domingo, 31 de janeiro de 2021

Shirayukihime to 7 Nin no Koibito: Essas séries sobre reencarnação em games estao indo longe demais! (*+18/NSFW*)

Sexta-feira, vi uma ilustração muito bonita no Twitter da série Shirayukihime to 7 Nin no Koibito ~to iu 18 kin Otomege Heroin ni Tenseishiteshimatta Ore ga Zenryoku de Oujitachi kara Nigeru Hanashi~ (18禁乙女ゲームのヒロインに転生した俺が王子たちから逃げる話), algo como "Branca de Neve e seus 7 Amantes: a História de como reencarnei em um otome game proibido para menores e agora vivo fugindo de príncipes" e fui atrás de informações para saber se era mangá, livro, ou os dois.  No sábado, comecei a escrever um post sobre o que consegui saber dessa série, mas aconteceu alguma coisa e eu perdi o material que já estava pronto.  Enfim, é mais uma série naquela linha que está na moda agora, um rapaz, ou uma moça, morre, ou acredita que morre, e vai parar dentro de um game de fantasia passando por uns bons perrengues.  O plus de Shirayukihime to 7 Nin no Koibito é que é gender bender e, ao que parece, vira BL a partir de um determinado momento.  Sim, tudo isso junto.

No início, só encontrei resumos, mas acabei achando o mangá, que, infelizmente, só teve 12 capítulos (*todos com scanlations*), e a novel que já vai no terceiro volume e tem alguns capítulos traduzidos (*aqui*).  A história de Shirayukihime to 7 Nin no Koibito é a seguinte Akira Miura é um adolescente virgem de 18 anos, desempregado e que não estuda, também (*No Brasil chamamos de Geração Nem-Nem*).  De repente, Akira descobre que está em um corpo feminino e sendo atacado por uma lesma gigante com tentáculos, sim, coisa de material hentai.  De repente, um príncipe super bonito e com um nome muito ridículo aparece mata a lesma e avisa para o protagonista, que sabe se chamar Branca de Neve, que somente seu sêmen poderá salvá-la da morte.  O rapaz, guarda todas as suas memórias, e entra em desespero, afinal, seu primeiro beijo e sua primeira vez serão roubados por um desconhecido, POR UM HOMEM!  Logo ele, que nunca conseguiu tocar em uma garota tem agora o tipo de corpo que sempre o atraiu.  Como é injusto!

O problema é que ele, ou ela, acaba gostando da experiência, se surpreendendo com as sensações maravilhosas que aquele corpo lhe proporciona, mas é somente o começo, porque Akira acaba recuperando, também, as memórias de Branca de Neve e se lembra de onde conhecia aquele cenário.  A partir daí, as coisas começam a ficar mais claras e desesperadoras.  Akira tem uma irmã mais velha, uma otome viciada em um jogo de relacionamentos chamado Shirayukihime to 7 Nin no Koibito.  Ela joga o game sem parar e ele já conhece toda a sua história.  Sua irmã também lamenta que tem que jogar a versão censura livre, porque ainda mora na casa dos pais, mas que a boa é a versão integral, na qual Branca de Neve transa loucamente com sete "anões" que são, na verdade, bishounen lindos.  Akira caiu exatamente na versão para maiores  na qual os príncipes não aceitam "não" como resposta.

Infelizmente, a versão mangá das novels só mostrou até o terceiro sujeito.  O primeiro é o príncipe louro bonito e avoado, que descobre que confundiu a lesma com outra, mas que vai assumir a responsabilidade por ter tirado a virgindade de Branca de Neve.  Akira, aliás, ao retomar as memórias da princesa sabe que ela e o príncipe tinham sido prometidos na infância e que naquele mundo uma mulher que perdeu a virgindade não tem nenhum valor.  Voltando ao príncipe, ele mora em uma choupana no meio da floresta, porque seu irmão caçula usurpou o seu trono.  Os outros dois a aparecer são o conselheiro do príncipe, que o acompanhou no exílio, um sujeito super inteligente, frio, calculista e pervertido.  Já o terceiro é um cavaleiro super honrado e virgem que acaba aparecendo quando Branca de Neve está em perigo e decide usar um recurso do jogo para se salvar.  O problema, ou não-problema, como sua irmã explicou, é que cada vez que a heroína convoca esse poder, um príncipe aparece, ela terá que fazer sexo com ele e com TODOS os outros que estiverem em cena.

OK, o mangá é muito bobo e engraçado, ridículo mesmo.  Akira, por lembrar de quem era na sua "vida passada", é super crítico em relação aos príncipes.  "Como as garotas podem acreditar nas bobagens que ele fala?" "Ele tem um pênis muito maior que o meu!  Por que eu preciso passar por essa humilhação?"  Em dado  momento, ele se pergunta o que ele fez de ruim para reencarnar em um otome game erótico e, não, em um game hentai como dono de um harém.  Em outra situação, ele é intimado a dizer coisas eróticas para o conselheiro pervertido e começa a usar frases de jogos hentai para horror do sujeito que considera tudo muito vulgar.  Não é o tipo de vocabulário que você usa nos jogos para garotas. Shirayukihime to 7 Nin no Koibito brinca com os clichês do hentai, dos isekai, das séries gender bender e é um divertimento satisfatório desde que você entenda que é uma bobagem.  Eu acho os apuros de Akira muito engraçados e absurdos, mas a série segue aquela linha "Sua boca diz "não", mas o seu corpo diz "sim!".  A questão é que Akira acaba dizendo "sim" e adorando, apesar de se sentir esgotado depois das maratonas sexuais com os rapazes.

Falando na história dos games, eu não sabia que eles tinham versão para maiores e sem censura.  Achava que era tudo a mesma coisa.  Nem nunca tive acesso a um otome game para maiores, mas li comentários sobre as novel (*livros*) pontuando que o cenário é típico desses materiais.  Falando dos livros, a história segue neles, ou foi concluída no volume #3 (*o que eu duvido*) e tem detalhes curiosos e ainda mais loucos.  Branca de Neve foi expulsa pela madrasta má e bruxa, afinal, era por isso que ela estava na floresta.  A bruxa vai descobrir onde ela está, que está se esbaldando com os sete príncipes e manda Akira de volta para seu mundo.  Sim, ele volta a viver na Terra como um rapaz.  Só que os sete anões vão atrás dele.

A partir desse momento, se os resumos que encontrei estão corretos, a história que flertava com o hentai se torna BL com Akira desesperado por ter sete caras atrás dele e, ao mesmo tempo, desejando fazer sexo com todos eles mesmo como um rapaz.  Sim, é uma pena que o mangá não continue.  Se você ficou curioso/a é só seguir os links que passei.  Lembre-se que é uma série para adultos, pornografia mesmo, mas garante umas boas risadas.

sábado, 30 de janeiro de 2021

Dorama de Mairunovich estreia no início de fevereiro + resenha rápida do início do mangá

Acabei de ver no Twitter que o dorama do mangá Mairunovich (マイルノビッチ) de Zakuri Sato estreia no dia 12 de fevereiro.  O anúncio foi feito no ano passado, em fevereiro, também, mas a credito que a produção atrasou por causa da pandemia.  O curioso é que o mangá, que tinha feito bastante sucesso, terminara em 2014, fechando com 12 volumes  Parei para olhar o início do mangá, lembro de ter resenhado alguma coisa da série anos atrás, mas não achei, ou, de repente, li e não registrei nada mesmo.

Bem, a história do mangá é já vista, a menina feia que descobre com a ajuda de uma "fada madrinha" que é muito bonita, no entanto, o prazer de uma história repetida está nos detalhes.   Kinoshita Mairu tem um nome muito fofo, mas é feia e é humilhada tanto na escola, quanto em casa por seu irmão mais velho.  Seus colegas de turma a chamam de cogumelo venenoso (*o cogumelinho aparece nos cantinhos do mangá*).  Um dia, depois de mais uma seção de humilhações, o príncipe da escola, Kumada Tenyu, se aproxima dela, lhe estende a mão, mas diz que ela está se escondendo atrás de sua aparência, porque feiúra não é desculpa para se deixar pisar.

Obviamente, nossa heroína, assim como tantas outras do seu tipo em mangá, cinema, telenovela, whatever, não é feia.  As palavras do garoto, no entanto, acabam atingindo o seu orgulho e ela vai até a vizinha, uma moça muito linda, perfeita, e lhe pede ajuda.  A garota, que parece mais velha e cheia de confiança, a transforma em uma princesa.  A nova Kinoshita faz uma estreia bombástica no colégio, mas por dentro ela continua tímida e insegura, logo, o caminho é beeeeem longo.

E a moça passa a se apoiar em Tenyu, pedindo-lhe conselhos inclusive sobre sua vida amorosa.  O rapaz meio que a repreende por isso, mas acaba cedendo e meio que dando uma mãozinha para a protagonista.  O problema é que ela passa a ser vista como uma ameaça pela garota mais popular da escola, que é a cara da Sae de Peach Girl ( ピーチガール), e a criatura quer destruir a reputação de Kinoshita.  E, então, em um momento no qual ela parece estar derrotada, sua maquiagem destruída pela rival para que ela não consiga continuar atraindo a atenção de um rapaz em um goukon (*encontro às escuras*), Tenyu aparece com uma mala de maquiagem e diz que não vai deixar seu trabalho ser destruído e que era sua reputação que estava em jogo.  Pararei por aqui, porque a história do tal encontro continua e tem detalhes interessantes.


Sim, será que o príncipe da escola é um crossdresser?   São pessoas diferentes?  E Tenyu está visivelmente apaixonado pela nossa heroína, mas disposto a ver sua criação brilhar e desfilar nos braços de outro homem se isso a fizer feliz.  Você já viu isso em outros lugares, também, como Kuragehime (海月姫).  É o que eu chamei de garoto Pigmaleão no meu post sobre personagens tipo dos shoujo mangá.  E citei inclusive Mairunovich, o que me faz pensar que foi nesse post que escrevi sobre o mangá.  Enfim, Kinoshita Mairu será interpretada no dorama por Sakurai Hinako, Kamio Fuju será Kumada Tenyu.  A menina antagonista será interpretada por Otomo Karen.  Serão 8 episódios no Hulu.  O mangá está disponível em scanlations em inglês e português.  Basta jogar o nome e ele aparece.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Panini anuncia o relançamento de Paradise Kiss

 

Seguindo com a temporada de anúncios, a Panini noticiou o relançamento de Paradise Kiss (パラダイス・キス), mangá de Ai Yazawa previamente publicado pela Conrad.  É um mangá importante, se não me engano, o primeiro josei a sair no Brasil, eu gostaria de ter a série em uma encadernação com mais qualidade, PORÉM relançamento não tem o mesmo gosto que um mangá inédito.  Eu preferia Gokinjo Monogatari (ご近所物語), que tem ligação com Paradise Kiss, compartilhando com ele algumas personagens, ou Tenshi Nanka Ja Nai  (天使なんかじゃない).  Pergunto-me se a Panini pretende republicar mais algum shoujo, ou josei.  

De qualquer forma, ainda que eu não me anime, para quem não pode colecionar a série, afinal, o lançamento já tem bem mais de uma década, é interessante, sim.  Paradise Kiss é uma série que trata do mundo da moda e tem como protagonista uma jovem super pressionada para ser a aluna perfeita, Yukari, conhece um grupo de estudantes de moda e acaba se tornando sua modelo.  Paradise Kiss tem personagens interessantes, eu gosto bastante do mangá e ele foi publicado originalmente não em uma antologia, mas na revista de moda Zipper.  Agora, Ai Yazawa não trabalha muito bem uma relação abusiva que existe na série, mais detalhes não darei.  No seu formato normal, ParaKiss tem cinco volumes.  A série também virou animação e é relativamente fácil de encontrar, não sei se está em algum serviço de streaming.

Pipoca & Nanquim anuncia o lançamento de mangá shoujo de Junji Ito


Junji Ito é um mangá-ka conhecido por seus mangás de terror, é o nome mais conhecido do gênero fora do Japão.  O que pouca gente sabe é que ele começou sua carreira profissional com um mangá de terror produzido para uma revista shoujo, a defunta Gekkan Halloween em 1987.  Tomie venceu um concurso da revista e Ito ganhou o prêmio Kazuo Umezo, também um grande autor de mangás de terror.  E, sim, há montes de revistas josei e shoujo especializada em horror/terror sendo as mais destacadas a Mystery Bonita e a Nemuki, Tomie continuou sendo publicado nesta revista, aliás.

O resumo básico da história é o seguinte: "Todo homem que encontra Tomie fica obcecado por ela e, eventualmente, a mata e desmembra. Mas Tomie não é humana, e sempre volta ..."  A série foi publicada ao longo de 13 anos, tem dois volumes originais, mais um extra, três, portanto, e é episódico.  Tomie é a série que possibilita acompanhar a evolução da arte de Junji Ito e teve dorama e livro (novel) inspirados na série.  E, bem, estou comentando, porque é um shoujo e tem uma origem bem curiosa, mas a Pipoca & Nanquim está publicando não por ser shoujo, mas por ser Junji Ito.  De qualquer forma, é interessante para que as pessoas (*sei que a maioria nem vai se improtar em saber*) poderão ter uma ideia de que shoujo é uma demografia que não é monotemática, ou presa ao gênero romance escolar.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Já temos o novo Capitão Wentworth

Teremos uma nova adaptação de Persuasão, romance original de Jane Austen, em breve.  O ator escolhido para o papel de Wentworth, o capitão da marinha britânica que retorna à Inglaterra depois de sete anos e tem que lidar com seu orgulho ferido e sentimentos em relação à protagonista, Anne Elliot (Sarah Snook), é Joel Fry.  Conheci o ator em Yesterday, onde ele fazia um papel cômico.  Olha, tudo indica que teremos algo ao estilo Bridgerton, especialmente no quesito elenco.  Isso é ruim?  Não, desde que as personagens não tenham cor, que a questão racial não seja ponto de discussão.  Mas, afinal, havia, negros na marinha britânica?  Sim, inclusive um capitão contemporâneo de Jane Austen chamado John Perkins.  Será que vão transformar Wentworth e sua família em negros?  Não sei, especulações. De qualquer forma, Wentworth é meu segundo Austen boy favorito e meu ator de referência para o papel é Ciarán Hinds.  O que me faz lembrar que reassisti o filme no ano passado e não o resenhei... 

Ao que parece, se entendi bem, teremos uma produção toda formada por mulheres: Mahalia Belo (diretora), Alison Owen e Debra Hayward (produtoras e financiadoras do projeto para a BBC) e Jessica Swale (roteiro).  Vamos esperar pelo resultado, ou, pelo menos, as primeiras imagens.  Você, que não conhece o livro, pode aproveitar para lê-lo antes do lançamento do filme.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A Newpop surpreende novamente e anuncia Saint☆Onii-san

 

Saint☆Onii-san (聖☆おにいさん) é um aclamado mangá de autoria de Hikaru Nakamura e que conta as aventuras dos jovens Jesus e Buda em suas férias em Tokyo.  Sim, Jesus e Buda dividindo um apartamento e tendo uma senhoria que acha que os dois rapazes são muito estranhos.  Fora isso, Jesus volta e meia é confundido com Johnny Depp.  A série já teve animação e live action e é uma delícia.  Eu realmente não esperava ver esse mangá no Brasil, mas hoje, sim, agorinha, a Newpop anunciou que vai publicar a série na sua semana de anúncios.  A Newpop Week segue até domingo e a editora já animou o nosso início de 2021.  O que virá depois?  Hagio Moto?  Um mangá yuri recente como  Sayonara Rose Garden (さよならローズガーデン)ou Kase-san (加瀬さん)?  Sayonara, em especial, tem somente três volumes e é bem bonitinho.

Não sei em qual ritmo serão os lançamentos da editora, mas, ao que parece, a Newpop vai me fazer gastar dinheiro.  Enfim, mas há uma parte ruim no lançamento de Saint☆Onii-san, também.  A série está no seu décimo oitavo volume.  É uma grande responsabilidade assumir a publicação de um mangá longo e sem previsão de terminar, até porque, é o tipo de material episódico que pode ser lançado por décadas, caso a autora deseje.  É inegável, no entanto, que a Newpop está sendo ousada e lançando clássicos e material recente de qualidade, esses anúncios realmente foram para abalar as estruturas.

Newpop anuncia selo BL e mangá da Divina Comédia de Go Nagai

A editora Newpop fez um anuncio realmente importante para fãs de mangás femininos japoneses, um sele BL chamado Pride (Orgulho), além disso, estabeleceu uma parceria com a revista digital chamada Mimosa da editora Leed e que, segundo o site da própria revista, foca em romances felizes.  Estou usando como fonte o Blyme e convido vocês a darem uma olhada na matéria super detalhada sobre os anúncios BL da Newpop.  

É realmente algo notável que a Newpop, que foi pioneira na publicação de mangás BL no Brasil, crie um selo próprio.  Eu desejo muita sorte e que as fãs do gênero (*talvez, já uma demografia*) se sintam muito felizes.  Talvez, eu acabe comprando alguma coisa.

Agora, o que me chamou atenção mesmo da Newpop foi o anúncio de um mangá de Go Nagai, na verdade, uma belíssima adaptação da Divina Comédia de Dante Alighieri para mangá.  Eu tenho a edição italiana e ela é muito bonita.  Não sei qual será a opção da Newpop se seguirá os três volumes originais.  O nome do mangá em japonês é Dante Shinkyoku (ダンテ 神曲) e foi lançado no ano de 1994, ou seja, não se trata de magterial clássico do autor como outros que foram anunciados, também.

A Divina Comédia foi escrita por Dante Alighieri provavelmente entre os anos de 1307 e 1321.  Em italiano, não em latim, e é uma obra fundamental dessa língua.  O livro  conta a história do poeta que visita o Inferno e o Purgatório guiado por Virgílio, o poeta romano, e, por fim, o Paraíso, onde é guiado por sua musa, Beatriz, a mulher que ele amava e havia falecido.  Toda a Divina Comédia é baseada no número três e seus múltiplos. Trata-se de uma obra com forte teor político, já que Dante coloca vários desafetos no inferno, por exemplo. Há um bom artigo sobre A Divina Comédia neste site.  

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Anunciados os candidatos do 14º Manga Taisho Awards

O prêmio Manga Taisho é um dos mais importantes do Japão e tem como objetivo reconhecer mangás recentes, isto é, que tenham sido lançados em 2020 ou que tenham oito volumes, ou menos.  O comitê de indicação ao prêmio foi formado por 95 pessoas, gente da área, que tiveram que selecionar 10 títulos entre 216 candidatos.  Os resultados da premiação irão sair em meados de março e há doisvmangás femininos que estão em destaque nesse momento na lista.  Seguem os títulos

  1. Oshi no Ko (推しの子) de Aka Akasaka e Mengo Yokoyari
  2. ChiChikyū no Undō ni Tsuite (チ。―水は海に向かって―) de Uoto
  3. SPY×FAMILY de Tatsuya Endō
  4. Mizu wa Umi ni Mukatte Nagareru (水は海に向かって流れる) de Rettou Tajima
  5. BL Metamorphosis (メタモルフォーゼの縁側) de Kaori Tsurutani
  6. Monster #8 (怪獣8号) de Naoya Matsumoto
  7. Kowloon Generic Romance (九龍ジェネリックロマンス) de Jun Mayuzuki
  8. Sousou no Frieren (葬送のフリーレン) de Kanehito Yamada e Abetsukasa
  9. Onna no Sono no Hoshi (女の園の星) de Yama Wayama
  10. Karaoke Iko! (カラオケ行こ!) de Yama Wayama
Yama Wayama emplacou duas indicações no Manga Taisho, não lembro de outro/a autor/a a ter conseguido isso.  Onna no Sono no Hoshi ficou em primeiro lugar como melhor mangá feminino no Kono Manga ga Sugoi deste ano e Karaoke Iko!, apesar de seinen, entrou no guia, também.  Já BL Metamorphosis vai ter live action e eu esqueci de comentar.

domingo, 24 de janeiro de 2021

Morre a quadrinista Liz Berube

Não conhecia o trabalho de Liz Berube (Elizabeth Safian Berube), ou Elizabeth, uma artista norte americana que fez trabalhos de ilustração, colorização e quadrinhos, além de ter sido editora na Archie Comics.  Agora, olhando a sua arte tenho certeza de que já havia visto alguma coisa dela antes, nem que fosse nos livros de Trina Robbins.


Em um período em que as mulheres eram raras na indústria de quadrinho norte americana, Liz trabalhou na Archie Comics, ilustrou livros infantis, cartões, páginas de horóscopo e de moda, nos anos 1970, foi contratada pela DC para fazer romance comics, quando o gênero já estava morrendo, e seguiu principalmente como colorista na editora. 

Seu estilo artístico era delicado, elegante e moderno.  Nascida em 1943, ela faleceu no dia 15 de janeiro.   Há várias entrevistas com ela na internet, como esta aqui.  Agradeço ao amigo Alexandre por ter me passado a informação.   

sábado, 23 de janeiro de 2021

Apanhado de notícias dos últimos dias: Sukeban Deka, aniversário da revista Lala, novo mangá de Robico, Bridgerton etc. Onze notícias atrasadas.

Como comentei em um post da semana passada, eu estou em processo de mudança.  Finalmente, estou na minha casa nova e, enfim, tudo está bem confuso.  Por conta disso, foram muitas notícias pendentes das últimas semanas.  Sim, semanas.  Então, vai ser um post rápido e de recapitulação e aviso que o blog ainda não voltou à normalidade, porque minha vida continua meio virada.

1. Revival de Sukeban Deka (スケバン刑事) na revista Princess: Sukeban Deka, literalmente garota delinquente detetive, foi criada por Shinji Wada e publicada na revista Hana to Yume entre 1976 e 1982.  Quando pensou a série, Wada, que faleceu em 2011, queria colocar como protagonista uma policial adulta, mas foi impedido pelos editores.  Saki então passou a ser uma delinquente juvenil recrutada pela polícia para neutralizar adolescentes como ela.  A garota é chantageada, se não ajudasse, sua mãe, que estava no corredor da morte, seria executada.  Saki recebe então uma arma poderosa, um iô-iô.  Eu adoro Sukeban Deka.  Enfim, duas novas séries de Sukeban Deka estrearam na edição atual da revista Princess.  Além disso, a revista trouxe ilustrações originais de Shinji Wada. É uma bela homenagem nos dez anos de morte do artista.

2. A revista Lala está completando 45 anos em 2021 (*como eu*) e já está comemorando.  Segundo o Pro Shōjo Spain, em cada edição deste ano serão publicadas ilustrações das grandes séries da revista com o autógrafo das autoras.  Para começar, Minako Narita (Cipher) e Kyoko Hikawa (Kanata Kara).  Desejo mais 45 anos para a Lala e para mim, desde que com saúde mental e física.

3. Já temos um teaser-trailer de Otome Game no Hametsu Furagu Shika Nai Akuyaku Reijou ni Tensei Shite Shimatta… (乙女ゲームの破滅フラグしかない悪役令嬢に転生してしまった…), ou My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! , ou Hamefura, ou ainda o anime da Katarina.  A previsão de estreia é em julho deste ano.  Um dos maiores sucessos do ano passado, a continuação é muito esperada.  E vou fazer uma aposta, ainda teremos mais animes que essa segunda temporada.

4. Como Sailor Moon está em evidência por causa dos dois filmes animados no cinema.  Sendo capa de várias revistas e com muitos produtos lançados, temos máscaras de Sailor Moon.  Lindas, estilosas e espero que capazes de proteger contra o corona vírus.  Mais informações, no Sora News.


5. Touch, de Mitsuru Adachi, é uma das séries mais cultuadas no Japão desde o seu lançamento em 1981.  A história girava em torno dos gêmeos, Katsuya, disciplinado e promissor jogador de baseball, e Katsuya, que parecia não ligar nem para esportes, nem para os estudos, mas só queria eivtar competir com o irmão caçula.  Além deles, a menina Minami, a vizinha e amada pelos dois garotos.  Mas Minami não tem dúvidas, ela quer que um deles a leve ao Koshien, templo do baseball japonês, e o outro ao altar.  Só que uma grande tragédia acontece e a vida dos sobreviventes nunca mais será a mesma. O McDonald's aproveitou os 30 anos do seu sanduíche Chicken Tatsuta para brincar com o nome de um dos protagonistas, Tatsuya.  Então, temos duas propagandas apresentando dois sanduíches de frango, um com o Chicken Tatsuya e outro associado ao outro gêmeo, Katsuya.  A ideia é invocar o sabor agridoce da juventude.  Já Minami é representada por nuggets redondinhos.  Eu amo a série então adoraria provar os dois hamburgueres.  Aliás, os únicos sanduíches realmente bons do McDonald's são os de frango.  Mais informações, no Sora News.


6. Anime e mangá de Bakuten!!  (バクテン!!) com character design de Robico.  A mangá-ka de Tonari no Kaibutsu-kun (となりの怪物くん) é a responsável pelo character design do anime Bakuten!! e o mangá estreia na rev ista Dessert de março.  Segundo descobri, a série acompanha Shoutarou Futaba, um menino fascinado pela ginástica rítmica masculina que se matriculou no Colégio Ao para ingressar no time da escola. A história segue uma equipe de veteranos muito peculiares e Yoshiya Misato, que não sei se é garoto, ou garota, mas pelo tipo de anime apostaria na primeira opção, um colega de classe famosa nos torneios de ginástica rítmica do colégio, que trabalham juntos em direção ao mesmo objetivo.  Será que será o novo Yuri!!! on ICE (ユーリ!!! on ICE) ?


7. Dois dias atrás, começou a correr um boato de que Sanditon, a série da ITV baseada em um original inacabado de Jane Austen teve sua segunda temporada confirmada.  A série estreou em2019 na Inglaterra e ano passado nos EUA e criou uma legião de fãs que criaram um movimento pela segunda temporada.  Enfim, para quem acreditou que a coisa estava certa, parece que ainda não está, mas há esperança.  Eu torço para que essa desgraça esteja morta e enterrada, mas dado o sucesso de Bridgerton, realmente alguém na ITV pode querer apostar em mais episódios dessa tranqueira.


8. Mas a segunda temporada de Bridgerton vem aí, sim!  Não que seja surpresa, mas a Netflix confirmou oficialmente que teremos mais Bridgerton, talvez oito temporadas seguindo o número de livros.  O protagonista da segunda temporada será Lord Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey) , o irmão mais velho da família, e baseado no livro O visconde que me amava (The Viscount who loved me).  A filmagem está prevista para começar na primavera do Hemisfério Norte, abril, provavelmente, na Inglaterra, se a pandemia deixar. Espero que deixe, ou encontrem outro lugar para as gravações.


9. Anunciada a animação de  Niehime to Kemono no Ou (贄姫と獣の王) de Yuu Tomofuji.  Esta semana foi anunciada a animação da série da Hana to Yume.   Niehime to Kemono no Ou foi publicado entre novembro de 2015 e outubro do ano passado, contando com 15 encadernados.  Adaptar séries já encerradas é melhor ideia do que tentar alcançar, ou enrolar, com mangás que ainda estão em publicação.  A história, uma variação da Bela e a Fera e contos semelhantes, é a seguinte: "O Rei das Bestas e Demônios recebe regularmente sacrifícios humanos femininos para comer, a fim de afirmar o domínio de seu povo sobre a raça humana. No entanto, para o 99º sacrifício, a garota humana trazida para a capital, Sariphi, intriga o Rei Besta. Na verdade, ela não tem medo dele ou de qualquer outra fera e até aceita sua morte sem implorar ou chorar, pois ela não tem casa nem família para onde voltar se for libertada. O rei a acha intrigante e a deixa ficar ao seu lado como sua consorte, apesar de ser humana. Esta é a história de como Sariphi se tornará a rainha dos demônios e bestas."


10. A princesa Tiana ganhará sua série própria na Disney Plus.  Sim, uma das notícias mais antigas que estão pendentes, mas importantíssimo falar disso.  Entre os projetos da Disney Plus está uma série com Tiana de a Princesa e o Sapo.  Ao que parece, o objetivo é se redimir do fato da primeira princesa negra do estúdio ficar boa parte do tempo do seu filme em forma de animal.  Aguardemos.  Mas não é só isso, haverá especiais e séries de outros filmes, como Moana e Zootopia.


11. You Higuri está fazendo mangá Harlequin.  Houve um tempo em que Yuu Higuri estava entre minhas mangá-kas favoritas.  Cantarella (カンタレラ), em especial, foi um mangá excelente até que a autora cismou de terminar de qualquer jeito, quase igual o que aconteceu com a série The Borgias e estou comentando, porque o protagonista de ambos era Cesare Borgia.  Enfim, em 2019, fiz um post sobre a autora e que ela estava produzindo para a revista Princess Gold.  Mas o que aconteceu quando a revista acabou?  Bem, ela foi fazer mangá Harlequin.  Pelo que descobri, Higuri está desenhando uma série de livros da autora Abby Green chamada Rulers of the Desert.  O primeiro, no ano passado, se chamava Koko No Ou No Ayamachi (孤高の王のあやまち) e, agora, ela desenhou a capa da última Harlequin Original adaptando outro livro de Green chamado Shakunetsu no Ou to Utsukushiki Tōbōsha (灼熱の王と美しき逃亡者), no original A Christmas Bride for the King.  O resumo do livro é o seguinte: "O relutante governante Sheikh Salim Al-Noury prefere abdicar do que contaminar seu reino com seus segredos sombrios. Até que uma diplomata primorosamente bela seja contratada para persuadi-lo a reconsiderar o trono ... O Natal significa tristeza para Charlotte McQuillan, então trabalhar no exterior durante a época festiva é a escapadela perfeita. Mas Salim prova ser seu cliente mais desafiador, já que sua masculinidade rústica desperta a intocada Charlotte  para prazeres inimagináveis!  Logo Salim aceita que só ele pode suportar o peso da coroa. E sua primeira proclamação será fazer de Charlotte sua rainha de Natal!".  Livro contemporâneo, sheik, mocinha virgem... Eu não leria um livro desses de jeito algum, PORÉM eu pagaria para ver o traço de You Higuri e como ele funciona nesse tipo de material.

domingo, 17 de janeiro de 2021

Minha solidariedade a quem via prestar o ENEM e minha revolta pela manutenção do concurso

Hoje, começa o ENEM 2021 sob a sombra da pandemia.  Adiado por motivos justos, a própria enquete do MEC apontou que ele deveria ocorrer em maio, segundo a vontade dos votantes, mas o governo bateu pé que tinha que ser em janeiro.  Educadores, estudantes, organizações da sociedade civil, Ministério Público, alertaram para os problemas envolvidos na manutenção do exame.  O diretor do INEP, órgão responsável pelo concurso, um militar, como tantos neste governo, morreu de COVID-19 não tem nem uma semana, aos 59 anos; Manaus está sem oxigênio; os sistemas de saúde de outras regiões do Brasil estão prestes a colapsar, ainda assim, o MEC e o INEP se recusaram a adiar o concurso por razões de saúde pública.  Recorreram na Justiça e conseguiram operadores do Direito para fazer sua vontade.  É tragédia anunciada.

Desde sexta-feira pelo menos, circula amplamente a reclamação de instituições que cederam suas instalações para o concurso de que o INEP mentiu.  Prometeu ocupação de salas de no máximo 50%, uma margem de segurança em um concurso que, em minha opinião de leiga, já não oferecia segurança alguma, quando, na verdade, está prevendo 80% de lotação.  Eles estão contando com abstenções, contemos, também, com a contaminação, as internações, o desespero e as mortes.  Mesmo com essa informação, a Justiça negou mais um pedido de adiamento, o concurso foi mantido, salvo em Manaus.

Eu lecionei durante dez anos consecutivos para o terceiro ano do ensino médio.  A pressão a qual os candidatos estão submetidos é enorme, absurda.  Para muitos, seu futuro depende dos resultados do Vestibular, a vida inteira sen do definida em uma prova.  Não é assim, sempre disse para meus alunos e alunas. Isso, claro, em situação normal, temos ainda a pandemia.  Eu não queria estar na pele de ninguém que vai prestar o ENEM.  Se eu tivesse minha filha, ela ainda é uma criança de sete anos, prestando o concurso, acredito que mesmo que ela quisesse arriscar, o pai e eu a demoveríamos disso.  Argumentaríamos que ela não perderá um ano deixando de prestar o exame, mas poderia ganhar a vida.

Eu, Valéria, professora de História, mãe, cidadã, me sinto enojada pela situação que vivemos neste país.  A irresponsabilidade de nossos governantes com a vida das pessoas.  O governador do DF nada falou sobre o ENEM, por exemplo, ele tem responsabilidade, também.  Enfim, se você vai prestar o ENEM hoje, desejo-lhe a melhor prova possível e tente se manter protegido/a.  Se tiver dúvidas, não faça a prova, pense em sua vida primeiro.  Se você é responsável por uma menina, ou menino, que vai tentar a prova, coloque na balança os prós e os contras, ponha-se no lugar dele, ou dela. Será que vale a pena? E digo que eu também não queria estar no seu lugar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Todas as resenhas de 2020 - Parte 2: Quadrinhos

Hoje, o segundo post com as resenhas de 2020.  Decidi colocar todos os quadrinhos que resenhei juntos.  Li muita coisa que não comentei no blog, inclusive material que pretendia resenhar e não fiz.  De repente, retomo e faço.  A minha maior falta foi não ter feito as resenhas dos últimos três volumes da Rosa de Versalhes. Dividi as resenhas em três grupos, mangás shoujo, josei e seinen mainstream, mangás shoujo/josei com conteúdo erótico/pornográfico e quadrinhos coreanos.

Mangás Mainstream

Aqui temos vários tipos de mangá e de resenhas, as mais completas e as que cobrem somente poucos capítulos.  Temos clássicos e material em prublicação neste momento.  Second Virgin Road~Koneko no Hanayome~ tem conteúdo sexual mais explícito, mas acredito que fica longe da média dos que deixei separado. Sayonara Rose Garden é yuri, mas sem conteúdo sexual.  Preciso terminas a leitura.  Kaze-san é yuri, também e está no mesmo caso.

  1. Comentando os primeiros capítulos de Chihiro-kun wa, Atashi Holic。: Moda e Romance na Medida Certa
  2. Recomendação de mangá: Kieta Hatsukoi, um inesperado triângulo amoroso
  3. Comentando o Capítulo 1 de Sei Rosalind: Clássico do shoujo de terror já tem scanlations
  4. "Só você pode ser minha serva.": Duas criaturas amaldiçoadas protagonizam nova série da revista Hana to Yume
  5. Recomendação de mangá: Second Virgin Road~Koneko no Hanayome~ 
  6. Comentando Busu ni Hanataba wo。: Um dos melhores mangás que li nos últimos meses. Valeu a pena ir atrás dele!
  7. Takane to Hana chega ao final em julho e alguns comentários sobre o início do mangá
  8. Hanakimi é um dos títulos gratuitos da Hakusensha e me deu vontade de falar da série!
  9. Comentando Sayonara Rose Garden! #1: Parece um mangá fofinho, mas ele tem muito mais a oferecer
  10. Reeditando textos antigos: Swan, nunca o balé foi desenhado de forma tão bonita
  11. Comentando o volume #1 de Kase-san e...: duas meninas descobrindo amor de uma forma muito delicada

Mangás Eróticos

Em maio descobri um site com muitas scanlations de mangá e uma seção enorme de shoujo e josei eróticos. A maioria estão em um gênero chamado Teen's Love.  É pornografia para mulheres mesmo, não adianta colocar panos quentes.  Alguns tem histórias surpreendentemente consistentes, ainda que obrigadas a colocar uma cena de sexo por capítulo, ou quase.  Dessa leva, os que mais gostei foram 45-Sai, oji-sama wa bukiyouna kemono, Motto Sawatte Arashi-san Honki ni natteha Ikemasen e Uso Aitsu ga Watashi no Danna-sama Mezametara 10 Nen go no Mirai.  Estranhei de ter comentado tão poucos.

  1. Mocinha morre de tanto trabalhar e reencarna dentro de um Otome Game: Recomendação de Mangá (+18)
  2. Comentando o mangá 45-Sai, oji-sama wa bukiyouna kemono: quando a grande diferença de idade não é um empecilho para um bom romance (+18)
  3. Watashi no Koko Hen desu ka?: Recomendação de mangá (+18)
  4. Comentando Uso Aitsu ga Watashi no Danna-sama Mezametara 10 Nen go no Mirai (+18): Um mangá que lembra uma experiência na montanha russa
  5. Motto Sawatte Arashi-san Honki ni natteha Ikemasen: Esse mangá é muito fofinho para eu não recomendar para vocês! (+18)

Quadrinhos Coreanos

Tinha lido quase nada de quadrinhos coreanos, mas as webcomics estão na moda e acabei tropeçando em Ebony e recebendo a recomendação de The Blood of Madame Giselle, ambos são interessantes.  Agora, Grama é outra coisa, é uma graphic novel densa e que toca em um assunto muito espinhoso, as mulheres do conforto, meninas e mulheres transformadas em escravas sexuais das tropas japonesas durante a ocupação territorial de várias regiões, como China, Filipinas e Coreia e durante a 2ª Guerra.  A melhor coisa que li em 2020 foi Grama.

  1. Comentando The Blood of Madame Giselle: Por qual motivo esse marido ainda está vivo? (+ 18)
  2. "Fique quieta. Cale a boca e viva como os mortos.": Comentando os primeiros capítulos de Ebony
  3. Muito Além do Mangá: Comentando Grama, um quadrinho fundamental para entender a questão das "mulheres do conforto"

Se você, mãe, não está conseguindo ser uma boa professora de seus filhos durante a pandemia, você é uma egoísta!

Fazia tempo que não escrevia sobre questões referentes à maternidade e maternagem, mas um amigo professor, bom frisar isso, repassou uma matéria da revista Pais & Filhos no Facebook com o seguinte título "Escritora critica mães que reclamam das aulas online e rebate: “Escolas não são babás”".  Como não há nada mais delicioso do que publicizar as críticas de uma mulher à outras mulheres, toca passar adiante, afinal, é consenso que "escolas não são babás".  E babás são profissionais, tem treinamento, merecem respeito e serem valorizadas.  Na Inglaterra da autora, existe uma conceituadíssima escola de babás, a Norland College, fundada em 1892 e que confere diplomas de nível superior, ou seja, mãe é mãe, babá é babá, não é mesmo?  Mas vamos a um trecho da fala de Samantha Brick:

“Não suporto as mães reclamando sobre como é difícil supervisionar a educação de seus filhos em casa, ou sonhando com maneiras de obter o status de trabalhador importante para que os filhos possam permanecer na escola. É alucinante quando você pensa em quantas mulheres – inclusive eu – teriam dado seu braço direito para se tornarem mães”, explica ela, se referindo a situação na Europa.

Essa mulher é uma cretina, que projeta seu ódio por não poder ter filhos BIOLÓGICOS nas outras mulheres.  Sim, se você pegar o artigo e eu li o original em inglês, também, ela fala da sua dificuldade em engravidar, não comenta a possibilidade de adotar e acrescenta que desistiu de ser mãe.  Ela não é child-free por vontade, mas o é por escolha parcial, afinal, adoção é uma opção quando você quer ter uma criança.  Enfim, ela não daria um braço para ser mãe, ela daria um braço para gestar e parir, é diferente.

Outra coisa, procurando encontrei dados biográficos de Samantha Brick, inclusive um artigo do Daily Mail intitulada "Samantha Brick tells how she turned from failed businesswoman to French housewife" (Samantha Brick conta como ela deixou de ser uma empresária fracassada e se tornou uma dona de casa francesa).  Segundo a matéria, ela largou sua carreira anterior como jornalista e produtora de TV, casou, foi para o interior da França e virou escritora, afinal, ela agora pode dar conselhos para outras mulheres.

Pelas fotos e pelos dados que tenho, ela parece ter uma vida bem confortável junto com o marido, então, a realidade dela não deve ser a das mães que em home-office, ou tendo que sair de casa todos os dias para trabalhar, precisam contar o dinheiro no fim do mês para pagar aluguel, comida, e tudo mais que uma família com filhos precisa.  E, o que é importante, às vezes sem dividir as despesas com ninguém.  E como as mães se desdobraram no ano que passou, acredito que a maioria de nós nunca trabalhou tanto.

A maioria das mães, porque parece que para esta senhora somente as mães têm que cuidar da educação de suas crianças, são criaturas egoístas focadas em suas carreiras se reclamam da carga pesada demais, mas elas não são professoras.  E mesmo quando professoras, meu caso, não o são para qualquer nível escolar e/ou disciplina, como qualquer pessoa minimamente informada deveria saber.  Eu penei um tanto em 2020 e devo continuar penando com os estudos de Júlia durante o ano de 2021.  Não sou professora alfabetizadora, não sou professora das primeiras séries do Ensino Fundamental e tenho profundo respeito pelas colegas, a maioria são mulheres, que o são.  

Quando a mulher do artigo fala de escola, ela só o faz para lamentar que as crianças não irão ter interação social.  E, sim, escola serve para isso, também, eu defendo que é muito importante e que as escolas fechadas podem, sim, causar dano ao desenvolvimento global de crianças e adolescentes, mas o ambiente escolar é muito mais do que isso.  E não é somente uma questão de estrutura física, algo que ela pontua, também, há os profissionais da educação e seu trabalho. Só que pessoas assim devem olhar para professores e demais trabalhadores da educação com muito desprezo, porque, bem, as mães podem fazer o trabalho de todos nós e sem reclamar, ou estão sendo egoístas.  

A Pais & Filhos deveria ter dado destaque à matéria completa, pois havia uma outra escritora, mãe de dois filhos, com opinião divergente e acredito que as pessoas deveriam ter um tiquinho mais críticas ao repassarem esse tipo de coisa, porque é machista, classista (*porque parte do pressuposto de que mães casadas ou solo não precisam trabalhar para sustentar suas famílias, que todos tem computador, vários, às vezes, internet de qualidade etc.*) e só ajuda a desqualificar ainda mais os professores, afinal, por qual motivo mandar as crianças para escola, não é mesmo?  Mas se você acha que mães são esses seres mágicos, que dinheiro se materializa na sua sala, que professor nem deveria existir e que pode atirar seu recalque nas mulheres, você é que é uma pessoa muito egoísta. 

P.S.: Eu não estou defendendo retorno às aulas presenciais, ainda que eu acredite que estratégias precisam ser criadas para isso.  Eu passei 2020 trabalhando presencialmente e desde setembro com alunos e alunas em sala.  Dia 25, está previsto o nosso retorno com TODOS os alunos, já a vacinação, bem, ontem o governo de Brasília comunicou que professores não são grupo prioritário de vacinação.  Eu estou entre a cruz e a caldeirinha.  O pai e eu decidimos que Júlia não volta às aulas agora, meu marido acredita que sem vacina é melhor não arriscar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Todas as resenhas de 2020 - Parte 1: Seriados da Netflix, Animes e outros

Nos últimos anos, sempre faço posts listando todas as resenhas que fiz durante o ano.  É o tipo de post que estreia bem no início do ano seguinte, mas a minha mudança e meu pulso direito lesionado atrasaram tudo.  Decidi finalmente começar, antes que passe muito o tempo.  Ao todo, se não deixei de contar alguma coisa, foram 72 resenhas durante 2020 e foi um ano no qual deixei de resenhar muita coisa, infelizmente, mas faz parte do processo e nada impede que eu comente alguma coisa que ficou pelo caminho.  Vou começar por seriados, porque se fosse filmes no cinema, iria ser muito pouco, afinal, houve a pandemia e só coloco meus pés no cinema depois de ser vacinada.

Séries da Netflix

Acredito que a primeira série que comecei a assistir durante o ano, estava bem ansiosa, foi Coisa Mais Linda, a segunda temporada.  Só que fiquei um tanto decepcionada pela forçação de barra de certas tramas, aquele elitismo exagerado e acabei largando sem resenhar.  Não sei se retomarei.  As séries da Netflix que eu assisti e resenhei de verdade foram Unorthodox, Gambito da Rainha e Bridgerton, que preciso terminar de assistir e comentar.  Todas três me deram muito prazer em assistir, mas Unorthodox foi a melhor e realmente precisa de uma segunda temporada que feche a trama.  E peço uma temporada só, não precisa mais que isso.  Enfim, links para as resenhas, Bridgerton teve mais de uma:

Séries da BBC:

No início do ano, com a iminência da estreia do filme Emma nos cinemas, lembrei que estava devendo a conclusão das minhas resenhas de adaptações deste livro de Jane Austen.  Era um projeto assistir todas as produções que pudesse de Emma, sem contar com as adaptações contemporâneas.  Pois bem, resenhei a série de 2009, depois parti para Razão & Sensibilidade 2008, Jane Eyre 1983 (*e ainda não terminei as resenhas das adaptações doeste livro de Charlote Brontë*) e as versões de Orgulho & Preconceito de 1980 e 1995.  Acho que foi isso.  Seguem os links.

E foi isso.  Assisti pedacinhos de outras séries, inclusive Anos Rebeldes no Globoplay e, talvez, um dia faça alguma resenha.  É chato não ter uma série brasileira nesta lista, mas, enfim.

Anime, que eu tenha resenhado, somente o primeiro capítulo de Otome Game no Hametsu Flag shika nai Akuyaku Reijou ni Tensei shite shimatta... (乙女ゲームの破滅フラグしかない悪役令嬢に転生してしまった…), ou My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom!, ou ainda, o anime da     Katarina Claes.  Assisti boa parte da série, mas só comentei o primeiro capítulo.  De qualquer forma, recomendo e como vem aí a segunda temporada, é bom ver o que veio antes, não é?

Ah, e eu esqueci de acrescentar O Nome da Rosa, uma produção da italiana RAI com 8 episódios.  Olha, eu até pretendia assistir tudo, mas fiquei somente no primeiro capítulo mesmo.  É uma resenha bem completa, afinal, sou uma medievalista aposentada, mas a série não pareceu tão boa assim para me empenhar em ver tudo.  Recomendo muito mais o livro original e o filme feito para o cinema.  É isso.