #15 – 21,684/21,684 – 1 semana no ranking.

Projetos pelo Brasil estimulam a leitura de livros escritos por mulheres


Uma amiga repassou uma matéria do Correio Braziliense falando de um clube de leitura, aqui, na capital, comprometido em ler somente livros escritos por mulheres.  A primeira reunião foi ontem, quinta-feira (17/9), a partir das 20h, na livraria Sebinho (406 Norte).  O Sebinho é um dos lugares mais acolhedores de Brasília.  É um grande sebo, inclusive com uma área para quadrinhos, com livraria, café, e espaço para reuniões.   Se vier até Brasília, visite o Sebinho, fica perto da UnB e de outros lugres legais.

Enfim, segundo o Correio, trata-se de uma ação inspirada em um projeto chamado #readwomen2014 proposto pela escritora Joanna Walsh.  Fui procurar informações, afinal, estava absolutamente por fora e descobri que o movimento nasceu de  uma constatação, mulheres representam uma minoria entre os jornalistas que resenham livros e os livros resenhados são em sua maioria de autora masculina.  Faltam boas autoras?  Certamente, não, mas elas não são percebidas.  E, só para lembrar, a autora de Harry Potter abreviou seu nome para evitar uma rejeição imediata, afinal, era mulher escrevendo livros de fantasia.

Enfim, abri uma matéria do The Guardian comentando o movimento e dando dados colhidos por uma organização americana chamada Vida (Women in Literary Arts), vejam só: em 2012, na  New York Review of Books somente 16% dos resenhistas eram mulheres e somente 22% dos livros resenhados tinham autoria feminina.  Segundo o The Guardian, em março de 2013, 8,7% dos livros resenhados pela London Review of Books tinham autoria feminina, 26,1% no New Stateman, e 34,1% no próprio The Guardian.  Enfim, sem visibilidade, assim como acontece nos quadrinhos, fica parecendo que as mulheres pouco escrevem ou produzem material de qualidade inferior. 

Simplesmente, deveríamos perguntar quais os critérios de inclusão e exclusão nesses grandes veículos de divulgação literária.  Nesse sentid, recomendo muito o livro How to Supress Women Writing de  Joanna Russ.  Ele explica direitinho essas regras ocultas que inibem, excluem e ridicularizam as mulheres escritoras.  Infelizmente, só em inglês.

Se você se interessou pelo clube de leitura, o movimento está vicejando (*verbo bonito, eu gosto*) em vários lugares do Brasil.  O Correio Braziliense trouxe as seguintes informações:

Leia mulheres pelo Brasil

São Paulo
O projeto começou na capital paulista em março deste ano. O próximo encontro está marcado para 29 de setembro, às 19h30, no Blooks Livraria, no Frei Caneca Shopping. O livro escolhido é Jazz de Toni Morrison.

Rio de Janeiro
Na cidade maravilhosa, o clube de leitura se reúne todo mês. Em setembro, o último encontro foi no dia 9 e em outubro está marcado para o dia 14, às 19h30, no Blooks Livraria, em Botafogo. A obra Redoma de vidro, de Sylvia Plath, será o tema.

Porto Alegre
A cidade recebeu uma edição em agosto e já tem outra prevista para 26 de setembro, às 16h, na Usina do Gasômetro. O livro que será discutido também é Redoma de vidro, de Sylvia Plath.

Belo Horizonte
O livro Orlando de Virginia Wolf será o tema de discussão no clube em BH, que está marcado para 30 de setembro, às 19h30, no Café com Letras.