quarta-feira, 30 de julho de 2014

Junjou Romantica ganha terceira temporada animada


Que Junjou Romantica (純情ロマンチカ), de Shungiku Nakamura, é um sucesso ninguém discute, mas é um caso raro, talvez o único, de mangá BL com tantas temporadas animadas para a TV.  Foram duas em 2008, fora os OAVs, e a terceira já foi anunciada.  Está na capa do último volume do mangá, acredito que o #16. A informação veio do Twitter do Manga News, mas os detalhes serão divulgados pelos sites nos próximos dias.  A série começou a ser publicada em 2003 e segue na revista Ciel, da editora Kadokawa.

Empresa vende ingresso para festa e evento de anime no DF não acontece


Um amigo tinha me falado uns 15 dias atrás sobre o causo do evento aqui no DF no qual o realizador pegou o dinheiro dos ingressos e fugiu sem dar maiores explicações.  O evento se chama Fukkatsu e, ainda que todas as páginas oficiais tenham sido removidas, está listado aqui no Projeto Otaku com toda a programação.  Dêem uma olhada.  Eu não sabia nem das duas primeiras edições, mas esta já era a terceira.

Agora, uma amiga enviou o link para o vídeo do Balanço Geral da TV Record local falando do golpe.  A matéria não cita o nome do picareta, mas fala que na 2ª edição do evento ele já havia inventado uma mirabolante história de seqüestro para explicar por que não pagaria o prêmio do concurso de cosplay.  Vejam a matéria abaixo:

Parece que o sujeito não vai mais conseguir aplicar o mesmo golpe, no entanto, desconfio que possa sair sem maiores punições.  A matéria não mostra seu rosto, mas a foto do cidadão - e espero que seja mesmo - está aqui nesta página do Facebook aberta pelos lesados.  Enfim, sempre soube de picaretagens nesse meio de eventos, mas tudo dito à boca pequena e com jeitinho de ser fofoquinha entre inimigos, este caso de Brasília, no entanto, é concreto e foi parar na polícia.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Ranking da Oricon


Este é o ranking da Oricon da semana passada.  O novo sai hoje, quarta-feira.  Enfim, não foi uma semana ruim, acredito mesmo que alguns dos títulos presentes continuam figurando no novo ranking, mas há algo a se observar, este último volume de Chihayafuru não conseguiu as excelentes colocações dos anteriores.  O que quero dizer é que, apesar da segunda semana no top 10, ele não conseguiu encaixar nem o primeiro, nem o segundo lugar.  Será que isso significa alguma coisa?  Esperemos os próximos volumes.  O ranking continua tendo boa representatividade dos josei, como Umimachi Diary e 7SEEDS, que é uma série de ficção científica.  Fora isso, o segundo mangá mais bem sucedido é o clássico interminável Ouke no Monshou.

6. Chihayfuru #25
14. Ouke no Monshou #59
15. Umimachi Diary #6
17. Hana-kun to Koisuru Watashi #9
22. 7SEEDS #27
28. HIGH SCORE #13
30. Taiyou no Ie #11

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dois novos Shoujo! Tinha esquecido da Nova Sampa!!!!


Esqueci totalmente de comentar que a Nova Sampa – editora de mangá que tem como editor-chefe o Marcelo Del Greco – anunciou seis títulos no Anime Friends, dois deles, shoujo.  Dawn - Tsumetai Te (ドーン 冷たい手), de Ueda Shinsyu, começou a ser publicado na Comic Zero-Sum em  2002 e tem 6 volumes.  É uma série que tem protagonista masculino que tem que lidar com uma praga devastadora.  Vi gente dizendo que é para pegar o mesmo público de Shinrei Tantei Yakumo (心霊探偵 八雲),  que é shoujo que não parece shoujo... O que o pessoal precisa entender é que shoujo não tem cara definida, isto é, shoujo, amiguinhos, não é sinônimo de romance escolar.  A demografia tem várias vertentes e algumas revistas como a Wings, Zero-Sum, Asuka, são especializadas em material de fantasia, ação, ficção científica.  Da mesma linha, uma Margaret ou Betsuma são quase 100% romance escolar faz pelo menos uns 20 anos, com honrosas exceções.


O outro lançamento da Nova Sampa é Hakuōki (薄桜鬼), mangá de fantasia histórica que se passa durante a Revolução Meiji, estilo harém e com a mocinha cercada de membros do Shinsengumi, famoso grupo de samurais que resistiu às mudanças impostas pela revolução.  O Shinsengumi é um top favorito das japonesas e Hakuōki é o primeiro mangá derivado de otome game a sair aqui no Brasil.  A Nova Sampa está inovando.  Hakuōki é bem conhecido, porque teve várias séries para a TV, OAVs e filmes animados para o cinema.  Fora os mangás, claro...  Enfim, Hakuōki tem como roteiristas a Design Factory/Idea Factory, donas do game, e o mangá, a arte, mas imagino que o roteiro para quadrinhos, é de Ninomiya Sachi.  Trata-se da série original que começou a ser publicada em 2009 e conta com 4 volumes.  O mangá foi publicado nas revistas B's-Log Comic e Comic B's-Log Kyun!.


Achei interessante os lançamentos.  Fugiram do volume único, fugiram do shoujo escolar, buscaram inovação.  Parabéns para a Nova Sampa, desejo sucesso.  Confesso que só lembro da Nova Sampa quando penso em Drácula, ou vejo alguma coisa deles na banca, mas o fato é que eles estão vendendo o seu projeto de mangás usando a palavra diversidade, ou seja, não estão a fim de negligenciar nenhum público.  Vamos esperar!  Ah, sim! A Panini não anunciou shoujo, os responsáveis pela palestra da editora disseram que só em 2015... Tá certo...

domingo, 27 de julho de 2014

Algumas palavras sobre o possível uniforme da Mulher Maravilha no cinema


Ontem, foi revelada a primeira imagem da Gal Gadot vestindo o uniforme da Mulher Maravilha do filme Batman vs. Superman: Dawn of Justice.  A maioria dos comentários que vi por aí destacaram que a atriz precisava de mais massa muscular (*Ha!*) e que o uniforme estava interessante, porém descaracterizado.  Vamos comentar os dois pontos.

Desde a escolha da atriz israelense para o papel da Amazona muita gente enfatiza que ela é muito magra para encarnar a personagem.  Qualquer um que está acompanhando as notícias sabe que ela foi escolhida por dois motivos: 1. ela é barata; 2. ela preenche os requisitos artísticos para o filme, isto é, é jovem, bonita, magra, e tem alguma experiência atuando.  

Ótima possibilidade - 1
De qualquer forma, prefiro esperar para ver a moça em ação antes de deplorar o fato dela não ser mais muscular.  Afinal, Jennifer Lawrence consegue ser uma excelente Katniss mesmo com uma aparência muito mais saudável do que a personagem original.  Quem leu os livros da série Hunger Games sabe que o problema da escalação vai muito além da necessidade da atriz tentar parecer morena.  Voltando para a MM, não curto homens e mulheres marombados, a moça parece bem na foto, para mim. Pessoalmente, não me incomoda em nada.

Ótima possibilidade - 2
Já a questão das cores, bem, vem de longa data no cinema americano - e em algumas Comics, também, - essa tendência de tirar a cor das coisas para dar mais seriedade a algum produto da cultura pop.  Assim, quanto mais escuro, mais impressionante, grandioso, adulto, e pode acrescentar outro adjetivo pedante ou pomposo aqui.  A primeira vez que vi isso foi com os filmes da Nova Geração de Jornada nas Estrelas, do cinema, aqueles uniformes sombrios horrorosos migraram para o universo de Deep Space Nine e era um bálsamo ver a turma da Voyager ainda com as cores nos lugares certos.  E houve, claro, o primeiro filme de Jornada com suas cores pastéis, mas pouca gente lembra daquele uniforme (*ótima análise do figurino do filme aqui*)... 

Quem se lembra dessa tragédia fashion?
Tanto Jornada nas Estrelas, quanto os super-heróis americanos, surgiram em um mundo no qual as cores, os uniformes colantes, as minissaias, e tudo mais eram usados descaradamente e sem medo de ser feliz.  Sim, sim, não consigo deixar de amar o uniforme feminino da série original de Jornada e isso nada tem a ver com a minha capacidade de ver e denunciar todo o fanservice e objetificação que tais roupas personificam.
  
Roubaram as cores!!!!!!!
É muito estranho ver o uniforme da Mulher Maravilha sem estrelas e o vermelho, azul e branco escandalosos da bandeira dos Estados Unidos.  Quer dizer, é estranho para mim, que não acompanho as histórias atuais da Amazona.  Agora, nos comics atuais o uniforme da Mulher Maravilha já foi muito modificado, tornou-se mais limpo, por assim dizer, fora as experiências para torná-lo algo mais parecido com uma armadura.  
Entendo que queiram se afastar desse tipo de uniforme, mas...
Encontrei um artigo que discute bem a questão, pontuando, inclusive, os motivos para limpar o uniforme desse aspecto de bandeira dos EUA: tornar a personagem mais palatável ao público internacional.  O artigo também mostra duas propostas de uniforme possíveis para o filme.  Ambas são boas, mas não são a mostrada no Comic-Con.
Guerreira de bronze?
Depois de muito olhar a foto, pensei em uma coisa que não tinha me ocorrido antes, nem vi em discussão nos lugares pelos quais passei.  A armadura-uniforme é meio cor de bronze.  Será que a idéia não seria resgatar essa imagem de armadura grega antiga mesmo?  De repente, por mais que não me agrade, a produção queira fazer este link através da roupa da Mulher Maravilha.   Uma princesa amazona não mais vestindo as cores da América, mas uma armadura de bronze. De qualquer forma, acredito que o uniforme deva mudar ainda, ainda mais com uma recepção que não foi tão positiva assim.

NewPop anuncia mais um mangá BL


Havia quem estivesse esperando por mais um mangá feminino (*shoujo-josei-BL*) pela NewPop e a editora não decepcionou os fãs-consumidores.  Em setembro, chegará às livrarias e bancas Croquis (クロッキー), de Hinako Takanaga. A autora teve vários de seus mangás lançados nos EUA, dentre eles, Croquis e  Koisuru Boukun (恋する暴君) ou The Tyrant Falls in Love) pelo selo Blu, da finada e saudosa Tokyopop.  

Croquis é volume único, o que mostra que a NewPop não está a fim de assumir grandes riscos, mas, também, não pretende virar as costas para os fãs do gênero, e é formado por pequenas histórias (one-shots).  O mangá foi publicado na revista Rutile, da Gentosha, em 2004.  Também no Anime Friends a editora lançou Loveless (ラブレス), um BL bem mais famoso.  Pelas minhas contas, a NewPop é a editora brasileira que mais investe no gênero tendo lançado Blood Honey (ブラッド ハニー) e duas light novels de Gravitation (グラビテーション).  O Blyme está cobrindo os lançamentos BL do Anime Friends, recomendo uma visita.

P.S.: Parece que só falta a Panini mostrar as suas novidades... Será que alguma coisa do interesse do Shoujo Café?  Aguardemos.

sábado, 26 de julho de 2014

Gosta de shoujo dos anos 1970? Este livro é para você!


Entre as minhas muitas pendências aqui no Shoujo Café estava comentar esse lançamento, o mook (*magazine+book*) Dansen Mozun Hen Daisuki Datsuta! Shoujo Manga 70 Nendaihen ~Girl’s Comics in the 1970~ (完全保存版 大好きだった!少女マンガ70年代篇~Girl’s Comics in the 1970~).  Minha experi~encia com mooks é com material do Takarazuka, então, imagino que seja um material fartamente ilustrado – ilustrações grandes, bonitas, memoráveis – e algum texto.  O que está prometido no Comic Natalie e no Amazon é isso mesmo, um olhar sobre a revolução do shoujo mangá que ocorreu nos anos 1970, a “Era Dourada” da demografia.


Só de olha a capa eu já fiquei encantada: Rosa de Versalhes ou Berusaiyu no Bara (ベルサイユのばら), Haikara-san ga Tooru  (はいからさんが通る), Glass Mask ou Garasu no Kamen (ガラスの仮面), Sukeban Deka (スケバン刑事) e um mangá de Machiko Satonaka, acredito, mas não tenho certeza, Aries no Otometachi (アリエスの乙女たち).  Só pela seleção da capa já está sugerido que não será um livro sobre o grupo de 48, será sobre shoujo nos anos 1970 mesmo, com toda a sua riqueza, variedade, estilos, beleza, ousadia, engenho, e um monte de outros adjetivos que eu poderia empilhar indefinidamente.  Nos resumos ainda são citados nominalmente Candy Candy (キャンディ・キャンディ) e Ouke no Monshou (王家の紋章) para reforçar o que eu estou dizendo.  Compra certa. ^_^

P.S.: Escolhi uma imagem de Machiko Satonaka, considerada a iniciadora da invasão das mulheres mangá-kas, em 1966, para ilustrar o post, mas ela não está ligada ao livro propriamente, quer dizer, não que eu saiba.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Shimura Takako estréia na revista Kiss


A conceituada mangá-ka Shimura Takako, de Hōrō Musuko (放浪息子) e Aoi Hana (青い花), vai publicar uma série regular na revista Kiss, segundo o Comic Natalie.  O nome do mangá é Koiiji (こいいじ)  e conta a história de Mame, cuja família é dona de uma casa de banho.  A moça sofre com um amor não correspondido por um amigo de infância há 10 anos.  Este é o resumo que está no ANN e no CN e o ponto de partida para a história.  Vamos acompanhar.

Kyō wa Kaisha Yasumimasu。 ganha live action


Notícia que eu esperava faz muito tempo, afinal, a série josei Kyō wa Kaisha Yasumimasu。 (きょうは会社休みます。) sempre apareceia tão bem nas vendagens e nas críticas que ou teria filme, ou dorama, ou os dois.  Enfim, o anúncio veio.  A versão live action baseada no mangá de Mari Fujimura estréia na TV japonesa em outubro, todas as quartas, dez da noite, na Nippon Television.  A protagonista, Hanae Aoshi, será interpretada por Haruka Ayase.  O script será de autoria de Shigeki Kaneko, que cuidou de Honey & Clover.


Kyō wa Kaisha Yasumimasu。 estreou na revista Cocohana em novembro de 2011.  O sexto volume foi lançado em maio no Japão.  A série segue o dia-a-dia de uma office lady de 30 e poucos anos que nunca teve um namorado, até que conhece Yūto Tanokura, universitário de 21 anos.  A notícia está no Comic Natalie, mas tive ajuda do ANN.



Lançado o primeiro teaser de Ao Haru Ride

 

Ontem ou anteontem, (*desculpem, mas estou meio lá, meio aqui, meio em nenhum lugar esses dias*) saiu o primeiro teaser do filme de Ao Haru Ride (アオハライド ).  Coisa pequena, 33 segundinhos, mas  para os fãs deve ser como jogar álcool na fogueira.  Enfim, a narração em off – que foi traduzida pelo ANN – diz mais ou menos o seguinte (*tradução da tradução...*): “Ao Haru Ride é ... o brilho do momento. Ao Haru Ride é ... doce, deslumbrante. Ao Haru Ride é ... frágil, doloroso, fugaz. Ao Haru Ride é ... sempre cometer erros.”


Eu realmente acredito que este mangá deve aparecer aqui no Brasil.  Estão anunciando muita coisa no Anime Friends, de repente, ao Haru Ride aparece de surpresa.  Quanto ao filme, ele estréia em 13 de dezembro.  Já o anime, está no ar no Japão.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fechado Temporariamente


Pessoal, lamento informar que preciso fechar o Shoujo Café por algum tempo.  Imagino que dias, já foram dois sem posts mesmo.  O fato é que Júlia está doente, não vejo melhora rápida no horizonte, fui ao hospital no domingo e na segunda, ao posto de saúde na terça; e eu tenho pendências de trabalho que são urgentes.  Não posso me  enganar achando que vou dar conta de tudo.  Enfim, é o Shoujo Café que sofrerá, pelo menos momentaneamente, com minha incapacidade de multiplicar o tempo e diminuir o sono.  

Para vocês verem, são quase 4 da manhã e somente agora terminei a correção das provas de recuperação que preciso entregar hoje, porque vários alunos e alunas dependem dessas notas para pedirem o avanço escolar e entrarem na universidade.  Na correria, errei a correção de um item e tive que rever todas as provas.

Mas que ninguém se desespere, se conseguir, volto com as postagens amanhã ou na sexta.  No entanto, não é certeza.  No mais, peço que torçam pela melhora da Júlia, porque ela está sofrendo bastante.

domingo, 20 de julho de 2014

Autora de Sunadokei publican a revista Big Comic Original


O Comic Natalie anunciou que Hinako Ashihara está publicando um one-shot chamado Kouhito (乞う女) na revista Big Comic Original. Se entendi bem o resuminho, trata-se da história de uma jovem mulher eu casou por dinheiro com um viúvo, presidente de uma companhia.  Quando o homem morre, a vida da moça parece mudar bastante.  Não tenho mais detalhes, nem sei se entendi direito, no entanto, acredito que alguém faça scanlations.  

Ashihara é uma das mangá-kas shoujo mais elogiadas do momento e publicou duas séries importantes, Piece ~Kanojo no Kioku~ (Piece ~彼女の記憶~) e Sunadokei (砂時計), que foi lançado aqui pela Panini.  Algo curioso é que várias mangá-kas top josei e shoujo estão publicando seus one-shots na Big Comic Original.  Comemoração dos 40 anos da revista?  Teste?  Forma de atrair as leitoras dessas autoras?  Realmente, não sei.  Só espero que elas não cismem de abandonar suas casas (*revistas*) para publicar seinen. Uma visita, entretanto, faz muito bem para todo mundo.

Editor da JBC avisa que o novo shoujo da editora não é chato!


Está rolando o Anime Friends e ontem houve um painel (*ai, gosto desse termo, por que não usar?*) da JBC apresentando seus novos mangás. Os grandes sites estavam lá, claro, e o Gyabbo fez uma cobertura momento a momento.  E estão lá as falas do editor da JBC, o Cassius, sobre o novo mangá shoujo que eles lançaram: 


Enquanto eu maternava (*Júlia continua doentinha*), alguém postou o comentário lá no Facebook do Shoujo Café e o post ferveu.  Curioso observar gente defendendo o editor dizendo que sua fala foi uma espécie de “propaganda” do tal Tom Sawyer – que não é versão quadrinhos do livro do Mark Twain, que fique claro – para quem não curte shoujo. Cóf!  Cóf!  O amadorismo das editoras persiste, porque há quem acredite que ele seja aceitável e necessário.

Eu realmente não entendo como alguém – editor e consumidor – consegue ver esse tipo de comentário desrespeitoso, ignorante, e desnecessário, como elegantemente colocou o Gyabbo, como propaganda.  Nem comento mais essas tiradas do editor da JBC aqui no blog, porque é meio que como dar audiência para quem não merece, afinal, não me quer como consumidora, mas como Júlia dorme, decidi falar bem rapidinho, afinal, serve para a gente rir um pouco.

E ainda há quem fique surpreso com o que esse povo fala.
Eu não tenho muita fé no mercado brasileiro de mangás, muito menos em nossas editoras, quando o assunto é shoujo.  Houve quem dissesse que não iria comprar nada mais da editora.  A mesma pessoa que defendeu o Cassius ficou horrorizada com tamanho radicalismo. Você deixa de ouvir um cantor por ele falar/fazer besteira? E ficou de cara quando outras pessoas disseram que sim.  Militância é militância!  Eu já deixei de consumir tanta coisa por conta de comentários/ações homofóbicas, racistas, misóginas, etc. E como há tanto o que se ouvir, ler, comprar, assistir no mundo, será que é uma perda tão grande assim?  Eu acho que não.

Enfim, acho que tem gente que não entende que o Shoujo Café é para fãs de shoujo e se a demografia e seus fãs-consumidores são maltratados, boicote é uma forma de marcar posição.  Só que é deveras cansativo ficar repetindo a mesma coisa desde, sei lá, 2000, 2001?  Parece mesmo que estamos andando para trás... 


De resto, o shoujo que não é chato da JBC – Sailor Moon (美少女戦士セーラームーン) não é shoujo, vocês sabe, é Sailor Moon – se chama Tom Sawyer (トムソーヤ), saiu em 2007 na revista Melody,  mesma que publica Ōoku (大奥), então periga ser um material mais denso e, talvez, focando em um público mais velho.  Esse é o perfil da Melody. E tem autoria masculina (*de repente, é por isso que não é chato, né mesmo?*).  Volume único.  Neste caso, acho que a JBC fez bem, afinal, o retorno é garantido e não há preocupação com possível perda de público/lucro.O mangá está muito bem cotado no Mangaupdates

Então, você decide.  Compra da JBC, ou não? Só não acredite que com isso irá incentivar a vinda de novos shoujo, porque esta não é a política da editora mesmo.  eu não sei se vou comprar, mas meu marido de repente compra sem eu nem saber... aliás, ele está comprando o relançamento das Guerreiras Mágicas de Rayearth (魔法騎士レイアース).  Comprei Genshiken  (げんしけん) e Termae Romae (テルマエ・ロマエ), compro Sailor Moon, mas esses relançamentos cara de pau, eu não compraria, não. 

P.S.: Dennys, desculpe ter confundido o seu site com o Chuva de Nanquim.

Drama CD para Pochamani


Foi lançada hoje no Japão a nova edição da revista Hana to Yume com um Drama CD de  Pochamani (ぽちゃまに). Segundo o Comic Natalie, Kana Hanazawa e Megumi Ogata fazem parte do elenco de dubladores, a capa do Drama CD reproduz a do volume #1 da série e temos um perguntas e respostas com o elenco incluído.  Eu realmente acredito que essa série vai virar ou anime, ou dorama.  Um dos dois é certeza.


Yumiko Ooshima é tema de livro no Japão


Yumiko Ooshima foi uma das mangá-kas que revoluciounou o shoujo nos anos 1970.  A primeira a falar de gravidez na adolescência e aborto em um mangá, a inventora das mais que recorrentes meninas com orelhas de gatinho.  Não no mesmo mangá, que fique claro!  Enfim, segundo o Comic Natalie, Fukuda Rika, que é especialista em culinária e tem vários livros (Exemplo 1 e 2), conversou com Ooshima e a mangá-ka Naito Yamada. O resultado desse papo é um livro OoSHIMA Yumiko ni Akogarete ~Ocha wo Nonde, Chanbo wo Shite,Shuraba wo Koete, Neko to Class (大島弓子にあこがれて ~お茶をのんで、散歩をして、修羅場をこえて、猫とくらす)que fala de chá, livros e de como Ooshima foi uma das figuras centrais da revolução do shoujo mangá.  O livro tem um apêndice com ilustrações feita spela mangá-ka, se entendi bem o CN, o brinde tem formato de bloco de cartas.  


sábado, 19 de julho de 2014

Algumas palavras sobre o livro Quadrinhos: História Moderna de uma Arte Global


Queria escrever algumas linhas – não é uma resenha, porque só li dois capítulos até o momento – sobre o livro Quadrinhos: História Moderna de uma Arte Global, de Dan Mazur e Alexander Danner.  O título original, Comics: A Global History, 1968 to the Present, explicita bem o objetivo da obra, que é fazer uma história dos quadrinhos sem limites geográficos e com um recorte temporal bem específico, os últimos 50 anos.  É um livro novo, recém-lançado em nosso país, e é positivo que tenha chegado por aqui tão rápido.  

Quando vi o livro á venda na editora Leitura, observei o índice e fiquei muito curiosa.  Trata-se de uma obra corajosa, pois tenta abranger o underground e o mainstream e traçar um panorama dos quadrinhos norte americanos, japoneses, europeus e além.  Com meus conhecimentos limitados, certamente terei que pesquisar para além do livro para melhor compreender algumas questões, e, bem, dialogar com várias obras é uma coisa que eu adoro fazer.


Falando especificamente de mangá – foram as partes que peguei para ler primeiro – temos cinco capítulos ao todo. Um sobre Tezuka, um sobre a revista alternativa Garo, os outros sobre as demografias, as revoluções e as novas perspectivas.  Cinco capítulos falando de mangá em um livro não específico é muito mais do que eu poderia esperar.  Mas eis que surge a questão, o que está escrito vale a pena?

Li o capítulo sobre a Garo e o sobre mangá mainstream, isto é, as demografias mais antigas, shounen, shoujo e seinen.  O capítulo da Garo em qualquer livro sempre me parece a louvação sem nenhuma crítica. Há um grande deslumbramento em relação a esta revista alternativa.  Como de material da Garo eu só vi um pouco de Kamui, não vou comentar, pois acho que não consigo mesmo captar a grandeza que os autores costumam ver na garo.  O das demografias foi curioso, a começar pelo fato dele falar mais de shoujo do que de shounen.


Mazur e Danner se destacam por não serem descritivos, eles se posicionam, dão opiniões, a gente pode discordar, claro, mas eles vão fazer o leitor ou leitora pensar.  Por exemplo, na parte de shounen, eles defendem que Leiji Matsumoto trouxe características dos mangás shoujo para a demografia.  Segundo eles, Matsumoto faz obras introspectivas, nem sempre marcadas pela ação, e que isso seria característica do shoujo mangá.  Será mesmo?  Imagino o que Leiji Matsumoto diria a respeito...

Senti muita falta, no entanto, de uma menção ao clássico dos mangás de esporte, Kyojin no Hoshi (巨人の星).  Foi um silêncio incomodo já que ali foi estabelecido o fundamento dos mangás shounen de esporte e levados aos limites os valores defendidos nas revistas para garotos, amizade, perseverança, vitória e, neste caso, sacrifício.  Quando falam de Ashita no Joe (あしたのジョー), e não dá para não falar, é para discutir questões referentes à estética, construção da protagonista, impacto social da obra, não do esporte em si.


A parte de shoujo é boa, não se compara ao que o Paul Gravett fez em Mangá, o que, aliás, não é demérito, pois não se trata de uma obra específica como a do inglês.  é preciso ressaltar que um dos pontos positivos de Quadrinhos: História Moderna de uma Arte Global é a sua autonomia em relação a trabalhos consagrados, como os de  Frederik Schodt, por exemplo.  Voltando a parte de shoujo mangá, os autores reconhecem a importância do grupo de 24, falam da demanda por novas autoras, das inovações temáticas, do nascimento do BL.  Eu realmente senti falta de um parágrafo ou frase destacando a importância de Machiko Satonaka, mas é só.  É o ponto mais baixo do capítulo.  

Os autores também listam entre as mangá-kas em atividade nos anos 1950, Chieko Hosokawa destacando que ela era a mais importante entre todas.  O correto seria dizer que ela se tornou a mais importante pelos trabalhos que faria nos anos 1970, afinal, ela debutou em 1959.  Só que eles não explicam o motivo da sua importância, e olha que foi ela a primeira mangá-ka shoujo a construir uma série - Attention Please  (アテンション・プリーズ) - na qual a protagonista tivesse como objetivo ter uma profissão.  Aliás, Hosokawa está viva e produzindo até hoje.  Outra coisa curiosa e mal explicada pelos autores é a história de "sexo quase explícito" em Fire! (ファイヤー!), de Hideko Mizuno.  Sim, o mangá é um marco; sim, temos ali a primeira cena de sexo em um shoujo mangá; mas não passam de silhuetas.  Talvez por estarem acostumados com os comics, essas silhuetas possam ser quase explícitas para os autores, mas, sem dúvida, trata-se de um exagero.


O texto deixa evidente, também, a predileção dos autores pelo trabalho de Yumiko Ooshima, uma das autoras do Grupo de 24 (Nijūyo-nen Gumi).  Não somente elogiam a ousadia na escolha dos temas, citando como exemplo seu mangá Tanjou! (誕生!), que abordou gravidez na adolescência e aborto em 1970, como o seu traço minimalista em comparação com o de suas contemporâneas.  Os autores inclusive criticam os excessos do resto do grupo de 24, Riyoko Ikeda entre elas, chamando a arte das autoras de “jóia falsa” em comparação com o estilo de Ooshima. O objetivo é reforçar a importância do trabalho de Ooshima, mas é o tipo de afirmação, pelo menos da forma que foi feita, parece mais coisa de fã.  O trabalho de Ooshima, sua genialidade,sustenta-se sem a necessidade desse tipo de comparação.

Ainda assim, o maior problema dos dois capítulos e, provavelmente, do livro inteiro, repousa na revisão final.  Vamos lá!  Acredito que o texto original – sim, ler coisa traduzida é algo que pode colocar a perder muita coisa – os autores tenham optado por colocar o nome em japonês da série e uma tradução para a língua inglesa.  A partir do momento que a tradução estava dada, ela passa a ser usada regularmente no texto.  Esse é o padrão, por isso, reforço que deve ter vindo do texto original.  Não gosto desse tipo de escolha, mas é uma escolha, desde que se mantenha a regra e, aí, começa o problema.


Alguns mangás só aparecem com o título traduzido, como 11-gatsu no Gymnasium (11月のギムナジウム). As traduções mais correntes do título são O Ginásio/Colégio em Novembro. O livro traduz como O Ginasial em Novembro.  Será que ambas são traduções possíveis do japonês?  Não sei, mas a que está no livro, nunca vi.  Já outros títulos, caso de Shiroi no Heya no Futari (白い部屋のふたり), primeiro shoujo mangá yuri, e que poderia ser traduzido como O par/casal do Quarto Branco, só aparece com seu título em japonês.  Em um livro ou trabalho acadêmico, a uniformização é algo obrigatório.

E chegamos a um problema que certamente é de tradução/revisão, porque não acredito mesmo que tenha sido coisa do original.  Candy♥Candy (キャンディ♥キャンデ) virou um mangá sobre um garoto órfão.  Sim!  Garoto!  Já Oniisama E... (おにいさまへ…) virou um mangá sobre bullying e lesbianismo, claro, em uma faculdade com alunos e alunas... A série se passa em um colégio particular e elitista para meninas.  Foram dois erros gritantes, mas será que são os únicos do tipo?  Sei que um revisor técnico – e conheço a competência do responsável por este livro – não pode conhecer tudo em profundidade, ainda mais um livro com uma proposta desse tipo, mas ficou muito feio.


Tão ruim, ou pior, é ter a grafia do nome de um autor escrita de maneiras diferentes no mesmo parágrafo.  Uma está certa, a outra escapou e ficou.  Vejam bem, o livro é um produto e, neste caso, deslizes assim comprometem a qualidade do material, acaba convidando o/a leitor/a a sair catando erros.  E é algo muito, muito comum no mercado editorial no Brasil que este tipo de erro de digitação não seja corrigida. Só que se é um livro de 10, 20 reais, a coisa dói muito menos do que eu um que custa quase 89 reais. Eu paguei 30 reais a menos na FNAC, mas, ainda assim, é um livro caro.

Pergunto-me se ainda verei o mercado editorial brasileiro – e vale para tudo, inclusive mangás – superar esses percalços e oferecer a qualidade que os preços altos parecem sinalizar.  É por conta dessas coisas que, quando posso, opto pelo material original.  Enganos como os que escrevi, erros grosseiros, ou cacos de edição roubam um pouco do brilho de um bom livro, caso de Quadrinhos: História Moderna de uma Arte Global, e não podem continuar sendo a regra, precisam ser a exceção da exceção.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Notícias do dorama coreano de Nodame Cantabile


O querido Manoel Victor me mandou vários twitts me colocando a par de a quantas anda o dorama coreano de Nodame Cantabile (のだめカンタービ).  Enfim, as notícias não são boas, por assim dizer.  Segundo informa o site AllKpop, está difícil escalar protagonista para a série.  Depois de confirmarem a atriz – acho que ela deve ser como uma idol japonesa – Yoona seria a protagonista, a desistência foi comunicada dias depois.  O Manoel Victor até tinha dito que a moça não se parecia com a Nodame, mas foi alegado que a moça preferiu ser protagonista em uma co-produção coreana e chinesa para o cinema.  Será a estréia da moça na tela grande.  Os coreanos estão sem Nodame novamente.  Parece que, pelo menos, Joo Won continua confirmado como Chiaki, ou Cha Yoo-Jin, na versão coreana.  Mas estão conversando de novo Shim Eun Kyung, que era a escolha anterior e visualmente muito mais Nodame, para mim, ela talvez assuma o papel.  


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ranking da Oricon


Nessa confusão dos meus últimos dias, acabei esquecendo de postar o ranking da Oricon da semana passada.  O Comic List já faz tempo que não consigo postar e não queria ficar devendo o mais importante dos rankings japoneses, também.  Enfim, por conta disso, estou postando o da semana passada e o desta semana de uma vez.  Segue o ranking desta semana:

Semana de 07-13/07 
4. Chihayafuru #25
6. Umimachi Diary  #6
10. 7SEEDS #27
11. Hana-kun to Koisuru Watashi #9
20. Last Game #6
21. Taiyou no Ie  #11
26. Anata no Koto wa Sorehodo  #2
27. Hyakki Yakoushou  #23

Foi uma boa semana para os shoujo e josei mangá.  Aliás, temos três josei no top 10, Chihayafuru, que deve subir de posição, eu imagino, Umimachi Diary e 7SEEDS.  Muito bom!  Não lembro de três josei no top 10, não séries diferentes.  Além disso, ainda tempos mais cinco volumes, distribuídos em outras posições.  O destaque é para mais dois josei, Hyakki Yakoushou  e Anata no Koto wa Sorehodo, ou seja, a maioria dos mangás femininos no ranking desta semana não é shoujo.  Isso é raro, se é que já aconteceu antes com séries variadas.

Semana de 30/06-06/07
16. Miseinen dakedo Kodomo ja Nai  #4
17. Last Game #6
20. 12-sai。 ~Kokuhaku~
25. Himitsu no Ai-chan #13
27. Nijiiro Days #6
29. Ore Monogatari!! #6

Semana passada tivemos seis shoujo mangá no top 30, no entanto, nenhum entre os dez mais vendidos.  Mas, como vocês viram, as coisas melhoraram esta semana.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Azumanga Daioh é da Newpop


Coisas boas acontecem, acontecem o tempo todo. ^_^ E foi bom saber ontem que a Newpop anunciou o lançamento do mangá de Azumanga Daioh (あずまんが大王)!!!!!!!!  Se eu não estivesse tão quebrada, eu iria ficar pulando pela casa inteira.  Eu tenho cá minhas dúvidas se a tradução vai conseguir passar as piadas, algumas muito japonesas mesmo, mas eu realmente não me importo.  Também não sei se vão lançar a versão original, que saiu em uma revista seinen, ou a do aniversário de 10 anos, que voltou a ser publicada em uma revista, só que desta vez, shounen.  Para quem não sabe, a série é 4koma, isto é, tirinha.  Azumanga Daioh é muito legal e o anime é um dos meus top favoritos.  Lançamento no Anime Friends e eles ainda vão anunciar mais um título.  Aguardem!


Meio fora do ar


Pessoal, o Shoujo Café está devagar quase parando esta semana, espero retornar hoje com algum post relevante. Mas, enfim, Júlia está doentinha, tive que dar muita atenção a ela no fim de semana. Mal dormi de sexta para sábado e de sábado para domingo.   volta ao trabalho nesta semana está me sugando bastante. Meu computador também quase morreu de segunda para terça, inviabilizando qualquer post... estou do tablet, agora. Mas acho que tudo está sob controle agora, mas nunca se sabe... O Shoujo Café continua aberto, mas não necessariamente com a freqüência que wu gostaria. É isso. 

domingo, 13 de julho de 2014

Ainda sobre a Copa: Minhas Últimas palavras sobre a Seleção Brasileira


Eu estive fora da net quase o sábado todo, Júlia está meio doentinha, demandando muita atenção (*olha eu aqui ainda acordada depois de acalentá-la várias vezes*), e perdi o bate-papo internético e a entrega dos prêmios de terceiro lugar.  Verdade que os brasileiros não prestigiaram os holandeses? Enfim, se for o caso, é uma vergonha que se soma a outras.  Não sei se rolou: Já apareceu o pessoal dizendo que a mídia estava sendo deselegante por usar palavras como "vexame" e "humilhação" aplicadas à seleção atual? Já apareceu o povo do "é somente mais uma derrota... normal na história de qualquer grande seleção tipo... Zaire e Haiti!"? Já apareceu o povo do "quarto lugar SEMPRE é melhor do que quinto, sexto, sétimo, o importante é secar a Argentina"? 

Venhamos e convenhamos, essa seleção brasileira começou a desmoronar no jogo contra o Chile, antes, ia aos trancos e barrancos, mas sem dar tanta pinta.  O problema é que muita gente fechou os olhos, achou linda a choradeira e que Felipão sabia o que fazia, como o pai que cuida de sua família.  Patriotismo, especialmente, o de ocasião, precisa desse apelo emocional.  Depois do jogo com a Alemanha, o susto e tudo mais, correu-se para o abafa.  De um lado, grupos que sabiam estar perdendo dinheiro – Globo, Band, e outros – e que, apesar de serem contra o Governo, precisavam garantir patrocinadores e audiência, do outro lado, gente que temia pela reeleição de Dilma tentando igualar derrotas honrosas como as de 1950 e 1982 e isso que a gente está vendo aí. 


Essa coisa com a imprensa é particularmente irritante, porque tenta transformar resultados pífios, vexatórios até, em coisas “normais”.  O pessoal perde noção do ridículo, sabe?  É ridículo que se tente transformar o fiasco de um time de futebol no fiasco de uma nação, ou de um projeto político-partidário.  Cada coisa em seu lugar.  Mas é igualmente ridículo, por se assumir uma postura contra as manipulações da grande imprensa, ou ser a favor do Governo que aí está, tentar igualar as derrotas sofridas por seleções que se doavam pelo time ao que assistimos nos jogos contra Alemanha e Holanda.  Isso é manipular a História e macular o bom nome de gerações de jogadores que vestiram com honras a amarelinha.  Menos, pessoal!  

Futebol e política andam juntos e, sim, isso vai respingar no Governo, apesar da Copa em si ter sido um belo espetáculo, que não terminou ainda. No entanto, vamos separar um pouco as coisas e olhar para o fiasco dessa seleção, que jogou por terra o pouco de respeito que o mundo ainda tinha pelo futebol do nosso país, porque se não houver uma autocrítica vai ser ladeira abaixo e descobriremos que sempre há um fundo do poço mais fundo ainda para o futebol (masculino) brasileiro.  Não dá para engolir o papo de que foi mais uma derrota.  Felipão pode acreditar que 1X0 ou 7X1 são a mesma coisa, ou ainda que foi feito um grande trabalho e que os dois últimos jogos foram tropeços.  O restante de nós não deve ser tão ingênuo ou generoso.


Há quem comemore os resultados como uma chance de se livrar do discurso de “somos os melhores no futebol”.  Esse modo de pensar, garantiu durante muito tempo algumas das poucas alegrias de uma nação sofrida, serviu, também, de desculpa para que as verbas e atenções fossem quase todas para o futebol masculino.  Agora, que o futebol brasileiro virou piada, será que continuaremos a repetir a ladainha?

De qualquer forma, e isso nada tem a ver diretamente com esta seleção, e 3X0 seria OK contra a seleção holandesa se tivessem jogado de verdade, é que precisamos aprender a perder e valorizar outras colocações fora o primeiro lugar.  Ficar em primeiro, segundo, terceiro, em décimo, desde que fazendo o melhor é muito bom.  Reconhecer a evolução do país em um esporte – podemos ver isso no vôlei, vimos por algum tempo na ginástica – deveria ser incentivo.  Cobrar o ouro sempre, desmerecendo os esforços de atletas amadores é cruel, desrespeitoso, sintoma de baixa autoestima.  Espero que esse resultado da seleção masculina de futebol faça com que pensemos sobre isso.  De resto, três coisinhas:


Reconheço que a Holanda era um time superior e, apesar de ter sido segurado pela Austrália em um dos melhores jogos da Copa, fez por merecer.  Talvez, merecesse mais.    A Alemanha é a melhor seleção, fora isso, os jogadores do país derramam tanto cavalheirismo e simpatia que chega a ser constrangedor não torcer por eles.  Mas eu estou torcendo pela Argentina.  Motivo?  Força de vontade, raça e capacidade de transformar a adversidade – afinal, perderam um de seus melhores jogadores, reconhecem as limitações de seu time – é mérito.  Além disso, é revoltante a forma como a grande imprensa alimenta ódios entre brasileiros e argentinos sem nenhuma capacidade de imaginar que isso é ridículo e perigoso.

Outro ponto: pelo menos um castigo os jogadores da seleção brasileira terão: seu valor de mercado deve ter despencado ainda mais. Nada pior em um mundo capitalista, afinal, jogadores são commodities. Alguns terão que renegociar seus contratos pedindo muito menos do que gostariam.  E sendo bem escrota, agora, isso é muito bom para o Fluminense. Fred deve ficar e em um time arrumadinho, ele joga bem ou muito bem sempre.


E, por último, o governo estadual do Rio de Janeiro e Federal aproveitaram esse clima de luto e choque para prender ativistas potencialmente perigosos.  Sim, até algumas horas atrás dezessete pessoas, dentre eles dois menores, tinham sido presos, porque se suspeita de futuros crimes.  Medo de um protesto amanhã?  De qualquer forma, é um ato arbitrário comum em ditaduras, mas que jamais deveria aparecer em um contexto democrático.  Deveriam confiar que o choque não passou ainda e boa parte da população está tão anestesiada que é incapaz de protestar, seja de forma pacífica, ou não.

De resto, com todos os poréns, a Copa foi um espetáculo.  Daqui a pouco teremos três mulheres chefes de estado – Angela Merkel, Cristina Kirchner e Dilma – no lugar de honra.  Curioso, não?  Como feminista, eu vejo isso como muito importante.  O mundo, com todos os reveses, muda, se transformar.  Espero, sinceramente, que mude para algo mais igualitário, cordial, e aberto para as diferenças. Será que é possível isso?  Não sei, mas temos que trabalhar como se fosse.


ATUALIZAÇÃO: A Argentina caiu, mas caiu jogando. Recordar é viver: 1. 1X0 não é igual a 7X1, não importa o que o Felipão diga a respeito; 2. o jogo foi de gente grande, qualquer lado poderia ter ganho, não foi jogo de bobinhoXseleção de verdade; 3. as lágrimas derramadas vieram na hora certa e na quantidade razoável, chega de rios de lágrimas de anime em momentos inoportunos; 4. a Alemanha tem uma seleção fantástica, mas eles vieram de um não-jogo (*não vi o Brasil jogar, cês viram?*), enquanto a Argentina ralou muito contra a Holanda, poderia não mudar nada, mas vamos considerar esse ponto; 5. ao perder de 1X0 da Alemanha, a Argentina jogou por terra todo o blá-blá-blá de que o Brasil perdeu porque jogava contra um time invencível, um sistema perfeito, BA-LE-LA, papo de mau perdedor, isso, sim; 6. No mais, os alemães mereceram muito, muito mesmo.  E, não, a vitória sobre a Argentina não é uma vingança, tampouco é nossa, também, independente do que uma matéria de jornal (*como essa aqui*) diga.  Tenhamos um tiquinho de dignidade, por favor! O 1X0 sobre a Argentina não se iguala ao 7X1 que a seleção brasileira tomou.

P.S.: As charges do post são de Aroeira, um dos melhores chargistas brasileiros.  O melhor na minha opinião.