domingo, 28 de fevereiro de 2021

Comentando o episódio #8 de WandaVision: Mergulhando na dor da protagonista

Assisti ao episódio #8 de WandaVision agora pela manhã e decidi fazer uma resenha rápida para comentar algumas coisas.  Foi um episódio de revelações e flashbacks com algumas cenas carregadas de grande carga emocional, pois discutiram solidão, luto e o desespero de uma mãe diante do sofrimento de seus filhos.  Sim, está cheio de spoilers o meu texto, se você se importa, melhor não ler.  

Começo com as minhas pequenas duas decepções em um episódio excelente.  A primeira, não tivemos Monica Rambeau, a segunda, também não vimos Mercúrio, ainda que tenha sido revelado que ele era criação de Agatha Harkness.  E o capítulo foi TODO focado em Harkness e Wanda, com pouca participação de Visão e tudo em flashback.  Para quem não lembra, ou não viu, mas está lendo, quando terminamos o último capítulo, Wanda tinha caído em uma armadilha criada por Agatha que dera sumiço nos filhos da heroína.  Por causa de uma série de feitiços, Wanda estava incapacitada de usar seus poderes.  O que Agatha quer saber é como Wanda desenvolveu poderes tão grandiosos.  Alguém lhe ensinou?  Os poderes nasceram com ela?  O que teria detonado tamanho poder?

O episódio começa na famosa Salém, no século XVII, quando Agatha Harkness iria ser punida por suas colegas bruxas por ter quebrado regras importantes para o grupo.  So que o que as bruxas acabam conseguindo é ampliar os poderes da vilã.  Posso chamá-la assim?  Acredito que possa.  Depois disso, Agatha obriga Wanda a rever o seu passado, episódios traumáticos de sua vida, para tentar descobrir o que fez com que a heroína manifestasse poderes tão grandes.

Assim, vemos a família de Wanda e como as sitcom fizeram parte de sua infância e a ajudaram a aprender inglês, assim como se tornaram um porto seguro, um lugar de conforto, quando ela estava em sofrimento.  Tipo eu correndo para assistir Orgulho & Preconceito (1995).  Entendo perfeitamente.  Esses flashes do passado de Wanda são como uma tortura para a heroína, porque ela está revendo situações de dor profunda.  Após a morte de Pietro, Visão e Wanda terminam por se aproximar e o diálogo entre os dois é muito comovente.  A partir daí, eles se tornarão um casal como vimos nos filmes do cinema.  Outro salto e descobrimos que Wanda não roubou o corpo do amado, a quem queria dar uma sepultura digna, mas foi exposta ao seu corpo dilacerado e desmembrado, sendo preparado para testes e pesquisas.  

Tyler Hayward, que merece, sim, o título de vilão, acredita que enterrar Visão é um desperdício de dinheiro.  Ele não tem nenhum pudor em desrespeitar o testamento do herói, que não desejava ser transformado em uma arma.  Vi ali um revival das discussões de Jornada nas Estrelas ~A  Nova Geração~ sobre Data ter, ou não, direito sobre si mesmo, ou se seria propriedade da Frota Estelas (*Episódios The Measure of a Man e The Offspring*).  O vídeo com  a heroína roubando o corpo de Visão é falso, o que nos faz perguntar por qual motivo Hayward quer que todos pensem que ele é verdadeiro.  Por fim, uma Wanda alquebrada, engole sua dor e vai embora.

Ela tem um panfleto na mão, uma propriedade comprada por Visão em Westview, em um típico subúrbio de sitcom, e com um coração desenhado e a mensagem "Para envelhecermos juntos".  É aí que Wanda libera seu poder desconhecido, a magia do caos, que é capaz de manipular a realidade e criar vida.  Sim, ela tem um poder semelhante ao da Elza de Frozen e é capaz de recriar Visão e criar os gêmeos usando o seu poder.  Agatha Harkness fica fascinada, mas não sabemos o que ela pretende fazer com a informação, ou com Wanda, ou com os meninos.  Na última cena, ela está torturando os filhos da heroína e dá o nome de "Scarlet Witch" para a protagonista.

E foi isso.  Sem Monica, sem Darcy, sem Visão, sem Pietro, mas não desligue, porque temos uma cena pós-créditos que mostra o Visão branco, uma criação da S.W.O.R.D. que usa a energia de Wanda, capturada em um dos drones que eles enviaram para investigar Westview.  Não sei o que pode sair daí, salvo que aposto que os dois Visão irão se tornar um só.  E foi um episódio emocionante com várias cenas muito boas.  Eu fiquei tão empolgada que comecei a rever A Era de Ultron.  É isso! Que venha o último capítulo.  Ah, sim, um detalhe.  Os dois filmes que estavam sendo exibidos no cinema quando Wanda cria sua Westview não são contemporâneos de I Love Lucy!, mas de 1962 (Big Red) e 1960 (Kidnapped), respectivamente.  E, sim, a participação especial no último episódio.  Muita gente acredita que será o ator Dick Van Dyke, que aparece nos episódios que Wanda estava assistindo neste episódio.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Revista Wings comemora o Ano do Boi com capa de Hiromu Arakawa

Hiromu Arakawa, conhecida por Full Metal Alchemist (Hagane no Renkinjutsushi/鋼の錬金術師) e que logo terá seu mangá Silver Spoon (Gin no Saji/銀の匙) publicado em nosso país, publica faz vários anos um mangá na revista Wings.  Hyakushou Kizoku (百姓貴族) é um mangá semi-autobiográfico no qual a autora conta suas experiências vivendo em uma fazenda de laticínios em Hokkaido, região de origem de sua família.  

Arakawa sempre se desenha como uma vaquinha e a capa da revista é toda com boizinhos e vaquinhas, afinal, é Ano do Boi no Horóscopo Chinês.  Segundo a autora no Twitter, a capa é a ilustração de um Clearfile que vem como brinde da edição.  

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Saíram os indicados ao Tezuka Manga Awards

Saiu a lista com os nove indicados ao 25º Tezuka Manga Awards.  Dentre os indicados, duas séries que estavam no  guia Kono Manga ga Sugoi!Kashikokute Youki aru Kodomo  (かしこくて勇気ある子ども), de Yamamoto Miki, e que trata de um casal grávido, suas preparações e alguns questionamentos sérios, "Seria correto trazer uma criança a um mundo no qual sofremos tanto?  Não seria uma atitude egoísta?", o outro josei é Bara wa Shuraba de Umareru ~70-nendai Shoujo Manga Ashisutanto Funtou-ki~(薔薇はシュラバで生まれる【70年代少女漫画アシスタント奮闘記】), de Nami Sasou,  que trata so dia-a-dia de uma assistente de mangá-ka shoujo nos anos 1970.

Outros indicados ao prêmio são Aono-kun ni Sawaritai kara Shinitai (青野くんに触りたいから死にたい), Kimetsu no Yaiba (鬼滅の刃), Jujutsu Kaisen (呪術廻戦), Sōsō no Frieren (葬送のフリーレン), Peleliu: Rakuen no Guernica (ペリリュー -楽園のゲルニカ-), The Promised Neverland (約束のネバーランド) e Land (ランド).

Segundo o ANN, o mangá-ka Osamu Akimoto, autor Kazuki Sakuraba, a mangá-ka Machiko Satonaka, apresentador Minami Takahashi, a escritora e professora da Tohoku University of Art and Design Yukiko Tomiyama, o professor e estudioso Shōhei Chūjō, o crítico de mangá Nobunaga Minami, comediante e mangá-ka Taro Yabe, Asahi Shimbun Katsu Tsunoda, e Tomoko Kochi, chefe da seção de Cultura e Vida do jornal Asahi Shimbun de Tokyo - selecionaram os indicados a partir de títulos recomendados por especialistas e funcionários de livrarias. Para ser elegível, o mangá precisava ter tido pelo menos um volume compilado publicado em 2020.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

O MCU está funcionando muito bem no Disney Plus: Comentando os episódios de 1-7 de WandaVision


Vamos ver se FINALMENTE escrevo alguma coisa no Shoujo Café sobre WandaVision, a  primeira série da Marvel no Disney Plus e que estreou no dia 15 de janeiro.  Para se ter uma ideia, eu comecei a escrever uma resenha no mesmo dia dos dois primeiros episódios e fui empurrando, empurrando e, bem, já estamos para além da metade do seriado, assisti o episódio 7 na sexta-feira, agora já é quinta-feira da outra semana e ainda não conclui o texto.  O seriado terminará no dia 5 de março, fechando sua primeira temporada (?) com 9 episódios.  Muita coisa já aconteceu, mas acredito que os últimos dois episódios podem valer por uns cinco.  É minha aposta.

Wanda Vision foi uma grande surpresa, para mim, apesar de gostar dos dois protagonistas.  Visão e Wanda eram o casal trágico do MCU, quem acompanhou os filmes está ciente disso e ninguém sabia bem como o seriado iria conseguir dar seguimento à história (*de amor*) dos dois.  Enfim, a série está conseguindo retomar as duas personagens muito bem e entrelaçar sua narrativa com a de novos e velhos conhecidos. Wanda Vision  é uma série realmente divertida com muitos easter eggs para quem conhece a fundo os quadrinhos (*o que não é o meu caso*) e para quem assistiu aos filmes do MCU  (Marvel Cinematic Universe).  Ao mesmo tempo, a série é cheia de mistérios capazes de manter o público ligado mesmo depois do episódio acabar. Eu, por exemplo, estou até agora angustiada para saber o destino de duas personagens, muito mesmo.  


Sei que algumas pessoas se irritaram com os dois primeiros episódios que eram homenagens diretas à séries clássicas dos anos 1950 e 1960.  O tom desses episódios parecia se afastar muito do que os filmes da Marvel tinham oferecido até então.  Uma amiga reclamou que não queria ver um remake de A Feiticeira, que era uma série machista.  Outra amiga queria que eu lhe antecipasse se "já tinah começado a ação", porque ela não conseguia ver o que gostava dos filmes no início do seriado.  Bem, havia ação desde o início.  

A graça desses episódios dos anos 1950 e 1960, Wanda e Visão pareciam bem perdidos em encenar papéis de gênero e conviver com uma realidade muito distante daquela que eles conheciam, como se tivessem caído de pára-quedas ali.  Mesmo Wanda parecia não saber bem o que fazer em vários momentos, o que sugere que ela pode não estar no controle da "produção", como muita gente acredita.  Para quem não desistiu da série ali, houve logo a compreensão de que aqueles dois episódios seriam fundamentais para compreender o que viria a seguir, além de serem interessantes por si mesmos, mostrando a sintonia entre Wanda e Visão. E o mais importante, Wanda Vision traz novos elementos e personagens sem perder sua conexão com o MCU, mostrando que a Marvel-Disney está no controle de seus múltiplos personagens e de seu próprio multiverso.


WandaVision é uma série e, ao mesmo tempo, uma sitcom focada em Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) que começam como recém casados no primeiro episódio e se mudando para o subúrbio de Westview, New Jersey, em meados dos anos 1950.  Trata-se do idílico subúrbio tão familiar para quem assiste desde a infância aos seriados norte americanos, só que há algumas coisas que estão fora do lugar.  A cada episódio, ou quase isso, acompanhamos a dinâmica do casal através da progressão das décadas, 1950 e 1960 em preto e branco, tornando-se colorido ao final do episódio para entrarmos em um psicodélico anos 1970 e a chegada dos gêmeos, Tommy e Billy.  Nesse momento do seriado, já chegamos na nossa década.

A série traz um elenco que acompanha os protagonistas através das décadas alterando seu penteado, vestimentas e comportamentos sendo a vizinha fofoqueira e prestativa típica Agnes (Kathryn Hahn), a personagem de maior destaque.  Em alguns momentos, elementos causam distúrbio à narrativa da sitcom, objetos, diálogos e sentimentos que parecem fugir ao controle da protagonista, Wanda.  E, claro, você, que assistiu aos filmes do MCU, sabe que Visão está morto, como ele pode ter retornado, então?  Pior, ele não sabe que morreu.  Ainda assim, não sabemos se Visão está vivo, ou, não, ainda que eu aposte que está, ou se ele pode continuar a existir fora do mundo criado por Wanda.  


Não é minha intenção dar spoilers, mas eles são inevitáveis, então, se você parar por aqui, já sabe que eu gostei da série e já tem informações suficientes, seguindo o texto, não irei me restringir mais.  Com a progressão dos episódios, elementos de perturbação começam a aparecer em cena, como algum objeto em cores nos episódios em P&B, ou pequenas falhas (glitches) quando Wanda parece perder controle do que está acontecendo com o roteiro e as personagens, especialmente, Agnes e Visão.  Wanda também parece não ter domínio sobre o coisas que acontecem com seus filhos, começando com a cegonha que anuncia a chegada dos garotos.  

Mas vocês devem estar se perguntando se ficamos o tempo inteiro assistindo a uma sitcom que faz homenagem à séries como I Love Lucy, A Feiticeira, The Brady Bunch, Malcolm in the Middle, The Office etc., além de outras produções como Mulheres Perfeitas (*a cena da biblioteca no episódio #2*).  Não, não ficamos.  No episódio #3 descobrimos que uma das personagens da Sitcom é Monica Rambeau (Teyonah Parris), sim, a menininha que aparece no filme da Capitã Marvel, e Wanda a expulsa do "seriado" no episódio seguinte.  Essa interrupção do fluxo da narrativa criada (*será?*) por Wanda, nos mostra que fora de Westview temos as instalações da  S.W.O.R.D. (Sentient Weapon Observation Response Division), uma das agências que existem nos quadrinhos da Marvel, e que a protagonista aparentemente sequestrou uma cidadezinha inteira, reescrevendo, também, as lembranças dos vizinhos de Westview.


Novas personagens são apresentadas, como o agente do FBI, Jimmy Woo (Randall Park), que apareceu no primeiro filme do Homem Formiga (*que eu nunca resenhei e preciso*) e Darcy Lewis (Kat Dennings), que veio do segundo filme do Thor no qual era uma estagiária (*de humanas*) e, agora, retorna como doutora em astrofísica.  Ela, que antes era de humanas, é fundamental para começar a desvendar o que esta acontecendo dentro do hexágono criado por Wanda, e que é chamado de "hex" por todos.  A palavra, aliás, significa "lançar um feitiço" em inglês.  Em dado momento, Jimmy se pergunta por qual motivo Wanda não tem um nome de super-heroína e, mais tarde, no episódio #6, o do Dia das Bruxas, ela aparece com sua roupa tradicional dos quadrinhos, vestida como Feiticeira Escarlate.

O fato é que ao longo dos últimos episódios fica claro que Agnes, a única pessoa que não é identificada pela S.W.O.R.D. como tendo sido sequestrada por Wanda, não é quem aparenta, e que o chefe da agência, Tyler Hayward (Josh Stamberg), não é flor que se cheire.  Ele quer destruir Wanda, ou fazê-la perder o controle, ou as duas coisas, além disso, monitora Visão, cujo corpo foi roubado da sede da S.W.O.R.D. pela heroína.  No episódio #7, graças à Darcy, ficamos sabendo que Hayward, ou a S.W.O.R.D., fez experimentos com o corpo do herói.  Alguns teorizam que Hayward pode ser um skull, ou mesmo Mefisto, um dos grandes vilões do universo da Marvel nos quadrinhos.


No episódio #5, Agnes parece ter um efeito estranho sobre os filhos de Wanda, já no capítulo seguinte, que tem como tema o Dia das Bruxas, os gêmeos começam a apresentar superpoderes e descobrimos que os humanos no limite do domo não agem com a naturalidade dos que estão perto de Wanda.  Fica claro, também, que as pessoas dentro do domo estão sendo controlados por alguém, Wanda, é o que imaginamos, e que isso lhes causa sofrimento.  A própria Monica Rambeau fala sobre isso, quando reencontra o pessoal da S.W.O.R.D. ao ser expulsa por Wanda do hexágono.  Temos, então, a trama do sitcom, cada vez fugindo mais ao controle de Wanda.  Já Hayward tenta se livrar de Monica, Darcy e Jimmy.  

Monica, que parece ter sido afetada pelo período que passou dentro do domo, começa a apresentar alterações que irão transformá-la em uma super-heroína.  Além disso, ao longo de todos os episódios  temos as propagandas que aparecem na sitcom e que são pistas do que está acontecendo na história com menções às organizações Stark (anos 1950), à Hydra (anos 1960), Lagos, capital da Nigéria (anos 1980), etc.  Somente o episódio #4, mais focado na S.W.O.R.D. e que se chama "We Interrupt This Program" (Interrompemos este Programa).  O último episódio, Quebrando a Quarta Parede, parece encaminhar o final da série e termina de forma sensacional e angustiante.


Sei que ao longo dessa resenha já dei muitos spoilers, mas algo que sacudiu a série no final do capítulo #5 foi a introdução de Mercúrio/Pietro Maximoff não como o ator que o interpretou em Era de Ultron Aaron Taylor-Johnson, mas interpretado por Evan Peters, dos últimos filmes dos X-Men.  A própria Wanda, que tinha feito menção à morte do irmão, fica confusa e Visão, assim como o povo da S.W.O.R.D., pergunta se a protagonista teria escalado um novo ator para o papel.  O fato é que Mercúrio traz agitação ao episódio #6 e ele mesmo diz que está ali para causar discórdia.  A graça é que neste episódio há uma citação à Kick-Ass, e Peters e Taylor-Johnson trabalharam juntos nesse filme, que eu recomendo bastante. 

Enfim, o Mercúrio que vemos no seriado pode não ser quem diz que é, ou pode ter vindo de outro universo, ou... Na verdade, ficamos sem saber poderia ser a introdução dos X-Men no universo do MCU e o que viria depois.  O ator Paul Bettany falou que teremos ainda uma aparição de um ator com quem ele nunca teria trabalhado e que admira muito em um papel importante no universo da Marvel.  Patrick Stuart como Xavier?  O fato é que parece que já estamos no Multiverso. 


Por fim, é revelado no episódio #7 que Agnes é Agatha Harkness.  Nos quadrinhos, ela é uma poderosa feiticeira e foi mentora da Feiticeira Escarlate, ou seja, Wanda.  A revelação era esperada por muita gente, porém, Agnes é apresentada como uma espécie de "diretora" do seriado de Wanda.  Isso quer dizer que ela está no controle e, não, a heroína?  Eu ainda acredito que Agnes não está só, afinal, além do diretor e do roteirista, nos seriados atuais existe um produtor-executivo, o show runner.  Por isso mesmo, acredito que teremos alguma revelação mais ou menos bombástica nos últimos dois episódios.

Ainda nesse episódio #7, Visão encontra Darcy, consegue romper o controle mental imposto à personagem, e começa a ter um quadro mais completo da sua situação.  Ele não lembrava de nada, de sua morte, dos Vingadores, nadinha, salvo o seu amor por Wanda.  Além disso, Monica retorna ao hexágono em uma cena das melhores até o momento e passa a manifestar seus poderes.  Se ela os controla, ou não, e sua extensão não sabemos ainda, mas foi excelente a sequência inteira.


Que mais a dizer?  Elizabeth Olsen está muito brilhando e o seu retrato da dor e da depressão no último capítulo foi excelente.  O mesmo vale para Paul Bettany, que é um excelente ator e consegue transmitir muito bem a confusão sentida por Visão, suas dúvidas e angústias.  No último episódio, que é uma espécie de mockumentary, eles conversam com a câmera o tempo inteiro e colocam para fora suas dúvidas, angústias e contradições.  E, sim, eu não posso deixar de pontuar, afinal, trata-se de um blog feminista, que não esqueci da tenebrosa conversa dele com Johnny Depp e espero que o ator tenha pelo mesmo refletido sobre os absurdos que falou.  E, não, ele não deixa de ser um excelente ator por causa disso e eu não desejo vê-lo substituído, tanto quanto não quero que a atriz que faz Shuri seja demitida.  Escrevi sobre os deslizes e absurdos ditos e feitos por alguns atores do MCU e como o público muitas vezes releva o que os homens fazem e é duríssimo com as mulheres.  Está aqui, o texto, para quem quiser.

Concluindo, três pontos ainda:  É interessante como dentro da S.W.O.R.D. homens e mulheres são tratados da mesma forma, apesar de uma maior presença masculina de figurantes, as tarefas parecem ser desempenhadas independentemente do sexo biológico da personagem e isso é muito bom.  O seriado ganha dez nesse quesito.  Recomendo muito os vídeos do canal da Mikannn em colaboração com o Série Maníacos.  Sai um vídeo resenha no canal dela e um com teorias no do Michel.  E, concluindo, uma das teorias é que WandaVision pode introduzir Ms. Marvel, afinal, eles estão em New Jersey, a anomalia não para de crescer e nossa heroína, que terá uma série em breve, mora nesse estado norte americano.  Vamos aguardar.  Daqui algumas horas o episódio #8 estará disponível.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

E foi revelado o grande anúncio de Nodame Cantabile

 

Ai, ai... Fiquei um pouco decepcionada.  Enfim, segundo o Manga Mogura, teremos uma republicação do mangá com novas capas, extras (omake) e uma história curta nova.   Esse gaiden é o que me anima, porque pode mostrar a vida de casados de Chiaki e Nodame.  Agora, o que eu queria mesmo era mais material live action, ou mesmo animado anunciado, também.  E não estou falando de remake, mas coisa nova mesmo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Gamer assassina colega jogadora, grava seu crime e distribui a filmagem pela internet

Ontem, aconteceu mais um crime por motivações misóginas.   A vítima foi a jovem Ingrid Oliveira Bueno da Silva de 19 anos. Conhecida como Sol, a garota era jogadora de Call of Duty e integrante da FBI E-Sports.  Ao que parece, Sol conheceu o assassino, Guilherme Alves Costa, 18 anos, um mês atrás e aceitou ir jogar na casa dele em Pirituba.  Lá, a moça foi morta pelo rapaz que, ao ser preso, justificou o crime dizendo que ela teria atravessado seu caminho.  Só que Guilherme gravou a cena do crime e a distribuiu por e-mail junto com um livro com 52 páginas na qual contava as motivações e o planejamento do crime.  Não há dúvida, pelo menos para mim, que ele pertence a algum chan onde deve ter antecipado o que faria e recebido suporte.

Eu não estaria fazendo esse post, porque tive que ir atrás de informações e links (*tropecei, inclusive, em uma matéria que chamava o assassino de "estudante" e a vítima de "mulher", infantilizando e reforçando o caráter adulto da outra, quando eram ambos adolescentes*), se não tivesse visto no site da Lola que o celerado havia enviado um e-mail para ela ontem, além disso, ela, uma famosa militante feminista, recebera três ligações anônimas.  Como não conhecia o sujeito, ignorou o e-mail e nao abriu os arquivos.  Lola está com a mãe internada e tem mais o que pensar. Pois bem, agora à tarde, a Lola descobriu que o sujeito era o assassino.  A morte de Sol já foi um evento tristíssimo, mas veja o nível de perversidade desses sujeitos que odeiam mulheres.  Tentei repassar o link do texto da Lola no Facebook, mas ele está bloqueado no Facebook, assim como o Shoujo Café, aliás.

Recomendação de vídeo: Gênese do Mangá no canal da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial

Eu participei recentemente de uma discussão sobre a Gênese dos Mangás no canal da ASPAS (Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial).  Estavam presentes na discussão duas pessoas muito mais capacitadas que eu, o Prof. Amaro Braga e a Prof.ª Sonya Bybe Luyten, simplesmente a primeira pesquisadora a defender uma tese de doutorado no mundo.  Sim, uma brasileira lá no início dos anos 1980.  Confesso que eu quase não participei, porque me senti beeeeeeem intimidada, apesar da Prof.ª Sonya ser um amor, mas acho que alguém como ela deve ter o privilégio de falar sem interrupções.  Enfim, se puder, dê seu like, acompanhe o canal da ASPAS e se você é pesquisador na área, se associe, porque vale a pena.

Livro desvenda as origens do BL

Lá nos anos 1970, quando autoras como Takemiya Keiko e Hagio Moto introduziram mangás com romances entre garotos nas revistas shoujo, passando pelo mercado de doujinshi e a produção dos YAOI (yama nashi, ochi nashi, imi nashi/sem clímax, sem objetivo, sem significado), acredito que ninguém poderia sonhar com o que viria depois, isto é, o estabelecimento de todo um gênero, alguns diriam que é uma demografia própria com dezenas de antologias, games, produtos mil.  É até difícil tentar mapear esse universo todo.  OK, está sendo lançado no Japão um livro que se propõe a falar dos primórdios do BL a partir da primeira revista dedicada a esse tipo de shoujo mangá, a June (1978-2012).  Para quem se interessar, o livro se chama Watashitachi ga tokimeita bishōnen manga (私たちがトキめいた美少年漫画) e custa 1600 ienes (algo como U$15,20).  É o tipo de material que a gente só consegue aproveitar integralmente quando se sabe japonês.

Protagonista reencarna como Maria Antonieta em um mangá que acabou de ser lançado no Japão

Em mais uma variação do tipo de série que está na moda no momento, o isekai com uma heroína que reencarna em um otome game, agora temos a protagonista que morre e volta não como a vilã de um jogo, mas como uma personagem histórica cuja vida foi marcada pela tragédia.  O nome do mangá, que está em destaque no Comic Natalie, se chama Akuyaku Reijou ni Tensei Shita Hazu ga Marie Antoinette Deshita (悪役令嬢に転生したはずがマリー・アントワネットでした), o que em português seria algo como "Eu deveria reencarnar como uma vilã, mas voltei como Maria Antonieta".  

Segundo a descrição do CN e do Bakaupdates, a protagonista é uma mulher de 27 anos e trabalha em uma companhia que faz bolos decorados.  Ela morre no Natal e a última coisa que vê é um bolo com decoração da Torre Eiffel.  Enfim, a protagonista acorda como uma menina de 11 anos chamada Maria e acredita que está em um otome game, mas em uma conversa com sua mãe, a imperatriz, ela descobre (*Ta! Da!*) que está destinada a se casar com o herdeiro do trono francês.  É nesse momento que a protagonista descobre que não é a vilã, mas a heroína trágica de uma história que ela sabe como termina.  A protagonista também lamenta que não tenha sido uma boa aluna em história mundial, o que a coloca, diga-se de passagem, em pé de igualdade com a própria Maria Antonieta.

Esse negócio pode ser interessante, sim, mas espero que a mocinha descubra que é um pesadelo, sabe?  A série é publicada na Comic Flapper, uma revista seinen, e a autora se chama Yoshito Koide.  O primeiro volume está sendo lançado agora com promoção nas lojas Animate.

P.S.: A amiga Jéssica encontrou scanlations dos três primeiros capítulos e, sim, é um mangá MUITO engraçado.  Pobre da protagonista. 😄

domingo, 21 de fevereiro de 2021

As Mitologias em Cidade Invisível: Recomendação de Canal no Youtube + Ponderações sobre como as mitologias são dinâmicas

Descobri anteontem um canal, o Youtube me sugeriu na verdade, que fala de literatura fantástica e mitologias e o Felippe Barbosa, o responsável por ele, está fazendo uma série de vídeos sobre os seres mitológicos que aparecem em Cidade Invisível.  Sim, preciso assistir a série, ou, pelo menos, parte dela.  Além de dizer o que eu já sabia como historiadora e pessoa que tem dois neurônios minimamente funcionais, isto é, que o mesmo mito pode aparecer de forma diferente em várias tradições diferentes,  e que mitos são reinterpretados e enriquecidos ao longo do tempo, mantendo, ou não, algumas variantes, ele está fazendo mapeando as origens diversas de nossos mitos e suas múltiplas encarnações.  Já falou da Cuca, da Iara, do Curupira e do Tutu Marambá.  Deixo o vídeo da Iara abaixo, porque estou agora bem convencida de que a personagem não precisava ser interpretada por uma índia, ainda que eu acredite que o seriado da Netflix deveria, sim, este é o verbo, ter incluído atores e atrizes dos povos originários do Brasil no elenco.  O resto, só posso comentar assistindo ao seriado.

Retornando, sim, os mitos podem ter diversas versões a depender do espaço geográfico, do povo e da cultura de uma região, das influências que incorpora, ou rejeita.  Vale para vampiros e para o Caipora e a Iara, também.  Eu estou pontuando isso, porque tive o desprazer de ler um texto, que não irei linkar, mas vocês acham fácil, sobre a Yara Flor, a Mulher Maravilha brasileira da DC, descascando o quadrinho, afinal, foi não foi escrito por nativos dos povos indígenas do Brasil, tampouco teve algum consultor local, e, segundo a autora, sexualizou a protagonista e que a Caipora, que no quadrinho é uma garota, parecia saída de um mangá hentai e era uma ofensa a uma divindade indígena que a pessoa fez questão de grafar no seu suposto original tupi para mostrar respeito.  

Olha, por essa lógica, tenho que defender o direito dos grupos cristãos e budistas que se sentirem ofendidos por SaintOniisan (聖☆おにいさん), quando a série começar a ser publicada, afinal, Jesus e Buda são tratados no mangá como seres da mitologia, não divindades, ou seres divinizados, que merecem nossa devoção e/ou adoração.  Qualquer divindade deveria poder ser usada na ficção,  podemos rir, chorar e nos emocionar com elas sem pertencermos a nenhum culto, ou cumulá-los de deferência.  Enfim, a tirar pelo texto e as imagens oferecidas para provar os argumentos, eu posso afirmar sem nenhuma dor no coração, que a coisa foi superdimensionada, ou é fantasiosa.  No entanto, havia algumas ideias lá muito interessantes que eu gostaria de comentar:

1. O Folclore é uma criação do colonizador, uma imposição, algo que deve ser rejeitado, não resultado da dinâmica das várias contribuições trazidas por negros, brancos e indígenas de várias origens.  Ora, como brasileira com sangue negro, índio e branco correndo nas veias, eu considero o Saci, Cuca e Caipora como meus, mais ainda, dizer que o folclore de um povo é terraplanagem do colonizador é ignorar todo o processo de criação dos mitos e sua dinâmica e riqueza.  Outra coisa, a cultura pop tem uma função importante na divulgação das mitologias, no seu revigoramento, e como um chamamento para que os interessados possam estudá-las.  Vale para Thor nos quadrinhos da Marvel, vale para o filme nigeriano com orixás super-heróis (*e que virou série, descobri agora*), vale para a nossa mitologia brasileira.  A desgraça é que se o folclore brasileiro é maldito, seja por ser uma imposição do colonizador, ou, em uma visão religiosa evangélica fundamentalista, superstições pagãs, vamos sempre gostar mais, saber mais, do que vem do estrangeiro, esquecendo de valorizar, divulgar e manter vivo o que é nosso.  

2. Não existe o mito original, ou, se existe, na maioria dos casos ele é inacessível sendo mais interessante perceber o quanto ele foi enriquecido, modificado e apresentado de forma diferente por vários povos e ao longo da história.  Olhando o vídeo do Curupira (Caipora), por exemplo, e lembrando da acusação da Caipora do quadrinho da Yara Flor parecer saída de um hentai, no que eu discordo, por mais que reneguem, as pessoas pensam a personagem nos moldes daquilo que nos foi oferecido no século XX por Monteiro Lobato e outros, o mito depurado e limpinho, como os contos de história. Pelo menos em uma das versões do Caipora, versão compartilhada por tribos do Pará e presente também no Paraguai (*imagem abaixo*), ele era como um fauno, com um pênis tão grande que se enrolava em sua cintura como um cinto (*vídeo a partir do minuto 3:50).  E, claro, com um pênis desse, a punição imposta a quem o desagradava é exatamente esta que vocês imaginam.  Então, antes da gente começar a escrever moralismos travestidos de respeito pela (*suposta*) cultura alheia, melhor dar uma pesquisada antes.

3. Tomando o ponto 1 e 2, concluo com o seguinte, não existe uma única cultura indígena brasileira, quando os colonizadores/invasores aqui chegaram encontraram várias nações e se aproveitaram das divisões locais e rivalidades pré-existentes para dominar o território do que viria a ser o Brasil.  O índio modelo é que foi uma criação do colonizador e tornou-se dominante de meados do século XIX para nossos dias.  O mesmo mito, o do Caipora/Curupira, aparece de forma diferente em várias tradições indígenas, podemos inferir que em algum momento, lá atrás, houve um Caipora original, mas ele é menos interessante do que compreender como o mito se tornou tão diverso entre as nações indígenas brasileiras.  Para a Iara, a situação é ainda mais interessante, porque nela se percebem mais claramente a influência nas tradições das diversas tribos, dos portugueses e das religiões afro-brasileiras.  

E, sim, é preciso dar voz aos indígenas, seria interessante ter consultores das tribos do Brasil,  participando da construção de um Cidade Invisível, mas os mitos são brasileiros, eles são plurais, eles receberam releituras e acréscimos e, para além disso, é uma obra de ficção.  Fora, claro, que sempre é  necessário fazer escolhas quando se produz qualquer coisa, imagino que a trama se passar no Rio derive disso.  E se a voz que se levanta para denunciar essa apropriação cultural me vem com um papo esquisito de que existe o mito original que é compartilhado por todos os indígenas, esse especialista está com um nativo idealizado na sua cabeça.  Ele pode servir para a sua militância, mas não me serve como historiadora.  Estou pelas tampas com o mau uso do conceito de lugar de fala para silenciar vozes mais informadas, ou como uma expressão de subserviência supostamente progressista.  E vou dar um exemplo didático que usei  somente no Facebook.

Sou historiadora, mas não sou especialista em História do Brasil, minha especialidade é Idade Média, dentro do período de 1000 anos, em século XIII e em História da Igreja Católica Romana.  Eu não sou mais habilitada a falar da História do Brasil do que um brasilianista estrangeiro, ainda que eu possa ter a experiência de ser brasileira, eu tenho o dever de respeitar quem se debruçou anos e anos sobre a história do meu país, aprendeu a língua, leu várias fontes, entrevistou pessoas etc.  Agora, se uma universidade brasileira fizer um seminário sobre, por exemplo, Era Vargas (1930-45) e convidar somente estrangeiros para participarem, ela está desprezando os especialistas na história do nosso país que existem e abundância.  E não seria eu a convidada, porque, bem, apesar de historiadora brasileira, não é minha especialidade.  

Pela lógica do lugar de fala que permeia a internet no momento, eu não poderia falar de Idade Média, porque, bem, eu nasci em 1976, temos que invocar o espírito de um homem, ou mulher, daquela época para falar com propriedade e, vejam bem, como sou chata, não bastaria isso, porque seu trouxesse um senhor feudal, ele não teria lugar de fala para comentar sobre a vida do camponês, mas como se trata de um homem, ele não teria lugar de fala para comentar sobre as mulheres.  Então, melhor não falar de coisa alguma.  Se formos nessa batida, só mulheres poderão escrever histórias sobre mulheres, só LGBTQ+ poderão escrever sobre LGBTQ+ (*dada a quantidade de letras, talvez teremos que compartimentar*), somente indígenas escreverão sobre indígenas etc.  Há de se ter cuidado, a corda que a gente estica demais pode nos enforcar, ou imobilizar.

Muito cuidado é o que seu sugiro.  Um pouco mais de calma e reflexão.  Mulheres, negros, nativos, pobres foram privados do direito de falar da sua experiência, seus saberes foram desmerecidos, mas há quem esteja caindo em várias armadilhas que o próprio discurso da inclusão ajudou a criar.  É preciso estudar, se informar, pensar para além do seu próprio umbigo e limitações.  Além disso, é urgente não repetir tolices do senso comum como se fossem verdades absolutas.  Não existe o índio, ou a Iara, ou o evangélico ideal fora de um arcabouço platônico que prevê que existe um modelo perfeito em algum lugar para ser alcançado.  

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Baraou no Souretsu ganha um mangá spin-off

Baraou no Souretsu (薔薇王の葬列)  de Aya Kanno terá animação este ano e, também, acabou de ganhar um spin-off, uma série derivada, chamada King Obu Idol: Baraou Gakuen  (キング・オブ・アイドル 薔薇王の学園).  No caso de Baraou Gakuen, a arte está por conta de Kineko Abegawa.  Segundo entendi do Manga-News, simplesmente pegaram as personagens originais da série que se passa durante a Guerra das Duas Rosas (1455-85), e transferiram para um colégio japonês.  Essa nova série, que já teve seu primeiro capítulo publicado na revista Princess, é uma comédia.  Não poderia ser diferente, aliás. 

Teremos algum anúncio de Nodame Cantabile em breve

Já está disponível a capa da edição da revista Kiss que será lançada no dia 25 de fevereiro e já sabemos de uma coisa, teremos um capítulo extra de Nodame Cantabile (のだめカンタービレ), maior sucesso de Tomoko Ninomiya.  Além disso, segundo o Manga Mogura, teremos um grande anúncio relacionado à série.  Vamos ver... Um especial live action?  Um gaiden mostrando a vida de casados de Nodame e Chiaki?  Uma nova animação?  O que será?  O que será?  Fiquei ansiosa agora.  A série está completando vinte anos do seu lançamento.  Nossa!  O tempo voa!  

Enfim, para você que não conhece Nodame Cantabile, a série começa em uma faculdade de música onde estuda Shinichi Chiaki, um rapaz brilhante, rico, bonito, mas que não consegue realizar seu grande sonho, estudar na Europa e lá tornar-se um grande maestro, porque ele tem medo de avião.  O jovem decidiu estudar piano para ficar longe de seu sonho.  Pois bem, ele termina conhecendo Megumi Noda, também conhecida como Nodame, uma aluna brilhante de piano, mas totalmente fora da casinha, incapaz de ter qualquer disciplina.  Ela entra na vida de Chiaki como um furacão, acaba com a rotina do sujeito, ele tenta se livrar dela, mas os dois acabam irremediavelmente juntos e a vida dele muda para melhor.  Nodame teve anime, dorama e filmes para o cinema.  É uma série muito legal e fez com que uita gente se apaixonasse por música erudita.  Vamos ver o que será a surpresa.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Recomendação de vídeo: Comix Zone fala de My Broken Mariko

O canal Comix Zone fez uma resenha de um dos mangás josei mais festejados do ano passado, My Broken Mariko (マイ・ブロークン・マリコ) de Waka Hirako.  Não sabia de duas coisas, uma que era um  oneshot, a segunda, que a Yen Press tinha lançado nos EUA.  Achei o canal otimista, porque acredita que o mangá é tão bom que logo sairá no Brasil... Espero que seja verdade.  É isso, deem uma olhada no vídeo, que ficou bem interessante.  Aliás, a história de My Broken Mariko é bem tocante mesmo e acredito que vai  virar filme, ou dorama.  Devo comprar o volume Kindle do mangá no mês que vem.

Mais um caso de estudante que processa escola no Japão termina com uma decisão muito absurda

Uma garota que passou a frequentar o colégio público Kaifukan, em Osaka, ouviu várias vezes de autoridades da escola que ela deveria pintar seu cabelo NATURALMENTE castanho de preto.  Por fim, segundo o Sora News, a menina, que agora tem 21 anos, afirma que lhe disseram: “Se você não vai pintar o cabelo de preto [ou seja, de volta ao preto, na opinião da escola], então não há necessidade de você vir para a escola. ” Sentindo-se pressionada e angustiada, a menina realmente parou de frequentar as aulas, e a escola então removeu seu nome de seu gráfico de assentos e lista de alunos.  Essa coisas me causam asco, porque são de uma violência sem tamanho.  Em 2017, a jovem decidiu ir à  Justiça contra a escola e pedia uma indenização de 2,2 milhões de ienes (US$ 21.250).  Enfim, esta semana passada a decisão judicial saiu e reproduzo o texto do SN: 

"Na terça-feira, um tribunal distrital de Osaka proferiu sua decisão, considerando que nenhum dos lados está completamente certo. A juíza Noriko Yokota reconheceu a validade da escola para definir e fazer cumprir as regras relativas à coloração do cabelo, dizendo "Essas regras foram estabelecidas como tendo um propósito educacional razoável e legítimo e, portanto, manter a disciplina do aluno fica a critério da escola." Yokota também declarou “Não se pode dizer que a escola estava forçando [a menina] a pintar o cabelo de preto”, aparentemente aceitando a palavra da escola de que as raízes da menina eram pretas e que os administradores estavam apenas exigindo que ela voltasse ao cabelo natural cor.  No entanto, a escola não está saindo completamente de graça. O tribunal também decidiu que as ações da administração depois que a menina parou de ir às aulas, como retirar seu nome da lista e retirar sua carteira da sala de aula, eram inaceitáveis ​​e ordenou que a Prefeitura de Osaka pague uma indenização de 330.000 ienes (US $ 3.190) para a mulher."

Olha, o que o tribunal fez foi legitimar uma regra absurda, como se por ter sido criada pela escola ela estivesse correta por princípio.  E como essa história de obrigar alunos a pintar cabelo de preto e, em caso de resistência, submeter os adolescentes à humilhações é algo comum, a coisa se torna ainda pior.  Há vários posts sobre isso no blog, basta procurar.

Yasuko Aoike chega à Espanha por vias muito curiosas

Acompanhando o Twitter das amigas do Pro Shōjo Spain elas estavam comentando que uma editora do país, a Arechi, anunciou dos mangás da Nakayoshi dos anos 1970, Miriam Blue no Mizumi (ミリアム・ブルーの湖) e Lorian no Aoi Sora  (ロリアンの青い空), ambas com um único volume, lançadas em 1975, e com roteiro de Keiko Nagita, um dos muitos nomes de Kyoko Mizuki, a autora de CandyCandy (キャンディ♥キャンディ), a que processa a desenhista até hoje por causa dos lucros da série. 

Lorian no Aoi Sora é desenhada por Youko Shima e se trata de um mangá sobre uma pobre menina loura, obrigada a se mudar de Paria para o campo, cujo pai vai à falência e comete suicídio, deixando Claudine desamparada.  Já Miriam Blue no Mizumi, desenhado por Yasuko Aoike, conta a história de Miriam, dividida entre seu imprevisível namorado, Henri, e seu irmão adotivo,  Laurie.

A graça dessa situação toda é que ninguém esperava que Yasuko Aoike fosse publicada na Espanha em uma situação como essa, o que todo mundo espera sempre é que a autora seja introduzida com sua obra mais conhecida e amada Eroica yori Ai o Komete (エロイカより愛をこめて), que é de 1976.  Mesmo que eu não possa nem sonhar em comprar, espero que Eroica ou outros mangás assinados e desenhados por Aoike cheguem à Espanha na esteira desse lançamento.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Keiko Takemiya vai fazer continuação de mangá sobre História da Moda publicado nos anos 1990

Um dos mangás de Keiko Takemiya que eu não conhecia se chama Hermès no Michi (エルメスの道)  ou Le Chemin d'Hermès.  Contando com um único volume publicado em 1997, o mangá contou a a história da marca francesa de luxo Hermès. A nova sequência contará com três capítulos. O primeiro capítulo é sobre o edifício Ginza Maison, construído em 2001. O segundo capítulo gira em torno da competição equestre Saut Hermès. O terceiro capítulo é sobre a linha de produtos Petit h da marca.  

Com esse revival, haverá uma republicação do volume original e os três capítulos, que a autora fará sem auxiliares, serão publicados em um volume em março.  Essa continuação estará à venda nas livrarias japonesas e nas lojas da Hermès, segundo o ANN.  Eu nem sei o que pensar, parece um mangá de promoção de uma marca e, não, um quadrinho sobre História da Moda, como aparece no título do ANN e em outros lugares.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Garota japonesa processa escola que a obrigou a abandonar a instituição por arrumar um namorado

O gênero mais comum nos shoujo mangá, aquele que muita gente acredita que representa 100% da demografia, é o romance escolar.  Curiosamente, muitas escolas japonesas tem regras que proíbem seus alunos e alunas de namorarem, pois veem os envolvimentos amorosos como daninhos ao bom desenvolvimento da vida escolar.  Há uma situação em Karekano (彼氏彼女の事情/Kareshi Kanojo no Jijou), que se remete a isso, quando Arima e Miyazawa são chamados à sala do diretor, mas a escola não tinha uma regra de não-namoro, era simplesmente um "conselho" mesmo, ainda que com uma grande carga, afinal, tratava-se de uma autoridade  interpelando dois adolescentes.  Enfim, na vida real, um aluno, ou aluna, pode ser convidado a se retirar da escola, ou ser expulso mesmo, caso se descubra um namoro às escondidas. Sim, eu já sabia disso, mas acho que vale a pena comentar essa matéria do Sora News

Eu estudei em uma escola que proibia os alunos de namorarem com o uniforme escolar e dou aula em uma instituição que impõe a mesa regra.  Veja, o problema não é a vida amorosa dos estudantes, mas o "bom nome" da instituição.  E não acredito que rendesse expulsão, ou algo do gênero, nem proibia romances absolutamente, como no caso japonês.  O caso relatado no SN ocorreu na com dois alunos do terceiro ano da Horikoshi High School, uma escola particular no bairro de Nakano, em Tóquio, no outono de 2019.

O SN relata que um/a professor/a descobriu que dois estudantes estavam namorando e eles admitiram que era verdade depois de um interrogatório (!!!).  Não sabemos do que ocorreu com o garoto, mas a moça foi chamada à sala do diretor e "aconselhada" a sair da escola, mesmo faltando poucos meses para  sua formatura.  O conselho é um eufemismo, porque se tratava, obviamente, de uma forma de evitar a expulsão, o que poderia manchar mais ainda o currículo da menina.

A jovem está processando a mantenedora da instituição, a Horikoshi Gakuen, por abuso de poder e lhe causar danos psicológicos.  A garota pede uma indenização de 3,7 milhões de ienes (US $ 35.750).  Segundo o SN, o julgamento do caso começou na última quarta-feira.  A escola diz que lutará até o fim e o site afirma que dificilmente este caso irá mudar a política da instituição, ou a filosofia do não-namoro em outras escolas.  Motivo?  A ação da garota é por excesso de dureza no cumprimento da regra e, não, contra a regra em si.  É algo pessoal e, não, uma denúncia de uma imposição abusiva contra os jovens em geral.  Bem, espero conseguir saber como essa história termina.

Já temos a protagonista da segunda temporada de Bridgerton

Foi noticiado ontem que a atriz Simone Ashley será a protagonista da segunda temporada de Bridgerton fazendo par com Anthony (Jonathan Bailey), o filho mais velho da família e detentor do título de visconde.  Seguindo o que já se desenhou (mal) na primeira temporada, o mundo de Bridgerton da Netflix é um paraíso racial, assim, a família da mocinha, que no livro se chama Kate Sheffield, passará a se chamar Sharma e terá origem indiana.  Isso já sugere que a segunda temporada se afastará ainda mais dos livros originais.  De qualquer forma, o objetivo é construir um início do século XIX como um paraíso multirracial igualitário, porque o amor venceu.  Lindo?  Coisa nenhuma!

Eu não terminei de resenhar Bridgerton, mas estava torcendo para que abandonassem essa ideia, que aparece rapidamente em um único diálogo do capítulo #4 da primeira temporada, e simplesmente ignorassem as questões raciais simplesmente investindo na ideia de que o elenco diverso mostrar que qualquer ator, ou atriz, pode encarnar muito bem uma personagem.  E repito o que já escrevi antes, acredito que várias vezes, mas está na minha resenha de Enola Holmes com clareza, estão tentando criar um passado idealizado que pode ter impacto negativo sobre a forma como os jovens e o público em geral percebem as tensões raciais e as hierarquias que marcam as sociedades humanas e, em especial, as escravistas e imperialistas. 

E eu assisti um vídeo sobre Bridgerton de uma excelente Youtuber brasileira, historiadora, ou museóloga, defendendo que no início do século XIX o racismo não era um grande problema (!!!!).  Olha, eu pensei em deixar um comentário enorme, mas me controlei, percebam, no entanto, o estrago. Se alguém como Shonda Rhimes está embarcando nisso de forma inocente, tanto mais lamentável.  A graça é que o mundo que superou as barreiras raciais continua bem quadradinho quando se trata de questões de gênero, limitação das possibilidades para as mulheres e tudo mais.  É uma graça.  Vou terminar Bridgerton quando puder e resenhar, se conseguir.  Assistirei a segunda temporada com certeza.  Para quem quiser ler o segundo livro, O Visconde que me Amava está disponível em português.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Qual a importância de um sobrenome? As artistas perdidas para a História, porque se casaram (Artigo Traduzido)

Apareceu para mim no Facebook, um artigo do The Guardian chamado What’s in a surname? The female artists lost to history because they got married, algo como "Qual a importância de um sobrenome?  As artistas perdidas para a História, porque se casaram".  Não entendeu?  Ao se casarem, a maioria das mulheres durante pelo menos dois séculos costumavam mudar de nome.  Ao adotarem o sobrenome do marido, algumas delas simplesmente desapareciam, passavam a ser uma extensão do cônjuge, sem uma história pregressa.  Comentei o caso de uma japonesa que foi à Justiça para poder continuar usando seu nome de solteira, afinal, era o seu nome profissional, e foi obrigada pela corte a mudar de nome mesmo contra sua vontade.  Se se divorciavam, casavam novamente, caso da artista que é o ponto de partida do artigo, era como se sua obra fosse resetada e tivesse que começar novamente.  Alguém pode dizer "Mas por qual motivo mulheres mudam de nome?"  

Em alguns casos, a lei do país obriga.  Em outros, a pressão do parceiro, ou da família, é tão grande que é melhor ceder.  Eu me casei em 2001 e fui pressionada a alterar meus documentos por alguns parentes e ignorei, mas eu podia ignorar, eu era adulta e pagava minhas contas e já tinha refletido sobre o tema muitas vezes, além disso, meu então futuro marido não se importava com a questão.  Não é tão simples assim e mesmo quando mantemos nosso nome, ele é sempre o nome de algum homem, o de nosso pai, o do pai de nossa mãe, o do avô, enfim... O patriarcado determina essas coisas mesmo quando tentamos fugir dele.  De qualquer forma, o que o  texto discute é que essas mudanças de nome podem fazer com que o rastreamento da obra de uma artista se torna mais difícil, já um homem, bem, ele sempre será dono do seu nome e nunca passará por esse problema. Segue o artigo traduzido.

Qual a importância de um sobrenome?  As artistas perdidas para a História, porque se casaram

Uma nova biografia da pintora Isabel Rawsthorne destaca como mulheres talentosas muitas vezes perderam o reconhecimento que mereciam.

Gerações de mulheres artistas, compositoras e escritoras se perderam na história porque seus nomes mudaram após o casamento. De acordo com o crescente consenso acadêmico, a troca convencional de sobrenomes no altar apagou um legado cultural importante. E a história da pintora e designer Isabel Rawsthorne, contada em uma nova biografia, é uma das primeiras a apresentar esse argumento poderoso.

Uma estrela da cena artística de Londres no final dos anos 1940 e 50, Rawsthorne foi apontado como um dos cinco principais artistas a serem observados ao lado de Francis Bacon e Lucian Freud. No entanto, suas pinturas impressionantes agora estão sendo associadas, aos poucos, aos três outros nomes que ela usou. Como resultado, ela aparece simplesmente como uma série de notas de rodapé, mais conhecida como a musa de seus famosos amantes, os escultores Jacob Epstein e Alberto Giacometti.

A Dra. Carol Jacobi, autora do novo estudo sobre Rawsthorne, Out of the Cage, publicado pela Thames & Hudson, acredita que agora é a hora de retirar artistas femininas significativas “das sombras”.  “O poder realmente reside em um nome”, disse Jacobi, curadora da Tate Britain. “Quando Rawsthorne morreu, ninguém a ligou à artista conhecida como Isabel Lambert, que criou tantos desenhos durante o Festival da Grã-Bretanha, nem à musa boémia Isabel Delmer, e certamente não à promissora artista Isabel Nicholas, que expôs em Londres na década de 1930 ”.

Jacobi acredita que muitos legados artísticos foram perdidos dessa forma. Uma criança prodígio como Emma Jones, disse Jacobi, tem reconhecimento limitado agora apenas porque seu marido, Alexis Soyer, garantiu que seu trabalho fosse creditado quando ela morreu no parto, aos 28 anos, em 1842. Outras artistas ainda não recuperadas da marginalidade inclui a modernista americana Helen Torr, cuja carreira, apesar da aclamação inicial na década de 1920 em Nova York, foi ofuscada por seu marido, o artista abstrato Arthur Dove.

Na Escócia, Margaret Macdonald, esposa de Charles Rennie Mackintosh, está gradualmente sendo reconhecida fora dos círculos acadêmicos. Ela criou muitos do recursos do trabalho popular de seu marido, moldando o "Estilo de Glasgow" da década de 1890, como ele reconheceu, escrevendo: "Margaret tem gênio, eu só tenho talento."

O problema está disseminado por toda a cultura, de acordo com a acadêmica Anna Beer, autora de Sounds and Sweet Airs: the Forgotten Women of Classical Music. “O problema realmente começou no século 19, quando a ideia de uma esposa como propriedade se firmou”, disse ela. “Antes disso, nos 200 anos anteriores, as mulheres artistas e músicas muitas vezes se apegavam a um nome de família se isso as posicionasse de maneira útil como parte de uma dinastia criativa.”

Beer também acredita que uma nódoa imoral no esforço artístico da era vitoriana impediu que as mulheres exibissem seus talentos. Escrever para consumo público era visto como algo semelhante à prostituição. “Assim, você pode ver por que as mulheres optaram por publicar anonimamente ou adotaram nomes masculinos”, disse ela.

A vida extraordinária de Rawsthorne começou em 1912 quando ela nasceu em uma família de classe média chamada Nicholas. Como uma criança crescendo em Wirral, sua aptidão para a arte era clara. Aos 16, ela encontrou uma maneira de experimentar o desenho vivo, o que era proibido, alugando uma sala onde colegas da escola de artes pudessem modelar.

Ao chegar à Royal Academy of Art em 1931, com uma rara bolsa de estudos para uma jovem, seus estudos foram interrompidos quando seu pai morreu. Mas a essa altura ela já havia encenado seus próprios shows e conhecido Epstein e sua esposa, Margaret, eventualmente indo morar com eles como um conveniente modelo vivo.  Quando engravidou de Epstein, decidiu entregar o bebê ao casal.

Mudando-se para Paris, seu estilo de pintura se desenvolveu e ela se casou com o jornalista britânico e gênio da “propaganda negra” anti-nazista Sefton Delmer, tomando seu nome como forma de proteção durante viagens na Espanha devastada pela guerra civil, onde foram brevemente capturados por rebeldes. Ela usou deinteligência e trabalhou por um período no gabinete de propaganda secreta em Aspley Guise, perto de Bletchley Park, administrado por seu marido.  Conforme sua arte mudou do surrealismo para o estudo de animais e figuras humanas, ela voltou a Paris e conheceu Giacometti, cujo trabalho se acredita ter sido fortemente influenciado por sua forma esguia e longa.

De volta a Londres e divorciada de Delmer, ela foi objeto de uma série de exposições e começou um relacionamento com seu segundo marido, o célebre compositor Constant Lambert, um homem inicialmente também comprometido com a primeira bailarina Margot Fonteyn.  Agora, "Mrs. Lambert", ela trabalhou nos designs para o balé Tiresias, notoriamente picante do Festival of Britain, apresentado na Grã-Bretanha em apenas uma produção em Sadler’s Wells. Seguiu-se uma exposição na prestigiosa Hanover Gallery em Londres e ela foi mais uma vez aclamada como um talento.

Após a morte de Lambert, ela se mudou para o interior de Essex e se casou com seu terceiro marido, o compositor Alan Rawsthorne. “Esse era o sobrenome de Isabel quando ela morreu, mas, é claro, ninguém ligou isso a suas vidas anteriores”, disse Jacobi, acrescentando que nenhum desses casamentos trouxe a ela a posição ou segurança que outros poderiam ter procurado. “Em vez disso, Isabel teve que começar de novo pelo menos duas vezes por causa de sua nova identidade de casada.”

Uma pesquisa do YouGov de 2016 descobriu que mais da metade das mulheres solteiras britânicas ainda planejavam mudar seu nome no casamento, embora isso representasse uma queda de 30% na taxa atual. Pesquisas separadas também notaram uma tendência crescente de se adotar um sobrenome duplo comum no casamento.

O que há em um nome, como a Julieta de Shakespeare perguntou? Bem, de acordo com Beer, é uma marca forte para qualquer artista e, no caso de um gênio masculino como Shakespeare, várias grafias diferentes de seu sobrenome, juntamente com as escassas evidências de arquivo, não impediram a construção de um legado. “Os acadêmicos podem encontrar uma maneira de contornar isso, se quiserem”, disse ela.